Expresso, uma vocação para luzes ao fundo do túnel: à esquerda a foto que acompanha o artigo de hoje; à direita uma página com 12 anos sobre o TGV |
31/08/2018
Títulos inspirados (81) - Mais uma página virada
Chávez & Chávez, Sucessores (70) - Os portugueses da Venezuela
Outras obras do chávismo.
«Em nome da tradição, os intelectuais de esquerda portugueses sempre apoiaram facínoras. Mas o apoio à Venezuela é um salto em frente. Não se trata de uma mera traição da decência e da verdade, é uma traição a centenas de milhares de portugueses ou de luso-descendentes, que, curiosamente, continuam por descobrir pelo jornalismo português. No fundo, no fundo, o português da Venezuela também tem um problema: não é grego, não foi “oprimido” por Merkel ou pela troika ou por Passos.»
Henrique Raposo no Expresso Diário
Na verdade, este abandono dos portugueses emigrados ao jugo dos totalitarismos não é novidade nenhuma. Foi o que esquerdalhada portuguesa fez aos retornados em 1975 e até Mário Soares, na sua entrevista publicada em 19-08-1974 pela revista alemã Der Spiegel, não hesitou em responder à pergunta se o exército poderia se necessário atirar sobre os portugueses brancos: «o exército não vai fugir disso e já mostrou que tem mão forte». E não, isto não é uma das fake news espalhadas pelos "reaccionários"; 44 anos depois ainda pode ser lido no site da Spiegel:
«Em nome da tradição, os intelectuais de esquerda portugueses sempre apoiaram facínoras. Mas o apoio à Venezuela é um salto em frente. Não se trata de uma mera traição da decência e da verdade, é uma traição a centenas de milhares de portugueses ou de luso-descendentes, que, curiosamente, continuam por descobrir pelo jornalismo português. No fundo, no fundo, o português da Venezuela também tem um problema: não é grego, não foi “oprimido” por Merkel ou pela troika ou por Passos.»
Henrique Raposo no Expresso Diário
Na verdade, este abandono dos portugueses emigrados ao jugo dos totalitarismos não é novidade nenhuma. Foi o que esquerdalhada portuguesa fez aos retornados em 1975 e até Mário Soares, na sua entrevista publicada em 19-08-1974 pela revista alemã Der Spiegel, não hesitou em responder à pergunta se o exército poderia se necessário atirar sobre os portugueses brancos: «o exército não vai fugir disso e já mostrou que tem mão forte». E não, isto não é uma das fake news espalhadas pelos "reaccionários"; 44 anos depois ainda pode ser lido no site da Spiegel:
SPIEGEL: Wenn nötig, wird also die portugiesische Armee auf weiße Portugiesen schießen?
SOARES: Sie wird nicht davor zurückschrecken, und sie kann nicht davor zurückschrecken. Die Armee hat ja schon gezeigt, daß sie eine starke Hand hat und die Ordnung um jeden Preis aufrechterhalten will.
30/08/2018
CONDIÇÃO MASCULINA / ESTADO DE SÍTIO / CASE STUDY: O homem português é um queixinhas, a CIG é um zingarelho inútil e o Estado Sucial português está contaminado pelo parkinsonismo
«Em 2017, apenas cinco pessoas se queixaram à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) de terem sido discriminadas no acesso a bens e serviços. Mas quem o fez foram sobretudo homens, assinando quatro das cinco participações. A quinta queixa foi enviada por uma mulher, só que com o mesmo motivo: alegando prática discriminatória em relação a homens.» (Público)
Conclusões:
1.ª Confirma-se que, ao contrário da lenda, os portugueses do sexo masculino são em média criaturas meio-efeminadas, pouco másculos e com os tiques característicos do sexo feminino, por exemplo queixinhas - o último índice de masculinidade conhecido de Geert Hofstede era um dos mais baixos em todo o mundo colocando a cultura portuguesa como uma das mais femininas.
2.ª A CIG é um pesado e inútil zingarelho que proporciona dúzias de tenças a dúzias de apparatchiks para tratar cinco queixas por ano.
3.ª A CIG, como todos os organismos do Estado Sucial português, é mais um case study das leis de Parkinson, comparável por exemplo ao da Câmara Municipal de Lisboa (o locus socialista por definição).
Conclusões:
1.ª Confirma-se que, ao contrário da lenda, os portugueses do sexo masculino são em média criaturas meio-efeminadas, pouco másculos e com os tiques característicos do sexo feminino, por exemplo queixinhas - o último índice de masculinidade conhecido de Geert Hofstede era um dos mais baixos em todo o mundo colocando a cultura portuguesa como uma das mais femininas.
2.ª A CIG é um pesado e inútil zingarelho que proporciona dúzias de tenças a dúzias de apparatchiks para tratar cinco queixas por ano.
3.ª A CIG, como todos os organismos do Estado Sucial português, é mais um case study das leis de Parkinson, comparável por exemplo ao da Câmara Municipal de Lisboa (o locus socialista por definição).
29/08/2018
ACREDITE SE QUISER: Do socialismo costista ao liberalismo mutante sem virar a página
«A página de Facebook da Iniciativa Liberal (IL) - o recém-fundado partido que defende “os valores liberais” e que se identifica como um movimento alternativo aos atuais partidos de esquerda e de direita portugueses - era, até maio de 2015, uma página independente de apoio a António Costa chamada “António Costa 2015 - Capacitar Portugal”.
(...) a página oficial do partido foi criada em Maio de 2014 e mudou três vezes de nome - começou por chamar-se “António Costa 2015 - Capacitar Portugal”, tendo alterado o nome, um ano depois, para “Capacitar Portugal”. A 26 de Janeiro de 2016, passou a chamar-se “Liberal Portugal” e a 26 de setembro desse mesmo ano assumiu a designação actual: “Iniciativa Liberal”.»
(Rádio Renascença)
Escreveu António Alçada Baptista (a Marcelo Caetano, o padrinho do presidente dos afectos), como se recorda na epígrafe deste blogue: «em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» Se ainda fosse vivo, Alçada Baptista acrescentaria mutantes (mutatis mutandis) aos libertinos, demagogos ou ultramontanos.
(...) a página oficial do partido foi criada em Maio de 2014 e mudou três vezes de nome - começou por chamar-se “António Costa 2015 - Capacitar Portugal”, tendo alterado o nome, um ano depois, para “Capacitar Portugal”. A 26 de Janeiro de 2016, passou a chamar-se “Liberal Portugal” e a 26 de setembro desse mesmo ano assumiu a designação actual: “Iniciativa Liberal”.»
(Rádio Renascença)
Escreveu António Alçada Baptista (a Marcelo Caetano, o padrinho do presidente dos afectos), como se recorda na epígrafe deste blogue: «em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» Se ainda fosse vivo, Alçada Baptista acrescentaria mutantes (mutatis mutandis) aos libertinos, demagogos ou ultramontanos.
28/08/2018
ARTIGO DEFUNTO: O semanário de reverência perdeu a pouca vergonha que tinha
«A propaganda descarada prossegue. Escrevemos há duas semanas aqui no “i” que o “Expresso” já não esconde o seu proselitismo a favor de António Costa – será um aliado do PS na busca da maioria absoluta. Pois bem, depois da entrevista de Pedro Duarte, logo após a longa entrevista de Verão habitual de António Costa em ano antecedente a actos eleitorais, eis que o “Expresso” resolveu escrever mais um verso no seu poema de amor ao PS. Desta feita, publicou no sábado de manhã a promessa eleitoral que António Costa haveria de divulgar no sábado à tarde. É uma jogada política clássica: primeiro, lança-se a proposta na comunicação social amiga para criar a onda de expectativa, para depois anunciá-la em comício partidário aproveitando (e maximizando) o foco mediático que a manchete do “Expresso” proporcionou. Isto é pura propaganda (digna da Coreia do Norte) pela terceira semana consecutiva.»
João Lemos Esteves no jornal i
Quanto mais se afunda financeiramente o grupo Impresa de Balsemão, mais aumenta a subserviência ao PS e a tentativa de se ligar à máquina do Estado Sucial.
João Lemos Esteves no jornal i
Quanto mais se afunda financeiramente o grupo Impresa de Balsemão, mais aumenta a subserviência ao PS e a tentativa de se ligar à máquina do Estado Sucial.
ESTÓRIA E MORAL: Quem quer controlar o presente tenta controlar o passado para controlar o futuro
Estória
O governo socialista espanhol ultra-minoritário de Pedro Sanchéz aprovou na sexta-feira passada um decreto para exumar o cadáver do caudillo Francisco Franco da Basílica do Vale dos Caídos.
