31/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (76a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

A visita do Papa Francisco é uma bênção para a procrastinação e a adjudicação directa

Metade dos contratos para a logística da JMJ, um evento anunciado há 4 (quatro) anos, só foram adjudicados no último mês e três quartos tiveram ajuste directo (fonte).

Já virámos a página da austeridade (outra vez) ou como anunciar o fim de algo que nunca tinha começado

Este é o oitavo ano em que o governo do Dr. Costa, pela mão de três ministros das Finanças, recorre às cativações, um expediente que consiste em apresentar um orçamento, que não tem qualquer intenção de executar, para efeitos de agitprop e de amansar a geringonça ou o que resta dela. Até agora o governo sempre negou a existência desse expediente até que o Dr. Medina anunciou o seu fim a partir de 2024. Sobretudo vindo da parte de um político com o perfil do Dr. Medina é um notável descaramento.

Por trás do manto da ilusão socialista, a luz crua da realidade

mais liberdade

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Para manter o SNS a flutuar, o governo socialista quer contratar 300 médicos cubanos a quem o governo comunista de Cuba confisca 80% do salário.

Boa Nova

Diz-se que o grupo Air-France-KLM está interessado na TAP e até admite ficar minoritário.

O governo anunciou que está a colocar “adidos do trabalho em Marrocos, Timor-Leste, Índia e Cabo Verde para atrair talento.

Choque da realidade com a Boa Nova

O interesse do grupo Air-France-KLM tem como condição controlar a estratégia comercial da TAP, ou seja, prosseguir os seus objectivos sem necessidade de gastar dinheiro a comprar a posição do governo.

Um módico de realismo leva a antecipar que o talento que os “adidos do trabalho” poderá recrutar será nas áreas de mão de obra indiferenciada já que outros talentos preferirão outros destinos mais atractivos.

A independência Comissão Técnica Independente para o novo aeroporto

Pelo menos seis dos sete membros da CTI estão publicamente ligados à defesa da solução Alcochete. Olha que grande admiração, pois se a presidente se chama Partidário e foi ela que escolheu os outros membros…

O que foi irrevogável em 2019 é hoje perfeitamente aceitável

Criticam injustamente o Dr. Costa porque não “descongela” totalmente a contagem do tempo de serviço dos professores. Injustamente porque em 2019 o Dr. Costa ameaçou demitir-se se o parlamento aprovasse o descongelamento total.

No topo da Óropa

Segundo o estudo «Quantificação dos impactos da guerra da Ucrânia em Portugal» do GPEARI do Ministério das Finanças, o investimento em Portugal caiu três mais do que a média da Zona Euro face à tendência pré-pandemia.

(Continua)

30/07/2023

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (58) - De vez em quando, alguém percebe o trauma lusitano

Outros portugueses no topo do mundo.

«Dizem que os pequenos gostam de se considerar grandes. É possível. Mas tal afirmação, mesmo se verdadeira, não chega para compreender a tendência de muitos portugueses para a fantasia narcisista. Sobretudo a imerecida. De presidentes a trabalhadores e estudantes, tantos comungam nesta atitude! Todos garantem que somos os melhores do mundo em qualquer coisa. Ou até em muitas coisas. No futebol, para lá vamos a passos largos, com os melhores treinadores e os melhores jogadores do mundo. No atletismo, na natação, no hóquei em patins, no ténis de mesa, no judo e no ciclismo, para lá caminhamos, se é que já não somos os melhores do mundo em várias modalidades. Na vela, no hipismo e na tourada, estivemos sempre entre os melhores do mundo, mesmo se éramos absolutamente de segunda ou terceira categoria.»

É difícil viver em Portugal, António Barreto no Público

Os “paraísos fiscais” fazem salivar a esquerdalhada e dão pretexto a um exercício de demagogia em que a AT de um inferno fiscal participa com grande entusiasmo

«No passado dia 10 de julho de 2023 a comunicação social andava ao rubro relativamente ao estudo divulgado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), o qual contabilizava a transferência de cerca de 7.400 milhões de euros para contas sediadas em paraísos fiscais, através de cerca de 118 mil transações bancárias. Depois da manhã atribulada nos órgãos de comunicação social, seguiu-se o programa Antena Aberta na rádio Antena 1, no qual vários portugueses apregoavam os chavões da Esquerda sobre os 'paraísos fiscais' e assim anunciaram ao país a sua iliteracia financeira às custas dos demais contribuintes sobre um tema que não dominam. Convenientemente, a AT, enquanto arma do jogo sujo político da Esquerda e do Governo, apenas divulga as transferências feitas de portugueses (empresas e privados) para 'paraísos fiscais', mas não divulga as transferências de 'paraísos fiscais' para Portugal.

Convenientemente, a AT, (…)

 (…) continua a emitir estudos/ pareceres ao Ministério das Finanças por forma a manter uma lista de 'paraísos fiscais', cujos critérios fictícios para inclusão de jurisdições, muitas delas reconhecidas pela União Europeia como não sendo 'paraísos fiscais', são desconhecidos do mero contribuinte ou académico. 

(…) continua a classificar como 'paraísos fiscais', jurisdições com as quais a República portuguesa tem acordo de dupla tributação e/ ou acordo de troca de dados fiscais assinado. 

(…) tem ainda o desplante de estender o estatuto de 'paraíso fiscal' à Confederação Suíça (…)»

Miguel Pinto-Correia, no jornal Nascer do Sol

29/07/2023

ACREDITE SE QUISER: Para o Supremo Tribunal de Justiça o dever de honestidade não é compatível com a rejeição das "cunhas"

Sumário do Acórdão do STJ de 19-04-2023:

«I- O dever de lealdade inclui um dever de honestidade, que implica uma obrigação de abstenção por parte do trabalhador de qualquer comportamento suscetível de colocar em crise a relação de confiança que deve pautar as suas relações com o empregador, enquanto corolário da boa-fé contratual.

II- Dada a natureza fortemente fiduciária do contrato de trabalho, em regra assume especial significado a violação do dever laboral de lealdade.

III- Inscrever em parede das instalações interiores da empresa empregadora a expressão “abaixo as cunhas” viola, grave e culposamente, os deveres laborais de respeito, de lealdade e de conservar e bem utilizar os bens afetos à atividade laboral.

