30/06/2021

SERVIÇO PÚBLICO: A ajuda ocidental a África vista por um africano

«I am Tanzanian.

China is not helping Africa. China is trading with Africa, and sometimes investing in Africa.

“Helping” is what Westerners pretend to do. But we know what their game plan actually is. It’s far from helping.

Westerners donate inconsequential amounts to fund things like “democracy”, “human rights”, “women empowerment”, “education”, “health”, “wars” etc. Things which have little impact to development, and are not sustainable (ie they don’t make money) so they’ll help Westerners create the myth of perpetual Africa aid.

The real deal in terms of economic development is industrialization, and not human rights, democracy, women empowerment, etc. Little things like those take care of themselves once there’s industrialization and the money is flowing in.

Western aid is mainly two things:

(If given directly to govt) A bribe to buy influence and certain leeways in Western extraction of Africa wealth.

(If done by NGO’s and charities) just a way for Westerners to milk their fellows in the West to fund their lavish lifestyles.

The West is also very big on war mongering, assassination of African leaders (you are Belgian so you should know what you did to Patrice Lumumba), meddling in African politics, creating wars, etc. The West generally has ill-will toward Africa and thinks of Africa as colonial land to date.
»

Excerto de um post do tanzaniano Dar Milli publicado há dias no Quora, denunciando e bem o lirismo ditado pela má consciência, na melhor hipótese, ou o cinismo ditado pela realpolitik, na pior, da "ajuda" ocidental a África. No resto do post, Dar Milli descreve o papel da China em África, sem a clarividência e visão crítica que mostra em relação ao do Ocidente.

29/06/2021

NÓS VISTOS POR ELES: Salazar, o fantasma do fascismo e o fascínio da esquerda

O historiador Tom Gallagher, professor emérito na Universidade de Bradford, publicou vários livros sobre Portugal e recentemente «Salazar — O Ditador Que Se Recusa a Morrer”, a primeira biografia de Salazar por estrangeiro. Numa entrevista ao Expresso exprimiu opiniões ao arrepio do pensamento único vigente, entre as quais destaco o que disse sobre as confusões acerca do fascismo e sobre o fascínio da esquerda pela soluções autoritárias.  

«Permita-me sugerir que não há nenhum reviver do interesse no fascismo. Essa doutrina, porém, nunca deixou de ser uma preocupação da esquerda europeia. Embora eleitoralmente em declínio, com exceção de alguns lugares como Portugal e a Escandinávia, a esquerda domina os media, as universidades, e publicidade e o marketing, bem como as burocracias nacionais e locais. Obviamente, já se desenham planos para um vendaval de eventos mediáticos em torno do centenário da ascensão de Mussolini, para sublinhar o perigo do fascismo. Eu diria que provavelmente nunca houve tão poucos fascistas na Europa como atualmente. Alguns poderão dizer que traços essenciais do fascismo, como o desejo de arregimentar pessoas e de permitir ao Estado intrometer-se profundamente nas suas vidas privadas, fazem parte do armamento dos que agora proclamam em voz alta o seu antifascismo. (...)

 A ala conservadora da política não tem necessidade de ficar na defensiva por causa do desprezo de Salazar pelas eleições e a sua inclinação para depender da censura e de elites restritas. Pelo contrário, será talvez a esquerda que precisa que recuperar a sua fé na democracia, na liberdade de expressão e na limitação dos poderes da elite, em especial os que controlam a informação. Salazar talvez ficasse espantado por elementos da sua fórmula de governação terem sido abraçados por elites corporativas. Logo desde a revolução de 1974-75, tornou-se claro que os comunistas, alguns dos militares radicais e muitos dos extremistas radicais (muitos dos quais viriam a ocupar posições de grande influência) preferiam uma ordem política onde o poder corporativo essencialmente não era contestado, e o cidadão votante tinha pouco a dizer. Será interessante ver em que medida as intenções autoritárias de muitos que estiveram no núcleo da revolução serão reconhecidas durante as comemorações do cinquentenário, ou apenas varridas para debaixo do tapete.»

Como tentar cumprir o plano de vacinação, apesar de tudo? Resposta: um dia de cada vez (55) - Mais vale um Almirante teso que uma multidão de apparatchiks moles


ECDC

Pela primeira vez, foram ultrapassadas as 100 mil doses na maioria dos dias da semana e a percentagem da população com primeiras doses e vacinação completa ultrapassou a média da UE. Note-se que estas percentagens são em relação à população com mais de 18 anos e as seguintes são em relação à população total.

Ponto de situação dos objectivos para a vacinação:
Alcançável, basta uma média diária ao redor de 70 mil doses. Entretanto, o Sr. Almirante corrigiu este objectivo para "meados de Setembro/Outubro», o que é mais realista e pode reflectir a dúvida quanto a manter o ritmo nos meses de Verão. 
O número de doses diárias mantém na última semana um coeficiente de variação elevado e uma amplitude enorme (80 mil), reflectindo dificuldades de manter um ritmo sustentado. Nada está garantido, sobretudo nos meses de Julho e Agosto e o governo continua estupidamente sem recorrer aos "privados".
Como se confirma no diagrama do ECDC, na última semana de Junho o objectivo ainda não está cumprido e só estão totalmente vacinados 93,5% dos +80, 64,0% dos 70-79 e 60,0% dos 69-70 anos. Esta é talvez a maior falha, visto que se trata dos grupos de maior risco.
51% da população tem pelo menos uma dose. Para atingir os 70% no início de Agosto será necessário administrar 1,9 milhões de primeiras doses a uma média diária de 54 mil o que compara com as 1,7 milhões a uma média diária de 49 mil no período equivalente terminado ontem. Conclusão: é possível mas nada está garantido.

