«Com este Estado, talvez o Dr. Salazar não tivesse precisado de PIDE e de censura.»
Rui Ramos, «A Víbora», Correio da Manhã (via Blasfémias)
30/11/2009
BREIQUINGUE NIUZ: comunicação ao País do PR anunciando a demissão do governo e a dissolução da AR
Hackers amigos contam-me (mas a gente sabe que hackers a contarem intrusões são parecidos com pescadores a contarem pescarias) que, aproveitando uma falha na segurança dos servidores da Presidência da República, conseguiram ter acesso ao draft duma comunicação ao País que poderia ter lugar no próximo dia 10 de Dezembro. Eis alguns excertos em absoluto exclusivo:
O texto acima é obviamente falso, ou melhor são excertos obviamente verdadeiros da comunicação ao País de 10 de Dezembro de 2004 do doutor Jorge Sampaio, anunciando o fim do XVI governo de Santana Lopes, por umas rídiculas trapalhadas. Se o PR em exercício tivesse o mesmo critério, teria razões todos os meses para demitir o XVII governo e nem sequer dar posse ao XVIII.
Desde a posse do XVII Governo Constitucional, e depois de lhe ter assegurado todas as condições necessárias para o desempenho da sua missão, o País assistiu a uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo e a sua capacidade para enfrentar a crise que o País vive.ESCLARECIMENTO:
A sucessão negativa desses acontecimentos impôs uma avaliação de conjunto, e não apenas de cada acontecimento isoladamente. Foi essa sucessão que criou uma grave crise de credibilidade do Governo, que surgira como um Governo sucedâneo do anterior, e relativamente ao qual, por conseguinte, as exigências de credibilidade se mostravam especialmente relevantes, e, como tal, tinham sido aceites pelo Primeiro Ministro. Aliás, por diversas vezes e por formas diferentes, dei sinais do meu descontentamento com o que se estava a passar.
A persistência e mesmo o agravamento desta situação inviabilizou as indispensáveis garantias de recuperação da normalidade e tornou claro que a instabilidade ameaçava continuar, com sério dano para as instituições e para o País, que não pode perder mais tempo nem adiar reformas.
Criou-se uma instabilidade substancial que acentuou a crise na relação de confiança entre o Estado e a sociedade, com efeitos negativos na posição portuguesa face aos grandes desafios da Europa, no combate pelo crescimento e pela competitividade da economia, na solidez e prestígio das instituições democráticas.
A insustentável situação a que se chegou – e que certos comportamentos e reacções dos últimos dias só têm contribuído para confirmar – mostra que as tendências de crise e instabilidade se revelaram mais fortes que o Governo e a maioria parlamentar, que se tornaram incapazes de as conter e inverter. Neste quadro, que revelou um padrão de comportamento sem qualquer sinal de mudança ou possibilidade de regeneração, entendi que a manutenção em funções do Governo significaria a manutenção da instabilidade e da inconsistência. Entendi ainda que se tinha esgotado a capacidade da maioria parlamentar para gerar novos governos.
Assim, e face a uma situação cuja continuação seria cada vez mais grave para Portugal, entendi, em consciência, que só a dissolução parlamentar representava uma saída.
Após as eleições, que têm, aliás, como vantagem alargar para quatro anos o horizonte do Governo que delas resultar, espero que seja possível encarar com mais determinação o grave problema orçamental que o País tem para resolver.
O texto acima é obviamente falso, ou melhor são excertos obviamente verdadeiros da comunicação ao País de 10 de Dezembro de 2004 do doutor Jorge Sampaio, anunciando o fim do XVI governo de Santana Lopes, por umas rídiculas trapalhadas. Se o PR em exercício tivesse o mesmo critério, teria razões todos os meses para demitir o XVII governo e nem sequer dar posse ao XVIII.
28/11/2009
O jus primae noctis dos alegados senhores da sucata (2)
«Armando Vara, um dos arguidos do caso "Face Oculta", foi apanhado nesta investigação com elementos de um processo que corre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e que, de acordo com fontes contactadas pelo DN, deveria estar em segredo de justiça.» (no insuspeito Diário de Notícias)
De onde se conclui que o Impertinente tem que reformular esta antiga definição:
Segredo de justiça (Juridiquês)
Mecanismo processual que obriga o putativo arguido a comprar jornais ou a ver televisão para tomar conhecimento da acusação.
De onde se conclui que o Impertinente tem que reformular esta antiga definição:
Segredo de justiça (Juridiquês)
Mecanismo processual que obriga o putativo arguido a comprar jornais ou a ver televisão para tomar conhecimento da acusação.
O jus primae noctis dos alegados senhores da sucata
No Portugal medieval havia o direito de pernada dos senhores sobre os servos da gleba. No Portugal do socialismo pós-moderno a primeira violação do segredo de justiça parece ter sido reservada aos senhores da sucata que, nos dias imediatos à chegada das certidões da DIAP de Aveiro à Procuradoria-Geral da República, por uma misteriosa alegada coincidência trocaram alegadamente de telemóvel (usando alegados cartões descartáveis) para fintar as escutas. E, segundo o Sol, fizeram-no alegadamente todos (incluindo o alegado querido líder) em alegada perfeita sintonia.
ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (5)
É sempre reconfortante saber que há mais criaturas que partilham o mesmo espanto com as aparições da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Ainda para mais quando se trata de um jornalista económico, como Camilo Lourenço, que há muito tempo antecipou os apertos porque estamos a passar e as desgraças que nos esperam. Aliás, Camilo Lourenço vai mais longe e já anuncia uma aparição colectiva aos portugueses: «de repente o País descobriu que está na bancarrota». Não o acompanho nessa sua visão optimista sobre o realismo dos portugueses. Teremos que esperar algum tempo, mas lá chegaremos, lá chegaremos.
Quem parece definitivamente convertido, depois da primeira aparição da Nossa Senhora, que o levou a concluir «Está tudo doido», é Daniel Amaral. Já não consegue «imaginar o choque que uma tal violência [a violência das medidas que ele próprio considera necessárias] irá provocar no país» e neste seu último artigo («O assador») parece queixar-se das oposições que não fazem nada para derrubar o governo deixando-o com a responsabilidade de tomar medidas a que DA chama «o ónus do "trabalho sujo"», ónus que a mim me parece mais o de limpar a sujeira deixada pelos quase 5 anos de governos Sócrates, sem esquecer os quase 7 anos de governos Guterres.
Quem parece definitivamente convertido, depois da primeira aparição da Nossa Senhora, que o levou a concluir «Está tudo doido», é Daniel Amaral. Já não consegue «imaginar o choque que uma tal violência [a violência das medidas que ele próprio considera necessárias] irá provocar no país» e neste seu último artigo («O assador») parece queixar-se das oposições que não fazem nada para derrubar o governo deixando-o com a responsabilidade de tomar medidas a que DA chama «o ónus do "trabalho sujo"», ónus que a mim me parece mais o de limpar a sujeira deixada pelos quase 5 anos de governos Sócrates, sem esquecer os quase 7 anos de governos Guterres.
27/11/2009
A atracção fatal entre a banca do regime e o poder
Não é de hoje nem de ontem o desvelo com que alguns bancos procuram saltar para o colo do governo em exercício, desvelo sempre retribuído pelos governos com atenções e, sobretudo, com negócios.
Há alguns casos que podemos considerar exemplares, até porque envolvem gerações de banqueiros e camadas sucessivas de políticos. Não posso dizer gerações de políticos porque, apesar de tudo e só por excepção da família Soares e pouco mais, os seguintes não são filhos dos anteriores. Em vez disso, são como camadas sedimentares que se vão depositando umas em cima das outras, distinguindo-se apenas alguns notáveis fósseis que, pelo acaso da vida e da morte, por lá jazem.
Um desses casos exemplares é o dos Espíritos, recorda Pedro Jorge Castro no seu livro recém-publicado «Salazar e os Milionários». Ricardo Espírito Santo que um dia escreveu ao Botas, lamentando a sua ausência numa inauguração, «para mim, foi como um dia de sol em que também chovesse. No andor maravilhoso que eu tinha ideado e realizado faltava o santo», permanece como um paradigma para os seus herdeiros. Herdeiros que ainda hoje se afadigam a saltar para o colo do governo, primeiro do doutor Cavaco, depois do engenheiro Guterres, episodicamente do doutor Barroso e, com manifesto enlevo, para o colo do engenheiro Sócrates. Está-lhes no ADN.
Quando, como inexplicavelmente parece ter sido o caso, os banqueiros não saltam para o colo do governo, assalta o governo os conselhos de administração. Aqui o paradigma é o Millenium bcp, que capitaneado pelo doutor Santos Ferreira está a praticar um mix entre a política do governo por outros meios (empréstimos à Mota Engil de 1,2 mil milhões e à Controlinvest do amigo Oliveira) e a retribuição aos accionistas pela participação no assalto (Teixeira Duarte, Soares da Costa, Berardo). Resultado: 6 clientes devem o equivalente a 80% da capitalização bolsista do Millenium bcp.
