CASE STUDY: Um imenso Portugal (59) - A vitória do candidato dos pobres e analfabetos funcionais garantirá que continuarão pobres e analfabetos funcionais

Outros imensos Portugais

Folha de S. Paulo

É mais um drama brasileiro: as políticas menos más são protagonizadas por uma criatura execrável; o voto em Lula é o voto dos pobres e analfabetos funcionais que o PT com as suas políticas assistencialistas irá garantir que continuarão pobres.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (38a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Aves da mesma plumagem voam juntas

«Conte comigo» diz o Dr. Costa num vídeo em que manifesta o seu apoio ao Sr. Lula, chocando muita gente sem razão. Afinal é apenas a continuidade da relação solidária do PS com o PT iniciada pelo Eng. Sócrates, da qual resultou a troca da Vivo, uma operadora dinâmica e viável participada da PT, pela Oi, um zumbi infestado de apparatchiks pêtistas, com grande felicidade do Dr. Ricardo DDT Salgado que recebeu um chorudo dividendo especial da PT, o qual, no entanto, serviu apenas para adiar a queda anunciado do GES (pode ler aqui em retrospectiva a história de um dos maiores escândalos do Estado sucial).

A grande ambição do Dr. Costa é tornar irresponsáveis todos os portugueses e fazê-los dependentes do Estado sucial

Em mais um passo nesse sentido, o governo anunciou que vai obrigar os bancos a renegociar os créditos à habitação «quando os juros subam para além do teste de 'stress' a que as famílias foram sujeitas aquando do momento da contratação do crédito», uma medida tão irresponsável e infantilizante que até a sempre muito contida e respeitadora APB a classifica como «paternalista». Na verdade, essa medida introduz no risco de crédito uma adverse selection que num caso extremo pode conduzir à multiplicação de crédito malparado em proporções que ameacem a solvência da banca e obriguem os contribuintes a despejar outra vez mais dinheiro. Isso aconteceu na crise de 2008, espoletada pelo crédito barato e a má gestão do risco que alimentaram a bolha imobiliária com hipotecas subprime, bolha que ao estoirar deixou os bancos ficaram com ziliões irrecuperáveis.

O Estado sucial como máquina de extorsão

Não satisfeito com um aumento até Setembro de 21% da receita fiscal, o Dr. Costa ainda garantiu que vai também tributar os “lucros excessivos” do sector da distribuição. Com este pretexto, o Dr. Costa pode tributar todo e qualquer lucro se tiver como medida do excesso a bitola das empresas públicas que têm habitualmente prejuízos, periodicamente cobrados dos contribuintes.

No Estado sucial não há conflito de interesses. Há interesses em conflito

Depois de duas semanas em que surgiram sucessivamente casos com o marido da secretária de Estado das Pescas, a mulher do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Floresta, o marido da ministra da Ciência e os ministros das Finanças e do Ambiente e a ex-ministra da Cultura, a semana passada surgiu mais o caso da ex-presidente da Câmara de Odivelas e actual vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS. Para equilibrar as contas e relativizar a coisa, este último caso foi divulgado pela SIC Notícias num pacote que inclui vários outros autarcas.

Contas que ficaram de novo desequilibradas quando se soube que o novíssimo secretário de Estado Dr. Miguel Alves, adjunto do primeiro-ministro (uma escolha pessoal do Dr. Costa), esteve envolvido como presidente da câmara de Caminha numa trapalhada tipicamente socialista em que adiantou 300 mil euros em condições suspeitas a um empresário suspeito para fazer uma obra suspeita.

(Continua)

30/10/2022

CASE STUDY: Um imenso Portugal (58) - Hoje é a segunda volta e a escolha dos brasileiros só pode o menor dos males

[Outros imensos Portugais]

mais liberdade

O que se passou com a economia brasileira entre 2003 e 2016 é comparável ao que se vem passando com a portuguesa desde 1995, exceptuando o período 2011-2014 de resgate pela troika que foi uma sequela da governação do Eng. Sócrates, amigo do Sr. Lula.

29/10/2022

Even a man who thinks quickly should not speak faster than he thinks

I suspect that Elon Musk shot himself in the foot (he and the tycoons he recruited for the venture) when he was forced to buy Twitter for 44 billion whose market capitalization dropped to 25 billion in July and yesterday, after the confirmation of the purchase, it was in 41 billion.

He is already making another sudden change of heart when, after announcing that as an “absolutist of free speech” he would allow on Twitter everything that is not illegal, he swallow his words and writes “Twitter obviously cannot become a free-for-all hellscape, where anything can be said with no consequences!” 

And yet another sudden change of heart after saying that it would eliminate advertising (and implicitly switch to the model of charging a fee to tweeters) ended up saying a few days ago “I also very much believe that advertising, when done right, can delight, entertain and inform you…low-relevancy ads are spam, but highly relevant ads are actually content!”

These are examples that even a man who thinks quickly should not speak faster than he thinks.

ACREDITE SE QUISER: Ele disse fábrica de unicórnios. E não pode ser só uma oficina? (2)

Continuação de (1)

Há um ano, o Dr. Moedas anunciou uma «fábrica de unicórnios, onde vamos ensinar os detalhes e os processos, e fazer dos sonhos grandes negócios, criar empregos e mudar o mundo e ter propósito. É isso que a Fábrica de Unicórnios será.»

Ontem o Dr. Moedas cumpriu o prometido e anunciou que a nova Fábrica de Unicórnios vai arrancar em 2023 com um investimento de €8 milhões para três anos de funcionamento. Cumpriu o prometido? Pois parece que não, porque primo, ele fez apenas outro anúncio, e secundo, oito milhões em três anos não dão nem para mandar cantar um cego, quanto mais para "apoiar" empresas inovadoras que um dia serão avaliadas em mais de mil milhões de dólares.