Em reconhecimento do trabalho que o Sr. Almirante está a desenvolver arrastando atrás de si uma multidão de apparatchiks mudei o título desta série de posts.

28/06/2021

Much Ado about Nothing. Como causas ultraminoritárias são transmutadas em bandeiras nacionais pelo agitprop esquerdista

«Pelo menos 16 casais do mesmo sexo adoptaram uma criança desde mudanças legais há cinco anos»

16 (dezasseis) casais, pelo menos, em cinco anos diz a ILGA, em mais de 4 milhões de famílias. Andaram milhares de criaturas por cada um dos 16 casais a agitar-se, a fazer lóbi por esta causa, esquecendo-se do mais importante: a adopção não é um direito do casal gay ou do casal normal. O único direito para aqui chamado é o direito da criança ter um ambiente familiar adequado ao seu crescimento e desenvolvimento, e é pelo menos duvidoso que, após 150 mil anos de evolução do homo sapiens, um par XX-XX ou XY-XY proporcione um ambiente mais adequado do que um casal normal.

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (91) - Em tempo de vírus (LXVIII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O que é orgulho para o PS, é vergonha para o país

Diz o Dr. Costa, a propósito da torrefacção dos dinheiros da bazuca, que «temos um historial de que nos devemos orgulhar e não ser motivo de flagelação relativamente à utilização dos fundos». Conhecendo o resultado de mais de três décadas e de 120 mil milhões de euros, suspeito que só os portugueses com alma de pedinte se poderão sentir orgulhosos.

Também não ajudará ao orgulho pátrio se compararmos a bazuca do Dr. Costa com a bazuca de Kyriakos Mitsotakis, cujo plano teve Christopher Pissarides, um prémio Nobel da Economia, no lugar do Dr. Costa e Silva, e que a CE prevê tenha um impacto no PIB uma vez e meia maior do que a bazuca do Dr. Costa.

Se calhar o Dr. Costa até acredita nisso, o que é mais preocupante do que se estivesse só a mentir

Se pensa que o Dr. Costa nos está a vender, como costume, gato por lebre quando garante que os fundos europeus terão impacto «ao longo dos próximos 50 anos», pense outra vez olhando para os últimos 35 anos.

A Dr.ª Elisa teve uma epifania e contraria o Chefe

Após algumas décadas desempenhando vários cargos públicos, a Dr.ª Elisa Ferreira que há uma dúzia de anos confessou «vou só dar o nome e volto», durante a campanha para as eleições europeias, onde também lembrou a uns velhinhos que «o dinheiro é do Estado, é do PS» (confira aqui), confessou agora em entrevista ao Jornal de Negócios, contradizendo o Chefe Dr. Costa, que «é penoso ver que Portugal, com estes anos todos de apoio, ainda está entre os países atrasados».

Afinal o governo socialista durante a pandemia faz pior no combate à pobreza do que o governo “neoliberal” fez no resgate que outro governo socialista lhe deixou

Segundo um estudo do Center of Economics for Prosperity (PROSPER) da Universidade Católica de Lisboa, as medidas do governo face à pandemia não impediram um aumento de 25% da pobreza. O que dizer de um governo socialista que deixa aumentar a pobreza quando as medidas do governo a que os idiotas chamaram “neoliberal” tomou durante o resgate resultante da governação de um governo socialista, a que pertenceram meia dúzia de membros do actual, reduziram as desigualdades como ficou demonstrado pelo estudo da OECD que citei neste meu post de há sete anos?

Por mim, veria com bons olhos a ida para Sevilha (sem volta) do Dr. Ferro e dos deputados que o quisessem acompanhar

Diz muito sobre o Portugal dos Pequeninos que o presidente do parlamento, membro e ex-secretário geral do partido incumbente, tenha convidado os deputados e os portugueses da Área Metropolitana de Lisboa a furarem o cerco a que o governo os submeteu no fim de semana e a dirigirem-se patrioticamente de forma massiva a Sevilha para apoiar a selecção.

Take Another Plan. A gestão do Dr. Pedro Nuno, também conhecido por Pinóquio

É um daqueles paradoxos só explicáveis à luz do materialismo dialéctico, o Dr. Pedro Nuno um paladino socialista dos trabalhadores está a ser acusado pelos que trabalham nas cabinas dos aviões da TAP da criação de «extrema violência psicológica, discriminação e violação de direitos básicos». Pior do que isto só me ocorrem as queixas dos operários da Ermer & Engels, a fábrica têxtil em Manchester de que era sócio Friedrich Engels.

Percebem-se melhor. no contexto da luta de classes, as críticas de O'Leary, o patrão da Ryanair que acusa o Dr. Pedro Nuno de mentir enquanto mostra um slide com a sua foto com um longo nariz que não envergonharia Gepeto.

27/06/2021

O problema não está no consumo ter caído. O problema está na produção não ter subido

Fonte

Segundo o Eurostat, o consumo per capita português a paridade do poder de compra desceu de 86% da média europeia para 85% o que motivou manifestações de pesar nos mídia domésticos.

