«Rigor, confiança e estímulos à economia parecem ser as palavras chave do Governo para classificar a proposta de Orçamento do Estado para 2010», escreveu o assessor de imagem para o Público publicar. «Já o fizemos (reduzir o défice) uma vez, como é sabido, em muito pouco tempo, com o Governo anterior», garantiu o ministro Silva Pereira.
«A quebra de despesa com pessoal que surge inscrita na proposta de Orçamento do Estado resulta de uma alteração metodológica na contabilização destas despesas e não de uma redução efectiva de gastos», concluiu o Jornal de Negócios.
31/01/2010
30/01/2010
CASE STUDY: porquê os esforços do estado social britânico para diminuir as desigualdades em Inglaterra as aumentam?
«Parents of public school-educated sons can expect their children to be paid eight per cent more by their mid-20s than boys educated at state schools;
At school poor British white boys are well below the national average by the time they are seven, deteriorating further after they are 11.
Women are paid 21 per cent less than the national average, despite women into their 40s having better qualifications than men;
Britain has one of the most unequal societies in the world, with income inequality ahead of Ireland, Japan, Spain, Canada, Germany and France. Inequality is worse in England than Wales and Scotland;
A typical professional on the verge of retiring is worth nearly £1 million compared with just £59,000 for someone who is long-term unemployed.
Poverty rates are among the worst in Europe, with only Italy, Spain and Greece faring worse.
Average and below average White British children are less likely than those from minority ethnic groups to go on to higher education.
More than half of children educated at private schools, and more than 40 per cent of those with professional parents, go to the top Russell group of universities.
Two-thirds of those with professional parents receive firsts or upper seconds, but only half of those with unskilled parents.»
[Extractos do relatório do National Equality Panel, publicados pelo Telegraph]
At school poor British white boys are well below the national average by the time they are seven, deteriorating further after they are 11.
Women are paid 21 per cent less than the national average, despite women into their 40s having better qualifications than men;
Britain has one of the most unequal societies in the world, with income inequality ahead of Ireland, Japan, Spain, Canada, Germany and France. Inequality is worse in England than Wales and Scotland;
A typical professional on the verge of retiring is worth nearly £1 million compared with just £59,000 for someone who is long-term unemployed.
Poverty rates are among the worst in Europe, with only Italy, Spain and Greece faring worse.
Average and below average White British children are less likely than those from minority ethnic groups to go on to higher education.
More than half of children educated at private schools, and more than 40 per cent of those with professional parents, go to the top Russell group of universities.
Two-thirds of those with professional parents receive firsts or upper seconds, but only half of those with unskilled parents.»
[Extractos do relatório do National Equality Panel, publicados pelo Telegraph]
Lost in translation (26) - they have a dream (no more speculators, no more rating agencies)
Enquanto o Sócrates helénico acusa no Fórum Económico Mundial, em Davos, os especuladores pelas dificuldades da Grécia se financiar, em consequência de anos de libertinagem financeira, o nosso Teixeira dos Santos queixa-se no Fórum de Administradores de Empresas, antecipando as dificuldades futuras de Portugal se financiar, em consequência da mesma libertinagem financeira, e, em nome do Papandreou português, acusa os «interesses de estratégia comercial de agências que procuram aumentar a sua quota de mercado».
Em matéria de cosmopolitismo, o Papandreou helénico dá 3 a 0 ao procurador do Papandreou português. Quanto ao resto ficam empatados.
Em matéria de cosmopolitismo, o Papandreou helénico dá 3 a 0 ao procurador do Papandreou português. Quanto ao resto ficam empatados.
29/01/2010
BREIQUINGUE NIUZ: As portagens nas SCUT vão ser introduzidas «o mais depressa possível» (3)
Façamos mais uma retrospectiva da novela e aproveitemos outra vez para avaliar a espantosa incapacidade de realização de um governo que constantemente se empluma precisamente com a sua alegada capacidade de realização.
- 06-11-2004 Mário Lino revela que portagens nas Scut irão financiar todas as estradas
- 20-05-2005 Mário Lino, ministro das Obras Públicas, admitiu que em breve se tenha que proceder à cobrança de portagens nas Scut
- 07-11-2005 Mário Lino está já a desenvolver um novo modelo geral de financiamento da rede rodoviária nacional, que inclui as Scut, e que deverá ficar concluído em 2006.
- 19-01-2006 Mário Lino revela que portagens nas Scut irão financiar todas as estradas
- 18-10-2006, pouco depois das 11h, Mário Lino tornava-se o quarto ministro consecutivo a anunciar o fim das chamadas auto-estradas Scut
- 30-08-2007 portagens pagas nas ... Scut, anunciada pelo ministro Mário Lino em Outubro do ano passado, só será concretizada, na melhor das hipóteses, em 2008
- 02-05-2007 negociações para introdução de portagens nas Scut retomadas há um mês
- 10-10-2007 Mário Lino: Governo vai introduzir portagens nas Scut até ao final do ano
- 13-11-2007 a implementação de portagens nas três Scuts - até ao fim deste ano - poderá ser adiada para o primeiro trimestre de 2008.
- 15-01-2008 o processo está «bastante avançado», devendo «estar concluído brevemente»
- 27-02-2008 Negociações para introdução de portagens «bem encaminhadas», garante Mário Lino
- 01-03-2008 as negociações com as concessionárias estão bem encaminhadas.
- 27-05-2008 entrarão em funcionamento «o mais depressa possível».
- 30-06-2008 «Se pudesse ter amanhã portagens nas SCUT eu fazia»
- 06-07-2007 «o Governo está a implementar a introdução das portagens nas três SCUT já referidas»
- 02-10-2008 as portagens nas chamadas SCUT`s vão ser introduzidas «o mais depressa possível»
- 27-01-2010 «Há condições para introduzir portagens nas SCUT no 1º semestre»
28/01/2010
SERVIÇO PÚBLICO: É possível enganar todos durante algum tempo e alguns toda a vida, é difícil enganar todos sempre
«Apenas 17 por cento dos portugueses considera que o Governo nacional é o actor mais eficaz para lidar com as repercussões da crise financeira, enquanto 30 por cento pensa que a UE é o actor mais eficaz neste contexto.»
[Eurobarómetro 72, Outono 2009]
SERVIÇO PÚBLICO: um bom resumo do orçamento 2010
«Ontem, o Ministro das Finanças falou, falou, falou. Com power-point, power-point, power-point. Ministro que fala através de power-point é porque não sabe do que fala. Ou porque não quer falar do que sabe. Falou muito, mas disse pouco. E, se bem ouvi, nada disse do essencial: simples conversa “pour épater le bourgeois”.
Não salientou que as receitas não dão sequer para pagar as despesas que prevê, mesmo subtraindo-lhes os juros da dívida. O que significa que o pagamento dos juros só poderá ser feito se nos emprestarem dinheiro para tal.
Como já aconteceu em 2009.
Para os cidadãos leitores saberem:
Receitas totais previstas: 67,3 mil milhões de euros
Despesas totais previstas, sem juros: 75.881 milhões de euros
Défice, não incluindo juros (saldo primário): 8.620 milhões de euros
Juros: 5.335 milhões de euros
Défice global: 13.955 mil milhões de euros
É o aumento da dívida pública neste ano da graça de 2010. A juntar aos 15.367 mil milhões de 2009.
Ao fim de uma hora de power-point, os portugueses ficaram a saber de tudo, menos do essencial. Isto é, ficaram a saber nada.»
[Orçamento 2010: orgia de despesa e de palavras, no 4R – Quarta República]
Não salientou que as receitas não dão sequer para pagar as despesas que prevê, mesmo subtraindo-lhes os juros da dívida. O que significa que o pagamento dos juros só poderá ser feito se nos emprestarem dinheiro para tal.
Como já aconteceu em 2009.
Para os cidadãos leitores saberem:
Receitas totais previstas: 67,3 mil milhões de euros
Despesas totais previstas, sem juros: 75.881 milhões de euros
Défice, não incluindo juros (saldo primário): 8.620 milhões de euros
Juros: 5.335 milhões de euros
Défice global: 13.955 mil milhões de euros
É o aumento da dívida pública neste ano da graça de 2010. A juntar aos 15.367 mil milhões de 2009.