IV- Tendo em conta a imagem global dos factos, incluindo todas as suas circunstância e consequências, conclui-se – à luz de critérios de razoabilidade, exigibilidade e proporcionalidade – que com a sua conduta o A. tornou prática e imediatamente impossível a subsistência da relação laboral.»

28/07/2023

A política de imigração que a geringonça fabricou no Portugal dos Pequeninos. Rir, para não chorar


É claro que um vídeo provocador não é uma análise política nem uma tese ou um paper. É apenas um vídeo sarcástico que expõe a política de imigração fabricada pela geringonça, um dispositivo em que todos os participantes ganharam e o País perdeu. O BE e o PCP faziam passam as suas agendas pela barriga de aluguer do PS e o PS tinha o seu apoio explícito ou implícito sem despesas orçamentais e com um enorme custo para o País. 

27/07/2023

Avante! da Sonae, um diário da manhã a fazer de Diário do Governo


O Dr. Medina, ministro das Finanças e sucessor en attendant do Dr. Costa, foi entrevistado pelo Público que prantou uma chamada na primeira página da edição impressa do dia 25 e, para o caso de os leitores online estarem distraídos, fez cinco destaques na página de Economia anunciando Boas Novas e, certamente por distração do jornalista de serviço, um destaque que poderia ser considerado uma fortíssima crítica ao Dr. Costa que anda há oito anos a atirar o dinheiro dos contribuintes europeus para cima dos problemas.

O Diário da Manhã fundado em 1931 e fechado em 1971, era uma espécie de porta-voz do Estado Novo. Um diário da manhã é um jornal publicado todos os dias de manhã, que se pode considerar um dos porta-vozes do Estado sucial. O Diário do Governo do Estado Novo era o Diário da República do Estado sucial.

26/07/2023

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (78) Unintended consequences (XXX)

 
Recapitulando: o intervencionismo dos bancos centrais (Fed e BoE, copiados pelo BCE), adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario de Julho de 2012 criou oceanos de liquidez que impulsionaram os mercados de capitais e incentivaram o investimento em activos de risco, criando as condições para um processo inflacionário que só esperava um trigger que surgiu com a invasão da Ucrânia.

A necessidade de aliviarem os seus balanços, secarem os oceanos de liquidez e conterem a inflação levou os bancos centrais a aumentarem as taxas de referência e passarem do quantitative easing para o quantitative tightening, que é como quem diz passaram da folga para o aperto.
State of Venture Q2’23 Report

Face ao aumento das taxas de juros e à secagem do excesso de liquidez, encolheu o dinheiro disponível para as aplicações especulativas, incluindo o capital de risco, que o diagrama acima mostra estar a escassear o que significa maior exigência dos venture capitalists. Ao que parece, esta constatação não chegou ainda ao Portugal dos Pequeninos onde se continua a agitar a bandeira das startups miraculosas que precisariam de nacional dinheiro abundante que não existe ou de dinheiro internacional estúpido que agora escasseia.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (75b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 75a)

Choque da realidade com as políticas de habitação do Dr. Costa

Simultaneamente com a aprovação do Mais Habitação, o governo anunciou o enésimo programa para promover o arrendamento, desta vez com o nome Programa Arrendar para Subarrendar (a ministra da Habitação, que ao menos podia ter bom aspecto, deveria usar os judites da PJ que inventam belos nomes para as suas operações – ver aqui alguns exemplos). Ao abrigo desse programa que envolve um investimento de 2,8 milhões (aproximadamente o preço de uma penthouse no Parque das Nações) o governo anunciou um acordo abrangendo 320 imóveis - número equivalente a menos de 0,3% dos novos arrendamentos em 2022 -, sendo 220 do Instituto Financeiro da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia, estando os restantes 100 em mãos de privados.

Recorde-se que há oito meses o balanço feito pelo Expresso mostrava que de todos os projectos de habitação acessível geridos pelo IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) até então havia 71 (setenta e um) fogos arrendados. Do Programa de Arrendamento Acessível havia 900 contratos activos para dois mil alojamentos e 30 mil candidaturas.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS

Como resultado de quase 8 anos de malabarismos dos Drs. Centeno, Leão e Medina, com a incompetência dos jornalistas em geral e a complacência do comentariado do regime, a anunciar crescimentos miraculosos comparando o investimento orçamentado num ano com o executado no ano anterior, que por seu turno tinha sido muito inferior ao orçamentado, o stock de capital público em Portugal tem vindo a diminuir como se vê gráfico do Miguel Faria e Castro (apud Ferreira Machado), devendo acrescentar-se que o investimento líquido foi negativo em 2021 e 2022.


Vem a propósito acrescentar que se não fossem os fundos europeus, o stock de capital teria ainda caído mais, como resulta do gráfico seguinte (adaptado daqui)



O Estado sucial a trabalhar para o desemprego

A semana passada a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) começou a notificar 80 mil empresas (quase 9% do número de empresas activas) para converter 350 mil trabalhadores “precários” em permanentes. Esta medida, cujo efeito é muito provavelmente levar à destruição de postos de trabalho, parte de um princípio ensinado na Mouse School of Economics de que a “precariedade” laboral resulta da ganância e maldade dos empresários.

De volta ao velho normal

A compra de veículos no primeiro semestre cresceu 45,4% e foi a segunda maior da UE (cá está, outra vez no topo da Óropa) e o crédito ao consumo cresceu 23% em Maio e nos cinco primeiros meses do ano atingiu o valor mais elevado de sempre.

Fonte

«Pagar a dívida é ideia de criança»

No último leilão de 1,25 mil milhões de Bilhetes do Tesouro de curto prazo as taxas chegaram aos 3,248% (6 meses) e 3,533% (12 meses). O facto de uma semana antes as BT a seis anos terem sido colocadas a uma taxa mais baixa (3,181%) dá uma boa indicação do que vem a seguir.


Para temperar os entusiasmos do Dr. Medina sobre a redução da dívida, convirá não esquecer que a dívida pública continua a ser a terceira mais elevada e a dívida externa líquida é a segunda mais elevada.