Há quem diga que não faz sentido querer alterar o passado. Não concordo. É estúpido por ser inútil mas faz todo o sentido para esquerdalhada e por isso constitui o seu comportamento padrão em relação à História. Para não perder tempo, cito apenas a reescrita da História levada ao seu limite extremo pelo Estalinismo que apagou das fotos todos os caídos em desgraça, a começar por Leon Trotsky mandado assassinar no México.
A modificação retroactiva da narrativa histórica corresponde a uma necessidade profunda da esquerdalhada que George Orwell tão bem caracterizou no seu 1984, uma distopia inspirada na União Soviética.
Moral
O governo socialista espanhol ultra-minoritário de Pedro Sanchéz aprovou na sexta-feira passada um decreto para exumar o cadáver do caudillo Francisco Franco da Basílica do Vale dos Caídos.
Há quem diga que não faz sentido querer alterar o passado. Não concordo. É estúpido por ser inútil mas faz todo o sentido para esquerdalhada e por isso constitui o seu comportamento padrão em relação à História. Para não perder tempo, cito apenas a reescrita da História levada ao seu limite extremo pelo Estalinismo que apagou das fotos todos os caídos em desgraça, a começar por Leon Trotsky mandado assassinar no México.
A modificação retroactiva da narrativa histórica corresponde a uma necessidade profunda da esquerdalhada que George Orwell tão bem caracterizou no seu 1984, uma distopia inspirada na União Soviética.
Moral
27/08/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (150)
Outras avarias da geringonça.
O discurso do Dr. Centeno, na qualidade de presidente do Eurogrupo, sobre a saída da Grécia do programa de resgate poderia ter sido lido pelo Dr. Vítor Gaspar e quem o ouviu não imaginaria que o Dr. Centeno era o Sr. Mário que nos finais de 2015 fustigava a «saída limpa» do governo neoliberal. Não espantou por isso que a coesão da geringonça tenha sido uma vez mais posta à prova com esse discurso que suscitou por parte dos berloquistas reacções indignadas comparando o Dr. Centeno a Jeroen Dijsselbloem - para o berloquismo Jeroen encontra-se no mesmo departamento do ministro das Finanças do III Reich. É claro que isso, só por si, não impedirá berloquistas e comunistas de aprovarem o orçamento do Sr. Mário.
O discurso do Dr. Centeno, na qualidade de presidente do Eurogrupo, sobre a saída da Grécia do programa de resgate poderia ter sido lido pelo Dr. Vítor Gaspar e quem o ouviu não imaginaria que o Dr. Centeno era o Sr. Mário que nos finais de 2015 fustigava a «saída limpa» do governo neoliberal. Não espantou por isso que a coesão da geringonça tenha sido uma vez mais posta à prova com esse discurso que suscitou por parte dos berloquistas reacções indignadas comparando o Dr. Centeno a Jeroen Dijsselbloem - para o berloquismo Jeroen encontra-se no mesmo departamento do ministro das Finanças do III Reich. É claro que isso, só por si, não impedirá berloquistas e comunistas de aprovarem o orçamento do Sr. Mário.
26/08/2018
DIÁRIO DE BORDO: R.I.P.
CASE STUDY: A igualdade de oportunidades dos sexos em Frankfurt am Main
Está em curso a nomeação de um novo presidente do Mecanismo Único de Supervisão (MUS) do Banco Central Europeu (BCE) para substituir a francesa Daniele Nouy que termina o mandato no final do ano. Segundo a Bloomberg, o BCE não procura o melhor candidato, procura mulheres «who meet the job’s credentials». Ainda segundo a Bloomberg, há duas mulheres em carteira: a irlandesa Sharon Donnery e a portuguesa Elisa Ferreira.
Just in case, também há de reserva três homens, saber: Andrea Enria, ex-presidente da Autoridade Bancária Europeia, Ignazio Angeloni, no BCE desde sempre, e Faboio Panetta, representante do Banco de Itália no MUS.
A "nossa" Elisa Ferreira tem um currículo feito principalmente à boleia do PS, ao serviço político de quem esteve nas qualidades de ministra e deputada durante 21 anos consecutivos. Seguiu-se a nomeação, igualmente política, para a administração do BdP com o pelouro da supervisão prudencial dos bancos, bancos onde até só tinha entrado como cliente.
A mesma Elisa Ferreira esconde tão mal a sua dependência do PS que quando se candidatou em 2009 ao PE explicou aos velhinhos do lar que visitou na qualidade de candidata às autárquicas «vou só dar o nome e volto» e lembrou que os bairros pintados pela vereação de Rui Rio o foram com «o dinheiro (que) é do Estado, é do PS».
Simone Veil, presidente do Parlamento Europeu, feminista emérita e immortelle de l'Académie Française, (*) Françoise Giroud, jornalista, escritora, política e feminista francesa disse que a igualdade de oportunidades para homens e mulheres seria alcançada quando uma mulher incompetente fosse preferida a um homem competente. Se Elisa Ferreira for nomeada presidente do MUS podemos concluir que a igualdade de oportunidades para homens e mulheres foi alcançada, pelo menos em Frankfurt.
(*) Corrigido nos comentários. É o que faz citar de memória.
Just in case, também há de reserva três homens, saber: Andrea Enria, ex-presidente da Autoridade Bancária Europeia, Ignazio Angeloni, no BCE desde sempre, e Faboio Panetta, representante do Banco de Itália no MUS.
A "nossa" Elisa Ferreira tem um currículo feito principalmente à boleia do PS, ao serviço político de quem esteve nas qualidades de ministra e deputada durante 21 anos consecutivos. Seguiu-se a nomeação, igualmente política, para a administração do BdP com o pelouro da supervisão prudencial dos bancos, bancos onde até só tinha entrado como cliente.
A mesma Elisa Ferreira esconde tão mal a sua dependência do PS que quando se candidatou em 2009 ao PE explicou aos velhinhos do lar que visitou na qualidade de candidata às autárquicas «vou só dar o nome e volto» e lembrou que os bairros pintados pela vereação de Rui Rio o foram com «o dinheiro (que) é do Estado, é do PS».
(*) Corrigido nos comentários. É o que faz citar de memória.
25/08/2018
Chávez & Chávez, Sucessores (69) - O socialismo bolivariano como inspiração para Jeremy Corbyn
Outras obras do chávismo.
«Imagine if Theresa May suddenly announced that her government was going to devalue the pound by 96 per cent; increase the minimum wage by 6,000 per cent; pay the wage increases for millions of businesses for three months; tie the pound to a mythical cryptocurrency; prepared for petrol rationing; and impose a 0.7 per cent tax on big financial transactions. It would be seen either as an act of lunacy, of a collapsing country — or both.
For the long-suffering people of Venezuela, it’s just the latest stage of their country’s grand socialist experiment.
For the long-suffering people of Venezuela, it’s just the latest stage of their country’s grand socialist experiment.
24/08/2018
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (173) - O Estado Sucial é do Partido Socialista
A CP, uma empresa pública em falência técnica há décadas (capitais próprios negativos de 2,7 mil milhões de euros em 2016), nos últimos tempos em estado de quase paralisia sem comboios na quantidade e no estado necessários, cujos sindicatos convocaram mais uma greve para a próxima semana, «deu garantias escritas que "aceita os atrasos" noutros comboios para que um comboio fretado pelo PS vá do Pinhal Novo a Caminha para a rentrée socialista» que terá lugar amanhã.
CASE STUDY: Um imenso Portugal (39) - Um Lula mefistofélico
[Outros imensos Portugais]
«Lula é como o Fausto, de Goethe, que fez um pacto com o Diabo, na forma de Mefistóteles. Graças a esse pacto chegou ao auge do poder, da popularidade, do prestígio; hoje, sofre as consequências da imprudente amizade.
No passado, os "golpistas", como ele lhes chama hoje, foram parceiros de governo e de distribuição de dinheiros públicos no mensalão e no petrolão para ir facilitando a aprovação de projetos, oleando as campanhas de todos e garantindo a preservação dos mesmos no poder.
De terríveis e infames corruptos, quando o PT ainda era oposição, Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá ou Eunício de Oliveira, alguns caciques do MDB, ainda a mais fiel representação do Mefistóteles do Fausto na política brasileira, passaram a ser destinatários de palmadinhas nas costas, abraços e afagos de Lula e companhia. Até Paulo Maluf, veterano vigarista procurado pela Interpol, mereceu visita do chefe do PT aos jardins da sua mansão para selar acordo com vista à eleição para a prefeitura de São Paulo de Fernando Haddad, em 2012.
Argumenta o PT que sem esses acordos não teriam existido Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Prouni e tantos outros programas que, pela primeira vez na história, visaram diminuir a desigualdade do terceiro país mais desigual do mundo.
"É a realpolitik, estúpido", dizem os militantes do partido. "No Brasil, Jesus se coligaria até com Judas", resumiu um dia o próprio Lula.