Deviam ter ficado mais pesarosos com a queda do PIB per capita a paridade do poder de compra de 83% da média europeia em 2009 para 79% em 2019 e 77% em 2020. E, já agora, deviam organizar um agradecimento colectivo aos "frugais" pela enxurrada de dinheiro que nos enviam todos os anos e nos permite consumir 85% só produzindo 77% da média europeia.  

Ou talvez, em vez de agradecer, devemos antes protestar contra os emolumentos que permitem a uma casta de apparatchiks esmolar Bruxelas, capturar o Estado e comprar a passividade dos portugueses para aceitaram o estatuto de pedintes num país cada vez mais dependente e cada vez mais pobre em termos relativos.

26/06/2021

SERVIÇO PÚBLICO: "A propensão demagógica para criar direitos e favorecer grupos"

«São nefastas as leis e as políticas destinadas a promover direitos de grupos especiais, a conceder privilégios que causem nova injustiça. Os direitos gerais devem ser promovidos de modo igual para todos. Os direitos são dos cidadãos, dos seres humanos, não de minorias ou de grupos, de velhos, de mulheres, de crianças, de doentes, de LGBTQ, de imigrantes, de negros, de ciganos, de transmontanos ou de ilhéus.

A promoção do imigrante, da mulher, do negro, do judeu, do trabalhador, do desempregado, do analfabeto, do recluso e do doente não deve fomentar a criação de novos grupos, mas sim aquilo a que se chama actualmente a inclusão. A inclusão deve aumentar a integração e não a construção de sociedades fragmentadas, em tabuleiros de xadrez ou em guetos.

É racista a lei que crie sistemas e dispositivos especiais para certos grupos com características ditas raciais particulares. É racista a política que crie e defenda privilégios, garantias e direitos especiais para qualquer grupo nacional. São sectárias e desiguais as leis e as políticas destinados a proteger direitos gerais a grupos especiais.

A última fantasia da União Europeia é a da aprovação de uma moção de apoio às pessoas ditas LBGTIQ+ e de condenação da legislação repressiva húngara. Muitos países assinaram. Portugal não assinou, mas disse que estava de acordo. Parece Bill Clinton, que fumou mas não engoliu. A verdade é que este texto, carregado de boas intenções, é mais um passo no mau caminho: o que gradualmente constrói uma nova ortodoxia, um mundo feito de fragmentos, de federações e de comunidades rivais.

A propensão demagógica para criar direitos e favorecer grupos tem levado a criar um Estado repleto de novos confrontos. Não se passa um dia sem que surjam novos direitos para novos beneficiários, aumentando ou insistindo na separação, em vez de integração. Direitos dos trabalhadores, das crianças, dos velhos, dos imigrantes, dos negros, dos ciganos, dos rurais, dos urbanos, dos residentes no interior, dos analfabetos, dos LBGTIQ, dos desempregados, dos estudantes e dos doentes são direitos sectários, desiguais, racistas e discriminatórios. Todos esses direitos e garantias podem simplesmente ser os direitos de todos, dos residentes, dos cidadãos ou simplesmente dos humanos. Caso contrário, transformam-se em privilégios. Que aliás são, entre nós, favorecidos pela Constituição, que consagra mais direitos parcelares e de grupos especiais do que se pode imaginar.»

Excerto de Livres e iguais, António Barreto

Dúvidas (311) - União Europeia, um clube a caminho da irrelevância do qual estamos condenados a ser sócios?

Fonte

Por muito que a nomenclatura bruxelense baptize de soft power a crescente impotência da União Europeia, o certo é que no desconcerto das nações nenhuma potência pode existir sem poder económico, isto é com grandes empresas multinacionais competitivas (gráfico 1), com peso relevante no PIB mundial e nos mercados de capitais (gráfico 2) e com empresas inovadoras (gráfico 3). E, claro, também não pode existir sem relevância no hard power militar.

As coisas são como são e ainda não foi descoberta a maneira de serem diferentes. A esta luz percebe-se melhor o Brexit, sendo claro que o Portexit não está alcance do Portugal dos Pequeninos que está condenado inverter a boutade marxista (do Groucho não do Karl) porque só pode aderir a um clube que o aceite como membro.

25/06/2021

CASE STUDY: Câmara de Lisboa, uma aplicação prática da lei de Parkinson (7) - Fact checking ao fact check

Este post é o 7.ª da série: (1), (2), (3), (4), (5) e (6) e vem a propósito deste fact check do Observador quer conclui que é errada a frase «Câmara Municipal de Lisboa tem cerca 17 mil funcionários» que uma criatura botou no seu Facebook.

O Observador gasta 5 páginas de prosa rebarbativa para demonstrar que aquela frase é falsa, para o que bastaria um único quadro.
Achei piada porque este fact check é um exemplo de como o fact checking pode ser uma actividade inócua e praticamente inútil. Na verdade, é tão falso que a câmara de Lisboa tenha 17 mil funcionários, como 1,7 ou 170 mil. 

Os factos mais relevantes são:
  • A câmara de Lisboa tem cerca de 10 mil funcionários para cerca de 510 mil residentes, o que é o dobro dos funcionários por mil habitantes de Madrid ou Barcelona e mesmo quase mais um terço do que a câmara do Porto (3.200 funcionários para 215 mil residentes);
  • Entre esses 10 mil encontram-se mais de um milhar de licenciados, incluindo em áreas como Marketing, História, Línguas e Literatura, entre outras; 
  • E encontram-se também mais de uma centena de assessores (ver aqui uma lista de 2017, que entretanto já deve ter engordado).
Factos que nos permitem concluir que o socialismo camarário é um exemplo de sucesso da aplicação da lei de Parkinson à administração autárquica.

