31/05/2018
BREIQUINGUE NIUZ: Kim (the other Kim) heads to the White House
«After months of back-channel talks between Kim Kardashian and Jared Kushner, the high priestess of reality television is coming to the White House. By late afternoon on Wednesday, Secret Service agents will wave Kardashian and her attorney through the southwest appointment gate to the West Wing, where they will meet Kushner to discuss prison reform before he walks with them to sit down with President Donald Trump, likely in the Oval Office, along with White House counsel.» (Vanity Fair)
ACREDITE SE QUISER: Isso pode explicar muita coisa
«Portugueses são os europeus que mais acreditam que Deus fala com eles todos os dias»
Resultados de um inquérito telefónico sobre religião de Abril a Agosto de 2017 do Pew Research Center em 15 países europeus. (fonte)
Resultados de um inquérito telefónico sobre religião de Abril a Agosto de 2017 do Pew Research Center em 15 países europeus. (fonte)
30/05/2018
Pro memoria (378) - O maior empregador recebe a maior empregadora
Merkel nos tempos da troika |
Liebste Angela |
São cerca de 400 empresas, geram um volume de negócios na ordem dos 10 mil milhões de euros e dão um forte impulso às exportações. Juntas, e a seguir ao Estado, são as que geram mais emprego no país.» (Observador)
«Costa e Merkel juntos em Lisboa para discutirem reforma da UEM e novo quadro financeiro europeu» (Expresso)
29/05/2018
A eutanásia como causa fracturante do esquerdismo ou a morte administrada pelo Estado Sucial
«A eutanásia faz parte do pacote de “causas fracturantes” com que as extrema-esquerdas americana e europeia substituiu o socialismo como arma de ataque contra a “sociedade burguesa”. O esforço é agora usar o Estado, não para nacionalizar as fábricas, mas para reconstruir a moral, erradicando a tradição judaico-cristã, especialmente no que tem a ver com a santidade da vida, a favor de uma ética secular e científica, sem mistério nem transcendência. É claro que os proponentes desta biopolítica não admitem as suas origens ideológicas, preferindo citar, como razão, o exemplo de doentes terminais supostamente mantidos em sofrimento pela medicina. Nada disso faz sentido, quando há cuidados paliativos e a possibilidade de interromper tratamentos. Não é a mesma coisa? Pois não, mas então não falem dos doentes terminais, e falem antes da ideologia da “morte racional”, da tese de que a morte deve ser decidida, e não natural, como um último acto de soberania do indivíduo puramente racional.»
A política da morte, Rui Ramos no Observador
A política da morte, Rui Ramos no Observador
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Paraíso fiscal onshore
«Como outras celebridades mais ou menos milionárias (...) Johansson escolheu vir para Portugal para beneficiar das excelentes vantagens que o Estado português oferece aos seus “residentes não habituais”.
Por um período de dez anos, os seus rendimentos gerados noutros países gozam de uma redução nas taxas de IRS que pagam ou, se forem reformados, estarão completamente isentos dessa chatice que, segundo o ditado, seria tão inevitável como a morte (contra esta, nem uma cunha nos partidos do poder pode fazer o que quer que seja). Enquanto isso, o comum “residente habitual” paga cada vez mais impostos todos os anos e, se tiver azar, vê a Autoridade Tributária a abusar do seu poder para lhe cobrar indevidamente ainda mais.
(...)
Por reconhecerem que o sistema fiscal português é um autêntico inferno, os governos portugueses de todas as cores criam um paraíso para aqueles cujo dinheiro ou actividade desejam atrair. Por saberem que precisam de alimentar as extensas clientelas que dependem do Orçamento do Estado e de que eles próprios não dependem menos, os partidos que se vão revezando em São Bento sabem, também, que o tal inferno precisa de ser imposto aos que não têm a sorte de terem amigos no Rato ou na Lapa, nem de terem feito filmes em Hollywood, pois sem isso não terão onde sacar o recheio do festim orçamental que garante a sobrevivência dos que, por sua vez, garantem a sua.
Ao contrário do que infelizmente se tornou moda dizer e pensar, não vejo qualquer mal em que cada vez mais estrangeiros escolham Lisboa para visitar ou viver, muito menos que consigo tragam (e gastem) o dinheiro que muita falta cá faz. Mas vejo mal (e muito) em que, ao mesmo tempo, se mantenha um sistema que só faz com que os que cá nasceram e vivem queiram ir para outro sítio.»
Excerto de «Scarlett no País das Maravilhas», Bruno Alves no Negócios
Por um período de dez anos, os seus rendimentos gerados noutros países gozam de uma redução nas taxas de IRS que pagam ou, se forem reformados, estarão completamente isentos dessa chatice que, segundo o ditado, seria tão inevitável como a morte (contra esta, nem uma cunha nos partidos do poder pode fazer o que quer que seja). Enquanto isso, o comum “residente habitual” paga cada vez mais impostos todos os anos e, se tiver azar, vê a Autoridade Tributária a abusar do seu poder para lhe cobrar indevidamente ainda mais.
(...)
Por reconhecerem que o sistema fiscal português é um autêntico inferno, os governos portugueses de todas as cores criam um paraíso para aqueles cujo dinheiro ou actividade desejam atrair. Por saberem que precisam de alimentar as extensas clientelas que dependem do Orçamento do Estado e de que eles próprios não dependem menos, os partidos que se vão revezando em São Bento sabem, também, que o tal inferno precisa de ser imposto aos que não têm a sorte de terem amigos no Rato ou na Lapa, nem de terem feito filmes em Hollywood, pois sem isso não terão onde sacar o recheio do festim orçamental que garante a sobrevivência dos que, por sua vez, garantem a sua.
Ao contrário do que infelizmente se tornou moda dizer e pensar, não vejo qualquer mal em que cada vez mais estrangeiros escolham Lisboa para visitar ou viver, muito menos que consigo tragam (e gastem) o dinheiro que muita falta cá faz. Mas vejo mal (e muito) em que, ao mesmo tempo, se mantenha um sistema que só faz com que os que cá nasceram e vivem queiram ir para outro sítio.»
Excerto de «Scarlett no País das Maravilhas», Bruno Alves no Negócios
28/05/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (137)
Outras avarias da geringonça.
Até para um amigo de Costa, por ele proposto para assessorar o governo de Macau - o viveiro do PS das negociatas -, é demasiado. Siza Vieira, o «ministro adjunto da EDP» conseguiu destacar-se dentro desse viveiro. Foi sócio de um escritório que assessorou os chineses na OPA à EDP, ajudou a produzir uma alteração da lei que facilitou a OPA, reuniu-se com os chineses antes da OPA, e, ele que é um advogado com 30 anos de experiência, «não tinha noção» da lei que violou, mantendo cargos incompatíveis com a pertença ao governo na Metro Transportes do Sul e na gerência de uma sociedade imobiliária que criou com a mulher na véspera de tomar posse como ministro.
A coisa ameaça tornar-se um hábito, porque o secretário de Estado da Juventude e Desporto foi durante quase dois anos gerente de uma empresa pessoal de exploração de mirtilos. Este disse que só em Janeiro a AR o informou da incompatibilidade. Não é extraordinária a ligeireza desta gente ou o descaramento ou o sentimento de impunidade ou de superioridade moral?
Até para um amigo de Costa, por ele proposto para assessorar o governo de Macau - o viveiro do PS das negociatas -, é demasiado. Siza Vieira, o «ministro adjunto da EDP» conseguiu destacar-se dentro desse viveiro. Foi sócio de um escritório que assessorou os chineses na OPA à EDP, ajudou a produzir uma alteração da lei que facilitou a OPA, reuniu-se com os chineses antes da OPA, e, ele que é um advogado com 30 anos de experiência, «não tinha noção» da lei que violou, mantendo cargos incompatíveis com a pertença ao governo na Metro Transportes do Sul e na gerência de uma sociedade imobiliária que criou com a mulher na véspera de tomar posse como ministro.
A coisa ameaça tornar-se um hábito, porque o secretário de Estado da Juventude e Desporto foi durante quase dois anos gerente de uma empresa pessoal de exploração de mirtilos. Este disse que só em Janeiro a AR o informou da incompatibilidade. Não é extraordinária a ligeireza desta gente ou o descaramento ou o sentimento de impunidade ou de superioridade moral?
27/05/2018
ACREDITE SE QUISER: O ministro autocrítico
«Manifesto assinado por 2400 investigadores (e pelo próprio ministro) critica fortemente política científica do Governo»
É apenas mais um exemplo de duas coisas recorrentes: (1) os investigadores portugueses são apenas mais uma corporação pendurada no Estado Sucial e para esse efeito equivalem aos funcionários administrativos que na maior parte são; (2) os ministros deste governo têm os princípios que têm mas, como o Groucho, se nós não gostarmos deles, poderão ter outros.
É apenas mais um exemplo de duas coisas recorrentes: (1) os investigadores portugueses são apenas mais uma corporação pendurada no Estado Sucial e para esse efeito equivalem aos funcionários administrativos que na maior parte são; (2) os ministros deste governo têm os princípios que têm mas, como o Groucho, se nós não gostarmos deles, poderão ter outros.