É mais um equívoco que começa por imaginar que já existem unicórnios portugueses, os quais segundo a AICEP seriam Farfetch, OutSystems, Talkdesk, Feedzai, Remote, SWORD Health, Anchorage Digital. Na verdade, um já não é classificado como tal (a Farfetch já está cotada) e os outros seis estão sedeados em cidades americanas: Boston, São Francisco (3), São Mateo e Nova Iorque. Entre os 1.191 (número de hoje) unicórnios não se encontra um único com sede em Portugal. Mais, entre os vários milhares de "Selected Investors", numa vista rápida em diagonal não encontrei um único português.

Todos aqueles supostos unicórnios lusitanos são considerados pela CBInsights como americanos porque foram criados, operam e se financiam nos Estados Unidos e a nacionalidade dos fundadores só é considerada quando a sede do unicórnio se situa no exterior. 

E o equívoco continua com o imaginar que atirar (pouco) dinheiro para um terreno inóspito a respeito do risco e da inovação irá criar uma safra de unicórnios, quando virtualmente todos os unicórnios nasceram sem dinheiro ou com o dinheiro de venture capitalists que puseram o dinheiro onde puseram a boca apostando numa ideia e numa equipa. 

E o equívoco termina, por agora, com o pensar que a inovação, isto é, a criatividade organizada e sistemática, e a iniciativa, isto é, a disposição para assumir riscos, precisam do «edifício da Factory que está em fase de conclusão no Hub Criativo do Beato.» É o equivalente a pensar que a fé precisa de um Convento de Mafra, ainda para mais sem o ouro do Brasil. Não temos emenda.

28/10/2022

That’s huge!, she said

Mission Impossible? (The Spectator)
«Britain now has a Christian king, a Hindu prime minister, a Muslim mayor of London, and a leader of the opposition who married into a Jewish family. That’s huge!»
Helen Lewis, The Atlantic

Se isto é a Direita, eu sou o Papa Francisco

 

Alguns exemplos:
  • TAP, empresa pública de "bandeira"
  • Central sindical ao estilo corporativo-comunista 
  • Torrar mais do que a despesa do SNS ou a despesa em Educação com distribuição de dinheiro (125 euros por mês e não tributação dos subsídios de férias e Natal)
  • Brigada para fiscalizar o gasto de 125€ pelas famílias para impedir que «sejam para garrafas de Jameson e de Grant’s.»
  • e, sobretudo, 
  • Demagogia em quantidades pantagruélicas.

27/10/2022

DIÁRIO DE BORDO: É para mim um mistério o respeitinho que a esquerdalhada revela pelo professor Adriano Moreira

[Nota prévia: este post não é sobre o professor Adriano Moreira, é sobre a esquerdalhada.] 

Para quem não conheça o CV do professor Adriano Moreira recomendo a leitura do artigo «Adriano Moreira e a continuidade das elites entre dois regimes políticos» de Jorge Fernandes, do qual respigo a seguir o segmento mais importante a este respeito,

Não sem antes lembrar que há dez anos publiquei o post O camaleão do regime onde considerei o caso de Adriano Moreira como talvez o mais espantoso. Tão espantoso que ainda mais me espanto por isso, espantosamente, não parecer espantar (quase) ninguém. Ainda agora.

«A 14 de Abril de 1961, o recém-empossado Ministro do Ultramar reabriu o Campo do Tarrafal em Cabo Verde. Renomeado Campo do Chão Bom, para afastar fantasmas passados, o Tarrafal passou a servir primordialmente para prender Africanos envolvidos nas lutas coloniais. Os métodos de tortura mantiveram-se inalterados.

 A 6 de Setembro do mesmo ano, o mesmíssimo ministro do governo liderado por António de Oliveira Salazar abolia o estatuto de indigenato, um conjunto de leis criado em 1926 que regulava os direitos e os deveres da população Africana nos territórios sobre administração Portuguesa. A mudança legislativa tinha como objectivo declarado acabar com o trabalho forçado e dotar a população indígena de direitos em linha com os dos colonizadores. De acordo com o ministro do Ultramar, as motivações para esta alteração legislativa eram consistentes com a tradição Portuguesa de a todos acolher com “igual fraternidade” e “sem violência”, sendo “necessário estabelecer um conjunto de preceitos que traduzissem a ética missionária que nos conduziu em toda a parte com fidelidade à particular maneira portuguesa de estar no Mundo.” Mais, de acordo com o mesmo ministro, “os imperativos legais destinados a proteger as populações que entravam no povo Português vieram a constituir um todo harmonioso, onde o respeito pela dignidade do homem, expressa nas formas tradicionais da propriedade, da família e das sucessões, se tornou um imperativo para todos os agentes, públicos e privados, da acção ultramarina portuguesa”.

O Ministro do Ultramar que tomou estas decisões, que contribuíram decisivamente para a capacidade de o regime autoritário e colonial de Salazar e, depois, de Caetano, resistir à descolonização até 1974, depois de uma guerra absurda onde muitos jovens Portugueses e Africanos sacrificaram a vida, chamava-se Adriano Moreira. De acordo com a história que ele próprio construiu, o fim do estatuto do indigenato terá sido da sua arquitectura, visto ter grandes preocupações com as condições de vida e de trabalho das populações Africanas e com a necessidade da modernização do regime, quiçá mesmo o seu fim.»

Pergunto-me com um CV comparável não seria de esperar um ódio entranhado por parte da seita autodesignada antifascista? Certamente, veja-se como a esquerdalhada tratou quase todos os outros ministros e até quadros do Estado Novo - nem estou a recordar-me de outras excepções, salvo os que foram membros ou que aderiram posteriormente um partido de esquerda.

26/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (37c)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 37a e 37b)

Não seria preferível ao contrário?

Militares portugueses participarão numa «missão de formação militar, para apoio à Ucrânia». Dado o desconserto da nossa tropa e o excelente desempenho das FA ucranianas face à tropa do Sr. Vladimiro, no lugar do governo proporia inverter os papéis.