24/06/2021

ACREDITE SE QUISER: Plano Nacional de Desacorrentamento de animais de companhia

Três deputados do PAN apresentaram há dias no parlamento um projecto de lei  para regular o acorrentamento e o alojamento em varandas e espaços afins dos animais de companhia, dispondo entre outras medidas:
  • Os animais de companhia não podem ser deixados sozinhos, sem companhia humana ou de outro
  • animal, durante mais de 12 horas
  • Os animais não podem ser alojados em varandas, alpendres e espaços afins, sem prejuízo da sua presença ocasional nesses locais por tempo não superior a três horas diárias
  • O Governo, em colaboração com as autarquias locais, implementará um Plano Nacional de Desacorrentamento de animais de companhia, o qual incluirá a efetivação de soluções adequadas às condições de alojamento destes e, bem assim, apoios financeiros para o efeito em situações de vulnerabilidade social e económica.
Num país que tem dezenas de milhar de idosos abandonados pela família à sua sorte, este é um exemplo de alienação do mundo real de uma casta de urbanitas lunáticos encapsulados numa bolha e alucinados com a bicheza.

Vivemos num estado policial? (20) - Sim, vivemos. E por isso os efectivos policiais, cujo número não sabemos ao certo, precisam de ser reforçados e os polícias precisam de ser respeitados

Outros casos de polícia.

Realizou-se na 2.ª feira em Lisboa uma grandiosa manif patriótica dos polícias em luta «exigindo respeito» e outras coisas mais práticas, como um subsídio de risco, e ainda a demissão do Dr. Cabrita, um objectivo nacional que só não é partilhado pelo Dr. Costa, o Dr. Cabrita e a sua Esposa. Para quem não entenda a justa reivindicação de um subsídio de risco, tenha-se em conta que um polícia é contratado para trabalho amanuense e se o governo quer que ele policie as ruas isso deve ser remunerado à parte.

Vem propósito recordar que, com 451 polícias por 100 mil habitantes, somos um exemplo para a Óropa.

Eurostat

Quando o Dr. Cabrita cumprir, se o deixarem, o seu objectivo de recrutar mais 10 mil chuis aumentando a bófia (Dr. Mamadou) para uns estratosféricos 50 mil, subiremos ao pódio da UE.

Infelizmente, o Eurostat não publica estatísticas sobre os sindicatos de polícias, para podermos confirmar que com 17 sindicatos na última contagem, tendo o último deles 27 polícias todos dirigentes sindicais, estamos na linha de frente também nesta matéria.

22/06/2021

SERVIÇO PÚBLICO: A espécie de democracia em que você vive (sem dar por isso?)

«Imagine o leitor um país. Nesse país, os juízes do Tribunal Constitucional são nomeados pelos partidos, podendo sair directamente desse Tribunal para o Governo. O ministro da Justiça toma posse, enquanto ministro, como juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e na qualidade de ministro toma decisões sobre, por exemplo, os salários dos juízes do Supremo Tribunal de Justiça.

Nesse país, um adjunto do ministro da Justiça pode sair do gabinete do Governo para ir directamente para o seu lugar de procurador e investigar, por exemplo, membros do Governo a que pertenceu por suspeitas de prática de crimes económicos. Outro adjunto pode também ser procurador e juiz e até ter sido condenado por pressionar outros procuradores para forçar o arquivamento de um processo judicial que investigava um primeiro-ministro, que veio a ser acusado de “mercadejar” a sua função, por causa de um projecto imobiliário. Um outro procurador, que trabalhou com este adjunto numa instituição internacional, foi nomeado, depois de uns “lapsos” no currículo, para uma outra entidade internacional pelo ministro da Justiça, que confirmou uma decisão de um Conselho Superior, onde já se tinha sentado o seu Secretário de Estado, depois de aquela entidade internacional ter decidido que havia outro candidato ao lugar que reunia melhores condições para ocupar o cargo. Este procurador nomeado era irmão de um antigo presidente de um instituto público que aprovou o tal projecto imobiliário que acabou investigado por suspeitas de corrupção do tal Primeiro-ministro acusado de “mercadejar” a sua função. E era ainda irmão de um outro procurador que era considerado influenciável pelo actual Primeiro-ministro para evitar a prisão de um membro do partido a que pertence este Primeiro-ministro.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (54) - O Sr. Almirante é ele e a (infeliz) circunstância

Pela primeira vez em 6 meses a média móvel diária (7 dias) ultrapassou as 100 mil doses. Apesar dos progressos visíveis ainda estamos abaixo da média da UE, quer na 1.ª dose quer na vacinação completa.  

ECDC

Vejamos o ponto de situação dos objectivos para a vacinação:
 É perfeitamente alcançável, basta uma média diária acima de 70 mil doses.  
Só na última semana foi atingida e ultrapassada a média diária de 100 mil pessoas. Nada está garantido, sobretudo nos meses de Julho e Agosto.  
Como se confirma no diagrama do ECDC na terceira semana de Junho o objectivo ainda não está cumprido.
 