No dia em que o dinheiro se retraiu como nunca, já sob Dilma Rousseff, uma presidente medíocre na economia, por um lado, e que nunca teve estômago para palmadinhas nas costas, abraços e afagos a quem desprezava, por outro, o preço a pagar pela aliança diabólica chegou em forma de impeachment. O resto já se sabe.
Mas será que o PT, com resultados catastróficos nas últimas eleições municipais, e Lula, entretanto preso em Curitiba, aprenderam a lição? Não: enquanto os seus militantes, no Brasil e além-mar, perdem os amigos e a saúde a chamar "golpistas" aos que derrubaram Dilma, o partido já se coligou com os partidos do "golpe" em 15 das 27 unidades federativas do país. A tal realpolitik.»
O PT golpeia-se, João Almeida Moreira no DN
O PT golpeia-se, João Almeida Moreira no DN
Lost in translation (309) - Buraco da frente
«For the purposes of this guide, we’ve chosen to include alternative words for readers to use for their genitals. For example, some trans men choose to use the words “front hole” or “internal genital” instead of “vagina.” »
LGBTQIA-inclusive safer sex guide
LGBTQIA-inclusive safer sex guide
23/08/2018
Mitos (280) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (10)
Outros mitos: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8) e (9)
Artigo 24.º Direito à igualdade no acesso a emprego e no trabalho
1 - O trabalhador ou candidato a emprego tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, não podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou condição social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical, devendo o Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos.
Esta série de posts tem sido dedicada à desmistificação das teses das diferenças salariais entre sexos serem devidas à discriminação, teses que não têm conta as diferentes funções desempenhadas. É um erro metodológico primário não devido ao acaso, mas resultante das estatísticas de causas produzidas pelos militantes dessas causas que fabricam as hipóteses à medida das suas teses. Uma das consequências desta mistificação é que as políticas desenhadas com base em falácias são... falaciosas.
Desta vez a falácia consistiu numa ejaculação do órgão legislativo recolhida no Diário da República sob a forma de «lei que introduz medidas de promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual ou de igual valor, sendo que a mesma entra em vigor a partir de janeiro de 2019».
O ridículo é tanto maior quanto se trata de uma ejaculação em cima do Código do Trabalho que estipula princípios que há décadas fazem parte da legislação laboral e das convenções internacionais:
1 - O trabalhador ou candidato a emprego tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, não podendo ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, identidade de género, estado civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou condição social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência, doença crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem, língua, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical, devendo o Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos.
Artigo 25.º Proibição de discriminação
1 - O empregador não pode praticar qualquer discriminação, directa ou indirecta, em razão nomeadamente dos factores referidos no n.º 1 do artigo anterior.
Não têm mais nada para fazer? Vão-se catar!
Não têm mais nada para fazer? Vão-se catar!
22/08/2018
Lá teremos de ampliar o Panteão ou criar Panteões por modalidade...
... por exemplo: Futebol (Eusébio, os Cinco Violinos, Cristiano Ronaldo e muitos outros); Música Popular (Zeca Afonso, Zé Pedro e muitos outros); Fado (Amália, Marceneiro, Ferreira-Rosa e muitos outros); Honoris Causa (Madonna e todas as celebridades que têm casa no Portugal dos Pequeninos); etc. (um grande etc.)
21/08/2018
Deve ter dito alguma coisa certa...
... visto o discurso para assinalar o fim do resgate da Grécia de Mário Centeno, o nosso Ronaldo das Finanças, na qualidade de presidente do Eurogrupo, ter sido assim comentado por vários lunáticos:
«Um vídeo lamentável que apaga o desastre que foi o programa de ajustamento grego», João Galamba, antigo porta-voz do PS, doutor (ando) em Filosofia Política pela London School of Economics e docente na Mouse School of Business;
«Um vídeo ridículo para quem tem alguma noção do que aconteceu na Grécia», berloquista emérito, membro do Comité Central do BE;
«Não há nenhuma diferença entre Jeroen Dijsselbloem e Mário Centeno - fazem o mesmo branqueamento», Mariana Mortágua, bombista por parte do pai e putativa futura ministra das Finanças;
(Parece uma) «uma máquina de propaganda norte-coreana», Yanis Varoufakis, antigo ministro das Finanças Gregas, figura de proa do jet set, do radical chic e da gauche caviar.
Não estou em condições de fazer um juízo porque desliguei ao ouvir Centeno começar o discurso com «Calimero», que a minha ignorância do grego levou a supor que estaria a referir-se ao nosso ministro da Economia - na verdade, segundo Frederico Lourenço, significa «bom dia» em grego contemporâneo.
«Um vídeo lamentável que apaga o desastre que foi o programa de ajustamento grego», João Galamba, antigo porta-voz do PS, doutor (ando) em Filosofia Política pela London School of Economics e docente na Mouse School of Business;
«Um vídeo ridículo para quem tem alguma noção do que aconteceu na Grécia», berloquista emérito, membro do Comité Central do BE;
«Não há nenhuma diferença entre Jeroen Dijsselbloem e Mário Centeno - fazem o mesmo branqueamento», Mariana Mortágua, bombista por parte do pai e putativa futura ministra das Finanças;
(Parece uma) «uma máquina de propaganda norte-coreana», Yanis Varoufakis, antigo ministro das Finanças Gregas, figura de proa do jet set, do radical chic e da gauche caviar.
Não estou em condições de fazer um juízo porque desliguei ao ouvir Centeno começar o discurso com «Calimero», que a minha ignorância do grego levou a supor que estaria a referir-se ao nosso ministro da Economia - na verdade, segundo Frederico Lourenço, significa «bom dia» em grego contemporâneo.
20/08/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (149)
Outras avarias da geringonça.
Num país que recebe mais de 20 milhões de turistas por ano - o dobro da população residente - e para quem o turismo é um dos principais expedientes para adiar a bancarrota, um turista belga liga para o 112 numa emergência com um filho e teve a sua chamada transferida 5 (cinco) vezes até conseguir alguém que falasse inglês.
Quando Costa enaltece a redução do desemprego como uma das realizações do seu governo, é logo atacado pelos seus detractores que lhe recordam que quem cria emprego é a economia não é governo. Nada mais errado. Veja-se o contributo que o governo deu para a redução do desemprego com a contratação de 1.170 apparatchiks, de outro modo sem emprego, estacionados em S. Bento, dos quais desde 282 foram recrutados desde o final de 2015.
Ou veja-se o contributo que o governo deu desde que tomou posse com a arregimentação de 16 mil novos utentes da vaca marsupial pública cujo número atingiu 675 mil no final do 1.º semestre. Desses 16 mil, foram contratados nos últimos 12 meses 7.300, incluindo 2.900 para a administração local. Note-se que as contratações parece terem mais a ver com a engorda da clientela eleitoral do que com as necessidades reais dos serviços. Exemplo: os chefes de urgência de obstetrícia do hospital Amadora-Sintra demitiram-se por não terem sido contratados os técnicos necessários.
Num país que recebe mais de 20 milhões de turistas por ano - o dobro da população residente - e para quem o turismo é um dos principais expedientes para adiar a bancarrota, um turista belga liga para o 112 numa emergência com um filho e teve a sua chamada transferida 5 (cinco) vezes até conseguir alguém que falasse inglês.
Quando Costa enaltece a redução do desemprego como uma das realizações do seu governo, é logo atacado pelos seus detractores que lhe recordam que quem cria emprego é a economia não é governo. Nada mais errado. Veja-se o contributo que o governo deu para a redução do desemprego com a contratação de 1.170 apparatchiks, de outro modo sem emprego, estacionados em S. Bento, dos quais desde 282 foram recrutados desde o final de 2015.
Ou veja-se o contributo que o governo deu desde que tomou posse com a arregimentação de 16 mil novos utentes da vaca marsupial pública cujo número atingiu 675 mil no final do 1.º semestre. Desses 16 mil, foram contratados nos últimos 12 meses 7.300, incluindo 2.900 para a administração local. Note-se que as contratações parece terem mais a ver com a engorda da clientela eleitoral do que com as necessidades reais dos serviços. Exemplo: os chefes de urgência de obstetrícia do hospital Amadora-Sintra demitiram-se por não terem sido contratados os técnicos necessários.
CONDIÇÃO MASCULINA: Jovem actor assediado por uma líder do movimento das mulheres assediadas
«The Italian actress and director Asia Argento was among the first women in the movie business to publicly accuse the producer Harvey Weinstein of sexual assault.