A defesa dos centros de decisão nacional (22) - A defesa está a ficar cada dia mais fácil
[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20) e (21)]
Recordemos os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela consequente descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.
A construtora Teixeira Duarte, cujos accionistas foram conhecidos activistas dos «centros de decisão nacional», anunciou que vai vender ao fundo europeu Kildare por 25 milhões o Lagoas Park, um complexo de escritórios em Oeiras. Fazem parte do complexo «13 edifícios de escritórios com cerca de 85.000 m2 de espaços verdes, lagos e cascatas e mais de 5.000 lugares de estacionamento, 12 restaurantes, um hotel de 4 estrelas, um centro de congressos, um health club, parque de estacionamento público, um colégio e uma galeria comercial com serviços diversos. (fonte)
Recordemos os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela consequente descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.
A construtora Teixeira Duarte, cujos accionistas foram conhecidos activistas dos «centros de decisão nacional», anunciou que vai vender ao fundo europeu Kildare por 25 milhões o Lagoas Park, um complexo de escritórios em Oeiras. Fazem parte do complexo «13 edifícios de escritórios com cerca de 85.000 m2 de espaços verdes, lagos e cascatas e mais de 5.000 lugares de estacionamento, 12 restaurantes, um hotel de 4 estrelas, um centro de congressos, um health club, parque de estacionamento público, um colégio e uma galeria comercial com serviços diversos. (fonte)
26/05/2018
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (55)
Outras preces.
«Para Sua Excelência, o Presidente da República, “devemos a Júlio Pomar a abertura de Portugal ao mundo e a entrada do mundo em Portugal”. O perigo de se produzir cerca de oitocentos obituários semanais é o de esgotar rapidamente os elogios de circunstância e ter de descambar para hipérboles sem rédea. Além disso, toda a gente sabe que o responsável por abrir Portugal ao mundo e tal foi um senhor que tinha uma boîte no Bairro Alto e faleceu há tempos.»
Alberto Gonçalves no Observador
«Para Sua Excelência, o Presidente da República, “devemos a Júlio Pomar a abertura de Portugal ao mundo e a entrada do mundo em Portugal”. O perigo de se produzir cerca de oitocentos obituários semanais é o de esgotar rapidamente os elogios de circunstância e ter de descambar para hipérboles sem rédea. Além disso, toda a gente sabe que o responsável por abrir Portugal ao mundo e tal foi um senhor que tinha uma boîte no Bairro Alto e faleceu há tempos.»
Alberto Gonçalves no Observador
CASE STUDY: O sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã
A indústria portuguesa do calçado foi uma das poucas que sem subsídios, nem colo estatal (possivelmente por isso mesmo), nem jornalismo promocional (falar de sapatos não é muito sexy para os jornalistas que gravitam em torno das luminárias do regime), conseguiu reinventar-se e numa década passar da produção de sapatos baratos sem qualidade para sapatos de boa qualidade e com um preço médio dos mais elevados do mundo ganhando assim uma posição notável no mercado global.
Infelizmente (é uma figura de retórica), o sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã. A indústria de calçado portuguesa fabrica hoje sapatos topo de gama para gente endinheirada (enfim, mais ou menos) e gradualmente a concorrência aumentará num segmento de mercado com uma dimensão limitada.
Talvez percebendo isso, a ECCO, a multinacional dinamarquesa do calçado presente numa centena de países e empregando 20 mil trabalhadores (40% do emprego na indústria portuguesa do calçado), começou a produzir experimentalmente em Amesterdão sapatos personalizados usando a digitalização laser para desenhar as entressolas à medida dos pés do cliente, as quais são de seguida fabricadas numa impressora 3D e inseridas nos sapatos por ele escolhidos. É uma espécie de masstige, a conjugação dos conceitos ainda recentemente inconciliáveis de produção em massa e produção à medida.
Infelizmente (é uma figura de retórica), o sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã. A indústria de calçado portuguesa fabrica hoje sapatos topo de gama para gente endinheirada (enfim, mais ou menos) e gradualmente a concorrência aumentará num segmento de mercado com uma dimensão limitada.
Trading Up, Michael Silverstein & Neil Fiske |
25/05/2018
CASE STUDY: O Estado Sucial é uma máquina de extorsão
Há alguns meses uma sucursal de uma empresa estrangeira fez um pagamento por engano à Segurança Social de umas centenas de milhares de euros que se destinavam ao pagamento de impostos à Autoridade Tributária e Aduaneira. Note-se que a empresa não deve um cêntimo, nem ao Fisco nem à Segurança Social.
Poucos dias, depois apercebendo-se do erro, a empresa tentou recuperar o montante indevidamente pago à Segurança Social. Resposta: não podemos devolver, terá de ficar para encontro de contas com contribuições futuras.
Nota: não é uma estória em segunda mão; é um facto com conhecimento directo.
Poucos dias, depois apercebendo-se do erro, a empresa tentou recuperar o montante indevidamente pago à Segurança Social. Resposta: não podemos devolver, terá de ficar para encontro de contas com contribuições futuras.
Nota: não é uma estória em segunda mão; é um facto com conhecimento directo.
24/05/2018
Porque não fiquei surpreendido, outra vez?
Já não tinha ficado surpreendido quando o Querido Líder suspendeu as conversações com os Estados Unidos e ameaçou cancelar a cimeira prevista para 12 de Junho. Nem fiquei surpreendido pela reaproximação de Kim ao Imperador Xi.
E, portanto, também não fiquei surpreendido por Trump ir a correr anunciar o cancelamento da cimeira que, se não tivesse sido cancelada, deixaria Trump, cuja sofisticação em jogos não deve ir além das slot machines, a falar sozinho perdido no poker de Kim sem trunfos para fazer face ao bluff do Querido Líder.
ACREDITE SE QUISER: «Não tinha noção», disse ele
«Pedro Siza Vieira disse à SIC Notícias que “não tinha noção” da incompatibilidade entre a gerência de uma empresa imobiliária e o cargo de ministro-adjunto. Respondia à notícia do jornal Eco de que Siza Vieira abriu uma empresa de imobiliário, onde detém 50% do capital, um dia antes de entrar para o Governo da qual chegou a ser gerente. O ministro-adjunto disse que só tomou consciência da incompatibilidade de cargos dois meses depois da posse e renunciou de imediato.» (fonte)
Siza Vieira é advogado há quase trinta anos, foi sócio de várias sociedades de advogados, por último da Linklaters. Ah, já me esquecia, é amigo do peito de Costa, foi por este proposto para assessorar o governo de Macau onde ficou dois anos. Sim, Macau. Leram bem. É mais um.
Siza Vieira é advogado há quase trinta anos, foi sócio de várias sociedades de advogados, por último da Linklaters. Ah, já me esquecia, é amigo do peito de Costa, foi por este proposto para assessorar o governo de Macau onde ficou dois anos. Sim, Macau. Leram bem. É mais um.
23/05/2018
A superioridade moral imobiliária do socialismo (4)
Um amigo enviou o seguinte comentário ao post de ontem:
«O ridículo (e a desfaçatez) não têm limites. Interrogado sobre o mesmo tema, Pablo, que tinha acusado o Luís de especulação pelo porco capitalista ter comprado um casa, disse que no caso dele tratava-se de construir uma vida.
Mais. Este gajo, contra quase tudo, conta financiar grande parte do custo da casa com a herança que um dia receberá. Haverá algo de mais capitalista do que uma herança, que representa nada mais do que o ganho de alguém sem esforço no imaginário esquerdista? Vindo de alguém que afirmou que «onde há propriedade privada, há corrupção…» fica tudo esclarecido.»
O que me suscitou o seguinte aditamento:
Para sermos honestos, devemos reconhecer que a direita e os
não socialistas em geral também praticam este desporto. Há, contudo, duas grandes
diferenças. A primeira é que normalmente não são hipócritas e não se
apresentam com os tiques de superioridade moral com que a esquerda se
apresenta.
Por exemplo, no caso do Costa, muitas criaturas de direita
fariam o mesmo, com a diferença que não se proclamariam indignados com a
especulação imobiliária. Ou, no caso do Pablo, muitas delas comprariam, se tivessem
dinheiro ou crédito, uma moradia luxuosa mas não se armariam em moralistas
criticando os adversários que fizeram o mesmo.
A segunda grande diferença é que a direita pratica muito
menos do que a esquerdalhada a doutrina Somoza, a qual, como se sabe, consiste
em vilipendiar nos adversários aquilo que se silencia nos correligionários, ou,
pior ainda, vê o vício nos outros e onde entre os seus vê a virtude.
22/05/2018
A superioridade moral imobiliária do socialismo (3)
Tratámos aqui da superioridade imobiliária do Héron Castilho em Lisboa e do Passy, 16ème em Paris ambos de José Sócrates e da Avenida da Liberdade em Lisboa de Costa, face à Rua Milharada em Massamá de Passos Coelho.
