«Em nome da tradição, os intelectuais de esquerda portugueses sempre apoiaram facínoras. Mas o apoio à Venezuela é um salto em frente. Não se trata de uma mera traição da decência e da verdade, é uma traição a centenas de milhares de portugueses ou de luso-descendentes, que, curiosamente, continuam por descobrir pelo jornalismo português. No fundo, no fundo, o português da Venezuela também tem um problema: não é grego, não foi “oprimido” por Merkel ou pela troika ou por Passos.»
Henrique Raposo no Expresso Diário
Na verdade, este abandono dos portugueses emigrados ao jugo dos totalitarismos não é novidade nenhuma. Foi o que esquerdalhada portuguesa fez aos retornados em 1975 e até Mário Soares, na sua entrevista publicada em 19-08-1974 pela revista alemã Der Spiegel, não hesitou em responder à pergunta se o exército poderia se necessário atirar sobre os portugueses brancos: «o exército não vai fugir disso e já mostrou que tem mão forte». E não, isto não é uma das fake news espalhadas pelos "reaccionários"; 44 anos depois ainda pode ser lido no site da Spiegel:
SPIEGEL: Wenn nötig, wird also die portugiesische Armee auf weiße Portugiesen schießen?
SOARES: Sie wird nicht davor zurückschrecken, und sie kann nicht davor zurückschrecken. Die Armee hat ja schon gezeigt, daß sie eine starke Hand hat und die Ordnung um jeden Preis aufrechterhalten will.
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