But in the months that followed her revelations about Mr. Weinstein last October, Ms. Argento quietly arranged to pay $380,000 to her own accuser: Jimmy Bennett, a young actor and rock musician who said she had sexually assaulted him in a California hotel room years earlier, when he was only two months past his 17th birthday. She was 37. The age of consent in California is 18.» (NYT)
But in the months that followed her revelations about Mr. Weinstein last October, Ms. Argento quietly arranged to pay $380,000 to her own accuser: Jimmy Bennett, a young actor and rock musician who said she had sexually assaulted him in a California hotel room years earlier, when he was only two months past his 17th birthday. She was 37. The age of consent in California is 18.» (NYT)
19/08/2018
DIÁRIO DE BORDO: R.I.P.
18/08/2018
SERVIÇO PÚBLICO: Da próxima vez também não vai ser diferente (12)
[Uma espécie de continuação de «Too big to fail» - another financial volcanic eruption in the making (1) e (2) e de «Da próxima vez também não vai ser diferente»]
O diagrama seguinte representa a evolução nos últimos 30 anos do spread entre as OTs americanas a 10 e 2 anos, ou seja a diferença entre os yields desses prazos.
Este spread é geralmente considerado pela doutrina económica dominante como um bom indicador do comportamento a curto prazo da economia. Retrospectivamente, a análise deste indicador teria permitido antecipar as 3 recessões ocorridas durante o período ou... antecipar a próxima recessão.
Independentemente das potencialidades preditivas deste indicador, a inversão da curva de rendimentos mostra um enviesamento da avaliação do risco pelos investidores o qual indicia uma certa «exuberância irracional», como lhe chamou o velho líder da Fed Alan Greenspan. E sabe-se como acabaram as diferentes bolhas geradas por uma exuberância que os próprios bancos centrais ajudaram a criar, como agora com as suas políticas não convencionais.
O diagrama seguinte representa a evolução nos últimos 30 anos do spread entre as OTs americanas a 10 e 2 anos, ou seja a diferença entre os yields desses prazos.
Trouble with the curve (Economist) |
Independentemente das potencialidades preditivas deste indicador, a inversão da curva de rendimentos mostra um enviesamento da avaliação do risco pelos investidores o qual indicia uma certa «exuberância irracional», como lhe chamou o velho líder da Fed Alan Greenspan. E sabe-se como acabaram as diferentes bolhas geradas por uma exuberância que os próprios bancos centrais ajudaram a criar, como agora com as suas políticas não convencionais.
17/08/2018
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (172) - A obra feita de Costa
Confrontado com o seu congénere Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro com uma minoria ainda menor do que a dele, que nomeou mais de 40% da comissão executiva do seu partido para cargos de topo no Estado espanhol, incluindo um filósofo para energia nuclear e um outro sem experiência no turismo para as pousadas, Costa mostrou obra feita com o aumento desde que se mudou para S. Bento de 282 apparatchiks (32%) estacionados nos gabinetes dos seus 60 ajudantes no governo.
16/08/2018
Pro memoria (384) - Paddy Cosgrave como gestor de eventos ao serviço da geringonça
Paddy Cosgrave convidou Marine Le Pen para o Web Summit deste ano com o propósito, segundo explicou, de promover o debate e a discussão sobre a emergência da extrema-direita. Sem surpresa, os megafones do berloquismo nos mídia fizerem sentir a sua "indignação".
Com grande descaro, Cosgrave começou por colocar a decisão nas mãos do governo. Com o habitual sentido de oportunidade, Costa aproveitou a ocasião para mostrar serviço de independência e devolveu a decisão a Cosgrave que teve uma epifania e tuitou «é agora claro para mim que a decisão correta para a #WebSummit é retirar o convite a Marine Le Pen».
Estou com o jornalista António Costa (mera coincidência) que concluiu:
«Tendo em conta que há uma negociação em curso entre o Web Summit e o Estado português para o prolongamento do evento em Lisboa por mais dez anos, não é difícil antecipar que este acordo já estará fechado. Paddy Cosgrave colocou-se nas mãos do governo, arriscou a sua credibilidade e independência, e do próprio evento. Só pode ter uma explicação: o Web Summit acabou tal como o conhecemos, mas vai continuar por cá mais uns anos.»
Com grande descaro, Cosgrave começou por colocar a decisão nas mãos do governo. Com o habitual sentido de oportunidade, Costa aproveitou a ocasião para mostrar serviço de independência e devolveu a decisão a Cosgrave que teve uma epifania e tuitou «é agora claro para mim que a decisão correta para a #WebSummit é retirar o convite a Marine Le Pen».
Estou com o jornalista António Costa (mera coincidência) que concluiu:
«Tendo em conta que há uma negociação em curso entre o Web Summit e o Estado português para o prolongamento do evento em Lisboa por mais dez anos, não é difícil antecipar que este acordo já estará fechado. Paddy Cosgrave colocou-se nas mãos do governo, arriscou a sua credibilidade e independência, e do próprio evento. Só pode ter uma explicação: o Web Summit acabou tal como o conhecemos, mas vai continuar por cá mais uns anos.»
CASE STUDY: O que é assédio depende de quem assedia e de quem é assediado
Alegad@s assediador@ e assediad@ |
Nimrod Reitman, actualmente professor convidado em Harvard, que é gay e casado com um homem, acusou Avital Ronell, que se declara lésbica, de o ter beijado e tocado repetidamente, exigindo que ele dormisse com ela, de lhe ter enviado emails e recusado trabalhar com ele se ele não colaborasse.
Ronell foi suspensa na Primavera com efeitos para o próximo ano lectivo por uma decisão confidencial da universidade de Nova Iorque que pouco depois foi contestada numa carta assinada por académicos, incluindo o conhecido filósofo esloveno Slavoj Žižek, e feministas proeminentes de várias universidades protestando a inocência da professora Ronnel, invocando o seu estatuto e reputação internacional e implicitando que se trata de uma caça às bruxas e que qualquer tipo de investigação é injusta.
Em conclusão, segundo aqueles académicos e feministas, o que importa não é o assédio em si. O que importa é quem assedia e quem é assediado. Outros exemplos:
- Não assédio - o presidente Bill Clinton obtém um blowjob de uma estagiária na sala oval;
- Assédio - anos antes de meter o pé na sala oval, o presidente Donald Trump paga uma noite de sexo a uma performer porno.
15/08/2018
CASE STUDY: A única coisa que sabemos do futuro é que não será igual ao passado
A acreditar no rigorososíssimo Estudo de Impacte Ambiental ao prolongamento da rede entre o Rato e o Cais do Sodré, divulgado pelo jornal Económico neste artigo, em resultado desse prolongamento prevê-se o milagre de 1.232.276 (nem mais, nem menos, exactamente um milhão duzentos e trinta e dois mil duzentos e setenta) pessoas deixarão de utilizar veículo próprio só no primeiro ano e 38.545.108 no período de 30 anos.
Sendo certo que, como dizia o outro, a gente pode botar no Excel tudo o que der jeito para o propósito em vista, como exemplificado nos inúmeros estudos que mostraram a viabilidade das auto-estradas SCUT, das linhas TGV, dos aeroportos da Ota, de Beja, etc., neste caso talvez tenham exagerado a dose.
A evolução do uso do transporte público nas ultimas décadas na maioria das grandes cidades mundiais mostra não a sua expansão mas a retracção mais ou menos acelerada. No diagrama pode ver-se a queda significativa ou mesmo muito forte entre 2008 e 2017 nas cinco cidades americanas, devida à conjugação de vários factores: generalização do transporte partilhado, novos operadores privados (Uber e outros), uso de bicicletas, teletrabalho, entre outros factores. E estas são tendências comuns a várias grandes cidades europeias - ver o artigo da Economist «Public transport is in decline in many wealthy cities».
"Missing the bus" |
A evolução do uso do transporte público nas ultimas décadas na maioria das grandes cidades mundiais mostra não a sua expansão mas a retracção mais ou menos acelerada. No diagrama pode ver-se a queda significativa ou mesmo muito forte entre 2008 e 2017 nas cinco cidades americanas, devida à conjugação de vários factores: generalização do transporte partilhado, novos operadores privados (Uber e outros), uso de bicicletas, teletrabalho, entre outros factores. E estas são tendências comuns a várias grandes cidades europeias - ver o artigo da Economist «Public transport is in decline in many wealthy cities».