Evocámos aqui o jeito para o negócio imobiliário de Fernando Medina, o herdeiro de Costa na câmara de Lisboa.
Hoje é a vez de celebrar o mesmo jeito para o negócio imobiliário de Costa, o mesmo Costa que se indigna com a especulação imobiliária a que chama «drama social» e que comprou em Março de 2016 uma casa no Rato por 55 mil euros a uns velhotes que lha venderam mais barato (valeria à época 120 mil euros) por se destinar a alojar a filha do mesmo Costa para «morar perto do café do irmão». Menos de um ano depois, em Abril de 2017, o Costa das indignações pela especulação vendeu a casa pelo dobro do preço. (fonte)
Pablo Iglesias, líder do Podemos, outro indignado pela especulação imobiliária e pelo luxo a que se entrega a nomenclatura do PP, twitou há meia dúzia de anos a propósito de uma compra de um apartamento por Luis de Guindos, antigo ministro espanhol da Economia e actual vice-presidente do Banco Central Europeu: «Entregarias a política económica de um país a alguém que gasta 600 mil euros num apartamento de luxo?»
Nem de propósito e com um azar maior do que o dos Távoras, seis anos depois Iglesias comprou com a sua namorada Irene Montero, também deputada, por 615 mil euros um luxuoso chalé que pode ser visto aqui, na Serra de Guadarrama de Madrid, com «268 metros quadrados de luxo com três quartos, duas casas de banho, uma lareira, um jardim, uma piscina e uma pequena casa de hóspedes.»
Evocámos aqui o jeito para o negócio imobiliário de Fernando Medina, o herdeiro de Costa na câmara de Lisboa.
Hoje é a vez de celebrar o mesmo jeito para o negócio imobiliário de Costa, o mesmo Costa que se indigna com a especulação imobiliária a que chama «drama social» e que comprou em Março de 2016 uma casa no Rato por 55 mil euros a uns velhotes que lha venderam mais barato (valeria à época 120 mil euros) por se destinar a alojar a filha do mesmo Costa para «morar perto do café do irmão». Menos de um ano depois, em Abril de 2017, o Costa das indignações pela especulação vendeu a casa pelo dobro do preço. (fonte)
Pablo Iglesias, líder do Podemos, outro indignado pela especulação imobiliária e pelo luxo a que se entrega a nomenclatura do PP, twitou há meia dúzia de anos a propósito de uma compra de um apartamento por Luis de Guindos, antigo ministro espanhol da Economia e actual vice-presidente do Banco Central Europeu: «Entregarias a política económica de um país a alguém que gasta 600 mil euros num apartamento de luxo?»
Nem de propósito e com um azar maior do que o dos Távoras, seis anos depois Iglesias comprou com a sua namorada Irene Montero, também deputada, por 615 mil euros um luxuoso chalé que pode ser visto aqui, na Serra de Guadarrama de Madrid, com «268 metros quadrados de luxo com três quartos, duas casas de banho, uma lareira, um jardim, uma piscina e uma pequena casa de hóspedes.»
21/05/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (136)
Outras avarias da geringonça.
A semana que passou foi pródiga em episódios demonstrativos do estado do regime sob a administração da gerigonça. Não foi o mais ruidoso, foi talvez o mais vergonhoso: o sucesso da chantagem de Costa e de Marcelo "por razões de Estado" sobre a justiça levou esta a deixar cair com grande sentido de oportunidade o caso Manuel Vicente.
Depois de quatro anos a clamar que devemos deixar à política o que é da política, à justiça o que é da justiça, para justificar a passividade perante a Operação Marquês, os socialistas e os seus amigos de ocasião concluíram numa curta semana, no caso Sócrates e no caso Manuel Vicente, que afinal política e justiça se podem misturar nas proporções que forem convenientes.
A semana que passou foi pródiga em episódios demonstrativos do estado do regime sob a administração da gerigonça. Não foi o mais ruidoso, foi talvez o mais vergonhoso: o sucesso da chantagem de Costa e de Marcelo "por razões de Estado" sobre a justiça levou esta a deixar cair com grande sentido de oportunidade o caso Manuel Vicente.
Depois de quatro anos a clamar que devemos deixar à política o que é da política, à justiça o que é da justiça, para justificar a passividade perante a Operação Marquês, os socialistas e os seus amigos de ocasião concluíram numa curta semana, no caso Sócrates e no caso Manuel Vicente, que afinal política e justiça se podem misturar nas proporções que forem convenientes.
20/05/2018
Pro memoria (377) - Cinquenta anos depois, no lugar dos soixante-huitards, os seus netos
La plage sous la pavée |
Tudo começou no dia 2 de Maio de 1968 na universidade de Nanterre, num subúrbio de Paris, propagou-se no dia seguinte à Sorbonne no Quartier Latin, no coração de Paris. A partir daí incendiou a França durante todo o mês.
A causa próxima foi o descontentamento que lavrava nas universidades atulhadas de alunos, com anfiteatros com capacidade para algumas centenas cheios de milhares, um ensino massificado sem qualidade, intoxicado de política, focado nas humanidades, sociologias, sem qualquer selecção, onde todos os alunos com um bac (diploma do secundário) em qualquer área de qualquer lycée se podiam inscrever em qualquer curso de qualquer universidade - no limite um aluno de la Terminale littéraire - Langues anciennes poderia inscrever-se num curso de física - e onde a maioria dos alunos desistia após meia dúzia de ano sem aproveitamento. Tudo isto em contraste com as Grandes Écoles altamente elitistas onde eram formada a nomenclatura de la République - para dar um exemplo, os Énarques da École nationale d'administration (ENA) constituem desde sempre o núcleo duro da maior parte dos governos.
Cinquenta anos depois, é difícil encontrar diferenças significativas nas universidades franceses de 2018. O foco actual da luta estudantil contra as tímidas reformas de Macron é a égalité pour l'accès à l'université, ou seja, qualquer aluno com um qualquer bac poderá continuar inscrever-se em qualquer curso de qualquer universidade sem quaisquer condições de selecção e frequentá-la por quantos anos lhe aprouver. Ou seja, manter a receita para o insucesso por via de regra e para o desastre ocasional.
ACREDITE SE QUISER: Há vida para além de Alcochete?
Pesquisa de notícias com nove páginas por esta altura |
E o primeiro prémio vai para...
Estranhamente, a notícia seguinte do JN passou quase despercebida
19/05/2018
Chávez & Chávez, Sucessores (65) - Se a Venezuela fosse uma democracia...
Outras obras do chávismo.
«Se a Venezuela fosse uma democracia, a tentativa do presidente Nicolás Maduro de ganhar a reeleição no domingo fracassaria. A comida está em falta. Os preços estão duplicam quase todos os meses. Pelo menos um milhão de pessoas deixaram o país nos últimos quatro anos. No entanto, quase ninguém acha que o presidente perderá.» (Newsletter da Economist)
É por estas e por outras que a Venezuela não é uma democracia e Maduro é o sucessor do caudilho de uma ditadura comunista tropical.
«Se a Venezuela fosse uma democracia, a tentativa do presidente Nicolás Maduro de ganhar a reeleição no domingo fracassaria. A comida está em falta. Os preços estão duplicam quase todos os meses. Pelo menos um milhão de pessoas deixaram o país nos últimos quatro anos. No entanto, quase ninguém acha que o presidente perderá.» (Newsletter da Economist)
É por estas e por outras que a Venezuela não é uma democracia e Maduro é o sucessor do caudilho de uma ditadura comunista tropical.
18/05/2018
Incapazes de financiar Capazes
Já nesta crónica tinha aludido ao caso da associação feminista Capazes, animada pela filha do antigo secretário-geral do PS e actual presidente do Parlamento, que recebeu um subsídio de 73 mil euros para 18 criaturas, incluindo a incontornável Mariana Mortágua, fazerem conferências sobre a «igualdade de género» em quatro concelhos alentejanos.
Acabo de ler o artigo de opinião «Mulher incapaz de financiar Capazes» de Alexandra Almeida Ferreira a quem cumprimento pela coragem de afrontar o dogma da Cruzada do Género promovido pelo politicamente correcto.
À laia de teaser cito o último parágrafo:
«Gastar 74 mil euros num mau projeto que faz um mau serviço ao desígnio louvável da igualdade de género é insultuoso para todos os bons projetos que deixam de ser visados nos apoios públicos, provavelmente porque são menos “fancy”. Faz-nos questionar que critérios são usados para atribuir os milhões que chegam de Bruxelas, financiados parcialmente pelo orçamento nacional. O caso da Capazes relembra isso mesmo mas, acima de tudo, deve servir de mote para um escrutínio sério do que andamos a apoiar.»
Acabo de ler o artigo de opinião «Mulher incapaz de financiar Capazes» de Alexandra Almeida Ferreira a quem cumprimento pela coragem de afrontar o dogma da Cruzada do Género promovido pelo politicamente correcto.
