Recapitulando: o intervencionismo dos bancos centrais (Fed e BoE, copiados pelo BCE), adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario de Julho de 2012 criou oceanos de liquidez que impulsionaram os mercados de capitais e incentivaram o investimento em activos de risco, criando as condições para um processo inflacionário que só esperava um trigger que surgiu com a invasão da Ucrânia.
A necessidade de aliviarem os seus balanços, secarem os oceanos de liquidez e conterem a inflação levou os bancos centrais a aumentarem as taxas de referência e passarem do quantitative easing para o quantitative tightening, que é como quem diz passaram da folga para o aperto.
State of Venture Q2’23 Report |
Face ao aumento das taxas de juros e à secagem do excesso de liquidez, encolheu o dinheiro disponível para as aplicações especulativas, incluindo o capital de risco, que o diagrama acima mostra estar a escassear o que significa maior exigência dos venture capitalists. Ao que parece, esta constatação não chegou ainda ao Portugal dos Pequeninos onde se continua a agitar a bandeira das startups miraculosas que precisariam de nacional dinheiro abundante que não existe ou de dinheiro internacional estúpido que agora escasseia.
Eu diria que foram os estímulos COVID com a massa monetária a aumentar exponencialmente durante a pandemia com o mundo praticamente parado, que foram os principais responsáveis pelo rebentar da bolha que até aí ia inchando mas a um ritmo menos galopante mesmo assim...
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