47% da população tem pelo menos uma dose. Para atingir os 70% no início de Agosto será necessário administrar 2,3 milhões de primeiras doses a uma média diária de 56 mil o que compara com as 1,8 milhões a uma média diária de 45 mil no período equivalente terminado ontem. Conclusão: é possível mas nada está garantido.

Uma última palavra para um fenómeno típico do Portugal dos Pequeninos ou dos Pedintes, da sua imprensa servil e dos seus jornalistas de causas, que é o ridículo culto da personalidade que os mídia estão a montar para o Sr. Almirante, culto em que ele não parece interessado (tiremos-lhe, pois, o chapéu). É certo que, se compararmos com a obra do apparatchik seu antecessor (média diária inferior a 10 mil), o Sr. Almirante é um génio. Comparado com a task force do Reino Unido com 74,6 milhões de doses administradas (43,1 milhões de 1.ªs doses e 31,5 milhões de 2.ªs doses) para uma população de 68 milhões, o Sr. Almirante pode considerar-se uma pessoa competente e determinada com uma circunstância desfavorável que é ter de arrastar atrás de si um exército pouco disciplinado e pouco motivado. Talvez não possa exigir-se-lhe mais.

21/06/2021

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (41) - Uma potência em Finanças? É quase tão exagerado como a notícia da morte de Mark Twain

Outros portugueses no topo do mundo.

A imprensa de hoje celebra euforicamente as quatro presenças de Mestrados em Finanças de universidades portuguesas no ranking do Financial Times: Nova (14.º), Católica (23.º), ISEG (35.º), ISCTE (51º) em 55.

Não questiono que, em si mesmo, isso é relevante e positivo para um país europeu em vias de subdesenvolvimento. Dito isso, vejamos as coisas mais de perto, porque o diabo costuma estar nos detalhes, segundo um ditado dos alemães que há dois dias deram uma lição de futebol à selecção portuguesa. 

Reparemos para começar que o ranking é o Masters in Finance pre-experience 2021 e que segundo a metodologia do FT:
  • «The pre-experience ranking measures average salary increase between the first post-masters job on graduation and today — a timespan of about three years» 
  • «Local salaries are converted to US dollars using purchasing power parity rates supplied by the International Monetary Fund.»
  • «There are 17 different categories in the pre-experience ranking, and alumni responses inform seven categories that together constitute 58 per cent of the total weight. The other 10 categories are calculated from the school data and account for the remaining 42 per cent»
  • «The current average salary of alumni has the highest weighting: 20 per cent.» 
Só para temperar a euforia vejamos os factores onde as escolas portuguesas pontuaram acima, em certos casos muito acima, do ranking global e que, portanto, o afectaram positivamente:
  • Factores relacionados com o salário, sobretudo «Salary percentage increase» e «career progress» (não esquecer que os salários são corrigidos pela paridade do poder de compra);
  • Factores relacionados com o "género", como «Female faculty %» e «Women on board (%)».
Por isso, titular que Portugal é «uma potência em Finanças» me parece quase tão exagerado como a notícia da morte de Mark Twain, e também porque em matéria de Finanças (Públicas), o Portugal dos Pequeninos é um dos dois maiores desastres da UE, e o outro está a caminhar rapidamente para deixar de o ser. É claro que a coisa se percebe à luz do complexo de inferioridade lusitano sempre à procura de um reconhecimento «lá fora».

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (90) - Em tempo de vírus (LXVII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

«Já posso ir ao banco?»

A pergunta retórica do Dr. Costa a Frau von der Leyen é provavelmente a melhor síntese dos resultados da governação socialista e diz quase tanto sobre o estatuto de pedinte em que essa governação colocou o Portugal dos Pequeninos - a partir de agora talvez melhor apelidado de Portugal dos Pedintes - como diz sobre o estatuto de benfeitor em que, graças aos «frugais», a UE se colocou.

A delação à Rússia como um paradigma da governação socialista

Os episódios da delação continuada pela câmara de Lisboa a várias embaixadas, nomeadamente à da Rússia de Putin, dos dados pessoais dos organizadores de manifestações, são um caso paradigmático da governação do PS com todos os ingredientes habituais: mentira, omissão de factos, manobras evasivas, manipulação dos mídia, irresponsabilidade e, em desespero, sacrifício de bodes expiatórios. Uma das últimas mentiras - a desculpa do Dr. Medina que a informação comunicada às embaixadas era uma prática do passado - caiu com estrondo pela mão de António Galamba, um militante socialista e antigo governador civil de Lisboa.

L’État c’est nous

Como conseguiu o PS colocar 118 apparatchiks nos 145 concursos da CReSAP, uma entidade criada pelo governo de Passos Coelho para avaliar os candidatos a nomeações para cargos públicos? Por exemplo, colocando em regime de substituição esses apparatchiks em 83% dos casos e desses 69% durante mais de um ano.

O regime jurídico do arrendamento forçado de prédios rústicos com uma renda anual fixada pelo Estado que entra em vigor em 1 de Julho, tem tanto de despótico e arbitrário como de inútil. Terá o governo alguma ideia de qual o interesse de um privado arrendar um terreno abandonado precisamente porque o seu proprietário não tem nada para fazer com esse terreno?

O cerco à AML é inconstitucional?

