09/01/2010

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: o deputado que fala verdade

Secção Still crazy after all these years
Depois de Maria José Nogueira Pinto o ter apelidado de «palhaço» numa reunião da comissão de Saúde, Francisco Assis promoveu um encontro entre os dois. Que tal correu?
A senhora deputada não sabe bem explicar o porquê daquela reacção tão agressiva. Os apartes são normais na actividade parlamentar. O Bernardino Soares, do PCP, também faz parte da comissão de Saúde e tem um dos principais feitos: conseguiu derrubar o ministro Manuel Pinho. Eu, até agora, só consegui que a doutora Maria José Nogueira Pinto perdesse a cabeça, o que é muito pouco, porque, segundo informações que tenho, ela perde a cabeça com relativa facilidade. Um ex-colaborador seu, ligado ao CDS, disse-me que quando a senhora deputada passa muitas horas sem fumar tem ataques de fúria. Talvez tenha sido essa a razão. Já estava sem fumar há três horas.
É verdade que o rafting é um dos seus hobbies?
Fiz rafting noutros tempos. Em 2001, naquele Inverno muito chuvoso, quando caiu a ponte de Entre-os-Rios, fui fazer rafting com um grupo de amigos. O nosso barco foi apanhado por um remoinho, virou e caímos à água. Foi uma sensação brutal ter que fazer todo o trajecto dentro de água e a grande velocidade. Os monitores diziam-me para me fazer de morto e pôr os pés para a frente e a cabeça para trás. Naquele momento passou-me muita coisa pela cabeça, nomeadamente as instruções que a minha sogra me dá para andar na política. Também me diz para eu me fazer de morto e para saber levar a vida. Segundo um ditado popular, "anho [cordeiro] manso tanto mama na mãe como na alheia". Para a minha sogra a vida política deve ser um pouco assim. Devo fazer-me de morto e não criar grandes problemas. No rio lembrei-me muito desse conselho [risos].
Continuo o ouvir esse tipo de música?
Pouco. Hoje oiço mais música clássica. A confusão é tanta que temos que relaxar. A política está muito complexa e no Parlamento passa-se o dia em reuniões, em discussões ou a bater palmas [risos]. Uma vez estava de férias em Palma de Maiorca, a ver um espectáculo daqueles para turistas, e era o único que não batia palmas. O motorista do Porto, para meter conversa comigo, perguntou-me se eu não estava a gostar. Expliquei-lhe que não batia palmas porque era deputado e estava de férias. Muito do nosso trabalho é bater palmas. Um fala e os outros batem palmas. Mas nas comissões trabalha-se bastante. Continuo o ouvir esse tipo de músico? Pouco. Hoje oiço mais música clássica. A confusão é tanta que temos que relaxar. A política está muito complexa e no Parlamento passa-se o dia em reuniões, em discussões ou a bater palmas [risos]. Uma vez estava de férias em Palma de Maiorca, a ver um espectáculo daqueles para turistas, e era o único que não batia palmas. O motorista do Porto, para meter conversa comigo, perguntou-me se eu não estava a gostar. Expliquei-lhe que não batia palmas porque era deputado e estava de férias. Muito do nosso trabalho é bater palmas. Um fala e os outros batem palmas. Mas nas comissões trabalha-se bastante.

Pela extraordinária entrevista ao Sol, de que se extraíram os parágrafos acima, o deputado do PS Ricardo Gonçalves merece 3 afonsos pela desarmante naïveté e 4 bourbons por aparentar não ter esquecido nada nem nada aprendido.

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