Mesmo com o Eng. Moedas na presidência, Lisboa continua a ser uma autarquia verdadeiramente socialista

Vários deputados municipais de Lisboa declararam residir a centenas de quilómetros, o que, além de demonstrar o seu apego à cidade que representam, lhes permitiu embolsar subsídios de transporte do qual beneficiaram também deputados municipais que vivem apenas a alguns quilómetros

A arte de iludir os problemas poderá ganhar o voto dos patetas, mas perderá o país. Até podiam experimentar a semana de dois dias

Com uma administração pública ineficiente e ineficaz, inchada com mais de 760 mil funcionários (dos quais 80 mil aumentados pelos governos do Dr. Costa) mal dirigidos, pouco qualificados, envelhecidos e desmotivados, qual a medida mais urgente que deve ser tomada? Segundo a ministra da presidência, filha do Dr. Vieira da Silva, será a semana de quatro dias?

A caixa do peditório está entupida

O Plano de Recuperação e Resiliência – a bazuca do Dr. Costa, agora sob a direcção da Dr.ª Vieira da Silva - tem apenas pagos até agora 5% na componente Recuperação e 2%, 7% e 14% nas componentes Resiliência, Transição Climática e Transição Digital, respectivamente. (jornal SOL)

«Pagar a dívida é ideia de criança»

O novo mantra do governo do Dr. Costa é reduzir a dívida pública, o que indiscutivelmente faz todo o sentido, como as “contas certas”, mas, como deveria saber-se, só por si não salvará o país de mais uma crise da dívida. E, como o governo não parece disposto a fazer o resto, as próximas crises da dívida chegarão quando tiverem de chegar. Entretanto, enquanto não chegam, as novas emissões fizeram-se a taxas mais altas: a de 6 meses aumentou de -0,179% para 1,291% e a de 12 meses de 0,36% para 1,916%.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

Em Outubro, a economia está praticamente estagnada, as taxas de juro do crédito à habitação continuam a subir, em Setembro os preços na produção industrial subiram quase 20% e em Agosto o saldo das contas externas desceu de +1.080 milhões para -2.439 milhões. O que isto nos faz lembrar?

25/10/2022

O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Costa e Sunak, descubra as diferenças

Créditos: um Amigo com pouco que fazer

NOTA: O (Im)pertinências feito pelos seus detractores é uma espécie de (Im)pertinências dos utentes com o direito de auto-detracção, na falta de detractores que se dêem ao trabalho de detrair.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (37b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 37a)

Take Another Plan. Manobra de ilusionismo tirada da cartola?

Não ponho as mãos no fogo pelo Sr. Neeleman, accionista maioritário da TAP, nem pelo Sr. Fernando Pinto, durante 17 anos seu presidente nomeado por um governo socialista, mas, conhecendo as habilidades do Dr. Costa e dos seus rapazes, tendo a considerar provável que o anúncio do suposto “esquema” revelado pela auditoria ao contrato de aquisição de 53 aviões Airbus, negociado pelo primeiro durante o mandato do segundo, não seja mais do que uma cortina de fumo para encobrir a cambalhota socialista de uma TAP que teria de ser pública para sobreviver para uma TAP que para sobreviver terá de ser privada.

E ainda para fazer esquecer outras coisas, como “historietas histriónicas, algumas relacionadas com o Dr. Pedro Nuno, outras relacionadas com a nova directora da TAP amiga da CEO, a frota de viaturas híbridas plug-in da gama alta ou os dois aviões Embraer e dois A330 convertidos em cargueiros todos parados há meses com custos mensais de vários milhões (fonte jornal SOL).

Boa Nova

Foi anunciado o acordo entre a França, a Espanha e Portugal para a construção de um gasoduto que ligará a Península Ibérica a França, que se chamará "Corredor de Energia Verde" e no futuro transportará “hidrogénio verde” (what else?).

Choque da realidade com a Boa Nova

Há quem, como o Dr. Paulo Rangel ou o Dr. Moreira da Silva, entenda que o acordo do "Corredor de Energia Verde" é um desastre, mas pode ser inveja.

O que não se pode atribuir à inveja é a “cativação” do fundo de 100 milhões anunciado pelo Dr. Siza Vieira na Web Summit do ano passado.

Banco de Fomento é «torrar dinheiro em coisas que não valem pevide»

Não deveria surpreender ninguém que um Banco de Fomento várias vezes anunciado para as «próximas semanas», sucedendo a um banco de fomento que fora privatizado por um governo PS, ressuscitado em 2018 , segundo o Dr. Siza Vieira já estava criado em Janeiro de 2020 e só viu a luz do dia em 2021, controle a Portugal Ventures, uma sociedade de capital de risco que gere 13 fundos com rentabilidade negativa. A melhor explicação para o fenómeno foi dada por João Serrenho da CIN: que diz servir o BdF para «torrar dinheiro em coisas que não valem pevide».

Justiça socialista

A dependência da Unidade Nacional da EUROPOL e do Gabinete Nacional da INTERPOL de um órgão do governo, aprovada com votos contra de toda a oposição, é uma ameaça à independência da justiça tão óbvia que a Comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu pediu informações ao governo.

Acredite se quiser

Um inquérito do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público concluiu que nalguns tribunais não existe papel, o que se percebe sabendo-se que um processo judicial tem em média centenas de páginas – no processo da Operação Marquês o despacho do Juiz Rosa tinha o ano passado 6 mil páginas e as provas 53 mil páginas. De onde, também se percebe porque, segundo o mesmo inquérito, 51,1% dos magistrados já tiveram problemas de saúde em consequência do serviço o que certamente resultará da «sobrecarga de trabalho com magistrados a trabalharem 12 a 14 horas por dia, ou mais», o que também se percebe pelo uso desmesurado de papel.

(Continua)

24/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (37a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

O socialismo pretende acabar com os ricos. O socialismo do Dr. Costa aumenta o número de pobres

Segundo um relatório da Pordata, em 2020, pela primeira vez em seis anos, aumentou o número de pessoas em risco de pobreza.

No Estado sucial não há conflito de interesses. Há interesses em conflito

A somar às três “historietas histriónicas”, como lhes chamou o Dr. Carlos César, do marido da secretária de Estado das Pescas, da mulher do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Floresta e do marido da ministra da Ciência, tivemos a semana passada os casos dos ministros das Finanças e do Ambiente e da ex-ministra da Cultura que na qualidade de presidente e vereadores da câmara de Lisboa assinaram contratos entre 2014 e 2018 com a sociedade de advogados de que é sócio o ex-ministro da Economia Dr. Siza Vieira.

