24/11/2009

CASE STUDY: deve haver uma explicação

Deve haver uma explicação para a megalomania esquizofrénica dos portugueses a que o jornalismo de causas se pela por dar eco. Veja-se como uma trivialidade que é um operador de televisão comprar um serviço de partilha de um satélite de telecomunicações, juntamente com mais umas dezenas de outros operadores, é transformada numa epopeia descrita em estilo gongórico:

"Zon lança satélite a partir do Cazaquistão"
"Zon segue as pisadas de Yuri Gagarin"
«Segundo a Eutelsat, este é o "satélite mais poderoso" construído até à data e vai posicionar-se a 36º graus Este, uma localização que permite a cobertura de um território extenso, desde a Rússia até à África sub-sariana, possibilitando a difusão de serviços digitais e televisão paga. Precisamente o modelo de negócio escolhido pela operadora liderada por Rodrigo Costa para entrar no mercado angolano, onde, tal como o Diário Económico avançou em primeira mão, conta com a parceria da empresária Isabel dos Santos, que ficará com 70% do consórcio

Em rigor, a única coisa que merece destaque nesta notícia plena de pompa e circunstância é a parceria leonina com a filha do czar angolano, uma espécie de royalty que qualquer investidor tem que pagar à nomenclatura.

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