À laia de teaser cito o último parágrafo:
«Gastar 74 mil euros num mau projeto que faz um mau serviço ao desígnio louvável da igualdade de género é insultuoso para todos os bons projetos que deixam de ser visados nos apoios públicos, provavelmente porque são menos “fancy”. Faz-nos questionar que critérios são usados para atribuir os milhões que chegam de Bruxelas, financiados parcialmente pelo orçamento nacional. O caso da Capazes relembra isso mesmo mas, acima de tudo, deve servir de mote para um escrutínio sério do que andamos a apoiar.»
17/05/2018
ESTADO DE SÍTIO: Portugal, um enorme Alcochete. Somos todos lagartos?
É todo um país que se revela nos títulos:
«Agressões em Alcochete. A indignação chega às altas figuras do Estado»
«Marcelo e Ferro avaliam condições de segurança para ir ao Jamor»
«Ferro Rodrigues pede “medidas sérias” e condena dirigentes totalitários»
«Bruno de Carvalho processa Ferro Rodrigues, critica Marcelo e recusa demitir-se»
«António Costa quer acelerar criação de autoridade nacional contra a violência no desporto»
«Agressões em Alcochete. A indignação chega às altas figuras do Estado»
«Marcelo e Ferro avaliam condições de segurança para ir ao Jamor»
«Ferro Rodrigues pede “medidas sérias” e condena dirigentes totalitários»
«Bruno de Carvalho processa Ferro Rodrigues, critica Marcelo e recusa demitir-se»
«António Costa quer acelerar criação de autoridade nacional contra a violência no desporto»
Porque não fiquei surpreendido?
A Coreia do Norte suspendeu as conversações os Estados Unidos e ameaça cancelar a cimeira entre Trump e Kim prevista para 12 de Junho. O pretexto são os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos há muito anunciados, mas o verdadeiro motivo pode ser a “exigência unilateral” do desarmamento nuclear, exigência que ainda nem sequer foi discutida.
A única coisa surpreendente - e pouco, dadas as inúmeras reviravoltas da família Kim - foi o anúncio unilateral de renúncia ao desenvolvimento de armamento nuclear, mas isso faz parte do poker histórico dos Kim. Alguém acredita que Kim alienará a sua nomenclatura político-militar subtraindo-lhe o armamento nuclear?
16/05/2018
CASE STUDY: Trumpology (32) - Donald e seu némesis Mueller
Mais trumpologia.
«O conselheiro especial Robert Mueller, que actualmente lidera a investigação sobre uma possível intrusão russa durante a campanha presidencial de 2016, cresceu em circunstâncias que, em alguns aspectos, são comparáveis às de Donald Trump. Os dois homens nasceram com dois anos de diferença em cidades do Nordeste, de famílias abastadas que incentivavam a prática de desporto. Ambos se formaram em universidades da Ivy League, e ambos foram fortemente influenciados por seus pais. Mas as suas reacções à Guerra do Vietname são características dos homens que conhecemos hoje: depois de se formar em Princeton, em 1966, Mueller alistou-se nos fuzileiros navais. Foi baleado em combate e tinha uma reputação de devoção inabalável aos seus homens, facto que foi citado quando foi condecorado com a Estrela de Bronze. Trump fez cinco adiamentos e gabou-se de que seu “Vietname pessoal” envolvia evitar doenças sexualmente transmissíveis. “Os dois homens viveram suas vidas em busca de objectivos quase diametralmente opostos”, observa o escritor Garrett Graff. "Mueller uma vida de serviço público patrício, Trump uma vida de lucro privado."
O tempo de Mueller nos fuzileiros navais não é uma parte muito conhecida de sua vida, mas ele faz-lhe referência frequentemente como sendo um componente crucial de quem ele é hoje. Ele faz sua cama todos os dias, por exemplo - um pequeno indicador, escreveu Graff sobre Mueller. "Se você pensa nisso - faça isso", disse Mueller a Graff. "Eu sempre fiz minha cama e sempre me barbeei, mesmo no Vietname, na selva. Você deposita dinheiro no banco em termos de disciplina." E este ex-fuzileiro naval não está brincando com a disciplina quando se trata da investigação sobre a interferência da Rússia. Os jornalistas que o questionam sobre isso são atendidos pelo porta-voz de Mueller, Peter Carr: "Sem comentários". Disciplina, ordem e persistência são a espinha dorsal militar do trabalho actual de Mueller, e é exactamente assim que ele gosta.»
Newsletter de hoje da Wired
A circunstância de Trump ser objecto de ódio de estimação da esquerdalhada não o torna necessariamente objecto de devoção de um liberal.
«O conselheiro especial Robert Mueller, que actualmente lidera a investigação sobre uma possível intrusão russa durante a campanha presidencial de 2016, cresceu em circunstâncias que, em alguns aspectos, são comparáveis às de Donald Trump. Os dois homens nasceram com dois anos de diferença em cidades do Nordeste, de famílias abastadas que incentivavam a prática de desporto. Ambos se formaram em universidades da Ivy League, e ambos foram fortemente influenciados por seus pais. Mas as suas reacções à Guerra do Vietname são características dos homens que conhecemos hoje: depois de se formar em Princeton, em 1966, Mueller alistou-se nos fuzileiros navais. Foi baleado em combate e tinha uma reputação de devoção inabalável aos seus homens, facto que foi citado quando foi condecorado com a Estrela de Bronze. Trump fez cinco adiamentos e gabou-se de que seu “Vietname pessoal” envolvia evitar doenças sexualmente transmissíveis. “Os dois homens viveram suas vidas em busca de objectivos quase diametralmente opostos”, observa o escritor Garrett Graff. "Mueller uma vida de serviço público patrício, Trump uma vida de lucro privado."
O tempo de Mueller nos fuzileiros navais não é uma parte muito conhecida de sua vida, mas ele faz-lhe referência frequentemente como sendo um componente crucial de quem ele é hoje. Ele faz sua cama todos os dias, por exemplo - um pequeno indicador, escreveu Graff sobre Mueller. "Se você pensa nisso - faça isso", disse Mueller a Graff. "Eu sempre fiz minha cama e sempre me barbeei, mesmo no Vietname, na selva. Você deposita dinheiro no banco em termos de disciplina." E este ex-fuzileiro naval não está brincando com a disciplina quando se trata da investigação sobre a interferência da Rússia. Os jornalistas que o questionam sobre isso são atendidos pelo porta-voz de Mueller, Peter Carr: "Sem comentários". Disciplina, ordem e persistência são a espinha dorsal militar do trabalho actual de Mueller, e é exactamente assim que ele gosta.»
Newsletter de hoje da Wired
A circunstância de Trump ser objecto de ódio de estimação da esquerdalhada não o torna necessariamente objecto de devoção de um liberal.
Chávez & Chávez, Sucessores (64) - Solidário, diz o sucessor. Com quem? Com o Hamas ou com a IDF?
Outras obras do chávismo.
Ontem na Faixa de Gaza
Em Julho do ano passado em Caracas
Ontem na Faixa de Gaza
«Venezuela solidária com palestinianos condena violência em Gaza»
Em Julho do ano passado em Caracas
Venezuela a ferro e fogo em domingo de eleições
15/05/2018
ESTADO DE SÍTIO: O nanny state na versão costista
«O Partido Socialista (PS) apresentou um projeto de lei que vai permitir que a grávida ou o casal possa decidir como quer ter os filhos. O objetivo é o de criar a figura de Plano de Nascimento e o projeto de lei deu entrada para discussão no Parlamento na passada sexta-feira, mas o debate ainda não foi agendado.
A mãe poderá decidir se quer anestesia epidural ou um parto natural, e também se quer métodos não farmacológicos que devem ser assegurados pelos serviços de saúde: massagens, música, uso de água ou bola de pilates.» (Observador)
Se por um lado o Estado Sucial da geringonça é incompetente para preparar a prevenção e o combate aos incêndios florestais ou para evitar a degradação da capacidade de resposta do SNS (multiplicam-se os tempos de espera até para a simples consulta do médico de família) ou para evitar a burla de «oitocentos militares para ter óculos de sol Ray-Ban a custo zero, como se fossem graduados», por outro trata das massagens, música, uso de água ou bola de pilates. Percebe-se que os socialistas andem desorientados com a desfiliação do grande líder e sintam necessidade de lançar cortinas de fumaça. Ainda assim, que diabo, não conseguem melhor?
E, já agora, ainda tarda a regulação do método e das ajudas à concepção?
A mãe poderá decidir se quer anestesia epidural ou um parto natural, e também se quer métodos não farmacológicos que devem ser assegurados pelos serviços de saúde: massagens, música, uso de água ou bola de pilates.» (Observador)
Se por um lado o Estado Sucial da geringonça é incompetente para preparar a prevenção e o combate aos incêndios florestais ou para evitar a degradação da capacidade de resposta do SNS (multiplicam-se os tempos de espera até para a simples consulta do médico de família) ou para evitar a burla de «oitocentos militares para ter óculos de sol Ray-Ban a custo zero, como se fossem graduados», por outro trata das massagens, música, uso de água ou bola de pilates. Percebe-se que os socialistas andem desorientados com a desfiliação do grande líder e sintam necessidade de lançar cortinas de fumaça. Ainda assim, que diabo, não conseguem melhor?