24/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (75a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

O Dr. Costa, a corrupção e a mentira

«Não, não desvalorizo a corrupção, mas também não desvalorizo a mentira» garantiu ele num artigo de opinião. Não parece questionável que o Dr. Costa desvalorize a mentira, já que usa abundantemente uma modalidade que o poeta popular António Aleixo descreveu assim: «P'ra a mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem de trazer à mistura / qualquer coisa de verdade».

Já quanto à corrupção a coisa fia mais fino. O Avante! da Sonae escreveu há tempo que a «Entidade para a Transparência espera há “meses” por autorização de António Costa».

O Dr. Costa e o futebol

Se não fosse Helena Matos, tinha-me escapado o inusitado e patriótico interesse do Dr. Costa pelo futebol que o leva a estar presente em sítios improváveis onde decorrem cerimónias dessa religião, como a Hungria, onde foi para dar um abraço ao Sr. Mourinho, ou a Nova Zelândia para acompanhar as meninas da selecção, o que quase o fez faltar ao Conselho de Estado.

O Dr. Costa já tem o seu Dr. Goebbels (calma! Isto é só uma metáfora hiperbólica)

O Dr. Adão, ministro da Cultura, como o Dr. Goebbels (o ministério da Cultura do III Reich chamava-se da Propaganda, nome muito mais apropriado), multiplica-se em entrevistas a fazer declarações replicando as palavras do seu Fuehrer Dr. Costa (calma! Isto é só mais uma metáfora hiperbólica) sobre «as preocupações das pessoas», preocupações que ele conhece muito bem pelos artistas independentes que recebem subsídios do seu ministério.

Uma no cravo, outra no Dr. Cravinho que fumou, mas não inalou

O Dr. Cravinho, um exemplo do elevado nível de exigência ética do Dr. Costa, confrontado com a prova de que tinha tido conhecimento da intenção de ser contratado como consultor o Dr. Capitão, mais tarde Secretário de Estado demitido, garantiu na comissão Parlamentar de Defesa não ter tido nada a ver com a contratação.

Então não estamos a crescer mais do que a Óropa? O Dr. Costa deveria colocar uma vela a S. Cristóvão

Sim, estamos, basta ver, por exemplo, o semanário de reverência que celebra com o título galvanizante «economia portuguesa é a quarta que mais cresce na UE este ano», apesar do último valor de 16-07 do indicador diário de actividade económica do BdP ser negativo com uma queda de 4% e os últimos dados do turismo no Algarve não serem muito animadores.

Sabendo-se que o turismo representa cerca de 16% do PIB e tem registado este ano um crescimento na faixa dos 20-25% e que, portanto, o impacto esperado no PIB seria na ordem dos 3-4%, daqui decorre que os 2,4% de crescimento da economia previstos para 2023 significam que o resto da economia irá decrescer.

Sem o turismo, que registou um excedente de 2,7 mil milhões, o excedente externo de 704 milhões das contas externas até Maio teria sido um défice de 2 mil milhões.

Se não for no PIB, o Dr. Costa coloca-nos no topo da Óropa nos ansiolíticos

«Portugal é o segundo país da OCDE com maior utilização de antidepressivos. No caso dos ansiolíticos, é mesmo o primeiro», garante o semanário de reverência que nestas coisas nunca se engana.

«A educação é a nossa paixão». O elevador social socialista deixa os pobres no rés-do-chão

Continuando o caminho de dificultar a aquisição de conhecimentos e facilitar nos exames e, assim, avariar ainda mais o elevador social, o governo determinou o fim da obrigatoriedade do exame de Matemática para os alunos de Ciências. O próximo passo vai ser tornar obrigatório o exame da disciplina de Educação Sexual.

«Temos resultados, temos contas certas» (que o TdeC não consegue certificar)

Segundo as conclusões do relatório de auditoria do Tribunal de Contas ao processo de preparação da Conta Geral do Estado de 2023, existem constrangimentos que «são inultrapassáveis dentro do prazo estabelecido para a apresentação da CGE de 2023».

Choque da realidade com as políticas de habitação do Dr. Costa

Simultaneamente com a aprovação do Mais Habitação, o governo anunciou o enésimo programa para promover o arrendamento, desta vez com o nome Programa Arrendar para Subarrendar (a ministra da Habitação, que ao menos podia ter bom aspecto, deveria usar os judites da PJ que inventam belos nomes para as suas operações – ver aqui alguns exemplos). Ao abrigo desse programa que envolve um investimento de 2,8 milhões (aproximadamente o preço de uma penthouse no Parque das Nações) o governo anunciou acordo para 320 imóveis, sendo 220 do Instituto Financeiro da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia, estando os restantes 100 em mãos de privados.

Recorde-se que há oito meses o balanço feito pelo Expresso mostrava que de todos os projectos de habitação acessível geridos pelo IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) até então havia 71 (setenta e um) fogos arrendados. Do Programa de Arrendamento Acessível havia 900 contratos activos para dois mil alojamentos e 30 mil candidaturas. 

(Continua)

23/07/2023

Tal como a democracia é o pior dos regimes à excepção dos outros, também a família é a pior instituição para criar filhos à excepção das outras

Confesso que não me apercebi do incêndio que se propagou nas redes sociais (que não frequento) a pretexto de uma "influencer" que reconheceu ter dado um banho de água fria ao seu rebento para acabar uma birra. Não vou discutir o mérito do método da "influencer" - no meu caso talvez tivesse optado por um método de pediatria moderna (*) - vou apenas aproveitar o caso para citar Henrique Pereira dos Santos (HPS) que a propósito da solução da retirada da criança à mãe para entregá-la aos cuidados do Estado, proposta por inúmeros imbecis (que HPS, com infinita indulgência, concede poderem ser «pessoas razoáveis e aparentemente sensatas»), escreveu umas linhas sobre o papel das famílias na educação que não resisto a transcrever.

«As famílias são uma coisa péssima: é onde se verifica a esmagadora maioria dos abusos sexuais, é o único sítio onde existe violência doméstica, é onde as tensões entre as pessoas podem ter raízes mais profundas e explosões mais perigosas e muitas e muitas outras coisas que se poderiam dizer sobre as famílias.