No Portugal dos Pequeninos sobram as leis e falta a vergonha

Confrontados com a pletora de “historietas histriónicas”, os neo-situacionistas alegam que faltam leis para regular as incompatibilidades. Não faltam leis porque já há 32 diplomas. Faltam a vergonha e a integridade.

O que é hoje verdade pode ser mentira amanhã

Numa semana, a actualização automática das pensões em 2023, apesar de prevista na lei, anteciparia em cinco anos o défice da Segurança Social e seria o inferno, pelo que foi descartada. Na semana seguinte, o excedente da SS no OE 2023 tinha -se multiplicado por dois e o défice só chegaria em 2060 e seria o paraíso. Decorrida outra semana, o saldo do FEFSS estava no final do 3.º trimestre 12% abaixo do mesmo período de 2021 e é o purgatório.

O que é hoje mentira pode ser verdade amanhã

Há três meses o presidente da Endesa foi fustigado pelo governo por ter previsto um aumento de 40% nas contas de electricidade e o secretário de Estado Dr. Galamba garantiu que isso «é falso». A semana passada a SIC Notícias apresenta uma peça (incluindo um trecho da entrevista do presidente da Endesa) em que refere que a factura da electricidade pode atingir o dobro do normal.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS (também na Defesa)

Segundo as contas do Expresso, o orçamento da Defesa terá um corte de 10% em dois anos. Segundo o Dr. Costa terá um aumento de 8,3%. A diferença explica-se porque o Expresso compara coisas comparáveis, isto é, verbas orçamentadas com verbas orçamentadas e o Dr. Costa usa o “método Centeno” e compara as verbas executadas no passado (sempre menores do que as orçamentadas) com a verbas orçamentadas para o futuro (nunca executadas integralmente). É um insulto à inteligência dos portugueses? Não, não é, porque os portugueses se dividem em três grupos: (1) a esmagadora maioria que vive sem dar por nada morrerá sem tal saber, como a Mulher da Erva de José Afonso; (2) um grupo numeroso de políticos e comentadores que servem de câmaras de eco e (3) uma ínfima minoria que dá por isso, mas de quem poucos dão por ela.

(Continua)

23/10/2022

Dúvidas (344) - Ainda vamos ter de aturar o "wokeism" muito mais tempo? Sim, vamos


No que poderia ser uma resposta à minha dúvida, Ruy Teixeira, um cientista político americano de origem portuguesa, considera que apesar o movimento woke estar em retrocesso na sociedade americana e nos círculos políticos, incluindo os democratas, continua e continuará «teimosamente entrincheirado» nas instituições americanas.  
«É nas instituições americanas que a curva da "wokeness" parece estar ainda em ascensão. Nas universidades, nas artes, nos mídia, nos principais grupos de defesa, nas ONGs, fundações, administrações escolares, organizações profissionais e departamentos corporativos de recursos humanos, é difícil detectar um refluxo da maré. Nos últimos dois anos, houve uma proliferação de burocracias imbuídas de princípios de "diversidade, equidade e inclusão", coexistindo com o endoutrinamento ideológico, regras e restrições destinadas a obrigar condutas consideradas sensíveis aos marginalizados. Até mesmo revistas científicas veneráveis como a Nature estão renegando o seu racismo passado e prometendo "descolonizar" a pesquisa científica.

O "wokeness" está teimosamente entrincheirada nessas instituições, e é lá que se vai posicionar. Milhões de pessoas têm empregos, dinheiro, cargos e influência que agora estão ligadas do "wokeness", e não desistirão facilmente. O mundo que habitam está mais isolado das visões das pessoas comuns do que as do discurso social e da competição política. Podemos ainda não ter visto "peak woke" nesse mundo — o que significa que muitos de nós, infelizmente, ainda podem enfrentar ser confrontados, cancelados ou visados de alguma forma.»

No Portugal dos Pequeninos, onde tudo chega atrasado (voltarei a este tema), suspeito que mesmo depois de expirada a validade do wokeism nos States, cujas universidades de artes e ciências sociais substituíram Moscovo, Pequim e Tirana para a esquerdalhada, ainda o teremos por cá muito tempo nas nossas universidades caducas e endogâmicas.

22/10/2022

As raízes da rejeição da democracia e da devoção pela tirania

Paulo Tunhas escreveu há dias  no Observador sobre «O amor da tirania», um tema que me fascina por não ter até hoje encontrado uma boa explicação pelo fascínio pelas tiranias e pela devoção dos tiranos, ou candidatos a tiranos, de que sofrem, digamos assim, milhões de criaturas um pouco por todo o mundo. 

No geral tendo a concordar com Paulo Tunhas, excepto na sua conclusão de que o móbil da rejeição da democracia («num sentido lato e convenientemente impreciso») é o amor à tirania o que ele explica assim: 

«Muita gente discute se o motor desta rejeição da democracia e da liberdade tem uma origem primeiramente negativa ou positiva. Dito de outra maneira: se aquilo que verdadeiramente a motiva é a detestação dos Estados Unidos e do Ocidente ou o puro amor pela força bruta e pela mentira incondicionada de que esta se serve para atingir os seus fins. Bom, é certo que nenhum dos factores é completamente isolável do outro. Mas é verosímil que seja o elemento por assim dizer positivo que represente a força dominante. A afirmação é, regra geral, prévia por relação à negação. O amor da força bruta – o amor da tirania – goza de uma certa precedência por relação à rejeição da liberdade. A força bruta e a mentira alucinada que a acompanha como justificação oferecem um excesso de sentido que satisfaz muitos espíritos. São uma pura afirmação liberta das condições limitativas da razoabilidade. No acto do seu exercício e na curiosa libertação que nos garantem face à obrigação do respeito pelos factos. Amar a tirania é, para o egoísmo lógico em geral – tanto o inconsequente quanto o consequente, e sobretudo para este último -, mais satisfatório do que amar a liberdade. A tirania do Eu encontra nesse amor uma ilimitação que dificilmente o amor da liberdade lhe permitiria.»