Ao fim de uma hora de power-point, os portugueses ficaram a saber de tudo, menos do essencial. Isto é, ficaram a saber nada.»
[Orçamento 2010: orgia de despesa e de palavras, no 4R – Quarta República]
Lost in translation (24) - queriam eles dizer prejuízo da certeza?
«Moody's dá o benefício da dúvida a Portugal
A agência de notação dizia há uma semana que a economia portuguesa caminhava para uma "morte lenta". Agora diz que espera para ver o Plano de Estabilidade e Crescimento.»
A agência de notação dizia há uma semana que a economia portuguesa caminhava para uma "morte lenta". Agora diz que espera para ver o Plano de Estabilidade e Crescimento.»
DIÁRIO DE BORDO: é uma espécie de ministro anexo
Já não é a primeira vez que registo o arrebatamento institucional do bastonário dos economistas (o capitão dos economistas, segundo Gordon Shumway). Uma vez mais, o pensamento bastonário a propósito do orçamento pindérico de medidas que o governo apresentou é antológico. Ou ontológico, sei lá. «A credibilidade vai ser reforçada. As instituições internacionais vão perceber que este é um ano de transição.… Com os congelamentos salariais e com todas as restantes propostas, acho possível que o objectivo seja alcançado», disse sem explicar como mais do mesmo reforça a credibilidade nem onde estão os congelamentos salariais.
27/01/2010
SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória (3)
[Actualização deste e deste posts]
17-12-2008
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
24-11-2009
Défice do Estado dispara para 8,4% do PIB em 2009, em resultado do orçamento rectificativo redistributivo apresentado à AR.
12-01-2010
O ministro admitiu que o défice de 2009 será superior a 8% do PIB.
26-01-2010
Responsáveis do PSD, que tiveram com o Governo negociações sobre o OE, garantiam que o défice iria passar de um valor próximo de 8,7 por cento em 2009.
27-01-2010
Teixeira dos Santos revelou ... que o défice de 2009 atingiu o valor histórico de 9,3% do PIB.
Estão para nascer um primeiro-ministro e um ministro das Finanças que façam pior no défice. É a crise? Qual crise?
17-12-2008
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
24-11-2009
Défice do Estado dispara para 8,4% do PIB em 2009, em resultado do orçamento rectificativo redistributivo apresentado à AR.
12-01-2010
O ministro admitiu que o défice de 2009 será superior a 8% do PIB.
26-01-2010
Responsáveis do PSD, que tiveram com o Governo negociações sobre o OE, garantiam que o défice iria passar de um valor próximo de 8,7 por cento em 2009.
27-01-2010
Teixeira dos Santos revelou ... que o défice de 2009 atingiu o valor histórico de 9,3% do PIB.
Estão para nascer um primeiro-ministro e um ministro das Finanças que façam pior no défice. É a crise? Qual crise?
Ainda tenho uma pergunta sobre a doença, a medicina que nos receitam e as melhoras que não chegam
Faltou acrescentar que enquanto Portugal crescerá uns gloriosos 0,5% em 2010, o resto do mundo prossegue indiferente à desgraça doméstica: a Zona Euro crescerá o dobro, os EU quase o triplo, a economia mundial 8 vezes mais e a China 20 vezes mais. O senhor engenheiro, que explicou a desgraça doméstica pela crise financeira internacional, agora que o resto do mundo está a sair dela e nós continuamos (com a que já tínhamos antes), qual a patranha que tem para nos impingir?
26/01/2010
Receita infalível para a falência da universidade
Segundo o relatório de Vítor Crespo, citado pelo Expresso, em 2006 havia em Portugal 178 instituições de ensino superior, ou seja 17 por milhão de habitantes (o quíntuplo da Grécia, o sêxtuplo do Reino Unido e o óctuplo de Espanha) e quase 5 mil cursos a la bolognese, quase 30 por instituição. São os ingredientes necessários e suficientes para manter a alto custo um exército de ignorantes em busca do canudo que abandonam o aconchego do lar a meio da manhã para irem curtir para a universidade ao virar da esquina. É a receita ideal para um país em vias de subdesenvolvimento.
NÓS VISTOS POR ELES: leviandade, disse ele
«But any flippancy, if you like, in the policies to bring about a better number than in 2009 will be treated with a fair amount of suspicion by the markets. The market isn't just looking for promises in terms of their goals, they're also looking for some nuts and bolts», avisou Sean Maloney via The Wall Street Journal. Entretanto o spread da dívida pública portuguesa em relação à alemã já ultrapassou 1%.
Em conclusão, com um olho no burro do orçamento e outro no cigano (need to name him?).
Em conclusão, com um olho no burro do orçamento e outro no cigano (need to name him?).
25/01/2010
Pensamento vagabundo
As crises são os mercados a corrigir os excessos de intervenção dos governos para tentarem evitar ajustamentos espontâneos que provavelmente teriam efeitos muito menos penosos do que os que resultam das tentativas dos governos para os evitar.
24/01/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: eu diria mesmo mais
«Se o PSD quer ter futuro não pode ficar agarrado aos que cá estão há 20 anos» disse Passos Coelho na entrevista à RTP. Por falar em ficar agarrado, quantos anos vão desde 1980, ano em que Passos Coelho iniciou o seu mandato no Conselho Nacional do PSD, até 2010? E quantos anos vão desde 1974, ano que o seu mentor Ângelo Correia participou na criação do PPD, até 2010?
Se não faria sentido passar um atestado de fora de prazo de validade «aos que cá estão há 20 anos», só por isso, faz sentido passar a alguns deles um atestado de virgindade?
Se não faria sentido passar um atestado de fora de prazo de validade «aos que cá estão há 20 anos», só por isso, faz sentido passar a alguns deles um atestado de virgindade?
A doença é a mesma e a medicina também
«Improving productivity and external competitiveness remained critical to improving the economy’s growth potential and restarting the income convergence process.»
[Extracto do IMF Executive Board de 20 de Janeiro]
23/01/2010
BREQUINGUE NIUZ: Hamas aceita o direito de existência de Israel?
Espera-se que a notícia não seja manifestamente exagerada e que seja um passo importante para resolver a questão palestina, porque o Hamas não é uma organização terrorista qualquer é uma organização com amplo apoio popular que frequentemente pratica actos terroristas.
O estado empreendedor – (27) os negócios do senhor engenheiro com o amigo coronel Tapioca (II)
O facto do coronel Tapioca estar sentado sobre uns milhões de bolívares de empresas portuguesas não impede o primeiro-ministro de enviar o seu lugar-tenente para a ecoanomia em missão de vendas a Caracas. Segundo a feliz expressão do jornalista, o ministro Vieira da Silva «desvaloriza … a … desvalorização do bolívar».
Quem sabe se o senhor engenheiro não deveria a seguir enviar o senhor ministro para a ecoanomia a Pyongyang, onde querido líder também acaba de fazer uma desvalorização, para estreitar as relações comerciais entre os nossos dois povos. Depois da Venezuela, da Rússia, da Líbia, de Angola e Irão, a República Democrática Popular da Coreia.
Quem sabe se o senhor engenheiro não deveria a seguir enviar o senhor ministro para a ecoanomia a Pyongyang, onde querido líder também acaba de fazer uma desvalorização, para estreitar as relações comerciais entre os nossos dois povos. Depois da Venezuela, da Rússia, da Líbia, de Angola e Irão, a República Democrática Popular da Coreia.
22/01/2010
Porque no te callas?
Segundo o coronel Tapioca, o sismo do Haiti «é um resultado claro de uma prova da marinha norte-americana [que] faz parte do plano de destruição norte-americano para o Irão, que consiste numa série de terramotos planeados para destruir o actual regime islâmico». O coronel não explicou porquê a marinha norte-americana não começou por um sismo com epicentro no palácio presidencial de Miraflores.