O problema é que para educar, socializar crianças, cuidar de bebés - esquecemo-nos frequentemente de como as nossas crias são incompetentes, ao contrário de um potro que corre num prado ao fim de umas horas do seu nascimento, as nossas crias são praticamente "fetos externos", não vêem grande coisa, não se aguentam nas canetas durante um ano, ouvem mal, não sabem procurar comida, meses depois do nascimento não sabem rigorosamente nada do que sabe a generalidade das crias das outras espécies ao fim de umas horas de vida - ainda não encontrámos mecanismo social mais eficiente que este de nos juntarmos em famílias.

Mesmo sabendo que sendo as pessoas imperfeitas, é difícil que sejam capazes de fazer famílias perfeitas, juntando pessoas não só imperfeitas, mas com imperfeições diferentes entre si.

Com séculos, milénios de demonstração, fico estupefacto com a facilidade com que vejo gente, ao mínimo percalço de educação de uns pais, defender que a solução é entregar as crianças ao Estado, essa entidade carinhosa, próxima, razoável, justa, sensata, atenta, serena e etc., que sem dúvida consegue garantir que nenhuma criança a seu cargo alguma vez toma um banho forçado a temperaturas abaixo de 35 graus centígrados.»

(*) Faz muitos anos, quando se começaram a divulgar os "ensinamentos" da pediatria moderna (os meus filhos foram da geração Dr. Spock, não o da Star Trek, mas o pediatra Benjamin McLane Spock), contava-se a estória de uma criança que fazia uma birra imensa junto à montra de uma loja de brinquedos exigindo à mãe, que mal tinha dinheiro para comer, que lhe comprasse um brinquedo caríssimo. Quando alguém se aproximou da mãe, lhe disse que era um pediatra moderno e lhe perguntou se queria que falasse com o birrento, ela deu graças ao Senhor pela inesperada ajuda e aceitou. O pediatra moderno disse meia dúzia de coisas ao ouvido da criança e esta imediatamente se voltou para a mãe dizendo-lhe que já não queria o brinquedo. A mãe curiosa, deixou que o pediatra moderno se afastasse e perguntou ao rebento o que ele lhe tinha dito, ao que o rebento respondeu: «para já com essa birra, ou dou-te uma valente nalgada».

21/07/2023

ARTIGO DEFUNTO: Google desperdiça dinheiro com o Avante! da Sonae


"Com a verdade me enganas", é como se costumam designar estes expedientes do jornalismo de causas.

20/07/2023

Dúvidas (361) – Irá o Brexit consumar-se? (XXIII) - Vai ser muito difícil meter a pasta dentro da bisnaga

Outras dúvidas sobre a consumação do Brexit.

Em retrospectiva, a decisão do governo conservador britânico de David Cameron de submeter a um referendo a saída da UE tinha um propósito e uma premissa. O propósito era não perder as eleições para o UKIP de Nigel Farage que fazia uma campanha para a saída. A premissa era que o eleitorado britânico acabaria por recusar a saída. O propósito foi conseguido, à custa de demagogia e distorção dos factos e dos números que não ficou atrás do UKIP e teve um resultado inesperado que foi a aprovação do Brexit.

As consequências ruinosas do Brexit para o Reino Unido (ver este post) são hoje visíveis para toda a gente que disponha de informação objectiva, com a possível excepção dos portadores de alucinação psicótica, e constituem um case study de subordinação dos interesses nacionais aos desígnios de uma clique.

Fonte

Se não há dúvidas que hoje a maioria dos britânicos está consciente das consequências negativas e essa maioria tem vindo a crescer (57% contra 32%) à medida em que as consequências previsíveis, mas imprevistas (ou talvez não), se tornam mais visíveis - ver diagrama da esquerda -, a verdade é que a maioria dos que votaram a saída continuam a pensar que o Brexit se tornou um desastre apenas por incompetência do governo - ver diagrama da direita. É interessante constatar que uma ligeira maioria de 51% votaria a reintegração do Reino Unido na UE.

19/07/2023

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Também tenho a mesma dúvida

«Passos Coelho havia de me dizer — e eu tomei boa nota — que não sabia porque haveria de voltar à política se os portugueses não queriam nada do que ele teria de fazer para mudar as coisas, (“continuo com a maior das dúvidas que o país queira realmente mudar estruturalmente qualquer coisa de importante”).»

Passos Coelho citado por Maria João Avillez

18/07/2023

Pro memoria (430) – gone with the wind (a confirmação)

Esta é a quinta vez que escrevo sobre os projectos descabelados de energia eólica offshore no Portugal dos Pequeninos. 

Recapitulando:

26.09.2011 Pro memoria (36) – gone with the wind

25-10-2017 Pro memoria (362) – gone with the wind (republicação e actualização)

16-11-2020 Pro memoria (406) – gone with the wind (republicação e nova actualização)

26-08-2021 Pro memoria (412) – gone with the wind (epílogo)

Volto a este tema para citar Luís Mira Amaral, uma das poucas pessoas que reúne três qualidades raras neste país: o conhecimento técnico e o conhecimento económico do sector energético e a independência dos poderes fácticos.  

No artigo 10 GW de eólica offshore? que escreveu na sua coluna Economia Real no Expresso, Miral Amaral expõe em palavras simples o disparate imenso que o governo pretende acrescentar aos que já foram feitos em Viana do Castelo.

«O governo quer 10 GW de potência eólica no mar, a Espanha apenas 3 GW e o Reino Unido, com condições ótimas de profundidade e de vento para esta tecnologia marítima, só projeta 5 GW. A costa portuguesa, com declives acentua­dos, exige plataformas marítimas flutuantes ainda em fases embrionárias de experimentação e bem mais caras do que as plataformas amarradas ao fundo do mar usadas no Reino Unido e na Europa do Norte.

Na eólica offshore de Viana do Castelo, que expliquei aqui com o título “O offshore de Viana do Castelo”, o custo das três plataformas flutuantes a 18 km da costa, com 25 MW no total, levou a uma tarifa para a eletricidade produzida de €130/MWh e o custo do cabo de ligação a terra rondou os €50 milhões. O consumidor português está, assim, a pagar um balúrdio pela eletricidade produzida e pela tarifa de acesso à rede ligada ao custo do cabo e a terceira plataforma flutuante acabou por ser feita em Espanha. O nosso consumidor financia generosamente a indústria espanhola! Agora falamos de 10 mil megawatts e não desses 25 MW, e a APREN diz que os consumidores vão pagar os custos dos cabos de ligação a terra. Qual a justificação económica de tudo isto e quais as vantagens para a indústria nacional, atendendo ao que se passou em Viana do Castelo?  