E, já agora, ainda tarda a regulação do método e das ajudas à concepção?
Faixa de Gaza, fábrica de mártires explorada pelo Hamas (2)
Continuação daqui.
«Perto da cidade de Gaza, uma voz num megafone exortou a multidão em frente: "Aproximem-se! Aproximem-se!"
O avanço foi em muitos casos liderada por mulheres vestidas de preto, agitando bandeiras palestinas e exortando os outros a seguirem-nas.
"Não queremos que apenas se aproximem uma ou duas pessoas", disse uma mulher idosa segurando uma mochila e uma bandeira. "Queremos um grande grupo".
A atmosfera tornou-se mais carregada depois das orações do meio-dia, quando mais de 1.000 homens se reuniram sob um grande toldo azul. Funcionários do Hamas e outras facções dirigiram-se aos crentes, instando-os ao combate e alegando — falsamente, com toda a evidência — que a barreira tinha sido quebrada e que os palestinos estavam a entrar em Israel.
Vários oradores reservaram suas palavras mais duras para os Estados Unidos e a decisão de mudar a embaixada para Jerusalém. "A América é o maior Satanás," disse um clérigo, com o dedo indicador no ar imitado por centenas de pessoas. "Agora estamos a caminho de Jerusalém com milhões de mártires. Podemos morrer, mas a Palestina viverá ." A multidão repete o canto.»
New York Times
Resultado: mais de 50 palestinos mortos e uns milhares de feridos.
Não estou disponível para tomar partido entre o obscurantismo fundamentalista, vitimizante e manipulatório, por um lado, e o uso arbitrário de força desproporcionada, por outro.
«Perto da cidade de Gaza, uma voz num megafone exortou a multidão em frente: "Aproximem-se! Aproximem-se!"
O avanço foi em muitos casos liderada por mulheres vestidas de preto, agitando bandeiras palestinas e exortando os outros a seguirem-nas.
"Não queremos que apenas se aproximem uma ou duas pessoas", disse uma mulher idosa segurando uma mochila e uma bandeira. "Queremos um grande grupo".
A atmosfera tornou-se mais carregada depois das orações do meio-dia, quando mais de 1.000 homens se reuniram sob um grande toldo azul. Funcionários do Hamas e outras facções dirigiram-se aos crentes, instando-os ao combate e alegando — falsamente, com toda a evidência — que a barreira tinha sido quebrada e que os palestinos estavam a entrar em Israel.
Vários oradores reservaram suas palavras mais duras para os Estados Unidos e a decisão de mudar a embaixada para Jerusalém. "A América é o maior Satanás," disse um clérigo, com o dedo indicador no ar imitado por centenas de pessoas. "Agora estamos a caminho de Jerusalém com milhões de mártires. Podemos morrer, mas a Palestina viverá ." A multidão repete o canto.»
New York Times
Resultado: mais de 50 palestinos mortos e uns milhares de feridos.
Não estou disponível para tomar partido entre o obscurantismo fundamentalista, vitimizante e manipulatório, por um lado, e o uso arbitrário de força desproporcionada, por outro.
14/05/2018
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (135)
Outras avarias da geringonça.
A semana passada continuou o surto de ética republicana que contaminou o PS. As bactérias diligentes de serviço à fossa séptica socialista têm cada vez mais trabalho, não só com a operação Marquês como com os novos casos que vão surgindo ou os velhos que são desenterrados. Desde a pequena corrupção, como o caso de João Vasconcelos, antigo secretário de Estado da Indústria, que já se tinha demitido por causa das viagens da Galp e teria agora que demitir-se de novo, se ainda por lá andasse, devido a um caso com subsídios a uma empresa da mulher. Até à corrupção em média e grande escala relacionada com o Parque Escolar a que o Expresso deu a primeira página e o (Im)pertinências já há 9 anos dedicou atenção várias vezes, e está a ser investigado pela PJ e pode envolver quantias homéricas.
A semana passada continuou o surto de ética republicana que contaminou o PS. As bactérias diligentes de serviço à fossa séptica socialista têm cada vez mais trabalho, não só com a operação Marquês como com os novos casos que vão surgindo ou os velhos que são desenterrados. Desde a pequena corrupção, como o caso de João Vasconcelos, antigo secretário de Estado da Indústria, que já se tinha demitido por causa das viagens da Galp e teria agora que demitir-se de novo, se ainda por lá andasse, devido a um caso com subsídios a uma empresa da mulher. Até à corrupção em média e grande escala relacionada com o Parque Escolar a que o Expresso deu a primeira página e o (Im)pertinências já há 9 anos dedicou atenção várias vezes, e está a ser investigado pela PJ e pode envolver quantias homéricas.
11/05/2018
CASE STUDY: Portugal na Carolina do Sul
Fonte: MarketWatch |
COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA (17) - O Excel aceita tudo
O Ronaldo das Finanças a ir para |
ARTIGO DEFUNTO: Jornalismo de reverência
«O que Marcelo quer é esterilizar os jovens trans»
Júlia, trans dirigente do BE e codirectora da Acção Pela Identidade e Alice, activista trans membro dos colectivos Panteras Cor de Rosa e Transmissão, entrevistadas pelo semanário de reverência a causas várias |
Pro memoria (376) - Não, não começou há três anos. Começou no princípio, quando José Sócrates chegou ao governo de Guterres
«Peço desculpa, mas o atraso não é de três anos e qualquer coisa. A cegueira é muito mais antiga, muito mais teimosa e muito mais cúmplice. Tão antiga e tão teimosa que, anos e anos a fio, sempre que surgia um novo caso, o que se ouvia era um coro sobre “campanhas negras” dirigidas contra “o político mais escrutinado da história da nossa democracia”. Sim, eu não me esqueço.»
«O pior cego é o que não quer ver», José Manuel Fernandes no Observador
Desde a fundação, o (Im)pertinências dedicou atenção a José Sócrates. O primeiro post apareceu aqui há 15 anos e a partir da posse do seu primeiro governo a criatura foi alvo de uma atenção constante em centenas de posts (leia-se este, por exemplo) com o escrutínio de todos os casos e trapalhadas em que esteve envolvido. Fizemos a nossa pequeníssima parte. A maioria dos portugueses dividiu-se entre os seus cúmplices, os seus bajuladores, os acagaçados ou fascinados pelo seu poder, pertinácia e falta de escrúpulos e a imensa legião amorfa concentrada em viver as suas vidinhas.
«O pior cego é o que não quer ver», José Manuel Fernandes no Observador
Desde a fundação, o (Im)pertinências dedicou atenção a José Sócrates. O primeiro post apareceu aqui há 15 anos e a partir da posse do seu primeiro governo a criatura foi alvo de uma atenção constante em centenas de posts (leia-se este, por exemplo) com o escrutínio de todos os casos e trapalhadas em que esteve envolvido. Fizemos a nossa pequeníssima parte. A maioria dos portugueses dividiu-se entre os seus cúmplices, os seus bajuladores, os acagaçados ou fascinados pelo seu poder, pertinácia e falta de escrúpulos e a imensa legião amorfa concentrada em viver as suas vidinhas.
10/05/2018
Curtas e grossas (50) - A conversa fiada do mastermind Costa
«A estratégia de higienização do Partido Socialista em relação a José Sócrates, concretizada sob a orientação política do mastermind António Costa é, no essencial, conversa fiada. Pode aparentar uma dimensão de rutura definitiva pelo simbolismo invulgar da demissão do ex-primeiro ministro do partido, mas em tudo resto mantém uma insanável convergência, nomeadamente no pessoal político em funções e na forma de fazer política. Bem podem recrudescer vergonhas, assomos de ética nunca revelados em vários casos ocorridos desde 2015 ou até inacreditáveis arrependimentos tardios, depois de convenientes usufrutos de roteiros de luxo acima das possibilidades.»
Excerto (esta é a parte curta) de «No essencial, é conversa fiada», António Galamba, um militante socialista desalinhado, no jornal i
Excerto (esta é a parte curta) de «No essencial, é conversa fiada», António Galamba, um militante socialista desalinhado, no jornal i
Pro memoria (375) - A propósito das condecorações do animal feroz e de outros arguidos
A propósito desta evocação de Cavaco não ter condecorado Sócrates, lembremos alguns factos à luz da sua queda em desgraça:
E ainda no modo evocação, evoquemos o conde que cora ao ser condecorado do Inventário de Alexandre O'Neill no Reino da Dinamarca, que teria sido em belíssimo exemplo para, entre outros, os condecorados da Operação Marquês:
Um dente douro
a rir dos panfletos
Um marido afinal ignorante
Dois corvos mesmo muito pretos
Um polícia que diz que garante
A costureira muito desgraçada
Uma máquina infernal de fazer fumo
Um professor que não sabe quase nada
Um colossalmente bom aluno
Um revolver
já desiludido
Uma criança doida de alegria
Um imenso tempo perdido
Um adepto da simetria
Um conde que
cora ao ser condecorado
Um homem que ri de tristeza
Um amante perdido encontrado
Um gafanhoto chamado surpresa
O desertor
cantando no coreto
Um malandrão que vem pe-ante-pé
Um senhor vestidíssimo de preto
Um organista que perde a fé
Um sujeito
enganando os amorosos
Um cachimbo cantando a marselhesa
Dois detidos de fato perigosos
Um instantinho de beleza
Um octogenário
divertido
Um menino colecionando estampas
Um congressista que diz Eu não prossigo
Uma velha que morre a páginas tantas
- A indignação de Manuel Alegre;
- As declarações de Santos Silva considerando que a condecoração por Cavaco seria «nódoa no currículo» de Sócrates e que o animal feroz deveria esperar pelo próximo PR;
- As queixas de Ascenso Simões.