A justiça que não vai a lado nenhum mas não pára quieta
«Passados os primeiros cem dias, e podemos dizer que, na verdade, o ministro Alberto Martins surpreendeu pela positiva. As grandes reformas do seu antecessor foram directamente para o caixote do lixo. As intervenções meramente cirúrgicas deram lugar a importantes mudanças. Mexe-se nas leis penais, no Código do Processo Civil, no regime jurídico do divórcio, no combate à corrupção, no mapa judiciário, na acção executiva, até nas célebres férias judiciais. A tudo isto junta-se o verdadeiro escândalo das verbas desaparecidas, burladas e mal explicados do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-estruturas da Justiça (IGFIJ). Um ministro apresentado como meramente gestor de uma reforma concebida pelo seu antecessor e dialogante começou efectivamente um segundo programa de reformas na Justiça.
Não deixa de ser curioso que o mesmo primeiro-ministro, o mesmo partido e os mesmos apaniguados conseguem em menos de três meses passar do discurso "está tudo feito" para "vamos fazer a reforma que a Justiça precisa." Confirma que afinal perdemos quatros anos e meio, e que as tais "Marcas da Mudança, 2005-2009", bem como o programa eleitoral do PS para Justiça, não passavam de palavras ocas. A arrogância, a falta de visão, e o próprio desconhecimento técnico que inspiraram o PS na Justiça desde 2005 levam agora a mudar tudo.
O reconhecimento por parte do PS e do primeiro-ministro que afinal o que havia na Justiça era realmente inadequado, como muitos denunciaram, é meritório. Mas infelizmente esta mudança do PS não deixa de contribuir para a instabilidade legislativa que atrofia a nossa sociedade e a nossa economia. E a crise da Justiça agravou-se desde 2005, pelo que o segundo programa de reformas na Justiça do PS chega numa conjuntura muito mais delicada e difícil que o anterior. »
[Expectativas na Justiça, Nuno Garoupa]
Não deixa de ser curioso que o mesmo primeiro-ministro, o mesmo partido e os mesmos apaniguados conseguem em menos de três meses passar do discurso "está tudo feito" para "vamos fazer a reforma que a Justiça precisa." Confirma que afinal perdemos quatros anos e meio, e que as tais "Marcas da Mudança, 2005-2009", bem como o programa eleitoral do PS para Justiça, não passavam de palavras ocas. A arrogância, a falta de visão, e o próprio desconhecimento técnico que inspiraram o PS na Justiça desde 2005 levam agora a mudar tudo.
O reconhecimento por parte do PS e do primeiro-ministro que afinal o que havia na Justiça era realmente inadequado, como muitos denunciaram, é meritório. Mas infelizmente esta mudança do PS não deixa de contribuir para a instabilidade legislativa que atrofia a nossa sociedade e a nossa economia. E a crise da Justiça agravou-se desde 2005, pelo que o segundo programa de reformas na Justiça do PS chega numa conjuntura muito mais delicada e difícil que o anterior. »
[Expectativas na Justiça, Nuno Garoupa]
O estado empreendedor – (26) os negócios do senhor engenheiro com o amigo coronel Tapioca
Um dos amigos do peito com que José Sócrates fez negócios foi o czar da Venezuela coronel Hugo Chávez, que, enquanto se entretém a nacionalizar supermercados, vai ficando com uns milhões de bolívares das empresas portuguesas que foram na treta do senhor engenheiro. Milhões que se já valiam pouco, depois da desvalorização valem metade.
NÓS VISTOS POR ELES: 2010 Index of Economic Freedom
Pela mão do governo Sócrates descemos mais um lugar no índice da Heritage Foundation e ficamos em 62.º em 179 países avaliados.
21/01/2010
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: quem boa cama faz, nela se há-de deitar
O Ministro Renato Brunetta, um dos ministros mais populares em Itália, poderá ter saído de casa dos pais «aos 30 anos sem saber fazer uma cama», mas certamente saberá como a usar.
[Enviado por AB]
Comentário: Espera-se que o ministro não use um leito de Procusta para deitar a sua consorte.
[Enviado por AB]
Comentário: Espera-se que o ministro não use um leito de Procusta para deitar a sua consorte.
BREIQUINGUE NIUZ: é sempre reconfortante percorrer os caminhos familiares
Sob o estimulante título «Retoma da construção em Portugal antecipa-se ao resto da Europa» o Diário da Manhã Económico dá-nos conta que «a produção na construção a nível nacional cresceu 4,1% em Novembro face ao mês anterior, quando no conjunto da zona euro caiu 1,1% e na União Europeia recuou 0,6%.»
Lost in translation (23) uma ajudinha para quando fores crescido pagares a dívida
Há duas coisas que crescem em paralelo no país: a generosidade do senhor engenheiro e a dívida pública. É assim que o senhor engenheiro vai criar uma conta-poupança para os filhos nascituros poderem movimentar quando concluírem o ensino obrigatório, com 200 euros do dinheiro dos pais deles e dos outros pais.
É uma pequena ajuda para os nascituros pagarem a sua parte na dívida pública que o senhor engenheiro lhes vai deixar. Estão garantidos 17.000 euros por cabeça sempre a crescer, ano após ano. Quando o primeiro nascituro concluir o ensino obrigatório terá uns 300 ou 400 euros na conta-poupança e uma quota-parte na dívida talvez 100 vezes maior.
É uma pequena ajuda para os nascituros pagarem a sua parte na dívida pública que o senhor engenheiro lhes vai deixar. Estão garantidos 17.000 euros por cabeça sempre a crescer, ano após ano. Quando o primeiro nascituro concluir o ensino obrigatório terá uns 300 ou 400 euros na conta-poupança e uma quota-parte na dívida talvez 100 vezes maior.
20/01/2010
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (43) os europeus deviam votar nas eleições americanas
A comemoração do primeiro aniversário da presidência Obama não podia correr pior. Termina o primeiro ano ainda com alguma hope, pouca change e ainda menos can, com os democratas a perderem pela primeira vez em 30 anos o estado de Massachusetts na eleição para a substituição do último da dinastia Kennedy. Com 41 senadores, fica aberto o caminho para os republicanos usarem o filibuster para arrastar a discussão da reforma da saúde, por boas e, provavelmente, por más razões. Se os europeus votassem nas eleições americanas nada disto aconteceria.
E o índice de aprovação que não descola.
E o índice de aprovação que não descola.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: bad timing (CORRECÇÃO)
Como aqui bem lembra o Diário da Manhã Económico, não é exacto que «condecorar Santana Lopes não é particularmente chocante», como escrevi neste post. É chocante, sim senhor, quando o agraciado é quem é e o agraciante é o mesmo que em «27 de Novembro de 2004, … escreveu no jornal Expresso: "cabe às elites profissionais contribuírem para afastar da vida partidária portuguesa a sugestão da lei de Gresham, isto é, contribuírem para que os políticos competentes possam afastar os incompetentes".»
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: bad timing
Secção Tiros nos Pés
Damos de borla que a política, segundo a ética republicana, é essencialmente um exercício de cinismo e, a essa luz, condecorar Santana Lopes não é particularmente chocante, considerando «as personalidades que exerceram funções públicas» já agraciadas com a comenda, que são mais em baixo-relevo do que em «alto-relevo». Ainda assim, seria talvez escusado, mesmo à luz da ética republicana, o professor Cavaco exprimir tanta felicidade, mas adiante.
O que não se compreende é a escolha do momento, coincidindo com uma conjuntura de elevada agitação no PSD e com o agraciado a mobilizar as tropas para evitar a eleição da jovem promessa com 30 anos de carreira, que se percebe não será o líder que mais convém ao agraciante. É claro que todos protestam inocência, mas isso é coisa que não costuma ter lugar na política em qualquer latitude ou longitude e muito menos no reino podre da Dinamarca em que vivemos.
Faz, por isso, o professor Cavaco o pleno dos chateaubriands em acumulação com um ou dois inevitáveis bourbons.
Damos de borla que a política, segundo a ética republicana, é essencialmente um exercício de cinismo e, a essa luz, condecorar Santana Lopes não é particularmente chocante, considerando «as personalidades que exerceram funções públicas» já agraciadas com a comenda, que são mais em baixo-relevo do que em «alto-relevo». Ainda assim, seria talvez escusado, mesmo à luz da ética republicana, o professor Cavaco exprimir tanta felicidade, mas adiante.