10 GW é 50% da potência instalada no Sistema Elétrico Nacional (SEN). Como se compatibilizam estas intenções com os níveis de consumo e potências de ponta num sistema em que o consumo global está quase estagnado e em que a eficiência energética e a produção descentralizada junto do consumidor tenderão a reduzir esse consumo? Que consumos adicionais se propõem? Isto teria de estar inserido num planeamento indicativo da geração elétrica no SEN, que, infelizmente, não existe, gerindo o binómio produção/consumo, e num plano global que lhe desse coerência, articulando capacidades de interligação e armazenamento com exportações, excedentes de produção com bombagem e outros dispositivos de armazenamento, como baterias, e análise económica do binómio custo de produção/corte de excedentes. E neste caso, devido ao elevadíssimo custo da energia, não fará sentido investir-se para depois cortar a produção.

Felizmente que esta irrealista ambição não passará da fase da bolha mediática, pois não haverá mercado e investidores para tudo isto, evitando-se o custo para o consumidor de querer fazer tudo na fase cara e de se ter o luxo de estarmos sempre na vanguarda do experimentalismo!»

17/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (74b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 74a)

Uma espécie de anti-selecção

Anti-selecção (adverse selection) é um fenómeno resultante da assimetria de informação entre a procura e a oferta que ocorre em várias actividades, como a banca (as pessoas que recorrem ao crédito têm um risco mais elevado) e os seguros (as pessoas que sabem ter problemas de saúde têm mais incentivos para procurar cobertura). É mais ou menos isso que explica que os concursos para dirigentes promovidos pela CReSAP, criada pelo governo PSD-CDS para fazer escolhas com base na competência, que apesar dos bons salários propostos e de uma actividade pouco esforçada, têm falta de candidatos. Os potenciais candidatos com currículo adequado sabem que os esperaria um calvário de incompetências e suspeitas de corrupção e acabariam com um currículo comprometido. Os potenciais candidatos sem currículo adequado não precisam de se sujeitar a um processo de selecção, já têm lugares garantidos nas tenças partidárias.

Take Another Plan. Take 1. A privatização é quando o homem quiser

Segundo o Dr. Medina, ministro das Finanças e alternativo futuro putativo sucessor do Dr. Costa, o processo de privatização da TAP avança «nas próximas semanas», durará «vários meses», «não estará concluído» este ano, «só estará concluído em 2024» (escolher conforme o gosto).

Take Another Plan. Take 2. Os privados só metem dinheiro privado na privatização se a gestão for privada

O grupo IAG (Iberia e British Airways) só estará interessado na privatização da TAP se a gestão for profissional, ou seja, não for pública. E poderia ser de outra maneira? depois de tudo o que se passou desde que o governo socialista pelas mãos do Dr. Costa e do seu futuro putativo sucessor Dr. Pedro Nuno nacionalizou a TAP e lá torrou mais de 3 mil milhões dos sujeitos passivos com a mesma leviandade com que agora a pretende privatizar.

Se o ISCTE é a madraça socialista, o Montepio é um banco do Grande Oriente Lusitano

Há décadas que a associação mutualista e o banco Montepio são um departamento maçónico-socialista com todos os respectivos vícios de que agora foi conhecido mais um exemplo, o do Dr. Gouveia Alves que usou o dinheiro do banco para as eleições da associação mutualista.

Então não estamos a crescer mais do que a Óropa

Em Maio, o volume de negócios da indústria caiu 1,7%, as exportações caíram pelo segundo mês consecutivo 6,9% e o défice da balança comercial aumentou para 2,5 mil milhões. Não admira, por isso, que no segundo trimestre se espere um crescimento de 0,2% apenas garantido pelo turismo, sem o qual teria havido uma contracção, apesar do dinheiro de helicóptero.

Os prognósticos baseados no pensamento milagroso não costumam dar bom resultado

A inflação caiu para 3,4% em Junho, o valor mais baixo nos últimos 18 meses, e há quem imagine que no final do ano a coisa estará resolvida.


Puro engano. 3,4% em Junho é a taxa homóloga, isto é a variação dos preços em relação a Maio. Outra coisa diferente é a taxa média de inflação e basta olhar para o gráfico acima para perceber que, mesmo na hipótese milagrosa da taxa homóloga mensal descer para a meta de 2% do BCE nos meses que faltam até ao fim do ano. a variação média no ano nunca seria inferior a 5%.

16/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (74a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

O governo do Dr. Costa é o pior governo desde Dona Maria II…

… com a possível excepção dos governos da I República, nomeadamente do Partido Democrata, o proto-partido Socialista. É o veredicto impertinente.

Finalmente percebi o que significa «ética republicana». Parte 1 - «Rei, Capitão, Soldado, Ladrão»

O Dr. Capitão, o Secretário de Estado, agora demitido por ter contratado um ASPON fantasma e à época na comissão liquidatária da Empordef, foi questionado por um general que colocou reservas às contas da OGMA. Na falta de orientações do Dr. Capitão, o general abordou o Dr. Cravinho, o ministro da Defesa de então, que em resposta o demitiu sem mais delongas.

Finalmente percebi o que significa «ética republicana». Parte 2 - A família socialista é muito unida

Segundo o Expresso, geralmente uma fonte confiável para as intrigas da corte socialista, o substituto do Dr. Capitão será um sobrinho da ex-ministra e actual eurodeputada socialista Dr. Leitão Marques.

O Dr. Adão tem razão, malgré lui

O Dr. Adão, ministro da Cultura, que secretamente parece aspirar a ministro da Propaganda, escandalizou a oposição pelos comentários que fez à CPI da TAP. Com pouca razão. Sem ser exaustivo, eis alguns juízos com os quais é difícil não concordar: «há coisas que vi nesta comissão de inquérito que me inquietam como cidadão», «há uma interação entre a cobertura noticiosa da atividade política e o comentário político», «o que vejo é no PS é um conjunto de dirigentes e quadros de excelência que me faz dizer que a sucessão no PS não é um problema» (interpreto que ele queria dizer que o Dr. Costa pode ir embora descansado porque no PS há lá mais do mesmo).