Há alguns casos que podemos considerar exemplares, até porque envolvem gerações de banqueiros e camadas sucessivas de políticos. Não posso dizer gerações de políticos porque, apesar de tudo e só por excepção da família Soares e pouco mais, os seguintes não são filhos dos anteriores. Em vez disso, são como camadas sedimentares que se vão depositando umas em cima das outras, distinguindo-se apenas alguns notáveis fósseis que, pelo acaso da vida e da morte, por lá jazem.
Um desses casos exemplares é o dos Espíritos, recorda Pedro Jorge Castro no seu livro recém-publicado «Salazar e os Milionários». Ricardo Espírito Santo que um dia escreveu ao Botas, lamentando a sua ausência numa inauguração, «para mim, foi como um dia de sol em que também chovesse. No andor maravilhoso que eu tinha ideado e realizado faltava o santo», permanece como um paradigma para os seus herdeiros. Herdeiros que ainda hoje se afadigam a saltar para o colo do governo, primeiro do doutor Cavaco, depois do engenheiro Guterres, episodicamente do doutor Barroso e, com manifesto enlevo, para o colo do engenheiro Sócrates. Está-lhes no ADN.
Quando, como inexplicavelmente parece ter sido o caso, os banqueiros não saltam para o colo do governo, assalta o governo os conselhos de administração. Aqui o paradigma é o Millenium bcp, que capitaneado pelo doutor Santos Ferreira está a praticar um mix entre a política do governo por outros meios (empréstimos à Mota Engil de 1,2 mil milhões e à Controlinvest do amigo Oliveira) e a retribuição aos accionistas pela participação no assalto (Teixeira Duarte, Soares da Costa, Berardo). Resultado: 6 clientes devem o equivalente a 80% da capitalização bolsista do Millenium bcp.
Nove meses depois a ERC diz que vai averiguar a alegada interferência
Em Fevereiro teve lugar a primeira denúncia de alegada chantagem de Sócrates, via um dos seus alegados amigos que alegadamente colocou no Millenium bcp, sobre o Sol na pessoa do seu director José António Saraiva. Nove meses depois, segundo o diário que merece o carinho do querido líder e dos seus amigos e por isso nunca se queixará de interferências, a ERC diz que «vai averiguar alegadas interferências na independência de alguns órgãos de comunicação social por parte do Estado».
Espera-se, com alegada ansiedade, o resultado da alegada averiguação.
Espera-se, com alegada ansiedade, o resultado da alegada averiguação.
ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (4)
Tenho vindo a celebrar as aparições da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Primeiro foi o pastorinho Nicolau Santos, depois foi o pastorinho Daniel Amaral, depois foi o pastorinho Vital Moreira (que não é economista, mas escreve como se fosse).
Foi agora a vez de João Ferreira do Amaral que mostra no artigo «O tempo esgotou-se» que foi também atingido pela revelação. Admite JFA que o que aí vem «fará da crise de 1983-84 uma brincadeira de crianças». Só podemos concordar, acrescentando que não será para crianças e muito menos curta.
Esperam-se novas conversões a todo o momento. Como é habitual nas conversões, haverá um ponto em que o fenómeno atingirá en masse a corporação dos economistas, seguida das restantes corporações que compõem a intelligentzia doméstica. Será nessa altura que todos cantarão em coro, em vez dos amanhãs, uma ladainha com um refrão: «como eu sempre disse bla bla bla».
Foi agora a vez de João Ferreira do Amaral que mostra no artigo «O tempo esgotou-se» que foi também atingido pela revelação. Admite JFA que o que aí vem «fará da crise de 1983-84 uma brincadeira de crianças». Só podemos concordar, acrescentando que não será para crianças e muito menos curta.
Esperam-se novas conversões a todo o momento. Como é habitual nas conversões, haverá um ponto em que o fenómeno atingirá en masse a corporação dos economistas, seguida das restantes corporações que compõem a intelligentzia doméstica. Será nessa altura que todos cantarão em coro, em vez dos amanhãs, uma ladainha com um refrão: «como eu sempre disse bla bla bla».
26/11/2009
SERVIÇO PÚBLICO: As contas do TGV
Dois artigos imperdíveis de Avelino de Jesus sobre o maior elefante branco deste século, so far:
O quadro seguinte de Avelino de Jesus é eloquente quer a respeito da megalomania patente nos 5 indicadores de peso relativo, quer a respeito da deliberada subavaliação do investimento necessário em infra-estruturas e dos custos de manutenção.
O quadro seguinte de Avelino de Jesus é eloquente quer a respeito da megalomania patente nos 5 indicadores de peso relativo, quer a respeito da deliberada subavaliação do investimento necessário em infra-estruturas e dos custos de manutenção.
SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória (2)
[Actualização deste post]
17-12-2008
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
24-11-2009
Défice do Estado dispara para 8,4% do PIB em 2009, em resultado do orçamento rectificativo redistributivo apresentado à AR.
Entretanto, segundo as estimativas de Miguel Frasquilho, o aumento do limite de endividamento em 4,9 mil milhões não encontra justificação a menos que o défice seja ainda maior do que o implícito. Enfim mais uma trapalhada do melhor dos piores ministros das Finanças.
17-12-2008
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
24-11-2009
Défice do Estado dispara para 8,4% do PIB em 2009, em resultado do orçamento rectificativo redistributivo apresentado à AR.
Entretanto, segundo as estimativas de Miguel Frasquilho, o aumento do limite de endividamento em 4,9 mil milhões não encontra justificação a menos que o défice seja ainda maior do que o implícito. Enfim mais uma trapalhada do melhor dos piores ministros das Finanças.
25/11/2009
Boas práticas
A General Motors, ressuscitada à custa da injecção de milhares de milhões de dólares dos contribuintes americanos, decidiu reembolsar integralmente o crédito de 1,5 mil milhões de euros que o governo alemão lhe concedeu para manter a flutuar a Opel, poupando assim aos contribuintes alemães a factura que Angela Merkel, para garantir os empregos alemães, se propunha pagar ao consórcio que compraria a Opel.
A raison d’être do mercado não é só eficiência
O problema da corrupção não é só moral e a raison d’être do mercado não é só eficiência, é também moral. A economia de mercado é o único sistema que permite, promove e gratifica a livre iniciativa e a livre iniciativa é um exercício de liberdade.
Tudo isto fará sentido se houver iniciativa e uma pulsão para a liberdade.
Tudo isto fará sentido se houver iniciativa e uma pulsão para a liberdade.
24/11/2009
Procura-se o Vital Moreira de 2002
Dão-se alvíssaras a quem encontrar o Vital Moreira que defenderia que seria legítimo discutir «a substância do problema (ou seja, a censurabilidade política dos factos em causa)», por exemplo as escutas das conversas de Sócrates com o seu amigo Vara sobre temas públicos, independentemente da «legitimidade ou pertinência da apreciação da conduta». Foi isso que ele defendeu em 2002, a propósito de Paulo Portas que no caso Universidade Moderna nem sequer era arguido, como muito oportunamente recordou Pedro Lomba em «A apologia da ignorância».
CASE STUDY: deve haver uma explicação
Deve haver uma explicação para a megalomania esquizofrénica dos portugueses a que o jornalismo de causas se pela por dar eco. Veja-se como uma trivialidade que é um operador de televisão comprar um serviço de partilha de um satélite de telecomunicações, juntamente com mais umas dezenas de outros operadores, é transformada numa epopeia descrita em estilo gongórico:
Em rigor, a única coisa que merece destaque nesta notícia plena de pompa e circunstância é a parceria leonina com a filha do czar angolano, uma espécie de royalty que qualquer investidor tem que pagar à nomenclatura.
"Zon lança satélite a partir do Cazaquistão"
"Zon segue as pisadas de Yuri Gagarin"
«Segundo a Eutelsat, este é o "satélite mais poderoso" construído até à data e vai posicionar-se a 36º graus Este, uma localização que permite a cobertura de um território extenso, desde a Rússia até à África sub-sariana, possibilitando a difusão de serviços digitais e televisão paga. Precisamente o modelo de negócio escolhido pela operadora liderada por Rodrigo Costa para entrar no mercado angolano, onde, tal como o Diário Económico avançou em primeira mão, conta com a parceria da empresária Isabel dos Santos, que ficará com 70% do consórcio.»Em rigor, a única coisa que merece destaque nesta notícia plena de pompa e circunstância é a parceria leonina com a filha do czar angolano, uma espécie de royalty que qualquer investidor tem que pagar à nomenclatura.
Trabalhar dá muito trabalho
«A MAN Diesel, fornecedora alemã de motores diesel para a marinha e instalações estacionárias - que entrou agora directamente no mercado português -, teve dificuldade em recrutar engenheiros de máquinas, maquinistas navais e mecânicos dispostos a deslocarem-se a bordo dos navios e a trabalhar na sala das máquinas.
Não por falta de trabalhadores com formação, mas porque esta é uma tarefa árdua, de longas horas, e feita num ambiente difícil.