O que não se compreende é a escolha do momento, coincidindo com uma conjuntura de elevada agitação no PSD e com o agraciado a mobilizar as tropas para evitar a eleição da jovem promessa com 30 anos de carreira, que se percebe não será o líder que mais convém ao agraciante. É claro que todos protestam inocência, mas isso é coisa que não costuma ter lugar na política em qualquer latitude ou longitude e muito menos no reino podre da Dinamarca em que vivemos.
Faz, por isso, o professor Cavaco o pleno dos chateaubriands em acumulação com um ou dois inevitáveis bourbons.
19/01/2010
Lost in translation (21) PS vai poder pagar mais aos seus boys, querem eles dizer
«Estado vai poder recrutar dirigentes mais caros
Os dirigentes intermédios - como directores de serviço ou chefes de divisão - passam, assim, a poder escolher se mantêm o vencimento que tinham, tal como hoje já acontece com os dirigentes superiores.» (Diário da Manhã)
O vencimento que tinham? Aonde? Nas empresas públicas?
Os dirigentes intermédios - como directores de serviço ou chefes de divisão - passam, assim, a poder escolher se mantêm o vencimento que tinham, tal como hoje já acontece com os dirigentes superiores.» (Diário da Manhã)
O vencimento que tinham? Aonde? Nas empresas públicas?
BREIQUINGUE NIUZ: As portagens nas SCUT vão ser introduzidas «o mais depressa possível» (2)
Segundo o Diário Económico, as portagens nas SCUT já só dependem de um chip a instalar nos veículos o que, por sua vez, já só depende duma portaria. Façamos uma retrospectiva da novela e aproveitemos para avaliar a espantosa incapacidade de realização de um governo que constantemente se empluma precisamente com a sua alegada capacidade de realização.
- 06-11-2004 Mário Lino revela que portagens nas Scut irão financiar todas as estradas
- 20-05-2005 Mário Lino, ministro das Obras Públicas, admitiu que em breve se tenha que proceder à cobrança de portagens nas Scut
- 07-11-2005 Mário Lino está já a desenvolver um novo modelo geral de financiamento da rede rodoviária nacional, que inclui as Scut, e que deverá ficar concluído em 2006.
- 19-01-2006 Mário Lino revela que portagens nas Scut irão financiar todas as estradas
- 18-10-2006, pouco depois das 11h, Mário Lino tornava-se o quarto ministro consecutivo a anunciar o fim das chamadas auto-estradas Scut
- 30-08-2007 portagens pagas nas ... Scut, anunciada pelo ministro Mário Lino em Outubro do ano passado, só será concretizada, na melhor das hipóteses, em 2008
- 02-05-2007 negociações para introdução de portagens nas Scut retomadas há um mês
- 10-10-2007 Mário Lino: Governo vai introduzir portagens nas Scut até ao final do ano
- 13-11-2007 a implementação de portagens nas três Scuts - até ao fim deste ano - poderá ser adiada para o primeiro trimestre de 2008.
- 15-01-2008 o processo está «bastante avançado», devendo «estar concluído brevemente»
- 27-02-2008 Negociações para introdução de portagens «bem encaminhadas», garante Mário Lino
- 01-03-2008 as negociações com as concessionárias estão bem encaminhadas.
- 27-05-2008 entrarão em funcionamento «o mais depressa possível».
- 30-06-2008 «Se pudesse ter amanhã portagens nas SCUT eu fazia»
- 06-07-2007 «o Governo está a implementar a introdução das portagens nas três SCUT já referidas»
- 02-10-2008 as portagens nas chamadas SCUT`s vão ser introduzidas «o mais depressa possível»
CASE STUDY: burning Al Gore’s An Inconvenient Truth to keep warm
With frigid weather overtaking the northern U.S., ice forming on Florida oranges and snowstorms as far south as New Orleans, insurers and even the media are ignoring “global warming.” One recent cartoon showed a woman in front of her fireplace, burning Al Gore’s An Inconvenient Truth to keep warm.
Europeans tend to take the long view: global warming is still around, it’s just hiding. Hadley Center, part of Britain’s Meteorological Office, tells the London-based Economist that 2010 may break the trend of cold years we have seen since 1998 and be the “hottest year ever.”
But weather forecasters are like economists. They are paid to be wrong and often are, particularly when they hang themselves out to dry by making early predictions for next-year’s hurricane season. Colorado State University’s Tropical Meteorology Project is run by Dr. William Gray, who for years drew environmentalists’ ire by claiming there was no global warming.
So if Hadley Center is right, where has global warming been all these years and where was it during this cold and harsh January? Hiding in the Pacific Ocean, that’s where.
Hadley says the huge Pacific Ocean swallows heat and then releases it in a phenomenon known as El Nino, Spanish for “the boy.” During colder years the opposite occurs and La Nina “the girl” swallows the heat. This theory makes sense because, while we may be freezing on land, global oceans appear to be warming and ice caps melting.
[Why Aren't We Warming Up to Global Warming?, Ed Leefeldt]
[Cartoon publicado no jornal belga De Standaard]
Europeans tend to take the long view: global warming is still around, it’s just hiding. Hadley Center, part of Britain’s Meteorological Office, tells the London-based Economist that 2010 may break the trend of cold years we have seen since 1998 and be the “hottest year ever.”
But weather forecasters are like economists. They are paid to be wrong and often are, particularly when they hang themselves out to dry by making early predictions for next-year’s hurricane season. Colorado State University’s Tropical Meteorology Project is run by Dr. William Gray, who for years drew environmentalists’ ire by claiming there was no global warming.
So if Hadley Center is right, where has global warming been all these years and where was it during this cold and harsh January? Hiding in the Pacific Ocean, that’s where.
Hadley says the huge Pacific Ocean swallows heat and then releases it in a phenomenon known as El Nino, Spanish for “the boy.” During colder years the opposite occurs and La Nina “the girl” swallows the heat. This theory makes sense because, while we may be freezing on land, global oceans appear to be warming and ice caps melting.
[Why Aren't We Warming Up to Global Warming?, Ed Leefeldt]
[Cartoon publicado no jornal belga De Standaard]
18/01/2010
A oposição ao governo Sócrates ganha um novo alento
Pior do que a provável recandidatura de Cavaco para Sócrates, é a já certa candidatura de Alegre. Pior do que a reeleição de Cavaco seria a improvável eleição de Alegre. Qualquer que venha a ser o incerto resultado, o certo, para já, é que a oposição lunática ganha o seu melhor candidato.
Posso continuar a fazer perguntas?
Em resposta à anunciada OPA dos brasileiros da CSN e à proposta de fusão dos outros brasileiros da Camargo Corrêa, o governo português anuncia querer «que a Cimpor fique em mãos portuguesas».
Qual é a legitimidade do governo português para querer ou não querer «que a Cimpor fique em mãos portuguesas»? O que diria o governo português se o governo brasileiro anunciasse querer que os blocos do pré-sal ficassem em mãos brasileiras e mandasse a Galp fazer prospecção para a fossa das Berlengas?
Qual é a legitimidade do governo português para querer ou não querer «que a Cimpor fique em mãos portuguesas»? O que diria o governo português se o governo brasileiro anunciasse querer que os blocos do pré-sal ficassem em mãos brasileiras e mandasse a Galp fazer prospecção para a fossa das Berlengas?
17/01/2010
DIÁRIO DE BORDO: pensamento em curso
I don't make jokes. I just watch the government and report the facts.
William Penn Adair Rogers
William Penn Adair Rogers
16/01/2010
CASE STUDY: o triimm
Aceito que alguém como o senhor engenheiro possa classificar-me como um pessimista, um derrotista, um velho do Restelo (esta última fia mais fino). Em todo o caso, antes de me colarem o rótulo, podem explicar-me o préstimo de uma «solução tecnológica» desenvolvida pela Novabase, Efacec e Critical Software para ligar um automóvel eléctrico ao telemóvel do seu proprietário e o avisar que a bateria só tem carga disponível para 40 km?