O Dr. Costa puxa do seu diploma Summa cum laude da Mouse School of Economics e corrige Mme Lagarde (continuação)

Ontem mesmo, o outro contribuinte do (Im)pertinências deu mais um contributo par afundar a tese do Dr. Costa (e do Dr. Marcelo e do Dr. Montenegro) sobre o papel nos lucros como motor da inflação.

A maldição da tabuada

Depois de dois anos suspensos, os resultados do exame de Matemática do 9.º ano são os piores desde 2013 e mostram quase 60% de notas negativas e 20% tiveram a nota mínima.

De volta ao velho normal

O dinheiro de helicóptero da bazuca está a ser uma grande ajuda para a venda de automóveis topo de gama. No primeiro semestre as vendas da Porsche em Portugal aumentaram 34% e no segundo trimestre as da Tesla aumentaram mais de 80% e num país que representa menos de 1,5% do PIB da UE representam 4% do total europeu.

As bazucas estão entupidas. Devemos dar graças ao Senhor

O PT2020 ainda dura e foi prorrogado até ao fim de 2023. A execução do PT2030 é pior de sempre. Ainda bem porque já temos muitos Porsches e Teslas e se a grana fluísse mais rapidamente só iria incendiar a inflação com poucos benefícios para o investimento produtivo.

Choque da realidade com a Boa Nova

A linha circular do Metro de Lisboa que deveria estar terminada em 2024 tem um atraso de 30 meses.

Ferrovia 2020 está com atraso total em todos os troços de 27.355 dias.

O Vórtex é um paradigma do Bloco Central dos Golpes & Esquemas

Da operação Vórtex (mais um belo nome prantado pelo DIAP) saiu a acusação do Dr. Pinto Moreira, deputado do PSD (que cobrava 25 mil euros por «démarche») e o Dr. Miguel Reis do PS, ex-presidente da Câmara de Espinho, por 14 crimes.

(Continua)

15/07/2023

Os lucros, a inflação e o visconde de Chateaubriand, outra vez (continuação)

No post anterior citei o economista Ricardo Reis para mostrar a falta de fundamento da atribuição pelos "especialistas" Drs. Marcelo, Costa e Montenegro da causa da inflação ao aumento dos lucros. Nesse post incluí um diagrama extraído de um relatório de trabalho do FMI que parecia sustentar essa tese recorrendo à confusão habitual entre correlação e causação.

Não certamente por acaso, o mesmo Ricardo Reis citou ontem na sua coluna habitual esse relatório de trabalho (por coincidência ele supervisionou a tese de doutoramento de um dos autores) que refere expressamente que o estudo «não permite nenhuma interpretação causal» entre aumento dos lucros e aumento dos preços, precisamente o que fizeram esses "especialistas". Ricardo Reis explica em linguagem simples porquê a tese dos Drs. Marcelo, Costa e Montenegro e de outras sumidades é puramente especulativa.

Especificamente no caso português, para arruinar em definitivo a tese dos insignes economistas Drs. Marcelo, Costa e Montenegro, o capítulo «Labour market and wage developments in OECD countries» do OECD Employment Outlook 2023, publicado há poucos dias, mostra no período 01-10-2019 a 31-03-2023 (que compreende cerca de 12 meses de inflação) a variação comparada dos custos unitários do trabalho e dos lucros unitários com os primeiros a terem um crescimento superior ao dos segundos em Portugal e os custos unitários reais do trabalho com a variação positiva mais elevada de toda a OCDE nesse período.
    

Lá vai mais uma bela tese para o cemitério das ideias fabricadas por encomenda.

14/07/2023

O Dr. Rio tem os vícios dos políticos de sucesso do Portugal dos Pequeninos, apesar de ser mal sucedido

Segundo o mandato que o Ministério Público emitiu para proceder a buscas em casa do Dr. Rui Rio, a direcção de então do PSD usou dinheiros públicos destinados a custear assessores parlamentares para pagar a apparatchiks do partido que não trabalhavam no parlamento.

Até aqui nada de anormal no Portugal dos Pequeninos porque, ao que parece, esta era uma prática "normal" dos partidos, pelo menos é o que o Dr. Rio alega. E mais disseram os seus devotos que é um ataque ad hominem para o queimar e, se for assim, será também uma prática "normal" na justiça portuguesa. Igualmente "normal" entre os políticos portugueses é a reacção grotesca do Dr. Rio a fazer uma performance na varanda de sua casa.

Talvez a única coisa menos normal seja a prosápia e arrogância do Dr. Rio que é mais "normal" num político de sucesso de projecção nacional do que num político falhado que se apresentou como um sucedâneo do partido incumbente. Dito de outro modo, o Dr. Rio tem tudo para ser um político de sucesso no Portugal dos Pequeninos excepto o sucesso.

13/07/2023

Lost in translation (366) - Siloviki language is very difficult to translate

19 JUN, 04:35

Deployment of Russian nuclear weapons in Belarus not limited in time — MFA


13 JUL, 00:27Updated at: 13 Jul, 03:57

Russia to view F-16 fighter jets in Ukraine as threat in nuclear sphere — Lavrov

Placing nuclear weapons in a neighboring country of the invaded country is not a threat in the nuclear sphere. A threat in the nuclear sphere is to make available to the invaded country for its defense a few dozen fighter jets conceived 50 years ago.

Tal como a Divina Providência fez passar os rios através das cidades, assim as agressões da Rússia aos países vizinhos se seguem às adesões à Nato