"Implica ficar algum tempo fora. Estes engenheiros e mecânicos chegam a trabalhar dez horas seguidas", explicou ao PÚBLICO António Penaforte, um dos responsáveis pelo negócio em Portugal. Bem remunerada, a função de service engineer exige experiência anterior na reparação de motores a bordo.
"Neste momento tenho um trabalhador dinamarquês, porque não foi possível encontrar um português com a mesma experiência", ilustra.» [Público]
Para quê tanta maçada, se sempre há esperança de encontrar um emprego para toda a vida, em ambiente climatizado, numa repartição pública ou numa das empresas públicas ou semi-públicas que produzem bens ou prestam serviços não transaccionáveis?
Não por falta de trabalhadores com formação, mas porque esta é uma tarefa árdua, de longas horas, e feita num ambiente difícil.
"Implica ficar algum tempo fora. Estes engenheiros e mecânicos chegam a trabalhar dez horas seguidas", explicou ao PÚBLICO António Penaforte, um dos responsáveis pelo negócio em Portugal. Bem remunerada, a função de service engineer exige experiência anterior na reparação de motores a bordo.
"Neste momento tenho um trabalhador dinamarquês, porque não foi possível encontrar um português com a mesma experiência", ilustra.» [Público]
Para quê tanta maçada, se sempre há esperança de encontrar um emprego para toda a vida, em ambiente climatizado, numa repartição pública ou numa das empresas públicas ou semi-públicas que produzem bens ou prestam serviços não transaccionáveis?
SERVIÇO PÚBLICO: cada alegado tiro, cada alegado melro (4)
«Na altura quem tinha o dossiê do ‘Sol’ era o Armando Vara, e nós tínhamos a noção de que ele estava em contacto com o primeiro-ministro. Portanto, eram ordens directas. Houve uma tentativa óbvia de estrangulamento financeiro.»
Da primeira vez que a chantagem foi denunciada, o Pertinente deduziu que o homem dos telefonemas seria o amigo Vara. Creio que estava enganado. Julgo que JAS, entretanto, terá dito que não foi Armando Vara e, não sendo este amigo, poderá ter sido o outro amigo do querido líder: Francisco Bandeira. Tenha sido um, outro ou um terceiro middleman, parece razoavelmente evidente que «há de facto uma estratégia do Governo no sentido de condicionar a informação», para usar as palavras de JAS.
23/11/2009
SERVIÇO PÚBLICO: cada alegado tiro, cada alegado melro (3)
António José Morais, o célebre professor do engenheiro Sócrates na Universidade Independente foi também director-geral Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do ministério da Administração Interna, cargo de que foi forçado a demitir-se em resultado de irregularidades encontradas por uma inspecção. Entre essas irregularidades concluiu-se que «a fiscalização do projecto do quartel da GNR de Castelo Branco - em que foram pagos 350 mil euros por obras não realizadas – foi entregue ao arquitecto Fernando Pinto de Sousa, pai do primeiro-ministro». (Expresso)
TRIVIALIDADES: o défice de esperma está a piorar a balança comercial
Ficámos a saber pelo Expresso, que os portugueses não podem doar esperma por falta de «infra-estruturas». Passando por cima desta coisa embaraçante que é falta de «infra-estruturas» para a prática do sexo solitário, área da vida (refiro-me mais ao sexo do que ao solitário) que é talvez o último reduto do orgulho e da auto-estima dos portugueses, vejo aqui mais um exemplo da tendência para trocar a produção pela importação. Importação, também neste caso, principalmente da Espanha, donde já importamos quase todos os tomates, e da Escandinávia, o que é novidade (da Escandinávia não importamos tomates, por enquanto, apenas esperma). Quem sabe se em 20 ou 30 gerações não conseguimos melhorar o nosso património genético, ou pelo menos ficarmos mais louros.
22/11/2009
Valha-nos a violação do segredo de justiça
Face ao coro de legalistas que divinizam a l’outrance o segredo de justiça e diabolizam a sua violação, será bom recordar em primeiro lugar que «o processo penal é, sob pena de nulidade, público, ressalvadas as excepções previstas na lei» (artigo 86.º do CPP). O segredo de justiça não é, portanto, a regra na instrução dos processos – é a excepção e, segundo parece a um analfabeto no juridiquês, para a regra ser afastada é preciso que o juiz considere que a publicidade prejudica os interesses da investigação ou os direitos do arguido, do assistente ou do ofendido.
Não nos pintem, por isso, o segredo de justiça como a quinta-essência dos direitos do homem. Há nesta matéria interesses contraditórios, a começar pelo eventual conflito entre o interesse público no conhecimento do crime, de garantir a imparcialidade na investigação e a transparência do processo, por um lado, e o interesse do arguido, por outro. Não vejo, por isso, como possa considerar-se que o arguido tenha um direito absoluto ao segredo de justiça.
Dito isto, voltemos ao mundo real. Imaginemos que em todos os processos mediáticos sujeitos ao segredo de justiça, este tivesse sido escrupulosamente cumprido. Qual a informação, se alguma, e quando teria chegado à opinião pública? Se com o escrutínio da comunicação social e da opinião pública conseguido pela violação do segredo de justiça as prescrições chovem e as condenações escasseiam, o que aconteceria sem essa violação? Sejamos realistas, no estado terminal em que se encontra a justiça neste país, o estado de inimputabilidade das corporações, os poderes fácticos dos aparelhos partidários e da maçonaria (e o imbricamento desta com o aparelho socialista) e a falta de accountability dos poderes legítimos, a violação do segredo de justiça é talvez a última linha de defesa da sociedade civil.
E a presunção de inocência, o direito ao bom nome e os julgamentos na praça pública? Uma vez mais, voltemos ao mundo real. Muitos, por boas e más razões, se preocuparão com os Pedrosos, os Varas, os Penedos. Quem, para além dos próprios Zés-Ninguéns, se preocupa com a presunção de inocência, o direito ao bom nome e os julgamentos na praça pública dos Bibis? O mundo não é perfeito. Se fosse perfeito não seria necessário violar o segredo de justiça.
Não nos pintem, por isso, o segredo de justiça como a quinta-essência dos direitos do homem. Há nesta matéria interesses contraditórios, a começar pelo eventual conflito entre o interesse público no conhecimento do crime, de garantir a imparcialidade na investigação e a transparência do processo, por um lado, e o interesse do arguido, por outro. Não vejo, por isso, como possa considerar-se que o arguido tenha um direito absoluto ao segredo de justiça.
Dito isto, voltemos ao mundo real. Imaginemos que em todos os processos mediáticos sujeitos ao segredo de justiça, este tivesse sido escrupulosamente cumprido. Qual a informação, se alguma, e quando teria chegado à opinião pública? Se com o escrutínio da comunicação social e da opinião pública conseguido pela violação do segredo de justiça as prescrições chovem e as condenações escasseiam, o que aconteceria sem essa violação? Sejamos realistas, no estado terminal em que se encontra a justiça neste país, o estado de inimputabilidade das corporações, os poderes fácticos dos aparelhos partidários e da maçonaria (e o imbricamento desta com o aparelho socialista) e a falta de accountability dos poderes legítimos, a violação do segredo de justiça é talvez a última linha de defesa da sociedade civil.
E a presunção de inocência, o direito ao bom nome e os julgamentos na praça pública? Uma vez mais, voltemos ao mundo real. Muitos, por boas e más razões, se preocuparão com os Pedrosos, os Varas, os Penedos. Quem, para além dos próprios Zés-Ninguéns, se preocupa com a presunção de inocência, o direito ao bom nome e os julgamentos na praça pública dos Bibis? O mundo não é perfeito. Se fosse perfeito não seria necessário violar o segredo de justiça.
21/11/2009
ESTÓRIA E MORAL: quem faz o mais difícil, faz o mais fácil
Estória (contada aqui)
«O director da Actor's Studio do bairro londrino de Hoxton, Brian Timoney, revelou ao jornal "Evening Standard" que a sua escola tem sido inundada por pedidos de inscrição por parte de pessoas desejosas de mudar de carreira desde o início da crise financeira.
"O número de pessoas vindas de empregos no sector financeiro que mostram interesse por representar duplicou", afirmou Brian Timoney, explicando que "ao serem desafiados pelas circunstâncias, essas pessoas vêem-se obrigadas a pensar sobre qual o rumo que querem para à sua vida".
Embora a maioria dos responsáveis das escolas de teatro esteja optimista com a situação, há quem não agoire grande futuro para os novos actores. Martin Brown, porta-voz do sindicato de actores Equity, alertou que, acostumados às remunerações milionárias, "os banqueiros vão ficar chocados quando se inteirarem de que o salário médio de um actor é de 10 mil libras anuais", ou seja, cerca de 11 mil euros por ano. A juntar a este senão, está ainda o facto de 60% dos actores estar actualmente no desemprego.
Ainda assim, melhor sorte têm tido os ex-funcionários do Lehman Brothers, que quando perderem o seu emprego na sequência da falência do banco no ano passado decidiram criar a sua própria companhia de teatro, a Aks Performing Arts, que tem tido bastante sucesso.»
