(Continuação de 75a)
Simultaneamente com a aprovação do Mais Habitação, o governo anunciou o enésimo programa para promover o arrendamento, desta vez com o nome Programa Arrendar para Subarrendar (a ministra da Habitação, que ao menos podia ter bom aspecto, deveria usar os judites da PJ que inventam belos nomes para as suas operações – ver aqui alguns exemplos). Ao abrigo desse programa que envolve um investimento de 2,8 milhões (aproximadamente o preço de uma penthouse no Parque das Nações) o governo anunciou um acordo abrangendo 320 imóveis - número equivalente a menos de 0,3% dos novos arrendamentos em 2022 -, sendo 220 do Instituto Financeiro da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia, estando os restantes 100 em mãos de privados.
Recorde-se que há oito meses o balanço feito pelo Expresso mostrava que de todos os projectos de habitação acessível geridos pelo IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) até então havia 71 (setenta e um) fogos arrendados. Do Programa de Arrendamento Acessível havia 900 contratos activos para dois mil alojamentos e 30 mil candidaturas.
Investimento público, a autoestrada mexicana do PS
Como resultado de quase 8 anos de malabarismos dos Drs. Centeno, Leão e Medina, com a incompetência dos jornalistas em geral e a complacência do comentariado do regime, a anunciar crescimentos miraculosos comparando o investimento orçamentado num ano com o executado no ano anterior, que por seu turno tinha sido muito inferior ao orçamentado, o stock de capital público em Portugal tem vindo a diminuir como se vê gráfico do Miguel Faria e Castro (apud Ferreira Machado), devendo acrescentar-se que o investimento líquido foi negativo em 2021 e 2022.
Vem a propósito acrescentar que se não fossem os fundos europeus, o stock de capital teria ainda caído mais, como resulta do gráfico seguinte (adaptado daqui)
O Estado sucial a trabalhar para o desemprego
A semana passada a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) começou a notificar 80 mil empresas (quase 9% do número de empresas activas) para converter 350 mil trabalhadores “precários” em permanentes. Esta medida, cujo efeito é muito provavelmente levar à destruição de postos de trabalho, parte de um princípio ensinado na Mouse School of Economics de que a “precariedade” laboral resulta da ganância e maldade dos empresários.
De volta ao velho normal
A compra de veículos no primeiro semestre cresceu 45,4% e foi a segunda maior da UE (cá está, outra vez no topo da Óropa) e o crédito ao consumo cresceu 23% em Maio e nos cinco primeiros meses do ano atingiu o valor mais elevado de sempre.
Fonte |
«Pagar a dívida é ideia de criança»
No último leilão de 1,25 mil milhões de Bilhetes do Tesouro de curto prazo as taxas chegaram aos 3,248% (6 meses) e 3,533% (12 meses). O facto de uma semana antes as BT a seis anos terem sido colocadas a uma taxa mais baixa (3,181%) dá uma boa indicação do que vem a seguir.
Para temperar os entusiasmos do Dr. Medina sobre a redução da dívida, convirá não esquecer que a dívida pública continua a ser a terceira mais elevada e a dívida externa líquida é a segunda mais elevada. |
Portanto, o Me(r)dina baixou a taxa de juro líquida dos Certificados de Aforro para cerca de 1,8%... mas a seguir leiloou 1250 milhões de divida de curto prazo aos estrangeiros com juros acima dos 3,2%!
ResponderEliminarSe tivermos em conta que, ainda por cima, os portugueses pagam 28% de imposto sobre os seus ganhos, enquanto os estrangeiros não pagam nada ao Governo português, só podemos retirar uma das seguintes duas conclusões:
1. Ou o Me(r)dina é burro como um calhau;
2. Ou o Me(r)dina quer favorecer os grandes investidores estrangeiros.
Pessoalmente, eu acho a segunda conclusão bem mais provável. Mas que sei eu, que não passo de um "fascista retardado e ignorante", incapaz de compreender as maravilhas do xuxalismo?
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