Estou a ver-me ao km 213 na 3.ª auto-estrada Lisboa-Porto com o indicador da bateria do carro a zumbir e a piscar (e eu a pensar, espera aí que eu já trato disso), a parar na próxima estação de serviço em que o senhor engenheiro instalou um carregador da baterias (sim, porque é o senhor engenheiro que faz estas coisas todas), entrar no bar e sentar a beberricar um café Delta (sim, porque o senhor Nabeiro é amigo do senhor engenheiro), esperar que o telemóvel faça triimm (como escreve a menina jornalista do Diário Económico, o jornal do senhor doutor Vasconcellos que trabalha para os senhores Espíritos Santos, os quais, como se sabe, são admiradores do senhor engenheiro, como os seus ascendentes já haviam sido admiradores do senhor professor AOS, um faraó que por cá reinou durante mais de 40 anos), e ao ouvir o triimm dizer com os meus botões: agora sim já posso carregar a bateria.
A tecnologia é uma coisa muito bonita.
Estou a ver-me ao km 213 na 3.ª auto-estrada Lisboa-Porto com o indicador da bateria do carro a zumbir e a piscar (e eu a pensar, espera aí que eu já trato disso), a parar na próxima estação de serviço em que o senhor engenheiro instalou um carregador da baterias (sim, porque é o senhor engenheiro que faz estas coisas todas), entrar no bar e sentar a beberricar um café Delta (sim, porque o senhor Nabeiro é amigo do senhor engenheiro), esperar que o telemóvel faça triimm (como escreve a menina jornalista do Diário Económico, o jornal do senhor doutor Vasconcellos que trabalha para os senhores Espíritos Santos, os quais, como se sabe, são admiradores do senhor engenheiro, como os seus ascendentes já haviam sido admiradores do senhor professor AOS, um faraó que por cá reinou durante mais de 40 anos), e ao ouvir o triimm dizer com os meus botões: agora sim já posso carregar a bateria.
A tecnologia é uma coisa muito bonita.
15/01/2010
Posso fazer ainda mais outra pergunta?
«Se algumas das propostas que estão sobre a mesa e que foram apresentadas na Assembleia da República forem para a frente, com consequências que eu acho muito significativas em termos da despesa, eu diria que, com esses agravamentos da despesa que resultam dessas propostas, eu não vejo forma de podermos reduzir o défice sem termos que recorrer a aumentos de impostos» disse ontem o ministro das Finanças.
E se as propostas muito significativas em termos da despesa não forem para a frente, tem o governo outras propostas muito significativas em termos de redução de despesas para reduzir o défice sem aumento de impostos?
E se as propostas muito significativas em termos da despesa não forem para a frente, tem o governo outras propostas muito significativas em termos de redução de despesas para reduzir o défice sem aumento de impostos?
O socialismo é quando o homem quiser
O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O comunismo, como todos sabemos, é o contrário. Exemplo: os médicos cubanos recebem 600 pesos (15 dólares) do Estado Socialista Cubano que vende os seus serviços ao Estado Social Português pelo preço dum médico português.
14/01/2010
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: a praia de Madrid
Secção Rilhafoles
«Lisboa pode-se transformar por exemplo na praia de Madrid, em termos de condições turísticas, as condições que nós temos para desportos novos como o surf. Há um conjunto de ideias e de oportunidades que importa explorar para aproveitarmos o que esta ligação pode trazer» disse, sem se rir, o ministro das Obras Públicas António Mendonça, como argumento definitivo para encerrar a polémica do TGV para Madrid.
Questionado por um jornalista para explicar porque não vinham os espanhóis às praias da região de Lisboa quando já dispunham de viagens low cost por metade ou menos do preço do TGV e gastando metade do tempo, balbuciou qualquer coisa que não me lembro.
Pelo arrojo destes pensamento o (Im)pertinências oferece ao excelso economista 3 afonsos. Pelo lunatismo e incapacidade de distinguir a realidade da visão fantástica dum exército de madrilenos a esturricarem no Meco, faz o pleno e leva 5 chateaubriands.
«Lisboa pode-se transformar por exemplo na praia de Madrid, em termos de condições turísticas, as condições que nós temos para desportos novos como o surf. Há um conjunto de ideias e de oportunidades que importa explorar para aproveitarmos o que esta ligação pode trazer» disse, sem se rir, o ministro das Obras Públicas António Mendonça, como argumento definitivo para encerrar a polémica do TGV para Madrid.
Questionado por um jornalista para explicar porque não vinham os espanhóis às praias da região de Lisboa quando já dispunham de viagens low cost por metade ou menos do preço do TGV e gastando metade do tempo, balbuciou qualquer coisa que não me lembro.
Pelo arrojo destes pensamento o (Im)pertinências oferece ao excelso economista 3 afonsos. Pelo lunatismo e incapacidade de distinguir a realidade da visão fantástica dum exército de madrilenos a esturricarem no Meco, faz o pleno e leva 5 chateaubriands.
Posso fazer mais uma outra pergunta?
Sabendo-se que o acordo entre o ministério da Educação e dos sindicatos dos professores permite uma promoção mais rápida do que a dos restantes funcionários públicos, como irão reagir as outras corporações? Terá Vital Moreira razão: «quando se cede em quase tudo, como sucedeu do lado governamental, é fácil concluir acordos»?
ARTIGO DEFUNTO: as coisas que eles dizem que ele faz
É preciso uma grande falta de decoro, mesmo tratando-se do Diário da Manhã (*), para botar um título como este:
Ideias para títulos mais realistas:
Sócrates reforça barragem de Vieira do Minho
Ideias para títulos mais realistas:
- Sócrates aumenta desemprego para mais de 10%
- Sócrates aumenta défice para mais de 8%
- Sócrates termina curso ao domingo
- Sócrates mentiu no parlamento
(*) Diário fundado em 1931 e fechado em 1971, considerado o porta-voz do falecido regime.
ARTIGO DEFUNTO: afinal apenas não se importam
Li o título «Sindicato do BCE aprova candidatura de Constâncio» e esfreguei as mãos de contente. As nossas chances de exportar o ministro anexo melhoravam depois de terem piorado. Li o corpo do artigo: «o sindicato que representa 40% dos funcionários do BCE garante que aprova nada ter a opor». Não parece a mesma coisa e não é a mesma coisa. Fiquei outra vez deprimido.
DIÁRIO DE BORDO: antigamente éramos pobres mas tínhamos invernos que faziam inveja aos ricos
Hoje somos mais pobres e os ricos já não têm inveja dos nossos invernos. Se isto continua assim vou emigrar.
13/01/2010
O Impertinente é um alarmista
Quem ler o post anterior pensará que as finanças portuguesas correm o risco da morte súbita. Não é verdade. É a economia portuguesa que «enfrenta o alto risco de uma morte lenta devido à sua falta de competitividade e aos défices elevados». São boas notícias, porque temos décadas de experiência a lidar com a morte lenta.
BREIQUINGUE NIUZ: o futuro dos amanhãs que cantam
O futuro dos amanhãs que cantam já chegou à Grécia via relatório da Comissão Europeia que aponta para «irregularidades severas» nas estatísticas e «falta de credibilidade dos dados que suportam os défices reportados». Esse futuro chegou também no avião que ontem aterrou em Atenas com a equipa do FMI a bordo.
Mais cedo do que tarde, o governo socialista do PS de José Sócrates terá conseguido o mesmo feito do governo socialista do Bloco Central de Mário Soares de 1983, com a diferença que o Hernâni Lopes de Sócrates é o melhor dos piores ministros das Finanças.
Mais cedo do que tarde, o governo socialista do PS de José Sócrates terá conseguido o mesmo feito do governo socialista do Bloco Central de Mário Soares de 1983, com a diferença que o Hernâni Lopes de Sócrates é o melhor dos piores ministros das Finanças.
Posso fazer outra pergunta?
Sabendo-se que, desde que aderiram à UE em 2004, o PIB per capita (em paridade do poder de compra) da Eslovénia (28.070 €) e o da República Checa (25.400 €) ultrapassaram o de Portugal (22.230 €), podemos concluir que quarenta e picos anos de comunismo de influência soviética causam menos danos do que trinta e picos anos de PREC e Estado Social de influência socialista pós-moderna (versões PS e PSD)?