Sendo certo que também considero que «nenhum dos factores é completamente isolável do outro», tendo a concluir que é ódio à democracia que motiva o fascínio pelas tiranias e pela devoção dos tiranos. Ódio que, em boa verdade, possivelmente não é tanto à democracia em si mas às suas talvez inevitáveis consequências, nomeadamente as que essas criaturas abominam, como a relativização do que acham é a moral e os bons costume (a "libertinagem") e o questionar da autoridade (a "anarquia"), para dar dois exemplos.

E chego a essa conclusão por duas ordens de razões. Por um lado, porque tenho dificuldade em compreender que alguém possa ter fascínio por tiranias e devoção por tiranos quando são tão visíveis as consequências da privação das liberdades, dos abusos de autoridade, da violência contra os cidadãos, da intolerância das divergências e em última instância da pobreza ou mesmo da miséria que quase sempre resulta das tiranias que não desfrutam da "maldição dos recursos naturais". 

E também porque compreendo melhor que essas criaturas rejeitem os excessos e os abusos da liberdade que frequentemente coexistem com a democracia e tenham dificuldade de aceitar racionalmente que a democracia não é perfeita e é simplesmente a forma de governo menos má ou, como concluiu Churchill, a pior com excepção de todas as outras.

Finalmente porque a evidência empírica parece mostrar que nas sociedades democráticas onde as diferenças ideológicas são mais exacerbadas e as guerras culturais entre os clãs mais intensas é o ódio a certas ideias e a certos valores que constitui o motor principal dos extremismos, mais do que a identificação positiva, isto é o amor, pelas tiranias.

21/10/2022

CASE STUDY: Saying that a country is socialist is another way of saying that it is poor (2)

Last week I published in the previous post the result of some calculations I made based on the data available in two Wikipedia entries that showed socialist countries (*) with a wealth measured by GDP (PPP) per capita less than half of non-socialist countries and less than a quarter of the EU.

Economist

Coincidentally, I found a piece today where the Economist presents the graph above that suggests the same conclusions but based on a ranking in three groups of countries based on the democracy index. The two approaches go in the same direction if one considers that socialist countries in that sense share in most cases serious limitations to freedom.

Additionally, the Economist diagram also shows the discrepancy between GDP per capita published in official statistics and estimates based on satellite studies of night lights - a process that has proven to be a good indicator (I will return to this topic). And what can be concluded from the comparison of the two values is that the official statistics of countries with democratic deficits are grossly "fixed".

(*) Including Marxist–Leninist states (China, Cuba, Laos, Vietnam) plus Countries with constitutional references to socialism (Angola, Algeria, Bangladesh, Eritrea, Guinea-Bissau, Guyana, India, Nepal, Nicaragua, North Korea, Portugal, Sahrawi, Sri Lanka, Tanzania).

20/10/2022

CASE STUDY: Saying that a country is socialist is another way of saying that it is not a democracy, probably

A kind of sequel to Saying that a country is socialist is another way of saying that it is poor.




Socialist countries: Marxist–Leninist states (China, Cuba, Laos, Vietnam) plus Countries with constitutional references to socialism (Angola, Algeria, Bangladesh, Eritrea, Guinea-Bissau, Guyana, India, Nepal, Nicaragua, North Korea, Portugal, Sahrawi, Sri Lanka, Tanzania).

19/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (36c)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 36a e 36b)

Choque da realidade com a Boa Nova

As fibras de amianto proibidas desde 2005 foram sendo removidas da rede de escolas públicas desde então a passo de caracol. Há dois anos restavam 578 escolas e o ministro da Educação anunciou um programa para concluir a remoção aproveitando o encerramento pela pandemia. Dois anos depois restam 450 escolas e o agora ministro da Educação, que havia sido secretário de Estado do anterior, anunciou que essas escolas serão intervencionadas nos «próximos anos».

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Com a imagem seguinte, Confúcio dispensaria mais do que mil palavras.

mais liberdade

«Roma não paga a traidores» (Eng. Guterres dixit, in illo tempore)

Rui Gonçalves, presidente da FlorestGal (empresa pública de gestão e desenvolvimento florestal) e ex-Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, publicou um artigo no Público crítico do combate aos incêndios rurais. Na semana seguinte foi demitido por ter perdido a confiança política.

De volta ao velho normal

Em Agosto as importações de bens cresceram quase o dobro das exportações e o défice da balança comercial de bens aumentou 1,8 mil milhões.

Boa Nova, cortesia da inflação

«Portugal tem a 4ª maior redução de dívida do mundo» titula com gáudio o semanário de reverência na capa do caderno de Economia, não explicando ao povo ignaro que, tendo o rácio um numerador e um denominador e sendo este directamente influenciado pela inflação, ainda que a dívida aumente 1% se o PIB nominal subir 6% (crescimento de 1% mais inflação de 5%) o rácio reduz-se em cerca de 5%.

«Pagar a dívida é ideia de criança»

Com menos gáudio foi noticiado o aumento da yield de 2,33% para 3,23% na última emissão de OT a 9 anos

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

Fonte

Entretanto, a taxa Euribor a 6 meses (a mais usada no crédito a habitação) continua a subir rapidamente.

18/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (36b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.


Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?

Segundo as projecções do FMI (World Economic Outlook de Outubro), no período 2019-2027, ou seja, entre o último ano antes da pandemia e cinco anos depois do seu final, a economia portuguesa apenas crescerá 11,5% sendo a oitava mais lenta e será ultrapassada pela Roménia e Lituânia e provavelmente pela Croácia e Eslováquia, aproximando-se ainda mais do fim da tabela, tornando-se o terceiro ou quarto país mais pobre da UE. Recorde-se que em 2000 era o 14.º país mais pobre, em 2010 era o 10.º, em 2015 (antes do Dr. Costa chegar ao poder) mantinha-se em 10.º e em 2021 tinha subido para 7.º no ranking dos mais pobres.

Sempre de mão estendida para a Óropa

Não conheço nenhum outro país em que o governo, a nomenclatura e os mídia glorifiquem sem vergonha a mendicidade institucionalizada com títulos como o do semanário de reverência que encima uma foto de 3 dos pedintes-em-chefe: «Portugal pode captar valor recorde de 10.449 milhões de euros de fundos europeus em 2023».

