28/11/2009

ARTIGO DEFUNTO: os desígnios do jornalismo de causas são insondáveis (5)

É sempre reconfortante saber que há mais criaturas que partilham o mesmo espanto com as aparições da Nossa Senhora da Maldita Realidade aos Pastorinhos da Economia dos Amanhãs que Cantam. Ainda para mais quando se trata de um jornalista económico, como Camilo Lourenço, que há muito tempo antecipou os apertos porque estamos a passar e as desgraças que nos esperam. Aliás, Camilo Lourenço vai mais longe e já anuncia uma aparição colectiva aos portugueses: «de repente o País descobriu que está na bancarrota». Não o acompanho nessa sua visão optimista sobre o realismo dos portugueses. Teremos que esperar algum tempo, mas lá chegaremos, lá chegaremos.

Quem parece definitivamente convertido, depois da primeira aparição da Nossa Senhora, que o levou a concluir «Está tudo doido», é Daniel Amaral. Já não consegue «imaginar o choque que uma tal violência [a violência das medidas que ele próprio considera necessárias] irá provocar no país» e neste seu último artigo («O assador») parece queixar-se das oposições que não fazem nada para derrubar o governo deixando-o com a responsabilidade de tomar medidas a que DA chama «o ónus do "trabalho sujo"», ónus que a mim me parece mais o de limpar a sujeira deixada pelos quase 5 anos de governos Sócrates, sem esquecer os quase 7 anos de governos Guterres.

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