Ao contrário do porta-voz do sindicato dos actores, a mim parece-me que é muito mais difícil viver 10 horas por dia na City a vender acções, obrigações, derivados, opções, swaps, CDS, produtos estruturados e outros instrumentos financeiros sofisticados, quando não valem a ponto dum corno, como é muitas vezes o caso, do que fazer Shylock no Old Vic a exigir a sua libra da carne de Antonio.
Moral
À força de querer parecer outro já não sei quem sou.
«O director da Actor's Studio do bairro londrino de Hoxton, Brian Timoney, revelou ao jornal "Evening Standard" que a sua escola tem sido inundada por pedidos de inscrição por parte de pessoas desejosas de mudar de carreira desde o início da crise financeira.
"O número de pessoas vindas de empregos no sector financeiro que mostram interesse por representar duplicou", afirmou Brian Timoney, explicando que "ao serem desafiados pelas circunstâncias, essas pessoas vêem-se obrigadas a pensar sobre qual o rumo que querem para à sua vida".
Embora a maioria dos responsáveis das escolas de teatro esteja optimista com a situação, há quem não agoire grande futuro para os novos actores. Martin Brown, porta-voz do sindicato de actores Equity, alertou que, acostumados às remunerações milionárias, "os banqueiros vão ficar chocados quando se inteirarem de que o salário médio de um actor é de 10 mil libras anuais", ou seja, cerca de 11 mil euros por ano. A juntar a este senão, está ainda o facto de 60% dos actores estar actualmente no desemprego.
Ainda assim, melhor sorte têm tido os ex-funcionários do Lehman Brothers, que quando perderem o seu emprego na sequência da falência do banco no ano passado decidiram criar a sua própria companhia de teatro, a Aks Performing Arts, que tem tido bastante sucesso.»
Ao contrário do porta-voz do sindicato dos actores, a mim parece-me que é muito mais difícil viver 10 horas por dia na City a vender acções, obrigações, derivados, opções, swaps, CDS, produtos estruturados e outros instrumentos financeiros sofisticados, quando não valem a ponto dum corno, como é muitas vezes o caso, do que fazer Shylock no Old Vic a exigir a sua libra da carne de Antonio.
Moral
À força de querer parecer outro já não sei quem sou.
Quem boa cama faz, nela se há-de deitar
Levado eventualmente pela inflação do seu ego, o senhor Berardo deu uma entrevista à edição portuguesa da Playboy, sentado numa cama que pertenceu a Hugh Hefner, e dando tratos de polé a sua santidade engenheiro Jardim Gonçalves, o objecto favorito do seu ódio de estimação. Nada que não tivesse feito antes em muitos e variados sítios.
Desta vez, porém, a coisa «caiu mal junto de alguns accionistas do BCP» (quais?), de que Berardo é um dos maiores accionistas e presidente do conselho de remunerações, e «até o próprio BCP (quem é o próprio?) não evitou um sentimento de desconforto».
Aos mesmos accionistas e ao mesmo BCP não parece ter caído mal, nem terem sentido desconforto, com o conhecimento das escutas que [alegadamente] comprometem o seu vice-presidente Armando Vara em [alegadas] actividades ilegais.
Desta vez, porém, a coisa «caiu mal junto de alguns accionistas do BCP» (quais?), de que Berardo é um dos maiores accionistas e presidente do conselho de remunerações, e «até o próprio BCP (quem é o próprio?) não evitou um sentimento de desconforto».
Aos mesmos accionistas e ao mesmo BCP não parece ter caído mal, nem terem sentido desconforto, com o conhecimento das escutas que [alegadamente] comprometem o seu vice-presidente Armando Vara em [alegadas] actividades ilegais.
20/11/2009
O pior ministro das Finanças do ano passado passou este ano a melhor dos piores
O ano passado um painel de economistas e comentadores convidados pelo Financial Times avaliou a performance de 19 ministros das Finanças e classificou o nosso Teixeira dos Santos em último lugar. Este ano o mesmo painel classificou-o 4 lugares acima, deixando atrás se si a espanhola Elena Sampaio, o húngaro Peter Oszko, o grego George Papaconstantinou e o irlandês Brian Lenihan.
Antes que o coro comece a cantar hossanas a Teixeira dos Santos, convém citar o insuspeito Diário Económico que justifica o pífio 15.º lugar por não ser ainda conhecida a desastrada gestão do orçamento rectificativo. Se o fosse, Teixeira dos Santos «ficaria com toda a certeza em último lugar».
Num rigoroso exclusivo (não perguntem como) (Im)pertinências aqui fica a avaliação por áreas.
Antes que o coro comece a cantar hossanas a Teixeira dos Santos, convém citar o insuspeito Diário Económico que justifica o pífio 15.º lugar por não ser ainda conhecida a desastrada gestão do orçamento rectificativo. Se o fosse, Teixeira dos Santos «ficaria com toda a certeza em último lugar».
Num rigoroso exclusivo (não perguntem como) (Im)pertinências aqui fica a avaliação por áreas.
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SERVIÇO PÚBLICO: cada alegado tiro, cada alegado melro
«A PJ de Aveiro terá [alegadamente] escutado uma [alegada] conversa com José Sócrates como interlocutor, em que se decide que, para pagar o [alegado] apoio de Figo, seria feita uma [alegada] engenharia financeira numa [alegada] empresa pública.» (i online)
Com tanta [alegada] trapaça o [alegado] engenheiro Sócrates arrisca-se a transformar-se num [alegado] ícone do Portugal [alegadamente] trapaceiro.
19/11/2009
BREIQUINGUE NIUZ: porta-vozes do Conselho Europeu e do Conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros
Os líderes nacionais europeus concordaram que a França e Alemanha continuarão a mandar e os resultados das suas decisões serão dados a conhecer por estes dois porta-vozes:
[Menor divisor comum]
Estado empreendedor – (22) o problema da Aerosoles Investvar são as portas
[Continuação daqui]
«O modelo de sucesso da indústria de calçado de PortugalAerosoles Investvar espera luz verde do Governo para sair da falência», titula do Diário Económico num estilo semi-oficial.
«O modelo de sucesso da indústria de calçado de Portugal
ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (3)
Nossa Senhora da Maldita Realidade já fez aparições aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam, mas tarda em aparecer aos Juristas dos Amanhãs que Cantam. Estes últimos, pela pena do doutor Vital Moreira, persistem em contrariar «o cepticismo e o negacionismo de muitos» e em ver que «a economia portuguesa foi das primeiras a sair da grande recessão e é uma das que está a recuperar com maior ritmo».
Nossa Senhora da Maldita Realidade vai perdoar-lhe porque, ao contrário dos Pastorinhos da Economia, o doutor Vital Moreira está desprovido de ferramentas mentais que o impeçam de ser vítima indefesa da sua fé inabalável nas tretas do governo. Fé que lhe torna difícil perceber que passados os efeitos ligeiros (por boas e por más razões) da crise financeira internacional na economia portuguesa, Portugal ficará com a mesma crise velha de uma década, para não ir mais longe. O doutor Vital ainda está na fase do Credo ut intellegam.
Nossa Senhora da Maldita Realidade vai perdoar-lhe porque, ao contrário dos Pastorinhos da Economia, o doutor Vital Moreira está desprovido de ferramentas mentais que o impeçam de ser vítima indefesa da sua fé inabalável nas tretas do governo. Fé que lhe torna difícil perceber que passados os efeitos ligeiros (por boas e por más razões) da crise financeira internacional na economia portuguesa, Portugal ficará com a mesma crise velha de uma década, para não ir mais longe. O doutor Vital ainda está na fase do Credo ut intellegam.
18/11/2009
ESTADO DE SÍTIO: entradas de leão e saídas de sendeiro
Não é espantoso que uma das «reformas» emblemáticas do governo Sócrates Release 1.0, que pôs centenas de milhar de professores a marchar por várias vezes em maninfestações, e levou a dupla Sócrates-Rodrigues a fazer reiteradas juras de firmeza, esteja à beira de ser completamente abandonada?
O que mostra este pragmatismo serôdio? Várias coisas incluindo a mais grave de todas: este governo, na release 2.0, como na release 1.0, terá propósitos, alguns deles não confessáveis, mas não tem um propósito reformista. Tudo se esgota em encenações mediáticas.
O que mostra este pragmatismo serôdio? Várias coisas incluindo a mais grave de todas: este governo, na release 2.0, como na release 1.0, terá propósitos, alguns deles não confessáveis, mas não tem um propósito reformista. Tudo se esgota em encenações mediáticas.
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (38) o dilema de Carter
«O dilema de Obama é o mesmo dos seus antecessores ideológicos progressistas e pacifistas: promover a segurança exige a ameaça credível de recurso à força e manter a paz pode exigir fazer a guerra. A Liga das Nações foi incapaz de resolver este dilema, com consequências históricas conhecidas; Obama continuará a preferir a luz equívoca dos candeeiros ocasionais à procura de soluções para os problemas de segurança que enfrenta.»
