«O Eça dizia que Portugal era um país talhado para a ditadura e também acho que os portugueses prezam pouco a liberdade - que para mim é um valor supremo. Ter nascido e vivido tantos anos sob um regime daqueles marcou-me, e não é por acaso que o regime sobreviveu tantos anos: 80% do povo era composto por camponeses muito pobres e havia um senhor manhoso que era um provinciano inteligente capaz de dominar e atabafar o país. De certa maneira, não fomos nós que conquistámos a liberdade, foram os capitães que queriam acabar com a guerra em África, o que é diferente: a liberdade foi-nos outorgada. Enquanto portugueses e cidadãos nunca lutámos pelas liberdades e isso faz-me sofrer. É um país que tem muitos fatores que o levam à ditadura, tanto assim que pedimos a adesão à CEE mas nunca referendámos este processo.
(...)
Além dessas deficiências próprias da universidade, na portuguesa existe um enorme compadrio e o nepotismo é muito grande, basta olhar para os apelidos dos professores que se sucedem na Faculdade de Direito de Lisboa, ou na de Economia da Universidade de Coimbra, que é dominada pelo Boaventura de Sousa Santos, pessoa que tem uma ideia peculiar do que é ensinar: apregoar princípios políticos e ideológicos. Algumas faculdades estão transformadas em salas evangelistas de propaganda filosófico-política.»
Maria Filomena Mónica em entrevista do DN
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