06/12/2008

ESTADO DE SÍTIO: O efeito multiplicador do investimento público.

O rácio de derrapagem do custo das obras públicas costumava ser 100%. Esta percentagem seria, digamos assim, uma espécie de base line. Para começar multiplica-se por dois, depois logo se vê. Costumava, mas no caso do novo pacote rodoviário as propostas apresentadas pelos concorrentes antes da adjudicação já a coisa tinha aumentado entre 50% a 150%.

Porém, um novo paradigma do investimento público emergiu com a Casa da Música cuja derrapagem atingiu uns assombrosos 228%, ou dito de outra maneira a coisa custou mais de 3 vezes o valor da adjudicação e demorou o triplo do tempo previsto. Já não podemos falar de derrapagem. É mais aquaplanning.

Quando se lê e se ouve pôr em causa o efeito multiplicador do investimento público, deveriam os cépticos começar por admitir que qualquer investimento público tem um multiplicador não inferior a 2 e com alguma sorte pode atingir 3 ou mais. Há que considerar os custos de manutenção, invariavelmente superiores aos benefícios gerados pelo investimento, onde se aplica igualmente o efeito multiplicador.

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