  • 1939 URSS e Alemanha de Hitler assinam Pacto Molotov-Ribbentrop e invadem a Polónia
  • 1939-1940 URSS invade a Finlândia e anexa Região do lago Ladoga
  • 1944-1949 URSS instala governos fantoches na Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Checoslováquia, Hungria, Polônia e Roménia 
  • 1949 Criação da NATO com Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal e Reino Unido
  • 1952 Adesão à NATO da Grécia e Turquia
  • 1955 Adesão à NATO da Alemanha Federal
  • 1956 URSS esmaga a revolução democrática da Hungria
  • 1968 URSS invade a Checoslováquia, derruba governo de Dubček e instala um governo fantoche
  • 1982 Adesão da Espanha à NATO
  • 1989 Queda do Muro de Berlim
  • 1991 Dissolução da URSS
  • 1991 Extinção do Comecon
  • 1991-1992 Guerra da Ossétia do Sul
  • 1991-1994 Guerra na Abecásia
  • 1992 Guerra da Transnístria
  • 1992 Conflito na Ossétia do Norte
  • 1992–1997 Guerra Civil do Tajiquistão
  • 1993 Guerra Civil na Geórgia
  • 1994-1996 Primeira guerra na Chechénia
  • 1999 Invasão do Daguestão
  • 1999–2009 Segunda Guerra da Chechênia
  • 1999 Adesão à NATO da República Checa, Hungria, Polónia e Bulgária
  • 2008 Guerra Russo-Georgiana
  • 2009 Insurgência no Cáucaso Norte
  • 2009 Adesão à NATO da Albânia e Croácia
  • 2013 Euromaidan na Ucrânia
  • 2014 Anexação russa da Crimeia
  • 2017 Adesão à NATO do Montenegro
  • 2020 Adesão à NATO da Macedónia do Norte
  • 2022 Invasão russa da Ucrânia
  • 2022 Pedido de adesão à NATO da Finlândia e Suécia
  • 2023 Adesão à NATO da Finlândia e Suécia (em finalização)
Sim, confessamos, temos no (Im)pertinências uma verdadeira obsessão pelo visconde de Chateaubriand a quem atribuímos um pensamento tão inspirador que até o Czar Vladimir e os seus Siloviki o adoptaram. Se fossem um pouco mais arejados adoptariam o conceito de retrocausalidade da física quântica.

12/07/2023

Ser de esquerda é... (23) - ... usar o dinheiro dos outros

Expresso

O Dr. Eugénio Rosa é um militante do PCP, antigo deputado, economista marxista-leninista, nomeado em 2018 para a direcção da ADSE pelos sindicatos afectos ao PCP. A ADSE, como se sabe, administra o sistema de saúde dos funcionários públicos e foi criada em 1963 pelo Estado Novo - o Estado fascista para o Dr. Rosa e os seus camaradas - o que não impede que ele e os seus camaradas a considerem como uma grande conquista social. Na verdade, é um seguro de saúde financiado pelas contribuições (3,5% dos salários e das pensões) dos funcionários públicos e pensionistas da administração central, abrangendo os próprios e as suas famílias. Desde 2014 é sustentável e dispõe de mais de mil milhões de euros de reservas.

Que o Dr. Eugénio Rosa considere ser injusto que só os beneficiários contribuam e que «o Estado devia contribuir» (ou seja, os contribuintes que não são empregados do Estado e que não podem ser "segurados" da ADSE) e que veja como solução para garantir a sustentabilidade «aumentar salários e pensões, e o problema desaparece imediatamente», mostra que é um verdadeiro homem de esquerda para o qual a solução simétrica dos funcionários públicos contribuírem para pagar os seguros de saúde dos restantes trabalhadores seria uma espoliação inaudita.

11/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (73b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 73a)

Finalmente percebi o que significa «ética republicana». Parte 1 - Pequenas e médias trafulhices (PMT)

Para reduzir para metade a sua factura fiscal, o Dr. Medina declarou como direitos de autor a tença como comentador de televisão em acumulação com presidente da câmara de Lisboa. Esta pequena trafulhice diz imenso sobre o carácter da criatura que o Dr. Costa traz ao colo há uma década.

Finalmente percebi o que significa «ética republicana». Parte 2 - Oh Captain, my Captain, your fearful trip is done

Primeiro, a ministra da Defesa coloca o chapéu de militante socialista e faz o seu papel tentando proteger o seu SE Dr. Capitão Ferreira. Depois, como a coisa não resultasse, este teve de demitir-se ao ser investigado por duas PMT: (1) ter contratado um assessor que nunca fez nada (no Brasil chamam-lhes ASPON, Assessor de Porra Nenhuma) e (2) ter ele próprio sido assessor por 5 dias do ministério da Defesa para o qual seria mais tarde nomeado SE (fonte). A assessoria do Dr. Capitão foi para a negociação da manutenção dos helicópteros EH-101, um negócio obscuro que está a ser investigado e foi autorizado pelo Dr. Cravinho, filho do Eng. Cravinho, um campeão da luta contra a corrupção.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Três quartos dos obstetras do hospital de Santa Maria estarem de férias no mês de Agosto é apenas um exemplo trivial de como o Estado sucial infectado por apparatchiks é incapaz de gerir as coisas mais simples, como planear as férias do seu pessoal. Enquanto isso, para distrair o povinho, o ministro do SAS anuncia um novo hospital no Bombarral daqui a cinco anos.

Segundo o CFP, o número de “utentes” de SNS sem médico de família (em rigor são “não utentes”) cresceu 30% nos dois últimos anos. Face ao desastre continuado, o ministro recorre ao expediente habitual e anuncia uma “mudança profunda”.

Mais um sobrevivente do Estado Soviético que ultrapassará em breve um sobrevivente do Estado Novo

mais liberdade

O que confirma a conclusão, a que chegámos há muito, de que a herança de 40 anos do socialismo real do Império Soviético não é tão pesada quanto a herança de 40 anos de socialismo a fingir do PS, incluindo o PREC.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível. A transparência opaca

Cinco meses depois de ter sido nomeada a sua direcção, a Entidade para a Transparência que tem como missão fiscalizar o cumprimento das regras do Regime Geral da Prevenção de Corrupção na administração pública continua em «fase de instalação». Na verdade, não fará grande diferença continuar na fase de instalação e até fica mais barato.

«Intensificar», disse ele

mais liberdade
O Dr. Medina declarou que irá «prosseguir o caminho de redução de impostos (e) intensificar essa trajetória de redução de impostos». No diagrama pode ver-se o caminho e a intensificação da trajectória.

10/07/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (73a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

O Dr. Costa puxa do seu diploma Summa cum laude da Mouse School of Economics e corrige Mme Lagarde

«Acho que não tem havido a suficiente compreensão por parte do BCE da natureza específica do ciclo inflacionista que temos estado a viver e também a não ter em devida conta os fatores que têm alimentado esta tensão inflacionista» postulou, salientando os lucros como motor da inflação e fazendo o papel de visconde Chateaubriand, como mostrou o outro contribuinte.