14/08/2018
ESTÓRIAS E MORAIS: O socialismo espanhol está para o português, como Sánchez está para Costa
Estória I
Dois meses atrás
«Pedro Sánchez ha ofrecido a la ONU Valencia como "puerto seguro" para el barco 'Aquarius', que navega con más de 600 inmigrantes y refugiados rescatados por MSF y SOS Mediterranée, cuya entrada a Italia ha sido impedida por el nuevo ministro del Interior, Matteo Salvini.» (El Mundo)
Dois dias atrás
«El Gobierno de Pedro Sánchez no parece dispuesto, al menos de momento, a repetir la experiencia del Aquarius. Fuentes oficiales de La Moncloa aseguran que en este momento "España no es el puerto más seguro porque no es el puerto más cercano según lo establecido en el derecho internacional". Esto es, la respuesta oficial es que a España no le corresponde hacerse cargo de nuevo del barco, que este domingo pidió a Europa un puerto seguro para los 141 migrantes que tiene a bordo. Sin embargo, tampoco le tocaba hacerlo la otra vez, y sin embargo Sánchez decidió asumir el rescate del barco y poner en marcha una compleja operación para llevarlo hasta el puerto de Valencia, que entonces tampoco era ni remotamente el más cercano, ante la negativa de Italia a recibirlo.» (El País)
Dois meses atrás
«Pedro Sánchez ha ofrecido a la ONU Valencia como "puerto seguro" para el barco 'Aquarius', que navega con más de 600 inmigrantes y refugiados rescatados por MSF y SOS Mediterranée, cuya entrada a Italia ha sido impedida por el nuevo ministro del Interior, Matteo Salvini.» (El Mundo)
Dois dias atrás
«El Gobierno de Pedro Sánchez no parece dispuesto, al menos de momento, a repetir la experiencia del Aquarius. Fuentes oficiales de La Moncloa aseguran que en este momento "España no es el puerto más seguro porque no es el puerto más cercano según lo establecido en el derecho internacional". Esto es, la respuesta oficial es que a España no le corresponde hacerse cargo de nuevo del barco, que este domingo pidió a Europa un puerto seguro para los 141 migrantes que tiene a bordo. Sin embargo, tampoco le tocaba hacerlo la otra vez, y sin embargo Sánchez decidió asumir el rescate del barco y poner en marcha una compleja operación para llevarlo hasta el puerto de Valencia, que entonces tampoco era ni remotamente el más cercano, ante la negativa de Italia a recibirlo.» (El País)
Estória II
«Desde que o socialista Pedro Sánchez se tornou chefe do Governo de Espanha, quase metade dos membros da comissão executiva do PSOE foram nomeados para cargos de administração de empresas públicas ou de liderança em órgão estatais. O alerta tem sido dado por vários títulos da imprensa espanhola, que têm acompanhado a nomeação de vários dos 49 membros da comissão executiva do PSOE (número esse que inclui o próprio secretário-geral, Pedro Sánchez) ao longo das 10 semanas com que já conta o governo socialista.» (Observador)
Moral I
«Desde que o socialista Pedro Sánchez se tornou chefe do Governo de Espanha, quase metade dos membros da comissão executiva do PSOE foram nomeados para cargos de administração de empresas públicas ou de liderança em órgão estatais. O alerta tem sido dado por vários títulos da imprensa espanhola, que têm acompanhado a nomeação de vários dos 49 membros da comissão executiva do PSOE (número esse que inclui o próprio secretário-geral, Pedro Sánchez) ao longo das 10 semanas com que já conta o governo socialista.» (Observador)
Moral I
A demagogia tem limites, até para o socialismo.
Moral II
O nepotismo não tem limites, sobretudo para o socialismo.
Manifestações de paranóia/esquizofrenia (28) - A eucaliptofobia como manifestação de esquizofrenia esquerdizante (IV)
Outras eucaliptofobias (I), (II) e (III)
Uma vez mais, a eucaliptofobia esquerdizante foi desmentida pelos factos no caso particular do incêndio da Serra de Monchique, como aqui demonstrou José Miguel Cardoso Pereira do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia.
Nos diagramas do artigo de Cardoso Pereira representam-se as distribuições dos principais tipos de ocupação do solo no concelho de Monchique (diagrama da esquerda) e no interior da área queimada no concelho de Monchique até 8 de Agosto de 2018 (diagrama da direita). As distribuições são praticamente iguais, de onde se pode concluir tudo menos que o eucalipto ou outra espécie apresente uma propensão mais elevada para se incendiar, pelo menos neste caso concreto.
Na generalidade dos 5712 fogos ocorridos entre 1990 e 1994 estudados, a equipa de Cardoso Pereira
concluiu que:
Uma vez mais, a eucaliptofobia esquerdizante foi desmentida pelos factos no caso particular do incêndio da Serra de Monchique, como aqui demonstrou José Miguel Cardoso Pereira do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia.
Nos diagramas do artigo de Cardoso Pereira representam-se as distribuições dos principais tipos de ocupação do solo no concelho de Monchique (diagrama da esquerda) e no interior da área queimada no concelho de Monchique até 8 de Agosto de 2018 (diagrama da direita). As distribuições são praticamente iguais, de onde se pode concluir tudo menos que o eucalipto ou outra espécie apresente uma propensão mais elevada para se incendiar, pelo menos neste caso concreto.
Na generalidade dos 5712 fogos ocorridos entre 1990 e 1994 estudados, a equipa de Cardoso Pereira
concluiu que:
- as áreas agrícolas são as que revelam menor propensão a arder, seguidas pelos montados de sobreiro e azinheira, e depois pelos eucaliptais, que ardiam menos do que seria de esperar. O que mais ardia era o pinhal bravo e, sobretudo, os matagais.
- O eucaliptal arde menos do que era expectável em função da área que ocupa e, em média para todo o país, tem níveis de propensão para arder próximos dos de florestas de folhosas autóctones.
Não tenhamos esperança que as crenças da eucaliptofobia sejam abaladas nas mentes de criaturas que adoptam o princípio de se os factos provam que estão errados, tanto pior para os factos.
13/08/2018
Lost in translation (308) - It's quite the opposite
«O PS tem-se deixado capturar pelo PS» disse o dirigente berloquista Pedro Soares em entrevista ao DN.
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (148)
Outras avarias da geringonça.
Costa é um dos maiores mas está longe de ser o único responsável pelo desastre do SIRESP, uma PPP mal negociada pelo governo de Durão Barroso com a SLN/BPN, a PT e o BES, parceiros não por acaso todos eles pendurados no regime e dois deles mais tarde falidos e vendidos deixando um rasto de dívidas para os contribuintes pagarem. Costa continuou o desastre enquanto ministro da Administração Interna de Sócrates e agora como primeiro-ministro ao apadrinhar a entrada no capital do SIRESP nas condições em que o fez.
Entretanto, tivemos a semana passada mais mais um episódio da temporada em curso da série Incêndios Florestais. Assistimos, no caso da Serra de Monchique, a uma baderna terminal na gestão dos recursos humanos e materiais concentrados numa prioridade, ditada pelo terror do governo, de extrair cegamente à força centenas de pessoas das suas casas para evitar mortes.
Costa é um dos maiores mas está longe de ser o único responsável pelo desastre do SIRESP, uma PPP mal negociada pelo governo de Durão Barroso com a SLN/BPN, a PT e o BES, parceiros não por acaso todos eles pendurados no regime e dois deles mais tarde falidos e vendidos deixando um rasto de dívidas para os contribuintes pagarem. Costa continuou o desastre enquanto ministro da Administração Interna de Sócrates e agora como primeiro-ministro ao apadrinhar a entrada no capital do SIRESP nas condições em que o fez.
Entretanto, tivemos a semana passada mais mais um episódio da temporada em curso da série Incêndios Florestais. Assistimos, no caso da Serra de Monchique, a uma baderna terminal na gestão dos recursos humanos e materiais concentrados numa prioridade, ditada pelo terror do governo, de extrair cegamente à força centenas de pessoas das suas casas para evitar mortes.
12/08/2018
Pro memoria (383) - 11.200 (onze mil e duzentos) quilómetros
Em matéria de planos o socialismo é imbatível. Em Março, o semanário de reverência anunciou 3.620 (três mil seiscentos e vinte) quilómetros, aqui registados, que o ministério da Agricultura «iria rasgar de faixas destinada a evitar a propagação dos incêndios».
Ontem, o mesmo semanário de reverência (sempre ele) recordou que o «Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios», aprovado em 2006 pelo governo do saudoso José Sócrates, previa uma «rede primária de faixas de gestão de combustível» de 11.200 km, dos quais, recorda-nos o mesmo semanário, foram executados em doze anos, até agora, 2.400 km ou um pouco mais de um quinto. Não me perguntem se estes 11.200 km incluem ou não os 3.620 que a mesma gente (excepto o animal feroz, agora a contas com a justiça) planearam rasgar doze anos mais tarde.
Ontem, o mesmo semanário de reverência (sempre ele) recordou que o «Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios», aprovado em 2006 pelo governo do saudoso José Sócrates, previa uma «rede primária de faixas de gestão de combustível» de 11.200 km, dos quais, recorda-nos o mesmo semanário, foram executados em doze anos, até agora, 2.400 km ou um pouco mais de um quinto. Não me perguntem se estes 11.200 km incluem ou não os 3.620 que a mesma gente (excepto o animal feroz, agora a contas com a justiça) planearam rasgar doze anos mais tarde.
