Aceito que alguém como o senhor engenheiro possa classificar-me como um pessimista, um derrotista, um velho do Restelo (esta última fia mais fino). Em todo o caso, antes de me colarem o rótulo, podem explicar-me o préstimo de uma «solução tecnológica» desenvolvida pela Novabase, Efacec e Critical Software para ligar um automóvel eléctrico ao telemóvel do seu proprietário e o avisar que a bateria só tem carga disponível para 40 km?
Estou a ver-me ao km 213 na 3.ª auto-estrada Lisboa-Porto com o indicador da bateria do carro a zumbir e a piscar (e eu a pensar, espera aí que eu já trato disso), a parar na próxima estação de serviço em que o senhor engenheiro instalou um carregador da baterias (sim, porque é o senhor engenheiro que faz estas coisas todas), entrar no bar e sentar a beberricar um café Delta (sim, porque o senhor Nabeiro é amigo do senhor engenheiro), esperar que o telemóvel faça triimm (como escreve a menina jornalista do Diário Económico, o jornal do senhor doutor Vasconcellos que trabalha para os senhores Espíritos Santos, os quais, como se sabe, são admiradores do senhor engenheiro, como os seus ascendentes já haviam sido admiradores do senhor professor AOS, um faraó que por cá reinou durante mais de 40 anos), e ao ouvir o triimm dizer com os meus botões: agora sim já posso carregar a bateria.
A tecnologia é uma coisa muito bonita.
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