A Ucrânia é para o Dr. Costa um depósito de sucata

A ministra da Defesa anunciou que vai doar à Ucrânia meia dúzia de helicópteros russos de combate a incêndios em estado de sucata que foram comprados pelo Dr. Costa quando ministro da Administração Interna do Eng. Sócrates, através do seu amigo Dr. Lacerda Machado (sim, o mesmo que intermediou a compra da VEM pela TAP e mais tarde foi administrador da TAP, nomeado pelo Dr. Costa), helicópteros que têm estado mais tempo no chão avariados do que a combater incêndios. Hesito entre classificar a doação como um acto de puro cinismo, um expediente para se ver livre dos comprometedores helicópteros ou um fruto da profunda ignorância do Dr. Costa e da senhora ministra, ou, talvez, um pouco de tudo isso.

Com aliados destes, os países membros da NATO não precisam de inimigos

O Dr. Costa comprometeu-se na cimeira da NATO em Junho a aumentar as despesas com a defesa para 1,66% do PIB, ainda assim longe dos 2% fixados acordados. Como habitualmente com os compromissos, o governo faz um corte de 10% em dois anos e nem chegará a 1,4% no OE 2023. Assim, a maior contribuição do Portugal dos Pequeninos para a NATO é a divulgação de «centenas de documentos enviados pela NATO a Portugal, classificados como Secretos e Confidenciai à venda na darkwebs».

Por trás do manto da ilusão socialista, a luz crua da realidade

Segundo a estimativa do prof Clemente Pedro Nunes, o encerramento prematuro da central de carvão de Sines (a maior e mais eficiente da Península Ibérica) custou até agora 2.100 milhões de euros, ou seja, 70% dos 3.000 milhões de subsídios do apoio que o governo anunciou para mitigar o aumento do custo da energia. Subsídios que são uma forma reconhecidamente ineficiente de responder ao problema, por várias razões, a começar porque o aumento dos preços dos combustíveis tem um efeito positivo que é o de ser um poderoso incentivo à procura de soluções energéticas mais eficientes.

(Continua)

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (36a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Há vida para além do orçamento? O OE sucial como lugar geométrico da distribuição do saque aos contribuintes

Devia ser evidente para toda a comentadoria deste Reino de Pacheco que o OE 2023 não é nem “prudente”, nem “equilibrado”, nem “de estabilidade”, nem “de confiança”. É simplesmente prócíclico, isto é, neste caso contraccionista (ou de austeridade, como o Dr. Costa chamou aos orçamentos do governo de Passos Coelho) e talvez não pudesse ser outra coisa, com a enorme diferença que a composição das receitas e das despesas podia, e devia, ser completamente outra num quadro das reformas que o país precisa e que a governação pelo Dr. Costa, focada na ocupação do Estado sucial pelo situacionismo socialista e na manutenção do poder, se tem mostrado incapaz de levar a cabo.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS, sempre

Por falar em orçamento, o investimento público este ano irá ficar mil milhões abaixo do orçamentado, em mais uma demonstração que as cativações do Dr. Centeno fizeram escola.

O que é hoje verdade, pode ser mentira amanhã e vice-versa

Decorrida uma semana da justificação mal amanhada para suspender a actualização automática das pensões em 2023, apesar de prevista na lei, porque, segundo o governo, anteciparia em cinco anos o défice da Segurança Social, o próprio OE 2023, entretanto divulgado foi suficiente para expor a aldrabice: o excedente em 2023 multiplicou-se por dois e o défice só chegará em 2060 (diz o governo). Preciso de explicar que não critico a prudência na gestão de um sistema que com a demografia actual é insustentável a prazo, mas antes a mentira?

No Estado sucial não há conflito de interesses. Há interesses em conflito

Mais três “historietas histriónicas”, como lhes chama o presidente do PS, ele próprio com a família colocada no Estado sucial: «o marido da secretária de Estado das Pescas e a mulher do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Floresta têm participações em empresas que fizeram contratos com o Estado nos últimos anos» revela-nos o Polígrafo da SIC; a uma associação administrada pelo marido da ministra da Ciência foi atribuído um subsídio pela Fundação para a Ciência e Tecnologia tutelada pela ministra.

Em boa verdade, deve reconhecer-se que, dada a ocupação do aparelho do Estado sucial pelo novo situacionismo socialista que vive em profunda endogamia, é muito difícil evitar estas situações. O que poderia ser evitado é a mentira esfarrapada e as cumplicidades (como aqui e ali).

Take Another Plan / «Dinheiro deitado para a sanita»

O ministro Dr. Pedro Nuno Santos, líder do pedronunismo, para quem a TAP já foi uma empresa que teria de ser pública a todo o custo (prá aí uns 3 ou 4 mil milhões, só durante o consolado dele), teve uma epifania e concluiu que «a única maneira de assegurar a viabilidade de uma empresa estratégica para o país» é privatizá-la. Sendo certo que num país civilizado isto seria fatal para a criatura fazendo-a perder toda a credibilidade, é ainda mais certo que o Portugal dos Pequeninos está longe de ser um país civilizado e o Dr. Pedro Nuno ainda mais longe de ter credibilidade para perder.

(Continua)

16/10/2022

In case the failure of the invasion of Ukraine leads to a coup who will succeed the Tsar? The siloviki court will handle that.

« The main challenge to Putin’s power, then, comes not from the street but from within the regime itself. (...)

Institutionally, the Kremlin has for years been effectively an extension of the Federal Security Service, or FSB. The three most powerful men in Russia today are all current or former FSB chiefs – Putin himself, the Security Council chairman Nikolai Patrushev and the current FSB head Alexander Bortnikov. They met in the Leningrad KGB in the mid-1970s and have known and worked with each other for nearly half a century. Most other top Kremlin mandarins – for instance the Rosneft head Igor Sechin, the foreign intelligence chief Sergei Naryshkin and many more – are also drawn from that same tiny Leningrad KGB circle, leavened by a few of Putin’s old friends from his time as deputy mayor of St Petersburg in the 1990s.