DIÁRIO DE BORDO: a passarada que me visita (32)
Rabirruivo-preto também conhecido por carvoeiro ou pisco-ferreiro (Phoenicurus ochruros) Finalmente um maroto pousou e não se importou de posar |
11/08/2018
SERVIÇO PÚBLICO: Da próxima vez também não vai ser diferente (11)
[Uma espécie de continuação de «Too big to fail» - another financial volcanic eruption in the making (1) e (2) e de «Da próxima vez também não vai ser diferente»]
Depois da bolha rebentar em Setembro de 2008 com a falência do Lehman Bros, que marcou o início da crise financeira, o volume de obrigações de empresas não financeiras, que já era pletórico, quase triplicou empurrado pelas políticas de quantitative easing dos bancos centrais.
O despoletar da crise teve origem no rebentar da bolha imobiliária americana. Dez anos depois, segundo o índice global dos preços do imobiliário da Economist, os preços ultrapassaram os máximos de antes da crises em 35 dos 44 mercados que o índice cobre e em meia dúzia de cidades o imobiliário está substancialmente sobrevalorizado.
Da próxima vez não vai ser diferente e, se for, será na dimensão das consequências.
Rising corporate debt: Peril or promise?, McKinsey&Company |
Depois da bolha rebentar em Setembro de 2008 com a falência do Lehman Bros, que marcou o início da crise financeira, o volume de obrigações de empresas não financeiras, que já era pletórico, quase triplicou empurrado pelas políticas de quantitative easing dos bancos centrais.
O despoletar da crise teve origem no rebentar da bolha imobiliária americana. Dez anos depois, segundo o índice global dos preços do imobiliário da Economist, os preços ultrapassaram os máximos de antes da crises em 35 dos 44 mercados que o índice cobre e em meia dúzia de cidades o imobiliário está substancialmente sobrevalorizado.
Da próxima vez não vai ser diferente e, se for, será na dimensão das consequências.
10/08/2018
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O Pedro dá um tiro no pé do Santana Lopes
Secção Tiros nos pés
À medida que foi crescendo, Santana Lopes aproximou-se cada vez mais do paradigma daquela velha senhora com muito passado, pouco presente e nenhum futuro. Aqui no (Im)pertinências, uma das nossas fraquezas é uma certa simpatia pela pessoa do Pedro, sem que, contudo, isso abale a visão cartesiana do político Santana Lopes a quem há muito tirámos o retrato, em inúmeras ocasiões e principalmente em 20/10/2003 com presidente da CML e na série «Despedido por razões erradas», em que dissecámos o seu despedimento por Jorge Sampaio, que esperou apenas o tempo suficiente para José Sócrates se instalar na liderança do PS.
Santana Lopes poderia ter tido o bom senso de se despedir da política saindo por cima como presidente da Santa Casa, poupando-se à humilhação de ser derrotado por um candidato como Rio, submeteu-se à ainda maior humilhação de se propor colaborar com ele para pouco tempo depois se demitir de um partido a quem meses antes tinha declarado amor eterno, para criar um novo partido. Até para Santana Lopes, uma personagem doentiamente obcecado com a sua pessoa, como escrevi há uma dúzia de anos, isto é demais.
A reacção à iniciativa de criação de um novo partido, em que está a ser abandonado até pelos seus fiéis, não deveria ser surpresa para ninguém e muito menos para Santana Lopes.
Leva três afonsos pela sua firmeza e tesura, quatro bourbons por nada aprender nem esquecer e cinco chateubriands por não ter percebido que passou o tempo das novas esperanças e ficou apenas o tempo das velhas certezas.
À medida que foi crescendo, Santana Lopes aproximou-se cada vez mais do paradigma daquela velha senhora com muito passado, pouco presente e nenhum futuro. Aqui no (Im)pertinências, uma das nossas fraquezas é uma certa simpatia pela pessoa do Pedro, sem que, contudo, isso abale a visão cartesiana do político Santana Lopes a quem há muito tirámos o retrato, em inúmeras ocasiões e principalmente em 20/10/2003 com presidente da CML e na série «Despedido por razões erradas», em que dissecámos o seu despedimento por Jorge Sampaio, que esperou apenas o tempo suficiente para José Sócrates se instalar na liderança do PS.
Santana Lopes poderia ter tido o bom senso de se despedir da política saindo por cima como presidente da Santa Casa, poupando-se à humilhação de ser derrotado por um candidato como Rio, submeteu-se à ainda maior humilhação de se propor colaborar com ele para pouco tempo depois se demitir de um partido a quem meses antes tinha declarado amor eterno, para criar um novo partido. Até para Santana Lopes, uma personagem doentiamente obcecado com a sua pessoa, como escrevi há uma dúzia de anos, isto é demais.
A reacção à iniciativa de criação de um novo partido, em que está a ser abandonado até pelos seus fiéis, não deveria ser surpresa para ninguém e muito menos para Santana Lopes.
Leva três afonsos pela sua firmeza e tesura, quatro bourbons por nada aprender nem esquecer e cinco chateubriands por não ter percebido que passou o tempo das novas esperanças e ficou apenas o tempo das velhas certezas.
Mitos (279) - A gentrificação como mito urbano
A gentrificação é mais um termo adoptado pelo politicamente correcto americano e abundantemente copiado por outras sucursais, incluindo a portuguesa, para designar um processo de "invasão" de zonas urbanas tradicionais, habitadas por famílias de baixos rendimentos, por pessoas e famílias de altos rendimentos, processo do qual resulta segundo a vulgata PC o empobrecimento e a expulsão das primeiras e a ocupação pelas segundas.
Há algum tempo a Economist publicou um artigo com o título «In praise of gentrification» onde confronta a mitologia PC com os factos. Aqui vão os três primeiros parágrafos e uma sugestão de leitura do resto (acesso limitado a 3 artigos por semana com registo no site).
«GENTRIFIER has surpassed many worthier slurs to become the dirtiest word in American cities. In the popular telling, hordes of well-to-do whites are descending upon poor, minority neighbourhoods that were made to endure decades of discrimination. With their avocado on toast, beard oil and cappuccinos, these people snuff out local culture. As rents rise, lifelong residents are evicted and forced to leave. In this view, the quintessential scene might be one witnessed in Oakland, California, where a miserable-looking homeless encampment rests a mere ten-minute walk from a Whole Foods landscaped with palm trees and bougainvillea, offering chia and flax seed upon entry. An ancient, sinister force lurks behind the overpriced produce. “‘Gentrification’ is but a more pleasing name for white supremacy,” wrote Ta-Nehisi Coates. It is “the interest on enslavement, the interest on Jim Crow, the interest on redlining, compounding across the years.”
Há algum tempo a Economist publicou um artigo com o título «In praise of gentrification» onde confronta a mitologia PC com os factos. Aqui vão os três primeiros parágrafos e uma sugestão de leitura do resto (acesso limitado a 3 artigos por semana com registo no site).
«GENTRIFIER has surpassed many worthier slurs to become the dirtiest word in American cities. In the popular telling, hordes of well-to-do whites are descending upon poor, minority neighbourhoods that were made to endure decades of discrimination. With their avocado on toast, beard oil and cappuccinos, these people snuff out local culture. As rents rise, lifelong residents are evicted and forced to leave. In this view, the quintessential scene might be one witnessed in Oakland, California, where a miserable-looking homeless encampment rests a mere ten-minute walk from a Whole Foods landscaped with palm trees and bougainvillea, offering chia and flax seed upon entry. An ancient, sinister force lurks behind the overpriced produce. “‘Gentrification’ is but a more pleasing name for white supremacy,” wrote Ta-Nehisi Coates. It is “the interest on enslavement, the interest on Jim Crow, the interest on redlining, compounding across the years.”
09/08/2018
Mitos (278) - O "Interior" de Portugal
Apesar de já ter umas semanas (foi publicado no Expresso de 21 de Julho), o artigo de Luís Cabral «O "Interior" de Portugal», onde põe em causa a mitologia bucólica que de vez em quando assola a intelectualidade doméstica e se derrama nos mídia, vou reproduzi-lo para memoria futura.
«Nos últimos anos, e em particular nas últimas semanas, muito se tem falado sobre o "desaparecimento" do interior. Em 2016, o Governo criou o PNCT [Programa Nacional para a Coesão Territorial] com o objectivo de contrariar "a tendência de desertificação dos últimos anos". Em Maio, o Movimento pelo Interior (MPI) publicou o seu relatório final, com diagnóstico e soluções semelhantes.