[O candeeiro das ilusões, Fernando Gabriel, Diário Económico]
[O candeeiro das ilusões, Fernando Gabriel, Diário Económico]
O problema da corrupção não é só moral
No ranking de 2009 da Transparency International sobre a percepção da corrupção, ontem publicado, voltámos a descer para a 35.ª posição, descida que vem acontecendo desde 2005, primeiro ano do governo Sócrates, provavelmente não por coincidência. Com estas trapalhadas do Face Oculta certamente voltaremos a descer no próximo ano.
Se isto fosse grave apenas por razões morais e éticas já seria mais do que suficiente para merecer a nossa atenção. Mas não é grave só por isso. É igualmente grave porque a corrupção é um factor de distorção do racional das escolhas económicas, que passam a ser feitas, não com base dos benefícios líquidos previstos, empresariais ou públicos, que delas se esperam que resultem, mas com fundamento no interesse de pessoas ou grupos que não têm legitimidade para intervir nessas escolhas. É por isso que subdesenvolvimento e corrupção andam de mãos dadas e se verifica uma elevada correlação entre o score do índice de percepção da corrupção e o PIB per capita.
Perante a gravidade da corrupção tornada publicamente evidente com as escutas do caso Face Oculta os directórios partidários preparam novas «iniciativas» legislativas. É obviamente um equívoco, mas é possivelmente a única medida que são capazes de tomar os directórios partidários, duma maneira ou outra eles próprios, directa ou indirectamente, cúmplices na corrupção, por acção ou omissão. Que tal concentrarmo-nos no cumprimento das leis existentes?
Se isto fosse grave apenas por razões morais e éticas já seria mais do que suficiente para merecer a nossa atenção. Mas não é grave só por isso. É igualmente grave porque a corrupção é um factor de distorção do racional das escolhas económicas, que passam a ser feitas, não com base dos benefícios líquidos previstos, empresariais ou públicos, que delas se esperam que resultem, mas com fundamento no interesse de pessoas ou grupos que não têm legitimidade para intervir nessas escolhas. É por isso que subdesenvolvimento e corrupção andam de mãos dadas e se verifica uma elevada correlação entre o score do índice de percepção da corrupção e o PIB per capita.
Perante a gravidade da corrupção tornada publicamente evidente com as escutas do caso Face Oculta os directórios partidários preparam novas «iniciativas» legislativas. É obviamente um equívoco, mas é possivelmente a única medida que são capazes de tomar os directórios partidários, duma maneira ou outra eles próprios, directa ou indirectamente, cúmplices na corrupção, por acção ou omissão. Que tal concentrarmo-nos no cumprimento das leis existentes?
17/11/2009
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «temos um problema, que somos nós próprios»
«Antes de mais, Portugal é o país da EU com menor percentagem de adultos que possuem, pelo menos, o ensino secundário. Entre os 24 e os 65 anos só 27% dos portugueses tinham este grau de ensino. Poderia parecer uma herança de um passado de ignorância, mas não é. Entre os 20 e os 24 anos apenas Portugal se encontra neste mesmo indicador, aquém dos 60% (54.3%). E nove países europeus estão acima de 80%. Com 18 anos, hoje, 76,6% dos europeus estão a estudar, mas em Portugal esse número é de 64,8%. Não admira, por isso, que lideremos a tabela do abandono escolar, com 36%, contra uma média europeia de 15%.
Podíamos, quem sabe, compensar esta fraqueza com o ensino ao longo da vida. Mas, acima de 25 anos, apenas 5,3% participa em acções de formação, contra uma média europeia de 9,6%. Estamos, mais uma vez, em últimos, entre os países analisados. Poder-se-ia admitir que estivéssemos a poupar na educação, mas sucede que gastamos acima da média europeia (11% da despesa pública total).
Podia continuar a desfiar indicadores, números e rácios, todos no mesmo sentido. Porém, seria apenas masoquismo. Nós, portugueses, temos um problema, que somos nós próprios e as nossas baixas qualificações num mundo competitivo. Este problema, é bom de perceber, ninguém irá resolver por nós.»
[Competitividade educativa, António Ramalho, Diário Económico]
Podíamos, quem sabe, compensar esta fraqueza com o ensino ao longo da vida. Mas, acima de 25 anos, apenas 5,3% participa em acções de formação, contra uma média europeia de 9,6%. Estamos, mais uma vez, em últimos, entre os países analisados. Poder-se-ia admitir que estivéssemos a poupar na educação, mas sucede que gastamos acima da média europeia (11% da despesa pública total).
Podia continuar a desfiar indicadores, números e rácios, todos no mesmo sentido. Porém, seria apenas masoquismo. Nós, portugueses, temos um problema, que somos nós próprios e as nossas baixas qualificações num mundo competitivo. Este problema, é bom de perceber, ninguém irá resolver por nós.»
[Competitividade educativa, António Ramalho, Diário Económico]
Estado empreendedor - (21) «nova» Qimonda
Depois da tentativa falhada de salvar a Qimonda Solar, ainda nos tempos do saudoso ministro Pinho, uma espécie de consórcio, integrando a AICE, os bancos pagadores de promessas do regime (Millenium bcp e BES) e os principais credores (perdidos por cem, perdidos por mil), vai constituir uma nova Qimonda cuja missão, segundo Basílio Horta, é «produzir e responder pela devolução de alguns incentivos que foram dados» [à Qimonda], que recorde-se fechou por ser inviável no mercado internacional onde existe um excesso de capacidade instalada.
É fácil antecipar o que vai acontecer à nova Qimonda, sem o know-how e a tecnologia da velha mãe germânica que fechou as portas definitivamente. Às dívidas aos credores e aos incentivos a devolver irão adicionar-se os prejuízos de exploração de uns quantos meses, na melhor hipótese, ou de vários anos, na pior.
É o efeito Lockheed TriStar. (*)
(*) Nos finais dos anos 60 a Lockheed desenhou um novo avião para concorrer com o Boeing 747, que usaria motores revolucionários especialmente desenhados pela Rolls Royce. Primeiro desastre: a Rolls Royce entrou em falência para produzir os motores a um custo 4 vezes superior ao orçamentado. Para piorar as coisas, o choque petrolífero de 1973 aumentou o preço do jet fuel a um nível que tornou economicamente inviável para as companhias de aviação a operação do Tristar com esses motores excessivamente gulosos, desenhados para os tempos do petróleo a pataco. Segundo desastre: a Lockheed, com o argumento de já ter investido muitos milhões de dólares, decidiu continuar a investir e a produzir o L-1011 TriStar para não perder o investimento já realizado. Em resultado, ao fim de 14 anos de produção, vendeu, a preços de saldo, metade do volume de break-even e perdeu várias vezes o valor que teria perdido se interrompesse a produção em 1974, quando já era claro que o avião era inviável.
É fácil antecipar o que vai acontecer à nova Qimonda, sem o know-how e a tecnologia da velha mãe germânica que fechou as portas definitivamente. Às dívidas aos credores e aos incentivos a devolver irão adicionar-se os prejuízos de exploração de uns quantos meses, na melhor hipótese, ou de vários anos, na pior.
É o efeito Lockheed TriStar. (*)
(*) Nos finais dos anos 60 a Lockheed desenhou um novo avião para concorrer com o Boeing 747, que usaria motores revolucionários especialmente desenhados pela Rolls Royce. Primeiro desastre: a Rolls Royce entrou em falência para produzir os motores a um custo 4 vezes superior ao orçamentado. Para piorar as coisas, o choque petrolífero de 1973 aumentou o preço do jet fuel a um nível que tornou economicamente inviável para as companhias de aviação a operação do Tristar com esses motores excessivamente gulosos, desenhados para os tempos do petróleo a pataco. Segundo desastre: a Lockheed, com o argumento de já ter investido muitos milhões de dólares, decidiu continuar a investir e a produzir o L-1011 TriStar para não perder o investimento já realizado. Em resultado, ao fim de 14 anos de produção, vendeu, a preços de saldo, metade do volume de break-even e perdeu várias vezes o valor que teria perdido se interrompesse a produção em 1974, quando já era claro que o avião era inviável.
16/11/2009
DIÁRIO DE BORDO: pensamento em curso
«Men occasionally stumble over the truth, but most of them pick themselves up and hurry off as if nothing ever happened.»
Winston Churchill
Winston Churchill
Mais um milagre do anti-cristo das Américas
Cristo fez variados milagres, como transformar 560 litros de água em vinho numa festa de casamento na Galileia (João 2:1-11). A esse milagre chamou João «sinal» (João 2:11).
Nos nossos tempos transformar água em vinho seria tão fácil como transformar vinho em água, fazer uma espécie de anti-milagre. É o que está a fazer o coronel Hugo Chávez, que dispondo do que ele próprio chamou em tempos as maiores reservas mundiais de petróleo e do rio Orinoco, o quarto maior caudal do mundo, mandou racionar a electricidade e a água e ordenou aos venezuelanos que deixassem de «cantar meia hora no banho [porque] três minutos é mais do que suficiente».
É mais um anti-milagre do herói do doutor Soares e amigo do engenheiro Sócrates, ou, se preferirem, é mais um milagre do anti-cristo das Américas. Será um sinal do fim próximo?