O bastonário da Ordem dos Advogados considerou «claramente inconstitucionais as medidas anunciadas pelo Governo, no que toca à proibição de circulação de cidadãos sem estar em vigor o estado de emergência». O bastonário esqueceu que Constituição postula que a Portugal está «a caminho para uma sociedade socialista» e quem melhor que o Partido Socialista para saber o caminho?

20/06/2021

CASE STUDY: E se a melhoria nos níveis educacionais favorecer o voto nos partidos de esquerda?

Pelo menos foi essa a conclusão do working paper Brahmin Left versus Merchant Right:Changing Political Cleavages in 21 Western Democracies, 1948-2020 de Amory Gethin,Clara Martínez-Toledano e Thomas Piketty (sim, esse de O Capital no século XXI). Note-se que a base de comparação é temporal e não entre países. 

Para quem não tenha tempo ou pachorra para ler um um trabalho extenso de 150 páginas com anexos e imensos dados, abrangendo 21 democracias e mais de 300 eleições desde a II Guerra Mundial, recomendo o sumário no artigo Educated voters’ leftward shift is surprisingly old and international da Economist. O que não recomendo é arrumar o assunto com duas ou três generalidades e meia dúzia de chavões [*] só porque as conclusões não confirmam os pré-conceitos ou as opiniões.

Os três diagramas seguintes da Economist são bastante esclarecedores.
O paper de Piketty faz várias referências específicas a Portugal, uma delas é que não foi ainda observada uma tendência clara para inverter o que chamam «educational divide» em parte, a meu ver, porque a esquerda portuguesa tem tido um peso eleitoral maior do que na generalidade da Europa e as grandes questões que são bandeiras que a esquerda se apropriou e que atraem o eleitorado com maior nível educacional ("identidade de género", ambiente, discriminação racial) só recentemente começaram a ter relevância em Portugal.

[*] ou umas quantas teorias da conspiração

19/06/2021

Em matéria de corrupção, o Portugal dos Pequeninos é como uma espécie de ex-satélite da União Soviética


Se em matéria de gosto pelas liberdades já se tinha visto que o Portugal dos Pequeninos (PdP) poderia ser considerado como uma espécie de ex-satélite da União Soviética, a mesma conclusão temos de retirar da posição do PdP no ranking dos 27 países europeus considerados no estudo CITIZENS’ VIEWS AND EXPERIENCES OF CORRUPTION da Transparência Internacional.


  • Aumento da corrupção nos últimos 12 meses

Com 41% de pessoas que consideram ter aumentado a corrupção, o PdP é 6.º país apenas ultrapassado pelo Chipre e quatro ex-satélites

  • Corrupção do governo

Com 88% de pessoas que consideram ser este um grande problema, o PdP é o 4.º país, apenas ultrapassado pelo Chipre e dois ex-satélites

  • Utilização de relações pessoais para ter acesso aos serviços públicos

Com 48% de pessoas que usaram relações pessoais nos últimos 12 meses, o PdP é o 2.º país apenas ultrapassado pela República Checa

  • Controlo do governo por interesses privados

Com 63% de pessoas que consideram existir esse controlo, o PdP é o 8.º país apenas ultrapassado pelo Chipre e a Espanha e cinco ex-satélites

  • Receio de retaliação por denunciar a corrupção

Com 58% de pessoas que têm esse receio, o PdP é 7.º país apenas ultrapassado pela Itália e cinco ex-satélites.

Qed.

18/06/2021

Ser de esquerda é... (14)

... ser praticante da doutrina Somoza (que, reconheça-se, também se pratica à direita com um pouco mais de recato).

Não sei se por convicção, se por conveniência, não me lembro de nenhum direitista ter, publicamente pelo menos, nos últimos 47 anos feito a limpeza da folha do Estado Novo, e, naturalmente, muito menos feito a sua apologia.

É por isso para mim um mistério a hipersensibilidade ao mero reconhecimento de que nem tudo foram desgraças durante a longa noite fassista, como foi o caso da intervenção de Nuno Palma na convenção do MEL, baseado num estudo de que é co-autor aqui citado que demonstra sem margem para dúvidas que o salazarismo fez mais para combater o analfabetismo do que a baderna da I República. Reconhecimento que, como o próprio explicou repetidamente, não se confunde com a apreciação do Estado Novo, que condenou sem ambiguidades. 

E o mistério é ainda mais denso quando quem se manifesta hipersensível é alguém como o jornalista de causas / militante / comentador / analista, ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, ufa!, Daniel Oliveira, com o dedinho espetado às supostas «teses “revisionistas” do Estado Novo» e à suposta desculpa dos seus «assassinos, torturadores e censores».

É no mínimo difícil de entender vindo de quem pelo seu percurso não mostrou indignação comparável, muito menos proporcional, perante os milhões de «assassinos, torturadores e censores» a que recorreram os regimes de que ele foi ou é admirador.

É mais um caso, vulgar na esquerda, de adopção da doutrina Somoza.

Outros "Ser de esquerda é..."

CASE STUDY: Os pesos mortos que travam a competitividade do Portugal dos Pequeninos

IMD Country Overview

Mais interessante e útil do que celebrar a subida de um lugar de 37.º para 36.º no ranking IMD de competitividade como estão a fazer os mídia, é perceber o que afecta negativamente a competitividade portuguesa, usando precisamente os dados do ranking IMD.

Como se pode verificar no diagrama, os factores mais negativos por ordem decrescente de impacto são:
  • Finanças públicas
  • Fiscalidade
  • Práticas de gestão
Alguém está surpreendido?