E ainda no modo evocação, evoquemos o conde que cora ao ser condecorado do Inventário de Alexandre O'Neill no Reino da Dinamarca, que teria sido em belíssimo exemplo para, entre outros, os condecorados da Operação Marquês:
Um dente douro
a rir dos panfletos
Um marido afinal ignorante
Dois corvos mesmo muito pretos
Um polícia que diz que garante
A costureira muito desgraçada
Uma máquina infernal de fazer fumo
Um professor que não sabe quase nada
Um colossalmente bom aluno
Um revolver
já desiludido
Uma criança doida de alegria
Um imenso tempo perdido
Um adepto da simetria
Um conde que
cora ao ser condecorado
Um homem que ri de tristeza
Um amante perdido encontrado
Um gafanhoto chamado surpresa
O desertor
cantando no coreto
Um malandrão que vem pe-ante-pé
Um senhor vestidíssimo de preto
Um organista que perde a fé
Um sujeito
enganando os amorosos
Um cachimbo cantando a marselhesa
Dois detidos de fato perigosos
Um instantinho de beleza
Um octogenário
divertido
Um menino colecionando estampas
Um congressista que diz Eu não prossigo
Uma velha que morre a páginas tantas
09/05/2018
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (54)
Outras preces.
«Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria, só por si, impeditivo de uma recandidatura» disse Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista ao Público.
Antes que pensem que estou a fazer figas para que as florestas voltem a arder para não termos outros cinco anos de TV Marcelo, esclareço que leio estas declarações do comentador-presidente com o desconto devido a quem sofre de verborreia incurável ou, para citar Passos Coelho, a um «catavento de opiniões mediáticas».
Recordo as suas promessas de não se candidatar a presidente do PSD, a não ser que se Cristo voltasse à terra, poucos dias antes de apresentar a sua candidatura sem Cristo se dignar aparecer-nos.
«Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria, só por si, impeditivo de uma recandidatura» disse Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista ao Público.
Antes que pensem que estou a fazer figas para que as florestas voltem a arder para não termos outros cinco anos de TV Marcelo, esclareço que leio estas declarações do comentador-presidente com o desconto devido a quem sofre de verborreia incurável ou, para citar Passos Coelho, a um «catavento de opiniões mediáticas».
Recordo as suas promessas de não se candidatar a presidente do PSD, a não ser que se Cristo voltasse à terra, poucos dias antes de apresentar a sua candidatura sem Cristo se dignar aparecer-nos.
08/05/2018
Ainda falta muito para a elegância bem-pensante realizar uma gala da moda sobre o islamismo?
«Papa, bispos, anjos, demónios, cavaleiras medievais, cruzes e altares e auras na cabeça. Valeu tudo para fazer jus ao mote Corpos Celestes: Moda e Imaginação Católica da Gala MET de 2018, que teve lugar na noite de segunda-feira, 7 de maio, em Nova Iorque, no The Metropolitan Museum of Art.» (Fonte)
Aguardo ansiosamente que as luminárias que organizaram esta gala dediquem uma a Maomé e aos aiatolás, califas, emires, imãs e mulás, e também a Jibril aleihi salam e Shaitan e de seguida se afundem no Jahannam degolados por jihadistas.
Declaração de interesse: sou agnóstico.
07/05/2018
A queda em desgraça do animal feroz é agora oficial
Não, não será por causa de ter sido abandonado pelos seus antigos aliados e amigos Costa, César, Santos Silva, Galamba et alia. Esses abandonam qualquer um para salvar a cabeça.
É mais por ter sido abandonado por duas mulheres da vida dele. A primeira - a pluma caprichosa Clara Ferreira Alves, a quem Soares encomendou a entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter» - já o tinha abandonado faz algum tempo.
A segunda, a sua antiga namorada Fernanda Câncio, com quem partilhou as amenidades proporcionadas pelos «empréstimos» do amigo, defendeu-o durante anos contra tudo e contra todos. Acaba de o abandonar com o artigo de opinião «A tragédia de Sócrates» onde o classifica como «alguém com uma tal ausência de noção do bem e do mal, que instrumentalizou os melhores sentimentos dos seus próximos e dos seus camaradas e fez da mentira forma de vida».
Pensando melhor, não tenho a certeza que o móbil dessas duas ex-admiradoras não tenha sido também salvar a cabeça ou, ao menos, o que resta da credibilidade. Receio que quanto à credibilidade tenham chegado tarde.
É mais por ter sido abandonado por duas mulheres da vida dele. A primeira - a pluma caprichosa Clara Ferreira Alves, a quem Soares encomendou a entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter» - já o tinha abandonado faz algum tempo.
A segunda, a sua antiga namorada Fernanda Câncio, com quem partilhou as amenidades proporcionadas pelos «empréstimos» do amigo, defendeu-o durante anos contra tudo e contra todos. Acaba de o abandonar com o artigo de opinião «A tragédia de Sócrates» onde o classifica como «alguém com uma tal ausência de noção do bem e do mal, que instrumentalizou os melhores sentimentos dos seus próximos e dos seus camaradas e fez da mentira forma de vida».
Pensando melhor, não tenho a certeza que o móbil dessas duas ex-admiradoras não tenha sido também salvar a cabeça ou, ao menos, o que resta da credibilidade. Receio que quanto à credibilidade tenham chegado tarde.
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (134)
Outras avarias da geringonça.
O acontecimento central da semana passado foi o súbito surto de "ética republicana" sofrido pela nomenclatura socialista sob a batuta do maestro Costa, à distância de Toronto. A este respeito remeto para o post do outro contribuinte «O polvo socialista é mimético».
Um relatório de auditoria da ANPC, convenientemente mantido na gaveta pelo governo de Costa, veio por a nu não só a completa desorganização do combate ao incêndio de Pedrógão Grande, o que já se sabia, como veio ainda mostrar as tentativas de esconder essa desorganização e, mais grave ainda, a destruição de documentação digital e em papel. É mais um caso de polícia.
O acontecimento central da semana passado foi o súbito surto de "ética republicana" sofrido pela nomenclatura socialista sob a batuta do maestro Costa, à distância de Toronto. A este respeito remeto para o post do outro contribuinte «O polvo socialista é mimético».
Um relatório de auditoria da ANPC, convenientemente mantido na gaveta pelo governo de Costa, veio por a nu não só a completa desorganização do combate ao incêndio de Pedrógão Grande, o que já se sabia, como veio ainda mostrar as tentativas de esconder essa desorganização e, mais grave ainda, a destruição de documentação digital e em papel. É mais um caso de polícia.
06/05/2018
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Razões para o PS de Costa ter vergonha
«Caso esta “confissão” de altos dirigentes do PS seja para levar a sério, diria que o País espera que confessem a vergonha por muito mais coisas. Vergonha por terem conduzido o País à bancarrota; vergonha por terem pedido ajuda externa, por terem negociado e assinado o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro e por logo a seguir se terem furtado a quaisquer responsabilidades quando se tratou de resolver os problemas que causaram; vergonha por continuarem, ainda, a defender que se o PEC 4 tivesse sido aprovado, os problemas do País teriam sido ultrapassados; vergonha por terem saudado a vitória do Syriza que ia mudar a Europa e por se terem tão rapidamente esquecido desses arroubos de entusiasmo e da própria Grécia, que desapareceu do debate político e das notícias, mesmo se as dificuldades dos gregos continuaram e continuam; vergonha por terem prometido que se iam opor à “ditadura alemã” no Eurogrupo (iam por os alemães “com as pernas a tremer”) e acabarem por ter o seu Ministro das Finanças como diligente promotor da tal “ditadura”; vergonha por terem clamado pela reestruturação da dívida como única solução para o País crescer e por terem convenientemente deixado cair o assunto; vergonha por se embevecerem com Hollande e, agora, com Macron, que pulverizou o Partido Socialista Francês e que se propõe fazer em França reformas que o PS ou não faz ou mesmo desfaz em Portugal; vergonha por terem hoje no Governo muitos dos mesmos que governaram com José Sócrates (e com Manuel Pinho, já agora) e que nunca viram nada, nunca suspeitaram de nada; vergonha pelas ruinosas PPP rodoviárias; vergonha pelos desastrosos contratos de swap nas empresas públicas que o Ministério das Finanças incentivou e não fiscalizou; vergonha pela instrumentalização política da CGD e pela sua descarada ocultação ao impedirem o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito; vergonha por fazerem aprovar orçamentos de Estado e executarem outra coisa qualquer, sem o respeito pelo Parlamento que se exige em democracia; vergonha pela forma como se aliaram a partidos que são anti-União Europeia (exceto para receber dinheiro dos cidadãos europeus, bem entendido), anti-Euro, anti-Nato, revelando que os princípios são menos importantes que os interesses; vergonha pela maneira como estão a desperdiçar mais uma, quem sabe a última, oportunidade de dar ao País uma perspetiva de futuro sem repetir os erros do passado.»