«Nos últimos anos, e em particular nas últimas semanas, muito se tem falado sobre o "desaparecimento" do interior. Em 2016, o Governo criou o PNCT [Programa Nacional para a Coesão Territorial] com o objectivo de contrariar "a tendência de desertificação dos últimos anos". Em Maio, o Movimento pelo Interior (MPI) publicou o seu relatório final, com diagnóstico e soluções semelhantes.
08/08/2018
Talvez a Inteligência Artificial saiba coisas que a Natural ainda não sabe
A ACLU (American Civil Liberties Union) da Califórnia realizou recentemente um teste com a aplicação de Inteligência Artificial para reconhecimento facial «Rekognition» da Amazon, vendida nos EU por $12,33. O teste consistiu na comparação de fotos de congressistas americanos, homens e mulheres dos dois partidos, com imagens de criminosos de uma base de dados de cadastrados presos. Vinte e oito fotos de congressistas foram identificadas pela aplicação como correspondendo a uma das imagens da base de dados.
A ACLU concluiu que a aplicação falhou rotundamente e não pode ser considerada fiável. Não será um pouco precipitado retirar tal conclusão?
A ACLU concluiu que a aplicação falhou rotundamente e não pode ser considerada fiável. Não será um pouco precipitado retirar tal conclusão?
07/08/2018
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Por fim, uma boa causa
Secção Still crazy after all these years
As poucas vezes que no (Im)pertinências se fez referência a Fernanda Câncio, a ex-namorada do animal feroz, foram até agora todas por más razões, com um destaque especial pelo seu artigo «O descobrimento de Portugal», um exercício de história de causas aqui zurzido.
Chegou a vez de a referenciar por uma boa razão: o seu artigo «O bem que Robles nos fez», onde em relação ao arrendamento defende uma posição desalinhada com a generalidade da esquerda.
«Querer obrigar privados a assumir obrigações de política pública e assumir os prejuízos a isso inerentes - sem sequer, até hoje, se conceder um benefício fiscal que se veja a quem é obrigado a praticar rendas tabeladas em função do rendimento dos inquilinos - não resulta só em tragédias como a de Loures. Dá azo a exemplos como o de Robles: faz o que te obrigo a fazer com força de lei, não faças o que eu faço. Para um partido que gosta tanto de pregar moral, o BE faria bem em apreciar a desta história, e retirar dela mais que um mea culpa que não serve para nada.»
São-lhe atribuídos três afonsos pelo afrontamento do dogma e dois por ter confessado «É verdade: sou senhoria». Leva ainda dois chateaubriands por ficar a dúvida se afrontou o dogma por ser senhoria ou se é senhoria apesar do dogma.
As poucas vezes que no (Im)pertinências se fez referência a Fernanda Câncio, a ex-namorada do animal feroz, foram até agora todas por más razões, com um destaque especial pelo seu artigo «O descobrimento de Portugal», um exercício de história de causas aqui zurzido.
Chegou a vez de a referenciar por uma boa razão: o seu artigo «O bem que Robles nos fez», onde em relação ao arrendamento defende uma posição desalinhada com a generalidade da esquerda.
«Querer obrigar privados a assumir obrigações de política pública e assumir os prejuízos a isso inerentes - sem sequer, até hoje, se conceder um benefício fiscal que se veja a quem é obrigado a praticar rendas tabeladas em função do rendimento dos inquilinos - não resulta só em tragédias como a de Loures. Dá azo a exemplos como o de Robles: faz o que te obrigo a fazer com força de lei, não faças o que eu faço. Para um partido que gosta tanto de pregar moral, o BE faria bem em apreciar a desta história, e retirar dela mais que um mea culpa que não serve para nada.»
São-lhe atribuídos três afonsos pelo afrontamento do dogma e dois por ter confessado «É verdade: sou senhoria». Leva ainda dois chateaubriands por ficar a dúvida se afrontou o dogma por ser senhoria ou se é senhoria apesar do dogma.
CASE STUDY: A doutrina da Mouse School of Economics aplicada aos Estados Unidos
Com alguma surpresa, mesmo tratando-se do semanário de reverência, fiquei a saber por um artigo com um título que poderia ser uma tese («A prova do pudim ou porque o “milagre económico” de Trump afinal pode não ser tão bom») que «a economia norte-americana registou um crescimento recorde no segundo trimestre deste ano e Donald Trump veio reclamar os louros. Especialistas ouvidos pelo Expresso garantem que o milagre económico assenta no aumento do consumo». De onde, conclui-se, o aumento do consumo pode não ter bons resultados.
Porquê a surpresa? Porque sendo dominante no Expresso e na esquerda a doutrina da Mouse School of Economics, a tese da peça contraria um dos postulados mais importantes dessa doutrina, a saber: incentivar o consumo (mesmo o de bens importados) faz crescer a economia. Ora, se existe uma economia em que este postulado faz algum sentido é precisamente a americana com um imenso mercado interno e um comércio externo com um peso relativo reduzido. Ao contrário, numa pequena economia aberta de um país como Portugal em que as necessidades básicas da população estão preenchidas, o aumento do consumo dirige-se em grande parte às importações, como agora se está uma vez mais a constatar, e, portanto, incentivar o consumo é um bom incentivo para a economia dos nossos parceiros.
Se o revisionismo de Costa já tinha comprometido a aplicação a Portugal do pensamento económico da Mouse School of Economics, agora esse pensamento económico deixa também de se aplicar aos Estados Unidos. É mais uma heresia.
Porquê a surpresa? Porque sendo dominante no Expresso e na esquerda a doutrina da Mouse School of Economics, a tese da peça contraria um dos postulados mais importantes dessa doutrina, a saber: incentivar o consumo (mesmo o de bens importados) faz crescer a economia. Ora, se existe uma economia em que este postulado faz algum sentido é precisamente a americana com um imenso mercado interno e um comércio externo com um peso relativo reduzido. Ao contrário, numa pequena economia aberta de um país como Portugal em que as necessidades básicas da população estão preenchidas, o aumento do consumo dirige-se em grande parte às importações, como agora se está uma vez mais a constatar, e, portanto, incentivar o consumo é um bom incentivo para a economia dos nossos parceiros.
Se o revisionismo de Costa já tinha comprometido a aplicação a Portugal do pensamento económico da Mouse School of Economics, agora esse pensamento económico deixa também de se aplicar aos Estados Unidos. É mais uma heresia.
06/08/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (147)
Outras avarias da geringonça.
Se esta crónica vos parecer mais desvairada do que o costume, lembrai-vos que que a temperatura ambiente nestes dias de canícula excede largamente o máximo tolerável pelo homem branco heterossexual - sim, eu sei; é uma expressão condenável pelo código PC, mas não posso falar pelas outras minorias; nem pelas mulheres, claro.
Descansai, porém, o meu desvario não chegará para continuar a espiolhar a roupa interior do berloquismo que com o caso do «especulador imobiliário» Robles expôs agora ao grande público o que os mais atentos há muito tinha percebido, a saber: o Berloque é um partido como os outros, apenas os seus dirigentes são bastante mais hipócritas.
Se esta crónica vos parecer mais desvairada do que o costume, lembrai-vos que que a temperatura ambiente nestes dias de canícula excede largamente o máximo tolerável pelo homem branco heterossexual - sim, eu sei; é uma expressão condenável pelo código PC, mas não posso falar pelas outras minorias; nem pelas mulheres, claro.
Descansai, porém, o meu desvario não chegará para continuar a espiolhar a roupa interior do berloquismo que com o caso do «especulador imobiliário» Robles expôs agora ao grande público o que os mais atentos há muito tinha percebido, a saber: o Berloque é um partido como os outros, apenas os seus dirigentes são bastante mais hipócritas.
05/08/2018
Mitos (277) - O paraíso do neoliberalismo afinal é bastante corporativo
No Estado Novo do professor doutor Oliveira Salazar, o Botas, os trabalhadores eram obrigatoriamente sindicalizados e os patrões descontavam as quotas nos seus salários entregando-as aos chamados Sindicatos Nacionais. Já agora, recorde-se que no regime saído do golpe militar que derrubou o corporativismo salazarista do governo de Marcelo Caetano - o padrinho do outro Marcelo agora residente em Belém - as correntes ideológicas hoje representadas por comunistas e berloquistas defenderam a então chamada unicidade sindical, uma espécie de continuidade dos sindicatos corporativistas com sindicalização obrigatória.
Quem disse que os Estados Unidos são o paraíso do neoliberalismo como lhe chamam os colectivistas? Obrigar os funcionários públicos a pagarem quotas aos sindicatos, ainda que não sejam sócios, parece mais próximo de uma espécie de Estado Novo.
Pois bem, foi isso que se passou durante quatro décadas. Até que o Supremo Tribunal decidiu em Junho por maioria 5-4 «que esse arranjo viola os direitos de liberdade de expressão de não-membros, obrigando-os a subsidiar o discurso privado em questões de interesse público substancial».