Nos nossos tempos transformar água em vinho seria tão fácil como transformar vinho em água, fazer uma espécie de anti-milagre. É o que está a fazer o coronel Hugo Chávez, que dispondo do que ele próprio chamou em tempos as maiores reservas mundiais de petróleo e do rio Orinoco, o quarto maior caudal do mundo, mandou racionar a electricidade e a água e ordenou aos venezuelanos que deixassem de «cantar meia hora no banho [porque] três minutos é mais do que suficiente».
É mais um anti-milagre do herói do doutor Soares e amigo do engenheiro Sócrates, ou, se preferirem, é mais um milagre do anti-cristo das Américas. Será um sinal do fim próximo?
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: o estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde
Secção Padre Anchieta
Confesso-me ligeiramente surpreendido. Até agora, Dmitry Medvedev pareceu o alter ego do czar Putin cujo propósito se resumia a a guardar-lhe o lugar até ao seu próximo regresso. Recentemente, pelo menos desde que recebeu Barack Obama, parece ter-se convencido que tinha uma missão para além daquela que o seu mentor lhe atribuiu e deu alguns sinais de não ser exactamente o ventríloquo que se pensava que fosse. No seu discurso de uma hora e meia ao parlamento apelou à modernização da «economia ineficiente» e da «estrutura social semi-soviética», ao fortalecimento da democracia, à adopção duma política externa pragmática, a necessidade de atrair investimento estrangeiro, e outras coisas igualmente insólitas.
Que estas originalidades retóricas tenham algumas consequências práticas, isso é outra questão. Provavelmente são apenas solfejos retóricos para acompanhar o anúncio de mais 30 mísseis nucleares balísticos e 3 submarinos nucleares em 2010. Hesito, por isso, entre atribuir-lhe 2 ou 3 ignóbeis, se ele sabe o que anda a fazer, ou o mesmo número de chateaubriands se ele se distraiu do seu papel.
Confesso-me ligeiramente surpreendido. Até agora, Dmitry Medvedev pareceu o alter ego do czar Putin cujo propósito se resumia a a guardar-lhe o lugar até ao seu próximo regresso. Recentemente, pelo menos desde que recebeu Barack Obama, parece ter-se convencido que tinha uma missão para além daquela que o seu mentor lhe atribuiu e deu alguns sinais de não ser exactamente o ventríloquo que se pensava que fosse. No seu discurso de uma hora e meia ao parlamento apelou à modernização da «economia ineficiente» e da «estrutura social semi-soviética», ao fortalecimento da democracia, à adopção duma política externa pragmática, a necessidade de atrair investimento estrangeiro, e outras coisas igualmente insólitas.
Que estas originalidades retóricas tenham algumas consequências práticas, isso é outra questão. Provavelmente são apenas solfejos retóricos para acompanhar o anúncio de mais 30 mísseis nucleares balísticos e 3 submarinos nucleares em 2010. Hesito, por isso, entre atribuir-lhe 2 ou 3 ignóbeis, se ele sabe o que anda a fazer, ou o mesmo número de chateaubriands se ele se distraiu do seu papel.
15/11/2009
ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (2)
Já me tinha surpreendido com a inesperada revelação que atingiu Nicolau Santos e se manifestou no seu premonitório artigo «O que vem aí é dantesco». Foi agora a vez de ser surpreendido por Daniel Amaral, um economista sempre cuidadosamente alinhado com o governo socialista, a uma distância prudente, registe-se. Num artigo com o curioso título «Está tudo doido», Daniel Amaral depois de ler o Relatório de Outono da Comissão Europeia dá-nos conta que o futuro é negro: «todos (1) imaginávamos uma recessão em U; a curva abriu-se e transformou-se em L - o fundo do poço por período indeterminado».
É mais um caso de aparição da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Ou estou completamente enganado ou muitos outros episódios semelhantes ocorrerão nos próximos tempos com outros economistas do mesmo credo. No final, ficarão por converter Teixeira dos Santos (2) e Vieira da Silva, que são pagos para espalhar a fé, por assim dizer, acompanhados por uns quantos distraídos e uma legião de desesperados sem emprego num futuro próximo.
(1) «Todos» é um bocadinho exagerado, apesar de a fé estar bastante mais espalhada do que seria de esperar se os empregos não dependessem das opiniões.
(2) Ainda na sexta-feira, Teixeira dos Santos exultava com «um crescimento mais acentuado do que muitos analistas esperavam e, seguramente, o maior crescimento trimestral dos últimos dois anos, desde antes do início da crise, em 2007». Como o crescimento trimestral é estimado contra o deprimido trimestre anterior, é caso para dizer que estamos perante mais um exemplo de auto-estrada mexicana.
É mais um caso de aparição da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Ou estou completamente enganado ou muitos outros episódios semelhantes ocorrerão nos próximos tempos com outros economistas do mesmo credo. No final, ficarão por converter Teixeira dos Santos (2) e Vieira da Silva, que são pagos para espalhar a fé, por assim dizer, acompanhados por uns quantos distraídos e uma legião de desesperados sem emprego num futuro próximo.
(1) «Todos» é um bocadinho exagerado, apesar de a fé estar bastante mais espalhada do que seria de esperar se os empregos não dependessem das opiniões.
(2) Ainda na sexta-feira, Teixeira dos Santos exultava com «um crescimento mais acentuado do que muitos analistas esperavam e, seguramente, o maior crescimento trimestral dos últimos dois anos, desde antes do início da crise, em 2007». Como o crescimento trimestral é estimado contra o deprimido trimestre anterior, é caso para dizer que estamos perante mais um exemplo de auto-estrada mexicana.
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: um misto de corrupção e incompetência
Só um misto de corrupção e incompetência permite compreender o enorme desperdício de recursos que tem representado a delapidação dos fundos comunitários. Durante os 14 anos de 1986 a 1999 foi notável o desperdício da responsabilidade dos governos de Cavaco Silva (2/3) e de Guterres (1/3) - quem não se lembra dos escândalos na utilização da chuva do Fundo Social Europeu para formação profissional que serviu para quase tudo e muito pouco para formação profissional? Mais notável ainda tem sido a última década, durante a qual Portugal terá recebido 22,5 mil milhões de euros ao ritmo médio de 6 milhões por dia com efeitos irrelevantes no crescimento. Em termos relativos, Portugal foi o país que mais fundos recebeu e um dos que pior os utilizou. Segundo as estimativas do estudo citado pelo Expresso, no caso português o impacto relativo até 2020 dos fundos recebidos na última década é o menor das 10 economias consideradas no quadro seguinte:
Os sujeitos passivos dos países que são contribuintes líquidos (principalmente os alemães) têm o direito de accionar por negligência os dirigentes políticos portugueses e os seus próprios que confiaram em gente inconfiável. Gente que ainda não percebeu que o falhanço de Portugal não está na falta de intervenção do Estado na sociedade civil e, em particular, na economia, nem na insuficiência do investimento público. Tudo isto é coisa que não nos tem faltado em séculos e nos tem sobrado neste último século.
Os sujeitos passivos dos países que são contribuintes líquidos (principalmente os alemães) têm o direito de accionar por negligência os dirigentes políticos portugueses e os seus próprios que confiaram em gente inconfiável. Gente que ainda não percebeu que o falhanço de Portugal não está na falta de intervenção do Estado na sociedade civil e, em particular, na economia, nem na insuficiência do investimento público. Tudo isto é coisa que não nos tem faltado em séculos e nos tem sobrado neste último século.
O bloco central da corrupção
14/11/2009
BREIQUINGUE NIUZ: há petróleo no Beato?
Desta vez não foi Juvenal Costa a descobrir petróleo no quintal. Foi o inefável comendador Berardo que descobriu que a Mohave Oil & Gas tinha encontrado jazidas com cerca de 500 milhões de barris em Aljubarrota e Torres Vedras. A coisa vai ser extraída com o horizontal drilling, o que me deixa mais descansado porque permite não estragar o campo de batalha onde infligimos uma derrota ao inimigo castelhano.
Não sei se vem a propósito, mas lembro-me de se ter atribuído ao Botas, quando há 50 anos lhe falaram do petróleo em Torres Vedras (já nessa altura), o prudente desabafo: «só nos faltava mais essa».
Não sei se vem a propósito, mas lembro-me de se ter atribuído ao Botas, quando há 50 anos lhe falaram do petróleo em Torres Vedras (já nessa altura), o prudente desabafo: «só nos faltava mais essa».
A presunção de inocência é para um país normal
Posso fazer uma pergunta? Num país que tem o Furacão, Apito Dourado, a Casa Pia, os sobreiros da herdade dos Salgados, o Freeport, o Submarino Azul, o Cova da Beira, o Face Oculta, não seria uma boa ideia instituir a presunção de culpa baseada no «que parece ser»?
Enquanto isso, noutra galáxia distante, o caso do esquema de Ponzi de Madoff foi investigado e julgado em 4 meses, conduziu à condenação por 2 ou 3 vidas do seu criador Ben Madoff e está agora a chegar aos peões que colaboraram com Madoff. Por cá as coisas são ao contrário: trata-se primeiro (e, muito provavelmente, apenas) dos Bibis e depois logo se vê.