Com a autoridade que lhe advém de ter sido ministro de um governo que tentou controlar bancos e levou o país à bancarrota…

… o Dr. Santos Silva que agora está de presidente do parlamento, segue a liderança do seu chefe e puxou igualmente do seu diploma Magna cum laude da Mouse School of Economics e postulou «os bancos são empresas como as outras, devem arriscar como as outras e não devem ficar na zona de conforto».

Take Another Plan. Take 1 – Em suma, a culpa é do Passos

«Relatório da TAP sobre Pedro Nuno, Galamba e Reis concluiu que a culpa é de Passos» foi a melhor síntese irónica das conclusões da autoria dos palhaços de «O Inimigo Público», que assim mostraram a sua superioridade face aos palhaços que ocupam o Estado sucial.

Take Another Plan. «Uma das mais infames operações que a democracia portuguesa proporcionou»

Palavras de António Barreto referindo-se aos trabalhos da CPI sobre a TAP e ao relatório que a funcionária do PS produziu, a melhor síntese séria.

O regresso do Dr. Pedro Nuno

«Se Pedro Nuno Santos fosse diretor de um qualquer banco, precisaria de um certificado de idoneidade emitido por um regulador independente (o Banco de Portugal). Se Pedro Nuno Santos fosse diretor de um qualquer banco estaria proibido de exercer funções. Somos mais exigentes com os diretores do BCP do que somos com os nossos políticos.» Escreveu Rodrigo Moita de Deus a propósito do dirigente socialista com o rácio bazófia/eficácia mais elevado da sua geração.

No Estado sucial o combate contra a fraude está na fase reflexiva do Think Tank

É um Think Tank contra a Fraude nos Fundos da União Europeia que tem um Grupo de Reflexão para Conhecer a Realidade, Avaliar o Risco e Definir Estratégias de Prevenção de Fraude e uma dinamizadora, procuradora-geral-adjunta Dr.ª Ana Carla Almeida que deu uma entrevista ao semanário de reverência encimada por uma foto com a sua cadela de busca e salvamento que, confessou, está na reforma e, portanto, não vai poder colaborar activamente na reflexão.

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

mais liberdade

Representação gráfica da obra do Dr. Costa e dos seus ajudantes na nacionalização da EFACEC.

Choque da realidade com o Mais Habitação

Desde o anúncio do Mais Habitação o investimento imobiliário desceu 55%, o crédito à habitação está praticamente estagnado e a renda média subiu quase 10%. Melhor é difícil.

Choque da realidade com a Boa Nova

O Programa de Recapitalização Estratégica anunciado em Janeiro do ano passado que previa aplicar 400 milhões em empresas de “interesse estratégico nacional”, até ao fim de Junho quando terminou, aplicou 31 milhões.

CP, fifty-fifty

Nesta altura do ano a CP, a empresa de transportes ferroviários do Estado sucial, esteve em greve 98 dias, segundo as contas do semanário de reverência, que nestas coisas nunca se engana.

(Continua)

09/07/2023

Proposta Modesta Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações (11) - Áctivistas anti-rácistas ide cumprir os vossos desígnios na Ásia

Outras propostas modestas

[Em 1729 Jonathan Swift publicou um panfleto satírico com o título longo e insólito A Modest Proposal: For Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to Their Parents or Country, and for Making Them Beneficial to the Public.]

«Na Malásia, para combater um desequilíbrio em que grande parte da riqueza nacional estava em mãos étnico-chinesas, os malaios desfrutaram do tipo de políticas de ação afirmativa e privilégios mais frequentemente concedidos a uma minoria desfavorecida. Singapura, que tem maioria étnica chinesa, restringe discursos inflamados para evitar disputas raciais e pratica engenharia social, como cotas étnicas em moradias públicas, para impor a integração.

Malásia e Singapura, sublinhe-se, parecem comparativamente harmoniosas numa região marcada por horrores com motivações raciais. Em alguns países asiáticos, minorias foram expulsas: chineses do Vietnã; vietnamitas do Camboja; Nepaleses do Butão; índios de Fiji; rohingyas de Mianmar; e assim por diante. A minoria chinesa na capital indonésia, Jacarta, sofreu uma violência horrível em 1998; centenas foram mortos. O Sri Lanka enfrentou uma amarga guerra civil de 26 anos, alimentada pela discriminação contra os tâmeis e, em seguida, pela luta dessa minoria por uma pátria, que terminou em 2009.» (fonte)

08/07/2023

Poupando pouco e emprestando o pouco ao governo para pagar tenças aos apparatchiks e torrar em elefantes brancos

Qual é o principal handicap da economia do Portugal dos Pequeninos e quais os principais factores indispensáveis para o ultrapassar? Se respondeu baixa produtividade, ao primeiro, e mão-de-obra (apropriadamente) educada e investimento (adequado) em actividades produtivas, aos segundos, saberá que para dispor desses dois factores é necessário um sistema educacional capaz para dispor do primeiro factor e capital disponível para dispor do segundo, respectivamente.

Chegados aqui, esquecendo o sistema educacional, sobre o qual estamos conversados, saberá que há duas fontes principais do capital para investimento produtivo: o investimento directo estrangeiro ou a poupança das famílias. Esquecendo o investimento directo estrangeiro, a poupança das famílias é menos de metade da média da Zona Euro e da UE, o que nos deixa em termos comparativos na cauda da Óropa. 

E se a taxa de poupança durante o período de resgate aumentou, ainda a troika estava a fazer as malas recomeçou a baixar e só voltou a subir com a pandemia, retomando a queda logo que passou o susto. Assim, foi durante os dois períodos em que os rendimentos baixaram que a poupança subiu, o que é mais um belo desmentido dos patetas que pensam que se poupa pouco porque se ganha pouco. 

E onde aplicam os portugueses o pouco dinheiro que poupam? Costumava ser em depósitos bancários.

Recentemente com o aumento do indexante Euribor as taxas de juro dos Certificados de Aforro ficaram mais atractivas e o dinheiro começou a sair dos depósitos para a compra de Certificados de Aforro. 


Dito de outro modo, os portugueses retiraram as poupanças dos depósitos que constituem a parte mais importante do funding dos bancos, que permite financiar às empresas para investimento produtivo, para financiarem a engorda do Estado sucial e a torrefacção nas TAPs e nas CPs. Pior é difícil.

[Gráficos publicados na Revista do Expresso]