Quem disse que os Estados Unidos são o paraíso do neoliberalismo como lhe chamam os colectivistas? Obrigar os funcionários públicos a pagarem quotas aos sindicatos, ainda que não sejam sócios, parece mais próximo de uma espécie de Estado Novo.
Pois bem, foi isso que se passou durante quatro décadas. Até que o Supremo Tribunal decidiu em Junho por maioria 5-4 «que esse arranjo viola os direitos de liberdade de expressão de não-membros, obrigando-os a subsidiar o discurso privado em questões de interesse público substancial».
04/08/2018
ACREDITE SE QUISER: #TheyToo?
Trinta anos depois, mais de uma centena de jovens wrestlers da Universidade do Estado de Ohio, uns latagões com mais de cem quilos e quase dois metros de altura, queixaram-se de ter sido abusados desde o final dos anos 70 até aos anos 90 pelo médico da equipa Richard Strauss, um fracalhote que um tabefe de um dos rapagões derrubaria facilmente. (fonte) Criaram agora o hashtag #UsToo.
03/08/2018
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Os portugueses, a falta de gosto pela liberdade e o nepotismo universitário
«O Eça dizia que Portugal era um país talhado para a ditadura e também acho que os portugueses prezam pouco a liberdade - que para mim é um valor supremo. Ter nascido e vivido tantos anos sob um regime daqueles marcou-me, e não é por acaso que o regime sobreviveu tantos anos: 80% do povo era composto por camponeses muito pobres e havia um senhor manhoso que era um provinciano inteligente capaz de dominar e atabafar o país. De certa maneira, não fomos nós que conquistámos a liberdade, foram os capitães que queriam acabar com a guerra em África, o que é diferente: a liberdade foi-nos outorgada. Enquanto portugueses e cidadãos nunca lutámos pelas liberdades e isso faz-me sofrer. É um país que tem muitos fatores que o levam à ditadura, tanto assim que pedimos a adesão à CEE mas nunca referendámos este processo.
(...)
Além dessas deficiências próprias da universidade, na portuguesa existe um enorme compadrio e o nepotismo é muito grande, basta olhar para os apelidos dos professores que se sucedem na Faculdade de Direito de Lisboa, ou na de Economia da Universidade de Coimbra, que é dominada pelo Boaventura de Sousa Santos, pessoa que tem uma ideia peculiar do que é ensinar: apregoar princípios políticos e ideológicos. Algumas faculdades estão transformadas em salas evangelistas de propaganda filosófico-política.»
Maria Filomena Mónica em entrevista do DN
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Além dessas deficiências próprias da universidade, na portuguesa existe um enorme compadrio e o nepotismo é muito grande, basta olhar para os apelidos dos professores que se sucedem na Faculdade de Direito de Lisboa, ou na de Economia da Universidade de Coimbra, que é dominada pelo Boaventura de Sousa Santos, pessoa que tem uma ideia peculiar do que é ensinar: apregoar princípios políticos e ideológicos. Algumas faculdades estão transformadas em salas evangelistas de propaganda filosófico-política.»
Maria Filomena Mónica em entrevista do DN
Pro memoria (382) - Não me recordo...
... de as indignações que andam por aí no Portugal dos Pequeninos a propósito das tentativas de interferência de Trump na investigação judicial do procurador especial Robert Mueller e as declarações de apego à separação de poderes de se terem verificado durante as tentativas de a interferência do poder executivo comandado por José Sócrates no poder judicial com este obedientemente destruindo provas, encerrando processos sem acusação e proferindo sentenças de inocência sem julgamento nos mídia.
02/08/2018
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: O Portugal dos Pequeninos visto pelo último dos queirozianos (21)
Uma espécie de continuação dos excertos das crónicas compiladas em «De mal a pior» (D. Quixote), de Vasco Pulido Valente, o último dos queirozianos,
(O PS estava a usar o Estado) "para se sustentar e para através dele criar e manter uma pequena burguesia, que se acha revolucionária e que é, pura e simplesmente, a raiz do fascismo possível". "O Estado que hoje existe, com os seus 400 mil funcionários, as suas infinitas empresas, a sua Reforma Agrária, o seu domínio PS estava a usar o Estado "para se sustentar e para através dele criar e manter uma pequena burguesia, que se acha revolucionária e que é, pura e simplesmente, a raiz do fascismo possível". "O Estado que hoje existe, com os seus 400 mil funcionários, as suas infinitas empresas, a sua Reforma Agrária, o seu domínio da banca, do ensino, da comunicação social, não será nunca uma fonte de igualdade, (...) autoritário e explorador, prolonga e completa aquele que herdámos da tradição e de Salazar",
(Vasco Pulido Valente, prefácio de "O País das Maravilhas", 1979)
(O PS estava a usar o Estado) "para se sustentar e para através dele criar e manter uma pequena burguesia, que se acha revolucionária e que é, pura e simplesmente, a raiz do fascismo possível". "O Estado que hoje existe, com os seus 400 mil funcionários, as suas infinitas empresas, a sua Reforma Agrária, o seu domínio PS estava a usar o Estado "para se sustentar e para através dele criar e manter uma pequena burguesia, que se acha revolucionária e que é, pura e simplesmente, a raiz do fascismo possível". "O Estado que hoje existe, com os seus 400 mil funcionários, as suas infinitas empresas, a sua Reforma Agrária, o seu domínio da banca, do ensino, da comunicação social, não será nunca uma fonte de igualdade, (...) autoritário e explorador, prolonga e completa aquele que herdámos da tradição e de Salazar",
(Vasco Pulido Valente, prefácio de "O País das Maravilhas", 1979)
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (60)
Outras preces
«Não tenho nada contra a mascarada que ele anda aí a fazer. Mas sei que as pessoas não podem representar uma coisa sem se tornarem essa coisa. A certa altura já ninguém distingue o dançarino da dança. Nem os próprios. Vão dançando, dançando, dançando, até dançarem para fora do palco. O problema não são as selfies. É que muita gente já acha demais, e o Marcelo passa a ser uma entidade que não é para levar a sério. Ele pode vir a precisar de ser levado a sério, numa situação política ou socialmente complicada em que tenha de definir os limites do permissível para conservar a estabilidade do regime. Até pode ser que haja uma nuvem e ele passe por dez anos de presidência sem um embaraço. É improvável, mas pode acontecer.»
Vasco Pulido Valente sobre Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista à Revista do Expresso de 21 de Julho
Mascarada |
Vasco Pulido Valente sobre Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista à Revista do Expresso de 21 de Julho
01/08/2018
A maldição da tabuada (47) - Comparar o cu com as calças
«25 famílias mais ricas detêm 10% da economia portuguesa» titula o jornal Económico e explica para que não haja dúvida, que «a fortuna das 25 famílias ricas de Portugal soma 17,9 mil milhões de euros, ou seja, 10% do produto interno bruto (PIB) do país no ano passado.
Seria injusto causticar demasiado o Económico - um bom jornal de economia e finanças, pelos padrões domésticos - porque o disparate do título é vulgaríssimo de Lineu no Portugal dos Pequeninos e equivale a comparar o património de Robles e da mana, com o seu prédio de 5,7 milhões e mais uns apartamentos, com o salário anual dos gestores mais bem pagos e concluir que a fortuna do Robles e da mana é maior do que a soma dos salários dois dois mais bem pagos: Queiroz Pereira 3,1 milhões e António Mexia 2,3 milhões.
Já agora, as comparações que fariam sentido seriam dos activos das 25 famílias com o stock de capital da economia (estimado em cerca de 3,5 vezes o PIB) ou do rendimento dessas famílias com o rendimento nacional.
Seria injusto causticar demasiado o Económico - um bom jornal de economia e finanças, pelos padrões domésticos - porque o disparate do título é vulgaríssimo de Lineu no Portugal dos Pequeninos e equivale a comparar o património de Robles e da mana, com o seu prédio de 5,7 milhões e mais uns apartamentos, com o salário anual dos gestores mais bem pagos e concluir que a fortuna do Robles e da mana é maior do que a soma dos salários dois dois mais bem pagos: Queiroz Pereira 3,1 milhões e António Mexia 2,3 milhões.
Já agora, as comparações que fariam sentido seriam dos activos das 25 famílias com o stock de capital da economia (estimado em cerca de 3,5 vezes o PIB) ou do rendimento dessas famílias com o rendimento nacional.
PENSAMENTO DO DIA: O capitalismo, o socialismo, o machismo e o feminismo
Tal como o capitalismo é a exploração do homem pelo homem e o socialismo é o seu contrário, também o machismo é a dominação dum sexo pelo outro e o feminismo é o seu contrário.