17/06/2021

Bons exemplos (138) - O Supremo Tribunal americano como barreira à imposição do pensamento único

 Supreme Court Backs Catholic Agency in Case on Gay Rights and Foster Care

The unanimous ruling was further evidence that claims of religious liberty almost always prevail in the current court.

Decisão unânime, repare-se. O Juiz John Roberts escreveu:

 «it is plain that the city's [of Philadelphia] actions have burdened CSS's [Catholic Social Services] exercise by putting it to the choice of curtailing its mission or approving relationships inconsistent with its beliefs».

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (1) - O costume

Uma espécie de sequência indesejada da série Outras preces (não escutadas).

Tenho evitado escrever sobre o exercício presidencial de S. Ex.ª porque, fazendo-o, terei de ser muito crítico e no estado em que se encontra o Estado ocupado pelo PS, o PR é quase o único pequenino obstáculo no caminho para a sua completa captura pelo Dr. Costa e a sua trupe. Enough is enough e não vou deixar em branco duas intervenções de S. Ex.ª, qual delas a mais lamentável. 

Repara-se nas vacuidades que emitiu sobre a delação dos dados pessoais dos opositores russos a Putin, reduzindo um caso político gravíssimo de violação de direitos desses cidadãos a problemas burocráticos e leis obsoletas:
«Se essa proteção se assegura de forma a implicar uma alteração de comportamentos administrativos, então mudem-se os comportamentos administrativos; se é um problema de lei, porque está desatualizada, então repense-se e altere-se a lei; se é um problema de aplicação concreta da lei, então que não se adotem esses comportamentos» (fonte)
Na querela sobre a continuidade do confinamento onde, contrariado, caiu na cilada do Dr. Costa, respondendo-lhe com «o Presidente nunca é desautorizado pelo primeiro-ministro», confirmando a desautorização e demonstrando fraqueza e incompetência na manobra palaciana, último reduto para quem não consegue ser nem frontal nem firme na luta política.

16/06/2021

PUBLIC SERVICE: "There is no moral obligation to obey the law, simply because it is the law"

«Sometimes the most spirited thing you can do with despotic laws like this is to ignore them. I think that if government persists long enough with locking people down, depending on the severity of the lockdown, civil disobedience is likely to be the result. It will be discrete civil disobedience int the classic English way. I don’t think that we are likely to go onto the streets waving banners. I think we will just calmly decide that we are not going to pay any attention to this. There are some things you have to pay attention to: you can’t go to a shop if it’s closed. On the other hand, you can invite friends round for a drink, whatever Mr. Hancock says. People are doing that so some extent already.  […] 

I feel sad that we have the kind of laws which public-spirited may need to break and I think that is unfortunate. But I have always taken a line on this. Which is probably different from that of most of my former colleagues [at the Supreme Court]. I do not believe that there is a moral obligation to obey the law. There is clearly a legal obligation that is tautologous. An I also think that you cannot complain if you break the law and are punished. But is there a moral obligation to do so as well? In my view there is no moral obligation to obey the law, simply because it is the law. You have to have a high degree of respect. Both for the object that the law is trying to achieve and for the way that I’s being achieved. And also I think for how the law has been made. Some laws invite breach. I think this is one of them. [… ] No, you wouldn’t see me doing that [leading a resistance movement] because I just don’t believe int that kind of political manifestation. What you will see people spontaneously doing is simply quietly ignoring the law. And I think that is in a sense how if one is going to have people ignoring the law, it should happen. I don’t think a great public issue should be made of it. I think that it should simply be understood that nobody respects the law enough to want to comply with it and that is one of the most effective ways of ensuring that the law is changed. [ ... ]

I will conclude that some of the fears that I have always had about the way that mass democracy works have proved to true in concrete detail, and sooner than I have expected. I will have learnt the enormous power of governments to influence opinion by promoting fear in a technical area, which many people could understand by in practice don't. And those are dismaying lesson I would want to learn from them about how we repair thing in the future. And my first proposal is that governments should not treat information as a tool for manipulating public behaviour. They should be calmer than the majority of their citizen, they should be completely objective. My second lesson would be that government dealing with scientific issues should not allow themselves to be influenced by a single caucus of scientists. They should always test what they are being told in a way that, for instance, judges test expert opinion by producing a counter expert, and working out which set of views stacks up best, those would be the two most specific lessons that I would derive from the particular way in chich thing have gone during the epidemic.»

Lord Sumption, Juiz jubilado do Supremo Tribunal britânico entrevistado pela revista digital UnHerd

Lost in translation (353) - "Recato e sensibilidade", disse ele, querendo dizer "vamos mudar de assunto e esquecer o desastre"

O Dr. Pedro Nuno Santos há 10 anos durante o resgate pela troika, tornado necessário pela governação irresponsável do seu partido que deixou o país na bancarrota:

«Estou marimbando-me para os bancos alemães que nos emprestaram dinheiro nas condições em que nos emprestaram. Estou marimbando-me que nos chamem irresponsáveis. Nós temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e dos franceses. Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos a dívida” e se o fizermos “as pernas dos banqueiros alemães até tremem”». (fonte)

O mesmo Dr. Pedro Nuno Santos, numa outra encarnação, ontem em Faro falando da TAP, uma empresa falida nacionalizada por sua iniciativa, que ele gere pelo telefone:

«A situação é crítica e complexa, é demasiado difícil de gerir e era importante que todos nas suas funções tivessem o recato e a sensibilidade para a situação que muitos estão a viver.» (fonte)

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (53) - Alguém está à espera de milagres?