For these people, the question of who is eventually chosen to succeed Putin is much less important than who does the choosing. (...)

Modern Russia is not just a security state but literally a state that has been taken over by its own security services. Putin is the ultimate decision-maker and arbiter in various disputes between rival factions inside that extended FSB-connected ruling class. And insofar as a ‘collective Putin’ exists, it’s composed of a tiny group of very closely connected, very paranoid old men whose chief goal is to preserve their wealth and power and pass it on to their children and protégés.

So when we consider whether regime change is possible in Russia, what we are really wondering is whether some outside force could ever challenge the rule, not of Putin himself, but of the extended FSB clan that currently holds ultimate political and economic power.

(...)

If the Russian army suffers a serious collapse and the country moves into a revolutionary situation, such nationalist firebrands will be the Kremlin elite’s most dangerous foes. It is much more likely, however, that the FSB clique around Putin will respond to a rising tide of nationalist anger and frustration by becoming more nationalist and authoritarian themselves. They may make Kadyrov defence minister or appoint Prigozhin to a senior ministerial post. But Kadyrov’s and Prigozhin’s ambitions in themselves do not present a fundamental challenge to the power of the ruling FSB clan which controls serious military force, and has a stronghold on Russia’s media and politics.

The power of the extended FSB dwarfs that of any potential challengers except for one: a rising, angry people who feel cheated of victory by their corrupt leaders. That revolution is likely to be as chaotic and ugly as the one which followed Russia’s last catastrophic military defeat in 1917 – and will doubtless begin, as the previous one did, with angry soldiers on remote train platforms railing against the tsar’s corrupt ministers. »

Excerpt from Kremlin crack-up: who’s out to get Putin?, Owen Matthews, The Spectator

15/10/2022

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (53) - Cem anos depois as FAP descobriram os drones

Outros portugueses no topo do mundo.

Como é sabido, os drones, ou UAV (veículos aéreos não tripulados), existem conceptualmente há mais de um século e os considerados modernos foram pela primeira vez utilizados durante a guerra do Vietname e mais tarde nos anos setenta foram intensivamente usados pelas forças armadas israelitas e generalizaram-se na guerra do Golfo há mais de 30 anos. 

Os usos civis começaram mais tarde e tornaram comuns na última década. Actualmente estima-se que existam mais de um milhão só nos EUA e o mercado global de UAV representa mais de USD 20 mil milhões, sendo dominado por empresas chinesas.

É neste contexto que a celebração do feito das Forças Armadas Portuguesas com um voo de teste de UAV (a que para disfarçar chamaram "sistema aéreo não tripulado" ou SANT) «que percorreu 940 quilómetros, entre Beja e Porto Santo, para avaliar a sua utilização em missões de vigilância a longa distância», assume foros de ridículo evocando «o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura» que perpassa o Portugal dos Pequeninos, de que falou Eduardo Lourenço ou, se preferirem, a «culpada indulgência» de Eça na carta de Fradique Mendes a Madame de Jouarre, muito citada nos últimos tempos:

«Era a bonacheirice, a relassa fraqueza que nos enlaça a todos nós portugueses, nos enche de culpada indulgência uns para os outros, e irremediavelmente estraga entre nós toda a Disciplina e toda a Ordem.»

14/10/2022

Could Miss Thunberg have had an epiphany? In any case, she risks falling from the altar of environmentalism


Surprisingly Greta Thunberg questioned the German decision to shut down nuclear power plants which forced the continued use of coal-fired power plants. Normally this would be considered little more than common sense but, coming from someone who is a symbol of extreme and unrealistic environmentalism deserves to be highlighted.

13/10/2022

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (11) - Um teste à viabilidade do Portugal dos Pequeninos como Estado soberano

Então aguentem outros cinco anos, uma espécie de sequência indesejada da série Outras preces (não escutadas).

«Marcelo coroado 'rei amor' na Costa do Marfim»

Há uns meses, após seis anos e meio em Belém, 70% dos portugueses considerava boa ou muito boa a actuação do Dr. Marcelo como PR, o que, só por si, explica muito do que é o Portugal dos Pequeninos. 

Nas últimas duas semanas, depois de avisar um bispo que este fora denunciado por alegado encobrimento de abusos sexuais, S. Ex.ª protagonizou talvez a maior trapalhada dos seus dois mandatos - o que não é dizer pouco - com omissão de verdades, meias verdades, falsidades e esclarecimentos vários que culminaram com a desvalorização da gravidade dos abusos incendiando os mídia e as sempre inflamáveis redes sociais. Seguiu-se um pedido de desculpas às vítimas dos abusos, cuja sinceridade se pode aferir pela futilidade do agradecimento aos portugueses que lhe enviaram mensagens.

Se, com este episódio, as próximas sondagens não mostrarem que pelo menos 70% dos portugueses consideram o desempenho de S. Ex.ª mau ou muito mau, considerarei o Portugal dos Pequeninos definitivamente perdido e o Estado português inviável.

CASE STUDY: Saying that a country is socialist is another way of saying that it is poor


Socialist countries: Marxist–Leninist states (China, Cuba, Laos, Vietnam) plus Countries with constitutional references to socialism (Angola, Algeria, Bangladesh, Eritrea, Guinea-Bissau, Guyana, India, Nepal, Nicaragua, North Korea, Portugal, Sahrawi, Sri Lanka, Tanzania)

12/10/2022

CASE STUDY: O elevador social não está a funcionar bem em lado nenhum. No Portugal dos Pequeninos a esquerdalhada avariou-o irremediavelmente

No artigo «O congelador social», publicado no Expresso do dia 7 de Outubro e integralmente citado neste post, o economista Luís Aguiar-Conraria mostra como o impacto da pandemia nos sistemas educativos, e em particular do Portugal dos Pequeninos, veio confirmar que as políticas facilitistas dos governos de esquerda (desvalorização da avaliação, supressão dos exames, etc.) tendem a ter as consequências opostas às intenções anunciadas, degradando o ensino público e assim prejudicando o desempenho dos alunos pobres, ao mesmo tempo que promovem a transferência dos alunos das «famílias certas» para as escolas privadas, assim acelerando a degradação do ensino das escolas públicas.