Enquanto isso, noutra galáxia distante, o caso do esquema de Ponzi de Madoff foi investigado e julgado em 4 meses, conduziu à condenação por 2 ou 3 vidas do seu criador Ben Madoff e está agora a chegar aos peões que colaboraram com Madoff. Por cá as coisas são ao contrário: trata-se primeiro (e, muito provavelmente, apenas) dos Bibis e depois logo se vê.
13/11/2009
DIÁRIO DE BORDO: a propósito do alegado sucatagate e ...
... da alegada pletora de outras alegadas trapalhadas em que a alegada clique socrática alegadamente estará envolvida:
À alegada concubina de César basta não ser alegadamente séria, não é necessário alegadamente parecê-lo.
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (37) o poder da retórica
«One reason why so many of Mr Obama’s fans are disappointed is that he promised the impossible and - such is the power of his oratory - got people to believe him.»[One year of The One, Oct 29th 2009, The Economist print edition]
12/11/2009
SERVIÇO PÚBLICO: Job for the boy
«Governo quer colocar braço direito de Sócrates na administração da Anacom». A Anacom ainda é a autoridade independente de regulação das comunicações?
SERVIÇO PÚBLICO: «Cronologia de um golpe»
Recomenda-se a leitura do artigo de Pedro Lomba e para aguçar o apetite recordam-se algumas das datas mais significativas:
- 03-10-2004 – José Sócrates (JS) é eleito líder do PS
- 20-02-2005 – JS leva Armando Vara (AV) para a direcção do PS
- 02-08-2005 – o ministro das Finanças de JS nomeia AV para a administração da Caixa
- 1.º Semestre 2007 – Caixa financia accionistas hostis à administração do BCP
- 15-01-2008 – AV juntamente com Santos Ferreira salta para a administração do BCP
- 1.º Semestre 2008 – o BCP financia a Ongoing para adquirir o Diário Económico e uma posição na Impresa
- Fevereiro 2009 – o Caixa financia Manuel Fino que dá como garantia acções do BCP (valorizadas 25% acima da cotação)
- 1.º semestre 2009 – O «amigo Oliveira» que controla entre outros o Diário de Notícias (o órgão oficial da clique socrática) é também ajudado
- Novembro 2009 – Explode o «Face Oculta» com as revelações sobre as operações de sucata do amigo AV e as escutas de telefone onde JS e AV falam sobre como o amigo Nuno Vasconcelos pode desenrascar o amigo Oliveira.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: não é só ele
Serei só eu?! interrogava-se Vítor Bento relativamente à consciência da degradação da situação económica e financeira «a um ritmo já insustentável». A pergunta é retórica porque Vítor Bento sabe perfeitamente que na última contagem existiam 2.379 pessoas conscientes da situação. Infelizmente nenhuma delas faz parte do governo, nem mesmo, segundo a evidência, dos órgãos dirigentes do Partido Socialista.
A gravidade da situação pode sintetizar-se num único indicador: segundo as estimativas (optimistas) de Vítor Bento, a dívida pública total (incluindo o sector empresarial do Estado) não será inferior no final de 2009 a 120% do PIB and counting.
A gravidade da situação pode sintetizar-se num único indicador: segundo as estimativas (optimistas) de Vítor Bento, a dívida pública total (incluindo o sector empresarial do Estado) não será inferior no final de 2009 a 120% do PIB and counting.
11/11/2009
A contabilidade criativa faz maravilhas com o défice. Com a dívida nem por isso.
Empurra-se o défice para baixo do tapete e ele vai aparecer nos anos seguintes, cada vez maior. Para a dívida não há tapete que chegue.
[Gráfico publicado no OJE]
ESTADO DE SÍTIO: As nossas CSI
«Certidões do Face Oculta paradas quatro meses na PGR» (*)
Os ianques têm CSI. Nós também. Para eles, há Crime Scene Investigation em Las Vegas, Miami, New York, etc. Para nós, Certidões São Indispensáveis por todo o país, com especial incidência na Rua da Escola Politécnica.
(*) Público
10/11/2009
Estado empreendedor – (20) Cosec III
[Continuação de (5), (11) e (16)]
Em Abril Sócrates anunciou a intenção de comprar, em 1 de Julho Teixeira dos Santos anunciou o «trabalho feito», em 22 de Outubro o «trabalho feito» continuava por fazer, em 10 de Novembro o governo «está a tentar comprar» mas a Euler Hermes não quer vender o que o governo já tinha dito que estava acordado, comprado e feito.
Não é só um problema de políticas erradas, é um problema de incompetência, é um problema de mentira e é um problema de confundir a gestão mediática com a governação.
Em Abril Sócrates anunciou a intenção de comprar, em 1 de Julho Teixeira dos Santos anunciou o «trabalho feito», em 22 de Outubro o «trabalho feito» continuava por fazer, em 10 de Novembro o governo «está a tentar comprar» mas a Euler Hermes não quer vender o que o governo já tinha dito que estava acordado, comprado e feito.
Não é só um problema de políticas erradas, é um problema de incompetência, é um problema de mentira e é um problema de confundir a gestão mediática com a governação.
Estado empreendedor – (19) Aerosoles Investvar (bis)
[Continuação daqui]
«O modelo de sucesso da indústria de calçado de PortugalAerosoles Investvar espera luz verde do Governo para sair da falência», titula do Diário Económico num estilo semi-oficial.
«O modelo de sucesso da indústria de calçado de Portugal
09/11/2009
LOG BOOK: Be prepared, be very prepared
«Be prepared, be very prepared
Recognising the political shortcomings of globalisation should redouble Western liberals’ determination to defend it: to close the gap in the right way. That involves a myriad of things, from promoting human rights to designing better jobs policies. But it also requires defending the enormous benefits that capitalism has brought the world since 1989 more forcefully than the West’s leaders have done thus far. And above all perhaps, taking nothing for granted.»
[So much gained, so much to lose, Nov 5th 2009, The Economist print edition]
Recognising the political shortcomings of globalisation should redouble Western liberals’ determination to defend it: to close the gap in the right way. That involves a myriad of things, from promoting human rights to designing better jobs policies. But it also requires defending the enormous benefits that capitalism has brought the world since 1989 more forcefully than the West’s leaders have done thus far. And above all perhaps, taking nothing for granted.»
[So much gained, so much to lose, Nov 5th 2009, The Economist print edition]
De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento, nem boas propostas
O consórcio espanhol TAVE, liderado pela FCC Construcción, está em vias de estragar o habitual cambão entre os consórcios ELOS e ALTAVIA liderados pelos construtores portugueses, apresentando uma proposta para o troço do TGV Lisboa-Poceirão muito mais competitiva e, reconheça-se, com soluções inventivas.
Se não for a intervenção do grande estradista Jorge Coelho, arriscamo-nos a perder esta aljubarrota.
Se não for a intervenção do grande estradista Jorge Coelho, arriscamo-nos a perder esta aljubarrota.
Estado empreendedor – (18) o BAFO das auto-estradas é fétido
O Tribunal de Contas ao auditar as adjudicações da última leva de auto-estradas acaba de verificar que o «F» de BAFO (Best and Final Offer) é First e não Final ou, se preferirem, o BAFO é WAFO (Worst and Final Offer). Depois de adjudicadas, estas concessões tiveram os preços revistos com violação das regras dos concursos públicos e claro prejuízo para o Estado, ou seja para os sujeitos passivos actuais e os seus filhos e netos que irão pagar as facturas nas próximas décadas.
[Quadro do Expresso de 07-11-2009]
08/11/2009
Lost in translation (12) - «aumento significativo», disse ele
Talvez o ministro das Finanças quisesse significar «que Portugal apresentou em 2008 uma das mais baixas taxas de investimento directo estrangeiro (com 59 por cento), abaixo da média europeia de 74 por cento», como concluiu a Ernst &Young no estudo que divulgou na passada sexta-feira.
Talvez o ministro Teixeira dos Santos devesse mudar-se para o ministério da Propaganda.
Talvez o ministro Teixeira dos Santos devesse mudar-se para o ministério da Propaganda.
ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis
É extraordinário. Uma criatura que todos os sábados dos últimos quatro anos na sua página «Cem por cento» do suplemento Economia do Expresso derramou optimismo e confiança na clarividência dos poderes do socratismo para conduzir o país em direcção aos amanhãs que cantam, perdeu subitamente a fé, converteu-se ao pessimismo, que antes responsabilizava pelos males pátrios, e escreveu um artigo a que dá o título tremendista (Vieira da Silva dixit) «O que vem aí é dantesco». Como se fosse pouco, Nicolau Santos planta na sua página a expressão do desgosto ressentido do expatriado Jorge de Sena:
«Esta é a ditosa pátria minha amada. Não. Nem é ditosa, porque não o merece. Nem minha amada, porque é só madrasta. Nem pátria minha, porque eu não mereço a pouca sorte de ter nascido nela.»Bem vindo à terra. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
07/11/2009
Lost in translation (11) - «Não pactuaremos com tentativas de privatização da Segurança Social»
Foi o que disse no parlamento a novel ministra do Trabalho, querendo certamente significar que não vê para quem, nem como, nem quando, nem quanto, poderá transferir as responsabilidades actuais por pensões em curso de mais de 2 milhões de reformados e as responsabilidades futuras já incorridas de 5 milhões de activos que impendem sobre o esquema de Ponzi, também conhecido por sistema de segurança social (regime geral e CGA), responsabilidades do Estado para cuja cobertura não existe um cêntimo de reservas, além dos 8,4 mil milhões de euros do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, montante que, com boa vontade, pagará meia dúzia de meses de pensões.