«Realmente, o PS não tem vergonha na cara», Maria Luís Albuquerque no Observador
«Realmente, o PS não tem vergonha na cara», Maria Luís Albuquerque no Observador
05/05/2018
CASE STUDY: O órgão reprodutor feminino como gerador de mais valia
Chama-se Irene Martin, tem 22 anos, é espanhola, está em Portugal a frequentar um mestrado em Engenharia Biomédica no IST e resolveu fazer o cartaz e exibi-lo na manifestação do 1.º de Maio. O cartaz já foi requisitado por Pacheco Pereira para a sua colecção Ephemera, o que, espera-se, lhe venha a conferir um carácter perene.
A nota biográfica do Público não esclarece se a Irene fala por experiência própria e já gerou mais valia dos homens e executou trabalho reprodutivo ou se falará pela experiência de sua mãe sendo ela própria, nesse caso, a mais valia dos homens.Também não se esclarece qual o papel do pénis na geração da mais valia e no trabalho reprodutivo.
Segundo a Irene, a sua performance suscitou comentários insultuosos como gorda, não se depila, lésbica e puta. Os dois primeiros podem ser insultos mas são factuais, os restantes desconhece-se. Sendo insultos, são gratuitos porque a performance da criatura é simplesmente patética.
04/05/2018
O polvo socialista é mimético: depois do "rigor" orçamental, a "rectidão" ética
Thaumoctopus mimicus, o polvo indonésio que pode fingir 15 espécies diferentes |
Costa e o seu PS prometeram virar a página da austeridade orçamental de Vítor Gaspar/Maria Luís Albuquerque e ficaram na mesma página mudando-lhe o número com o Ronaldo das Finanças. Com igual facilidade, depois de mais de uma década a assobiarem para o lado a respeito das inúmeras trapalhadas de José Sócrates e de três anos e meio a meterem a cabeça na areia, os mais prudentes, ou mesmo a sair em defesa da criatura, os menos prudentes ou com menos vergonha, a respeito da Operação Marquês, Costa e o seu PS deixaram-se de fazer de mortos e multiplicaram-se em vergonhosas e tardias declarações de vergonha e juramentos de rectidão ética.
Tudo começou quando o caso Manuel Pinho saltou para as primeiras páginas. O porta-voz do PS, o mesmo Galamba que foi agente duplo de Sócrates e Costa, confessa agora que «obviamente que é algo que envergonha qualquer socialista». O presidente do PS, o mesmo César que recebe em duplicado as viagens que não paga e providencia tenças para a família, diz que «a vergonha até é maior porque era primeiro-ministro».
O maior descaramento foi, como seria de esperar, daquele a quem Sócrates chamava o «merdas do Costa que não tem tomates» que, resguardado pela distância que vai do Largo do Rato a Toronto (começa a ser um hábito o homem refugiar-se no estrangeiro quando as coisas se incendeiam, seja a floresta, seja o partido), faz uma dupla como no totobola e declara: «se essas ilegalidades se vierem a confirmar, serão certamente uma desonra para a nossa democracia. Mas se não se vierem a confirmar é a demonstração que o nosso sistema de justiça funciona».
Em conclusão, o polvo socialista tão depressa se veste com as cores da "austeridade" de Passos Coelho/Vítor Gaspar, como adopta as manchas da "ética" de Rui Rio/Elina Fraga. E não, isto não é um acidente. É um expediente perfeitamente deliberado dentro da estratégia de sobrevivência do costismo. Graças à memória curta e à infantilização do eleitorado é possível que continue a ter sucesso - pelo menos enquanto houver dinheiro.
ACREDITE SE QUISER: Pura filantropia. A amizade é uma coisa muito bonita
«Manuel Pinho assumiu cargo de ministro já com promessa de reforma do BES aos 55 anos dada por Salgado
Dois dias antes de assumir o cargo de ministro da Economia em 2005 e muito antes de saber o que futuro lhe reservava ao nível de carreira política, Manuel Pinho já tinha uma certeza: aos 55 anos, poderia contar com uma pensão equivalente a 100% do salário pensionável - cerca de 62 mil euros mensais -, em nome do BES, revela o “Correio da Manhã” esta quinta-feira. Esta certeza consta de uma promessa escrita feita por Ricardo Salgado a Manuel Pinho, datada de 10 de março de 2005, 48 horas antes de assumir o cargo ministerial no Governo de José Sócrates.»
Expresso Diário
Dois dias antes de assumir o cargo de ministro da Economia em 2005 e muito antes de saber o que futuro lhe reservava ao nível de carreira política, Manuel Pinho já tinha uma certeza: aos 55 anos, poderia contar com uma pensão equivalente a 100% do salário pensionável - cerca de 62 mil euros mensais -, em nome do BES, revela o “Correio da Manhã” esta quinta-feira. Esta certeza consta de uma promessa escrita feita por Ricardo Salgado a Manuel Pinho, datada de 10 de março de 2005, 48 horas antes de assumir o cargo ministerial no Governo de José Sócrates.»
Expresso Diário
03/05/2018
ESTADO DE SÍTIO: EDP, locus do complexo político-empresarial socialista
«O Governo é o lugar onde há mais ministros. O Conselho Geral e de Supervisão da EDP é o lugar onde há mais ex-ministros. Apontem: Luís Amado (ministro da Defesa e ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates), Eduardo Catroga (ministro das Finanças de Cavaco Silva), Celeste Cardona (ministra da Justiça de Durão Barroso e Paulo Portas), Jorge Braga de Macedo (ministro das Finanças de Cavaco Silva), Vasco Rocha Vieira (nomeado por Cavaco Silva ministro da República nos Açores e último governador de Macau), Augusto Mateus (ministro da Economia de António Guterres) e António Vitorino (ministro da Presidência e ministro da Defesa de António Guterres). Um terço dos 21 membros do Conselho Geral e de Supervisão da EDP são antigos ministros. Porque será?»
Se o presidente americano Dwight D. Eisenhower quando fez o seu discurso de despedida em 17 de Janeiro de 1961 conhecesse o Portugal Socialista, em alternativa ao exemplo do «military–industrial complex» como «potential enemy of the national interest», uma «unjustified expenditure» e «nothing more than a distorted use of the nation's resources», poderia ter dado o exemplo do complexo político-empresarial socialista português, um dispositivo herdeiro do Estado Novo Corporativo, incrementado com as nacionalizações do PREC e refinado com uma espécie de capitalismo de estado montado pelo polvo socialista mancomunado com os empresários do regime onde sobressaíram os Espíritos.
Se o presidente americano Dwight D. Eisenhower quando fez o seu discurso de despedida em 17 de Janeiro de 1961 conhecesse o Portugal Socialista, em alternativa ao exemplo do «military–industrial complex» como «potential enemy of the national interest», uma «unjustified expenditure» e «nothing more than a distorted use of the nation's resources», poderia ter dado o exemplo do complexo político-empresarial socialista português, um dispositivo herdeiro do Estado Novo Corporativo, incrementado com as nacionalizações do PREC e refinado com uma espécie de capitalismo de estado montado pelo polvo socialista mancomunado com os empresários do regime onde sobressaíram os Espíritos.
Berloquismo e bem-pensância, bactérias diligentes da fossa séptica socialista
Há algum tempo escrevi aqui que Daniel Oliveira - um ex-bloquista e ex-imensas outras coisas - se esmerava no trabalho de bactéria diligente limpando a fossa séptica socialista. Talvez, especulo agora, porque apesar de ele ter saído do Bloco de Esquerda o berloquismo pode não ter saído dele.
E aí está mais um exemplo de outra bactéria diligente da fossa séptica socialista: Catarina Martins, a líder berloquista, a propor uma comissão de inquérito que, para investigar os dinheiros do DDT Ricardo Salgado recebidos por Manuel Pinho, enquanto ministro do governo socialista de José Sócrates, pretende investigar as rendas da energia durante os governos de Barroso, Santana, Sócrates e Passos Coelho. Já agora, poderia ter recuado até ao V governo provisório do camarada Vasco ou mesmo à I República.
Apesar de ser uma jogada denunciada e bastante primária, PSD e CDS, borrados de medo por causa dos telhados de vidro, não tiveram coragem de defender o âmbito do inquérito adequado ao tema em causa e embarcaram no logro.