12/01/2010
Posso fazer uma pergunta (ou duas)?
Se, segunda a ministra da Educação, 83 em cada 100 dos professores foram classificados com bom no ano lectivo passado e apenas 5 em cada mil foram classificados com regular ou insuficiente, porque é que não temos o melhor sistema de ensino do mundo?
Em particular, como explicar que temos um dos piores da OCDE (e não apenas em Matemática)?
Em particular, como explicar que temos um dos piores da OCDE (e não apenas em Matemática)?
11/01/2010
BREIQUINGUE NIUZ: Achtung! Vai ser difícil exportar o ministro anexo para o BCE
«Die Europäische Zentralbank sucht einen neuen Vizepräsidenten. Nach Informationen der FTD ist Luxemburgs Notenbankchef Yves Mersch Favorit für den Posten. Auch die deutsche Regierung will ihn unterstützen.
…
Die Euro-Finanzminister wollen bei ihrem Treffen am 18. Januar über die Personalie beraten. Möglicherweise gibt es dann eine Entscheidung. Wahrscheinlicher ist aber, dass die am 16. Februar fällt. Offiziell beschließen müssen die EU-Regierungschefs am 25. und 26. März. Neben Mersch sind Portugals Notenbankchef Vitor Constâncio und Peter Praet, Direktoriumsmitglied der belgischen Zentralbank, im Rennen.»
Segundo a edição alemã do Financial Times, parece difícil enviarmos o ministro anexo Vítor Constâncio para o exílio dourado de Frankfurt. Eles não sabem o jeito que daria à Comissão Europeia ter o doutor Constâncio à mão de semear.
…
Die Euro-Finanzminister wollen bei ihrem Treffen am 18. Januar über die Personalie beraten. Möglicherweise gibt es dann eine Entscheidung. Wahrscheinlicher ist aber, dass die am 16. Februar fällt. Offiziell beschließen müssen die EU-Regierungschefs am 25. und 26. März. Neben Mersch sind Portugals Notenbankchef Vitor Constâncio und Peter Praet, Direktoriumsmitglied der belgischen Zentralbank, im Rennen.»
Segundo a edição alemã do Financial Times, parece difícil enviarmos o ministro anexo Vítor Constâncio para o exílio dourado de Frankfurt. Eles não sabem o jeito que daria à Comissão Europeia ter o doutor Constâncio à mão de semear.
O inferno está cheio de boas intenções
É difícil perceber o racional da decisão de limitar os horários das grandes superfícies aos domingos e feriados a pretexto de proteger o pequeno comércio tradicional que, como por acaso, está geralmente fechado aos domingos e feriados, bem como, na maior parte dos casos, aos sábados e a partir das 18 horas nos outros dias e sem esquecer também o diferencial significativo na qualidade e nos preços, largamente favorável às grandes superfícies.
Ao fim de vários anos e de muitos estudos, a Autoridade da Concorrência parece ter chegado à conclusão que tais horários «não parecem ter tido os efeitos esperados, concretamente, em termos de protecção do comércio tradicional face a quota ganha pela grande distribuição». Dada a extrema complexidade dos estudos necessários, a Autoridade da Concorrência só terá concluído o relatório final em Julho.
Ao fim de vários anos e de muitos estudos, a Autoridade da Concorrência parece ter chegado à conclusão que tais horários «não parecem ter tido os efeitos esperados, concretamente, em termos de protecção do comércio tradicional face a quota ganha pela grande distribuição». Dada a extrema complexidade dos estudos necessários, a Autoridade da Concorrência só terá concluído o relatório final em Julho.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: o rótulo do casamento
«No meio deste contínuo ataque da esquerda ao casamento, a comunidade homossexual faz um pouco o papel de idiota útil. Imagino que qualquer casal homossexual preferisse ter a capacidade de adoptar de cara destapada do que ter acesso ao papel passado, a um conjunto de deveres que não lhe interessam nem se justificam e só aprisionam. Mas isso os socialistas não lhes conferem, tratando-os, aí sim, verdadeiramente como desiguais. E a comunidade aceita e exulta. De onde concluo que à comunidade homossexual também não interessa o casamento e os seus deveres: apenas querem o rótulo.
Acontece que, ao contrário do que julgam, o casamento não é um rótulo.»
[O RÓTULO, por VLX]
Declaração de interesse:
Se não fosse divorciado, vivendo em união de facto, na sexta-feira passado teria proposto à patroa o divórcio amigável. Muito mais importante do que divorciar é não precisar fazê-lo.
Acontece que, ao contrário do que julgam, o casamento não é um rótulo.»
[O RÓTULO, por VLX]
Declaração de interesse:
Se não fosse divorciado, vivendo em união de facto, na sexta-feira passado teria proposto à patroa o divórcio amigável. Muito mais importante do que divorciar é não precisar fazê-lo.
10/01/2010
TRIVIALIDADES: gente fina é outra coisa
Ele tinha o nome impressionante de Luiz Maria Duarte Miguel Portella de Vasconcellos dos Reys Cancella e Campilho e telefones à altura do nome:
294 de 78 dos 31 e 79
93 de 367 dos 93 e 37
[Retrato de Leopoldo Zborowsky, Modigliani]
294 de 78 dos 31 e 79
93 de 367 dos 93 e 37
[Retrato de Leopoldo Zborowsky, Modigliani]
A cóltura é uma arma
A semana passada a ministra da Cultura deu posse (gosto do verbo dar posse) a 13 novos dirigentes da Cóltura que segundo a ministra foram investidos duma missão «patriótica». À tomada de posse assistiu Joe Berardo talvez o maior beneficiário vivo do mecenato cultural desenvolvido pelo ministério.
Deve haver uma explicação para o facto da projecção da cultura portuguesa, em Portugal e sobretudo no mundo, desde que foi criado um órgão governamental para tratar da cóltura, primeiro como secretaria de estado no 1.º governo provisório em 1974 e, nomeadamente, com a elevação a ministério no XIII Governo Constitucional em 1995 sob a égide do excelso professor Manuel Maria Carrilho, dever menos a esse órgão governamental, que nos devorou em 35 anos milhares de milhões, do que deve à fundação Gulbenkian, que não nos custa um tostão, e do que deve a uma dúzia de produtores de cultura que nada dependem do ministério. A coisa é tão miserável que o ministério nem dos museus consegue tratar decentemente.
Deve haver uma explicação para o facto da projecção da cultura portuguesa, em Portugal e sobretudo no mundo, desde que foi criado um órgão governamental para tratar da cóltura, primeiro como secretaria de estado no 1.º governo provisório em 1974 e, nomeadamente, com a elevação a ministério no XIII Governo Constitucional em 1995 sob a égide do excelso professor Manuel Maria Carrilho, dever menos a esse órgão governamental, que nos devorou em 35 anos milhares de milhões, do que deve à fundação Gulbenkian, que não nos custa um tostão, e do que deve a uma dúzia de produtores de cultura que nada dependem do ministério. A coisa é tão miserável que o ministério nem dos museus consegue tratar decentemente.
A Cóltura em todo o esplendor organigramático
09/01/2010
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: o deputado que fala verdade
Secção Still crazy after all these years
Depois de Maria José Nogueira Pinto o ter apelidado de «palhaço» numa reunião da comissão de Saúde, Francisco Assis promoveu um encontro entre os dois. Que tal correu?Pela extraordinária entrevista ao Sol, de que se extraíram os parágrafos acima, o deputado do PS Ricardo Gonçalves merece 3 afonsos pela desarmante naïveté e 4 bourbons por aparentar não ter esquecido nada nem nada aprendido.
A senhora deputada não sabe bem explicar o porquê daquela reacção tão agressiva. Os apartes são normais na actividade parlamentar. O Bernardino Soares, do PCP, também faz parte da comissão de Saúde e tem um dos principais feitos: conseguiu derrubar o ministro Manuel Pinho. Eu, até agora, só consegui que a doutora Maria José Nogueira Pinto perdesse a cabeça, o que é muito pouco, porque, segundo informações que tenho, ela perde a cabeça com relativa facilidade. Um ex-colaborador seu, ligado ao CDS, disse-me que quando a senhora deputada passa muitas horas sem fumar tem ataques de fúria. Talvez tenha sido essa a razão. Já estava sem fumar há três horas.