06/11/2009
BREIQUINGUE NIUZ: Sporting continua sem obter resultados
«José Eduardo Bettencourt tenta agredir adepto». Tenho a certeza que o treinador conseguiria melhor do que uma tentativa.
05/11/2009
SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória
17-12-2008
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
O ministro das Finanças (MF) diz que o défice em 2009 será de 3% do PIB e não 2,2% .
05-02-2009
É aprovado pelo PS o Orçamento suplementar com uma previsão 3,9% do défice.
21-04-2009
O MF diz que «a despesa está perfeitamente controlada» e que o défice se mantém (3,9%)
15-05-2009
O MF diz que o défice será 5,9% em vez de 3,9%
04-07-2009
O MF mantém que o défice será 5,9%.
22-07-2009
José Sócratez diz que «está para nascer um primeiro-ministro que faça melhor no défice do que eu».
09-10-2009
O MF mantém a previsão de 5,9%.
03-11-2009
A CE anuncia uma previsão de 8% e o MF admite a revisão da estimativa anterior (5,9%).
04/11/2009
CASE STUDY: se a coisa é assim no Octodon degus, imagine-se no homo sapiens
Dad Matters, Too! Paternal Deprivation Delays/Suppresses Dendritic and Synaptic Development in the Orbitofrontal and Somatosensory Cortex
«Research indicates that paternal care is essential for the development of limbic brain regions, i.e., a brain system, which mediates emotional behaviors as well as learning and memory formation. Comparing the brains of male degus (Octodon degus, or “trumpet tailed” rat, a biparental rodent) raised by both parents with those that had been raised by a single mother revealed that paternal deprivation results in delayed or suppressed cortical dendritic and synaptic growth and reorganization.
Modern societies are increasingly concerned that fatherless children are at dramatically greater risk of drug and alcohol abuse, poor educational performance, and criminality. Since the establishment of functional neuronal networks in the brain of animals, including humans, is essentially sculpted by childhood experience (emotional and cognitive), the impaired behavioral development observed in fatherless children may be caused by the lack of paternal input, resulting in delayed brain development and even permanently retarded brain function.
In order to test this hypothesis, the researchers raised newborn degus either in single-mother families or in families, where both parents took care of their pups. In support of our hypothesis, we found significantly reduced densities of excitatory spine synapses in the orbitofrontal (limbic) and somatosensory (i.e., touch, pain) cortex. In addition, the length and ramification of neuronal dendrites (i.e. the neuron´s “antenna” bearing synapses to receive signals from other neurons), a measure of neuronal network complexity, was reduced in fatherless animals. Whereas biparentally raised animals have reached adult spine density values already at the age of three weeks, synaptic development in the fatherless animals is delayed, but seems “to catch up” later until reaching similar adult values compared to biparentally raised animals. However, dendritic extension and the total number of synapses per neuron was still lower in adult father-deprived animals.
These results suggest that paternal deprivation delays and partly suppresses the development of neuronal networks within orbitofrontal circuits. Thus, the father-deprived animals may suffer from hypofunctionality of this associative limbic cortical region, whose functions such as decision making, emotion and reward as well as impulsivity/impulse control and aggression may be impaired. Our study also shows that neurons in limbic cortex are continuously developing at least until puberty, which opens up an extended developmental time window, during which the detrimental brain effects of paternal deprivation may be ameliorated or compensated, e.g. by providing care by other emotionally significant family members (grandparents, new father etc), professional caretakers or peer groups.»
[Speaker’s Summary, Society for Neuroscience 2009; Lead author: Anna Katharina Braun, PhD; Otto von Guericke University Magdeburg, Germany]
Aonde nos levará a desintegração da família biparental estável avidamente promovida pela coligação da esquerdalhada, liderada pelo radical chic, com a corporação LBGT?
«Research indicates that paternal care is essential for the development of limbic brain regions, i.e., a brain system, which mediates emotional behaviors as well as learning and memory formation. Comparing the brains of male degus (Octodon degus, or “trumpet tailed” rat, a biparental rodent) raised by both parents with those that had been raised by a single mother revealed that paternal deprivation results in delayed or suppressed cortical dendritic and synaptic growth and reorganization.
Modern societies are increasingly concerned that fatherless children are at dramatically greater risk of drug and alcohol abuse, poor educational performance, and criminality. Since the establishment of functional neuronal networks in the brain of animals, including humans, is essentially sculpted by childhood experience (emotional and cognitive), the impaired behavioral development observed in fatherless children may be caused by the lack of paternal input, resulting in delayed brain development and even permanently retarded brain function.
In order to test this hypothesis, the researchers raised newborn degus either in single-mother families or in families, where both parents took care of their pups. In support of our hypothesis, we found significantly reduced densities of excitatory spine synapses in the orbitofrontal (limbic) and somatosensory (i.e., touch, pain) cortex. In addition, the length and ramification of neuronal dendrites (i.e. the neuron´s “antenna” bearing synapses to receive signals from other neurons), a measure of neuronal network complexity, was reduced in fatherless animals. Whereas biparentally raised animals have reached adult spine density values already at the age of three weeks, synaptic development in the fatherless animals is delayed, but seems “to catch up” later until reaching similar adult values compared to biparentally raised animals. However, dendritic extension and the total number of synapses per neuron was still lower in adult father-deprived animals.
These results suggest that paternal deprivation delays and partly suppresses the development of neuronal networks within orbitofrontal circuits. Thus, the father-deprived animals may suffer from hypofunctionality of this associative limbic cortical region, whose functions such as decision making, emotion and reward as well as impulsivity/impulse control and aggression may be impaired. Our study also shows that neurons in limbic cortex are continuously developing at least until puberty, which opens up an extended developmental time window, during which the detrimental brain effects of paternal deprivation may be ameliorated or compensated, e.g. by providing care by other emotionally significant family members (grandparents, new father etc), professional caretakers or peer groups.»
[Speaker’s Summary, Society for Neuroscience 2009; Lead author: Anna Katharina Braun, PhD; Otto von Guericke University Magdeburg, Germany]
Aonde nos levará a desintegração da família biparental estável avidamente promovida pela coligação da esquerdalhada, liderada pelo radical chic, com a corporação LBGT?
DIÁRIO DE BORDO: a passarada que me visita (9)
Dois melros pretos (Turdus merula) lutam pela mélroa que trata da sua higiene pessoal, indiferente à disputa
03/11/2009
Estado empreendedor – (17) fazendo o lugar do outro
Enquanto vai representando o papel de relações públicas do empresariado e anunciando investimentos, realizações, empreendimentos, inovações, acções, incentivos, ajudas, subsídios, abertura de créditos e toda a infindável panóplia do que faz que anda mas não anda, o governo não concretiza as poucas coisas que deveria realizar e ninguém fará por ele.
Segundo o insuspeito Diário de Notícias, a voz do querido líder na imprensa diária, «um investimento de 55 milhões de euros da multinacional alemã Enercon, cuja primeira pedra foi lançada por José Sócrates em 2008, está ainda por concretizar, não tendo passado da fase de terraplanagens, devido à falta de licenças e de um acesso à auto-estrada para veículos de grandes dimensões. “Os projectos para o licenciamento da fábrica de pás de rotor estão para aprovação quer na câmara quer na Direcção-Geral de Economia do Norte”, ... A fábrica ... deveria entrar em funcionamento entre o final deste ano e o início de 2010....»
Segundo o insuspeito Diário de Notícias, a voz do querido líder na imprensa diária, «um investimento de 55 milhões de euros da multinacional alemã Enercon, cuja primeira pedra foi lançada por José Sócrates em 2008, está ainda por concretizar, não tendo passado da fase de terraplanagens, devido à falta de licenças e de um acesso à auto-estrada para veículos de grandes dimensões. “Os projectos para o licenciamento da fábrica de pás de rotor estão para aprovação quer na câmara quer na Direcção-Geral de Economia do Norte”, ... A fábrica ... deveria entrar em funcionamento entre o final deste ano e o início de 2010....»
A primeira pedra em cima do assunto
01/11/2009
Lost in translation (10) - «firmemente empenhado», disse ele; «falta de motivação» disse a Moody’s
Face ao terceiro credit downgrade warning da Moody’s este ano, o ministro das Finanças declarou que «está "firmemente empenhado" em reduzir o peso da dívida e do défice públicos, assim que a crise estiver ultrapassada», traduzindo desta maneira «the apparent lack of motivation for policymakers to address (the economic challenges facing the country)».