Paralelamente ao expediente de meter todos em todos os inquéritos, há o outro expediente que consiste em defender que não adianta investigar a corrupção em casos específicos envolvendo pessoas específicas porque somos todos culpados. Apesar de não ser um expediente particularmente inteligente, a esquerda que se julga inteligente também o usa. Podia dar mais exemplos mas limito-me ao de Aguiar Hífen Conraria que argumentando que «desde o Estado Novo que o capitalismo português é uma rede de interesses, em que política e negócios se misturam da pior maneira, e isso não mudou com a democracia» acaba a concluir que «terão de ser os portugueses a mobilizarem-se com esse fim». Temos sorte de ele não nos propor uma cruzada internacional dos homens de bem para resolver o caso do conúbio Salgado-Sócrates-Pinho e fazer a limpeza da fossa séptica lusitana.
E aí está mais um exemplo de outra bactéria diligente da fossa séptica socialista: Catarina Martins, a líder berloquista, a propor uma comissão de inquérito que, para investigar os dinheiros do DDT Ricardo Salgado recebidos por Manuel Pinho, enquanto ministro do governo socialista de José Sócrates, pretende investigar as rendas da energia durante os governos de Barroso, Santana, Sócrates e Passos Coelho. Já agora, poderia ter recuado até ao V governo provisório do camarada Vasco ou mesmo à I República.
Apesar de ser uma jogada denunciada e bastante primária, PSD e CDS, borrados de medo por causa dos telhados de vidro, não tiveram coragem de defender o âmbito do inquérito adequado ao tema em causa e embarcaram no logro.
Paralelamente ao expediente de meter todos em todos os inquéritos, há o outro expediente que consiste em defender que não adianta investigar a corrupção em casos específicos envolvendo pessoas específicas porque somos todos culpados. Apesar de não ser um expediente particularmente inteligente, a esquerda que se julga inteligente também o usa. Podia dar mais exemplos mas limito-me ao de Aguiar Hífen Conraria que argumentando que «desde o Estado Novo que o capitalismo português é uma rede de interesses, em que política e negócios se misturam da pior maneira, e isso não mudou com a democracia» acaba a concluir que «terão de ser os portugueses a mobilizarem-se com esse fim». Temos sorte de ele não nos propor uma cruzada internacional dos homens de bem para resolver o caso do conúbio Salgado-Sócrates-Pinho e fazer a limpeza da fossa séptica lusitana.
02/05/2018
Dúvidas (221) - É para isso que o PS está a trabalhar? O PS vai pagar o próximo aumento do SMN?
É isso que se deduz das declarações a puxar dos galões face aos sócios da geringonça de Ana Catarina Mendes, a adjunta de Costa:
«O aumento do salário mínimo nacional foi uma promessa do PS. Foi aumentado em 2016, 2017 e em 2018, será aumentado em 2019. É para isso que o PS está a trabalhar.»Só se for com dinheiro emprestado pelos bancos a acrescentar aos milhões que já lhes deve. Entre esses bancos destaca-se ... adivinhe qual! Isso mesmo. O Novo Banco sucessor do ... adivinhe! BES, o banco do regime.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (172) - Os novos situacionistas
«Estes fracassos e descrenças deixaram o PS no governo e, mais do que isso, no centro do regime. Mas que representa o PS? É o partido que governa o país desde 1995, excepto quando não há dinheiro. É, por isso mesmo, o partido do pessoal que domina o aparelho de Estado. E é, também por isso mesmo, o partido de José Sócrates, de Manuel Pinho, e, segundo a acusação do Ministério Público, de Ricardo Salgado, que alegadamente pagava aos dois primeiros. Coisas, entre outras, que no partido uns nem consideram “reprováveis” e outros apenas “insólitas”. Em suma, este PS não está apenas no governo, no Estado e no centro das geringonças: parece estar também para além do bem e do mal.»
«O regime não se importa. E o país?», Rui Ramos no Observador
«Carlos César encheu o peito para afirmar que os socialistas estão “evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito”. Mas disse mais, e é este mais que soa a inteiramente novo: segundo César, é necessário “escrutinar todas as decisões que ele pessoalmente tomou enquanto foi governante e que se possam relacionar com a situação que lhe é imputada e que ainda não desmentiu”. Meu Deus, alguém me belisque para eu ter a certeza de que estou acordado: o PS quer analisar o comportamento de um antigo ministro para verificar se as decisões que tomou enquanto governante se podem relacionar com eventuais actos de corrupção? Uau. Estou incrivelmente impressionado. Mas, esperem... por que é que o PS não utilizou exactamente o mesmo raciocínio para chamar José Sócrates ao Parlamento?»
«Está aberta a época de tiro ao Pinho», João Miguel Tavares no Público
Novos situacionistas (Glossário das Impertinências)
Durante as quase 5 décadas que durou o salazarismo, os adeptos do «Regime», também conhecido por esses adeptos e pelos seus opositores como «Situação», eram, com toda a propriedade, chamados «situacionistas». É por isso que, igualmente com toda a propriedade, Helena Matos escreveu, referindo-se aos instalados no aparelho socialista, «os contestatários dos anos 60, são agora a Situação».
É, por isso, que também no (Im)pertinências já se tinha feito equivaler, ao menos como caricatura, o Estado Social ao Estado Novo, o Partido Socialista à União Nacional, as Juventudes Socialistas à Legião, o Socras ao Botas, ficando, por agora, ainda pendente a PIDE, que durante o marcelismo foi rebaptizada de DGS (Direcção-Geral de Segurança), um nome bastante aceitável no contexto do socratismo.
«O regime não se importa. E o país?», Rui Ramos no Observador
«Carlos César encheu o peito para afirmar que os socialistas estão “evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito”. Mas disse mais, e é este mais que soa a inteiramente novo: segundo César, é necessário “escrutinar todas as decisões que ele pessoalmente tomou enquanto foi governante e que se possam relacionar com a situação que lhe é imputada e que ainda não desmentiu”. Meu Deus, alguém me belisque para eu ter a certeza de que estou acordado: o PS quer analisar o comportamento de um antigo ministro para verificar se as decisões que tomou enquanto governante se podem relacionar com eventuais actos de corrupção? Uau. Estou incrivelmente impressionado. Mas, esperem... por que é que o PS não utilizou exactamente o mesmo raciocínio para chamar José Sócrates ao Parlamento?»
«Está aberta a época de tiro ao Pinho», João Miguel Tavares no Público
Novos situacionistas (Glossário das Impertinências)
Durante as quase 5 décadas que durou o salazarismo, os adeptos do «Regime», também conhecido por esses adeptos e pelos seus opositores como «Situação», eram, com toda a propriedade, chamados «situacionistas». É por isso que, igualmente com toda a propriedade, Helena Matos escreveu, referindo-se aos instalados no aparelho socialista, «os contestatários dos anos 60, são agora a Situação».
É, por isso, que também no (Im)pertinências já se tinha feito equivaler, ao menos como caricatura, o Estado Social ao Estado Novo, o Partido Socialista à União Nacional, as Juventudes Socialistas à Legião, o Socras ao Botas, ficando, por agora, ainda pendente a PIDE, que durante o marcelismo foi rebaptizada de DGS (Direcção-Geral de Segurança), um nome bastante aceitável no contexto do socratismo.
01/05/2018
BREIQUINQUE NIUZ: Só há violação do segredo de justiça se o suspeito for esquerdalho. Se não for é o cumprimento do dever de informação
BREAKING NEWS
|
Monday, April 30, 2018 9:19 PM EST |
Bons exemplos (124) - As democracias são todas iguais, mas há umas mais iguais do que outras
«Amber Rudd has resigned as home secretary, saying she "inadvertently misled" MPs over targets for removing illegal immigrants.
The Windrush scandal had heaped pressure on Ms Rudd, who faced renewed criticism after saying she did not know about Home Office removals targets.
(...)
Ms Rudd told MPs last week the Home Office did not have targets for removing illegal immigrants, but on Sunday the Guardian published a letter in which Ms Rudd set out her "ambitious but deliverable" aim to deport 10% more illegal immigrants over the "next few years" to Theresa May.»
(BBC News)
Sejamos honestos, algum ministro neste país se demitiria por estas "miudezas"? Claro que não e nem poderia ser diferente. Já imaginaram o que seria os ministros pedirem a demissão por "inadvertently misled" MPs? Seria uma espécie de I República outra vez, com governos que durariam dias.
The Windrush scandal had heaped pressure on Ms Rudd, who faced renewed criticism after saying she did not know about Home Office removals targets.
(...)
Ms Rudd told MPs last week the Home Office did not have targets for removing illegal immigrants, but on Sunday the Guardian published a letter in which Ms Rudd set out her "ambitious but deliverable" aim to deport 10% more illegal immigrants over the "next few years" to Theresa May.»
(BBC News)
Sejamos honestos, algum ministro neste país se demitiria por estas "miudezas"? Claro que não e nem poderia ser diferente. Já imaginaram o que seria os ministros pedirem a demissão por "inadvertently misled" MPs? Seria uma espécie de I República outra vez, com governos que durariam dias.