É verdade que o rafting é um dos seus hobbies?
Fiz rafting noutros tempos. Em 2001, naquele Inverno muito chuvoso, quando caiu a ponte de Entre-os-Rios, fui fazer rafting com um grupo de amigos. O nosso barco foi apanhado por um remoinho, virou e caímos à água. Foi uma sensação brutal ter que fazer todo o trajecto dentro de água e a grande velocidade. Os monitores diziam-me para me fazer de morto e pôr os pés para a frente e a cabeça para trás. Naquele momento passou-me muita coisa pela cabeça, nomeadamente as instruções que a minha sogra me dá para andar na política. Também me diz para eu me fazer de morto e para saber levar a vida. Segundo um ditado popular, "anho [cordeiro] manso tanto mama na mãe como na alheia". Para a minha sogra a vida política deve ser um pouco assim. Devo fazer-me de morto e não criar grandes problemas. No rio lembrei-me muito desse conselho [risos].
Continuo o ouvir esse tipo de música?
Pouco. Hoje oiço mais música clássica. A confusão é tanta que temos que relaxar. A política está muito complexa e no Parlamento passa-se o dia em reuniões, em discussões ou a bater palmas [risos]. Uma vez estava de férias em Palma de Maiorca, a ver um espectáculo daqueles para turistas, e era o único que não batia palmas. O motorista do Porto, para meter conversa comigo, perguntou-me se eu não estava a gostar. Expliquei-lhe que não batia palmas porque era deputado e estava de férias. Muito do nosso trabalho é bater palmas. Um fala e os outros batem palmas. Mas nas comissões trabalha-se bastante. Continuo o ouvir esse tipo de músico? Pouco. Hoje oiço mais música clássica. A confusão é tanta que temos que relaxar. A política está muito complexa e no Parlamento passa-se o dia em reuniões, em discussões ou a bater palmas [risos]. Uma vez estava de férias em Palma de Maiorca, a ver um espectáculo daqueles para turistas, e era o único que não batia palmas. O motorista do Porto, para meter conversa comigo, perguntou-me se eu não estava a gostar. Expliquei-lhe que não batia palmas porque era deputado e estava de férias. Muito do nosso trabalho é bater palmas. Um fala e os outros batem palmas. Mas nas comissões trabalha-se bastante.
CASE STUDY: o cobrador do fraque vem a caminho (2)
Se tivesse que apostar, apostaria no cenário B apresentado por Fernando Ulrich (*) que é o cenário tudo como dantes, quartel-general em Abrantes a que os governos portugueses mostram um grande apego ao longo das últimas décadas. Consoante a sarna que a Zona Euro tiver para se coçar e o putativo diktat do FMI, podemos evoluir para o cenário A (average case). O cenário C (best case) provavelmente só seria exequível com uma pinochetada e não se vê nenhum pinochet à vista e os Chicago boys estão aposentados.
(*) «Estudo do BPI sobre a sustentabilidade das contas públicas portuguesas», que pode ser consultado aqui.
(*) «Estudo do BPI sobre a sustentabilidade das contas públicas portuguesas», que pode ser consultado aqui.
08/01/2010
ARTIGO DEFUNTO: mais confusões do pensamento radical chic
Umas vezes, é o radical chic blogosférico que confunde o «pessoal que passa a vida a dizer ...» com o «pessoal» da petição. Outras, é o radical chic do jornalismo de causas que, ao titular «90.785 cidadãos tentam forçar referendo», confunde quem força quem e esquece que foi a pequena clique do lóbi gay, com muito menos que 90.785 cidadãos, que forçou os adeptos do radical chic em serviço no PS (*) a incluírem no programa de governo a proposta fracturante, discutida e aprovada por umas centenas de apparatchiks, que se destina a ser votada na AR por alguns desses apparatchiks a que se juntarão os do Berloque de Esquerda e os do PCP. Em vez do título mentiroso «90.785 cidadãos tentam forçar referendo» ficaria melhor «90.785 cidadãos usam o seu direito constitucional para impedir que umas centenas de apparatchiks imponham a sua doutrina a milhões de eleitores».
(*) Nalguns casos provavelmente com chantagem sobre as criaturas envergonhadas que ainda não saíram do armário.
(*) Nalguns casos provavelmente com chantagem sobre as criaturas envergonhadas que ainda não saíram do armário.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: também tenho essa dúvida (AGORA ESCLARECIDA)
«Regressou o bom e o velho estado. O que seria de nós sem o estado?» perguntou-se José Sócrates durante o simpósio "Novo Mundo, Novo Capitalismo", em Paris, presidido par lui même et par le Chef d’État Nicolas Bonaparte Sarkozy.
Esclarecimento:
A minha dúvida é sobre o que seria deles sem o estado. Quanto ao regresso estamos conversados. O velho estado não regressou - ele nunca saiu de cá, só engordou.
Esclarecimento:
A minha dúvida é sobre o que seria deles sem o estado. Quanto ao regresso estamos conversados. O velho estado não regressou - ele nunca saiu de cá, só engordou.
07/01/2010
Uma bolsa para toda a vida
«Bolseiros apelam ao Parlamento por novo estatuto que os tire da “precariedade”» é o sugestivo título do Público, que nos relata que os bolseiros defrontam «um conjunto de problemas como a falta do subsídio de desemprego, as reais perspectivas de emprego, e durante o período por vezes muito longo de 10, 12 anos, terem condições de grande precariedade».
BLOGARIDADES: as confusões do pensamento radical chic
Não frequento o arrastão e só por ler este post (surpreendente para quem costuma ter um módico de lucidez) é que fiquei a saber que o pensamento radical chic imagina que o «pessoal que passa a vida a dizer que a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo é um assunto irrelevante que afasta o país do combate à crise» é o mesmo «pessoal» que apresenta uma petição com 90 mil assinaturas para a realização dum referendo sobre o casamento dos paneleiros e das fufas. Pura ilusão. O «pessoal que passa a vida a dizer bla bla» é uma parte do pessoal da esquerdalhada com um resíduo de lucidez que tem vergonha de parecer retrógrado por ter dúvidas sobre a legitimidade moral e social de confundir o casamento de paneleiros e fufas com uma coisa que eles não sabem caracterizar bem mas que intuem ser algo de essencial.
O «pessoal» da petição é um pessoal heterogéno, que vai desde freiras e padres a gente agnóstica, que não tem vergonha de considerar o casamento, por muito que esteja em crise, como o pilar da única instituição que nos protege do colectivismo do estado napoleónico-estalinista – a família.
O «pessoal» da petição é um pessoal heterogéno, que vai desde freiras e padres a gente agnóstica, que não tem vergonha de considerar o casamento, por muito que esteja em crise, como o pilar da única instituição que nos protege do colectivismo do estado napoleónico-estalinista – a família.
06/01/2010
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (4)
Se um terço desta biografia de Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada socialista, corresponder à realidade, estaremos perante mais exemplo do estado de extrema decadência a que chegou a propalada ética republicana que, pelos vistos, convive pacificamente com suspeitas de corrupção e práticas pedófilas, tudo alegado, claro.
[Uma dica de AB]
[Uma dica de AB]
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: o verdadeiro militante dá quase tudo ao partido
- Se você tivesse dois apartamentos de luxo, doaria um para o partido?
- Sim, respondeu o militante.
- E se você tivesse dois carros de luxo, doaria um para o partido?
- Sim, respondeu novamente o valoroso militante.
- E se tivesse um milhão na conta bancária, doaria 500 mil para o partido?
- É claro que doaria, respondeu o orgulhoso companheiro.
- E se você tivesse duas galinhas, doaria uma para o partido?
- Não, respondeu o camarada.
- Mas porque você doaria um apartamento de luxo se tivesse dois, um carro de luxo se tivesse dois e 500 mil se tivesse um milhão, mas não doaria uma galinha se tivesse duas?
- Porque as galinhas eu tenho.