Num exercício de despudorada hipocrisia, muitos dos defensores mais ruidosos do ensino público, incluindo os "famosos" da esquerdalhada, inscrevem os seus filhos no ensino privado.

11/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (35b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.


Boa Nova

O OE 2023 prevê a redução da dívida pública de 125,5% em 2021 para 110,8%, um rácio que o Avante da Sonae titula «um valor pré-troika», mas não explica que a quase totalidade da redução prevista resulta da inflação. Ao apresentar o cenário económico do OE 2023 o Dr. Costa acentuou que «o país vai continuar a crescer acima da média da UE». Tem sido assim a crescer acima da média que o Portugal dos Pequeninos desceu para o 21.º lugar no PIB per capita e entre os países mais pobres é o quarto que menos crescerá entre 2019 e 2027. 
 
mais liberdade

O inferno está cheio de boas intenções

O governo que espera o aumento pelos “privados” dos salários em 20% em quatro anos é o mesmo governo que deixa os servidores do Estado sucial (“servidores” era o termo caído em desuso que o Estado Novo usava para designar os seus funcionários) perder até 9% dos seus salários reais em 2022 e 2023, sem se dar conta, ou, dando, em desespero de causa, que comprometerá assim os votos de uma parte importante da sua clientela eleitoral. Ao mesmo tempo que fazendo incidir as perdas mais elevadas nos funcionários mais qualificados (que nalguns casos, como os médicos, perdem quase 20%, em relação a 2010), compromete as intenções sempre declaradas de atrair quadros qualificados para a função pública.

«Em defesa do SNS, sempre», desta vez para animais. Louvado seja o Senhor que nos deu um governo assim

A Provedora do Animal veio confirmar que o SNS para animais ainda não avança este ano e anunciou «vamos tratar os animais em estruturas sem custos para o Estado» (é o equivalente às SCUT das autoestradas do Eng. Guterres), propõe o «cheque-veterinário» (é o equivalente ao cheque-educação para os estudantes pobres, que não existe) e «clínicas sobre rodas» (o equivalente à soma do INEM com as urgências dos hospitais que não funcionam).

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

Se o BCE aumentar no próximo ano a taxa directora para entre 3% e 4,5%., como se prevê, o custo da dívida pública e as mensalidades de amortizações das hipotecas para compra de habitação vão agravar-se irremediavelmente. Pelo quinto mês consecutivo pioraram os termos de troca no comércio internacional para a economia portuguesa.

10/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (35a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

No Estado sucial não há conflito de interesses. Há interesses em conflito e é claro que o caso do Dr. Pizarro não é um caso!

Bem andou a Agência Lusa (a Tass Lusitana) ao servir de porta-voz do Dr. Costa desmentindo que o caso do Dr. Pizarro, recém-nomeado ministro da Saúde, cujo cônjuge é bastonária da Ordem dos Nutricionistas tutelada pelo seu ministério, é sócio-gerente de uma empresa de consultoria na área de saúde e suspeito na Operação Teia de tráfico de influências, seja “um caso”. Só o caso do Dr. Pizarro são três casos, sem esquecer que apenas no semanário anterior citei meia dúzia de outros casos e nos últimos dias ficámos a saber que uma empresa de que são sócios o pai e o Dr. Pedro Nuno Santos himself, ministro das Infraestruturas, líder do pedronunismo e candidato à sucessão do Dr. Costa, fez um ajuste directo com uma entidade pública.

As realizações do Dr. Costa em poucas linhas e um gráfico

Com os governos do Dr. Costa o Estado sucial engordou, o Portugal dos Pequeninos emagreceu com os impostos aumentados em 22 mil milhões e a carga fiscal a atingir 37,5% do PIB, a despesa pública aumentou 20 mil milhões e o PIB per capita baixou de 78% da média da UE para 74%.
 
mais liberdade

Take Another Plan

Sendo certo que num país normal não seria nacionalizada uma empresa de aviação para em seguida ser subsidiada a fundo perdido em 3,2 mil milhões de euros e ainda menos nesse país normal seria anunciado pelo governo que a nacionalizou que, pouco anos depois de ter sido nacionalizada, essa empresa seria reprivatizada, sendo certo tudo isso, seria igualmente certo que nesse país normal a empresa de aviação falida não iria torrar dinheiro numa frota de viaturas híbridas plug-in da gama alta com preços entre os 52 e os 60 mil euros para os quadros de topo que ajudaram a empresa a falir. Isso seria num país normal. No Portugal dos Pequeninos tudo isso aconteceu e ainda aconteceu que a administração da empresa pública de aviação falida depois de justificar a compra com uma suposta poupança de 630 mil euros por ano, confrontada com a reacção dos mídia, anunciou que iria desistir da compra, ou seja, iria desistir de uma suposta poupança de 630 mil euros por ano.

O que era mau ontem pode ser bom hoje, ou vice-versa

Depois ter criticado duramente e revertido a contratação directa de professores pelas escolas que o governo de Passos Coelho aplicara em 2014, o governo do Dr. Costa pressionado pelo caos actual do ensino reintroduziu essa possibilidade, mas desta vez «sem avaliação e sem pressão objetiva para a melhoria, é que há razão para temer a subjetividade na contratação directa de professores e algum perigo de cedência às amizades e pressões locais», como explica Nuno Crato, o ministro da Educação desse governo. 

O Estado sucial é caloteiro e os contribuintes retribuem-lhe em espécie

A semana passada salientei que o aumento de 22,8% do saque fiscal até Agosto não impediu o governo de aumentar em 158 milhões para 778 milhões os pagamentos em atraso aos fornecedores. Esta semana registo que a dívida fiscal considerada incobrável duplicou durante o consolado do Dr. Costa de 3,2 mil milhões em 2016 para 7,8 mil milhões em 2021. Quanto à dívida em cobrança coerciva atingiu 23,3 mil milhões ou 30% da receita fiscal do ano passado.

(Continua)