[Enviado por JARF]
- Sim, respondeu o militante.
- E se você tivesse dois carros de luxo, doaria um para o partido?
- Sim, respondeu novamente o valoroso militante.
- E se tivesse um milhão na conta bancária, doaria 500 mil para o partido?
- É claro que doaria, respondeu o orgulhoso companheiro.
- E se você tivesse duas galinhas, doaria uma para o partido?
- Não, respondeu o camarada.
- Mas porque você doaria um apartamento de luxo se tivesse dois, um carro de luxo se tivesse dois e 500 mil se tivesse um milhão, mas não doaria uma galinha se tivesse duas?
- Porque as galinhas eu tenho.
[Enviado por JARF]
05/01/2010
A montanha pariu (mais) um rato
«A saída voluntária de funcionários públicos dos serviços não reestruturados começou por ser encarada com expectativa pelo Governo e pelos trabalhadores. O Executivo esperava conseguir, por esta via, reduzir o número de funcionários. Alguns trabalhadores, por seu turno, queriam trabalhar no sector privado ou por conta própria, continuando a receber uma parte do salário de funcionários públicos.
Passados dois anos, o resultado parece ter ficado aquém das expectativas: apenas 121 pessoas saíram dos serviços não reestruturados para a mobilidade especial. Um número que representa apenas 0,2% da redução de funcionários conseguida entre Dezembro de 2005 e Junho de 2009.» (Jornal de Negócios)
Se algum dia se fizer um balanço completo e rigoroso do prometido e do alcançado pelos governos de José Sócrates, ver-se-á a diferença entre a verborreia jactante, pletórica e auto-convencida e a magra capacidade de realização. Despido do enchumaço dos discursos, o raquítico esqueleto da governação socrática aparecerá como sempre foi: um cabide ridículo para fatiotas dispendiosas e inúteis.
Passados dois anos, o resultado parece ter ficado aquém das expectativas: apenas 121 pessoas saíram dos serviços não reestruturados para a mobilidade especial. Um número que representa apenas 0,2% da redução de funcionários conseguida entre Dezembro de 2005 e Junho de 2009.» (Jornal de Negócios)
Se algum dia se fizer um balanço completo e rigoroso do prometido e do alcançado pelos governos de José Sócrates, ver-se-á a diferença entre a verborreia jactante, pletórica e auto-convencida e a magra capacidade de realização. Despido do enchumaço dos discursos, o raquítico esqueleto da governação socrática aparecerá como sempre foi: um cabide ridículo para fatiotas dispendiosas e inúteis.
04/01/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: os obstáculos à recuperação à luz do estado actual do casamento
«The problem is that hiring a worker is almost like marrying him — or worse, since express divorce makes it easier to separate from your spouse than to fire an employee» disse Jesús Huerta de Soto, em entrevista ao Mises Economic Blog, a propósito da situação em Espanha, mas podia ser em Portugal. [via Insurgente]
ESTADO DE SÍTIO: diz mais a reacção do que acção
A reverência embevecida, o assobiar para o lado ou o ranger de dentes, conforme o caso, com que foi recebida a mensagem de Novo Ano de Cavaco Silva, diz mais do estado de estupor em que se encontram as elites políticas e os comentadores de serviço deste país do que diz sobre a situação do mesmo país o diagnóstico que o PR enunciou, que deveria ser trivial para qualquer criatura que acompanhe com olhar interessado a governação do PS-A, oportunamente interrompida por uma curta governação do PS-B.
03/01/2010
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (42) os amigos assim dispensam os inimigos
O professor progressista David Michael Green da Hofstra University (NY) que apoiou entusiasticamente a campanha de Barack Obama e foi até recentemente um notório obamófilo, escreveu recentemente um libelo digno do maior dos detractores: Now I'm Really Getting Pissed Off. Não foi o primeiro, nem será o último. É a vida.
Airbus A400M, o novo Lockheed TriStar europeu
Dois anos depois do previsto, a Airbus realizou o voo inaugural do A400M, o avião de transporte militar europeu destinado a substituir o Lockheed C-130 e o Boeing C-1. Tal como o Lockheed TriStar, cuja história foi aqui resumida, o A400M já é um flop e está condenado a ser um flop cada vez maior. Primeiro, a Airbus decidiu desenvolver os seus próprios turbo-propulsores em vez de os comprar à Pratt & Whitney o que fez imediatamente derrapar o projecto em tempo e custo, dois anos e 2 mil milhões de euros em excesso do orçamento, respectivamente, so far and counting. Thomas Enders, CEO da EADS, o fabricante dos Airbus, num lampejo de lucidez já defendeu em Março que seria melhor devolver os 5,7 mil milhões já recebidos e abandonar o projecto. Debalde, os governos accionistas da EADS querem seguir o exemplo da Lockheed e enterrar mais uns milhares de milhões em cima dos já enterrados.
02/01/2010
A lavagem da imagem
Aviso que a fonte não é de confiança - recordem-se os episódios do famoso jantar de vichyssoise que nunca existiu e o de Cristo que desceu à terra. O inefável professor Marcelo conta no seu blogue de papel no Sol que o Supremo Tribunal de Justiça contratou a LPM para lhe tratar da imagem.
Se (um se à altura da vichyssoise) for como MRS conta, é mais um notável exemplo de como a paranóia socialista da manipulação mediática está a contaminar todo o aparelho de Estado. Estamos a caminho de qualquer apparatchik do Estado Social ter uma luminária a tratar-lhe da imagem. Os resultados objectivos da actividade política, burocrática ou outra deixaram de interessar. O que interessa é a ideia injectada nos bestuntos dos sujeitos passivos pelos especialistas da comunicação com a preciosa ajuda do jornalismo de causas, incluindo a causa da esperança do futuro tacho numa qualquer assessoria.
Se (um se à altura da vichyssoise) for como MRS conta, é mais um notável exemplo de como a paranóia socialista da manipulação mediática está a contaminar todo o aparelho de Estado. Estamos a caminho de qualquer apparatchik do Estado Social ter uma luminária a tratar-lhe da imagem. Os resultados objectivos da actividade política, burocrática ou outra deixaram de interessar. O que interessa é a ideia injectada nos bestuntos dos sujeitos passivos pelos especialistas da comunicação com a preciosa ajuda do jornalismo de causas, incluindo a causa da esperança do futuro tacho numa qualquer assessoria.
01/01/2010
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Espíritos e Lampiões
Secção Perguntas impertinentes
O que levará o BES a ter aumentado para quase 8% a sua participação qualificada numa sociedade tecnicamente falida e definitivamente desqualificada como a SAD dos lampiões da 2.ª circular? Estará a participação parqueada nos fundos de investimento (caso em que os Espíritos estariam a usar o dinheiro dos clientes para as suas manobras) ou nos fundos de pensões (idem dos seus empregados)?
Declarações de interesse:
O que levará o BES a ter aumentado para quase 8% a sua participação qualificada numa sociedade tecnicamente falida e definitivamente desqualificada como a SAD dos lampiões da 2.ª circular? Estará a participação parqueada nos fundos de investimento (caso em que os Espíritos estariam a usar o dinheiro dos clientes para as suas manobras) ou nos fundos de pensões (idem dos seus empregados)?
Declarações de interesse:
- Qualquer frequentador regular do (Im)pertinências percebe facilmente que por cá não apreciamos excessivamente os Espíritos, por razões que estão por aí explicitadas. Basta ler a série quem é o deus ex machina da Ongoing? ou alguns outros posts vitriólicos como Les bons esprits se rencontrent (avec le gouvernement), You scratch my back, I’ll scratch yours ou A atracção fatal entre a banca do regime e o poder.
- A pergunta seria a mesma tratando-se dos lagartos da 2.ª circular, dos dragões do FêCêPê ou de qualquer outra sociedade manhosa como são as SAD dos clubes de futebol da ditosa pátria.
LOG BOOK: I’m looking at you, moron
2005: Muscoid fly (house fly) (6.25x), Reflected light. / Charles B. Krebs, Charles Krebs Photography, Issaquah, Washington, USA. Courtesy of Nikon Small World. The 2005 runners up.