Parece haver um tecto da média diária por volta das 85 mil doses, o que a manter-se só seriam atingidos os 100% de vacinados em Novembro de 2021.
ECDC

Já foi anunciado o início da vacinação dos escalões abaixo dos 40 anos, contudo, como se vê no diagrama da ECDC, nem todos os +80 estão vacinados e nos conjunto dos dois escalões seguintes de maior risco apenas metade está completamente vacinada.

Em consequência, não estão atingido os dois seguintes objectivos:

14/06/2021

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (195) - Talvez o silêncio resulte de já não haver gente honrada no PS

A comunicação pela câmara de Lisboa dos dados pessoais de organizadores de várias manifestações de protesto às embaixadas dos países a cujos regimes autocráticos as manifestações eram dirigidas incluíram Venezuela e Rússia e conseguiram ao PS, que ocupa ininterruptamente a câmara de Lisboa há 14 (catorze) anos, uma atenção dos mídia internacionais infrequente, por exemplo: 

E o que fazem o Dr. Medina e o seu padrinho Dr. Costa? Ambos lavam as mãos.

O Dr Medina leva a desvergonha ao limite comparando em entrevista à RTP a manif contra o regime putinesco com a manif de estudantes contra o governo de Cavaco Silva em que participou na adolescência e desencava uma manobra de diversão para estúpidos promovendo uma inauguração do Parque Gonçalo Ribeiro Telles que só estará pronto no próximo ano.

O Dr. Costa faz-se de morto durante vários dias e tenta matar o assunto com um «não vejo como possa haver responsabilidade política de algo que não passa do balcão da Câmara de Lisboa», declaração que seria comparável ao professor Marcelo Caetano, questionado sobre as informações sobre cidadãos portugueses arquivadas na Rua António Maria Cardoso, responder «não vejo como possa haver responsabilidade política de algo que não passa dos arquivos da DGS».

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (89) - Em tempo de vírus (LXVI)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O Dr. Costa e os seus amigos revelam uma secreta admiração pelo Czar Putin

Que outra coisa poderia explicar a delação dos esbirros do Dr. Medina, o putativo sucessor dilecto do Chefe, à embaixada em Lisboa do Czar de Todas as Rússias dos nomes dos súbditos deste que organizaram uma manif de protesto contra a receita que o Czar aplica à oposição e tudo isto com o conhecimento e cumplicidade do amigo Dr. Cabrita e do braço direito Dr. Santos Silva? É como que uma homenagem ao Czar que não precisa da Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital para calar a oposição.

Reconheça-se que o Dr. Costa é nesse desiderato ajudado pela inexistência de opinião publica, pelo coro amigo da opinião publicada, pela manada obediente do eleitorado e, até, pela própria oposição. Em boa verdade, a oposição que o Dr. Costa tem mais dificuldade de calar é a oposição interna, como agora mesmo se viu no episódio da delação em que, em contraponto aos apparatchiks que saíram a terreiro defendendo o Dr. Medina, a ministra Dr.ª Leitão veio sugerir que à câmara poderiam ser aplicadas coimas de 80 milhões.

L’État c’est nous

O Dr. Pedro Nuno, presumivelmente num gesto de apaziguamento com o Dr. Costa através do amigo Dr. Cabrita, vai nomear presidente da Autoridade ("independente") da Mobilidade e Transporte, a esposa deste último, Dr.ª Ana Paula Vitorino, ela própria antiga ministra de um governo de que o seu esposo fazia parte.

Pelo seu lado o Dr. Costa nomeia o Dr. Adão e Silva, militante socialista na clandestinidade (demitiu-se para ser comentador "independente") comissário-ministro da Propaganda para as comemorações em 2024 do 50.º ano do 25 de Abril, as quais se prolongarão por cinco anos e meio durante os quais, naturalmente, será exaltada a obra do consórcio socialista que inclui como subempreiteiros o Partido Comunista e o esquerdismo infantil do PREC, agora reunido sob a bandeira do berloquismo.

Take Another Plan. A gestão do Dr. Pedro Nuno

O Dr. Pedro Nuno admitiu que a defesa dos postos de trabalho da TAP passaria pelo despedimento colectivo, uma medida naturalíssima em qualquer empresário mas inesperada, digamos, numa criatura que ameaçava os banqueiros alemães de lhe pôr as perninhas a tremer.

Esse despedimento colectivo faz parte de um plano de restruturação que precisou de seis meses para ser preparado e um ano depois jaz há seis meses em Bruxelas à espera da aprovação.

O que Dr. Pedro Nuno chama ofensas ao Estado português não são ofensas e não são ao Estado português

O Dr. Pedro Nuno a quem o CEO da Ryanair Michael O'Leary deu uns açoites no rabito, veio depois da reunião fazer aquele número do "agarrem-me que eu vou-me a ele" e explicou que não gosta de «deixar ofensas ao Estado português sem resposta», chamando ofensas aos factos e às opiniões neles suportadas de O'Leary e confundindo o Estado português com a sua enfatuada pessoa.

13/06/2021

Em matéria de gosto pelas liberdades, o Portugal dos Pequeninos é como uma espécie de ex-satélite da União Soviética

Esclarecendo a dúvida anterior

Expresso

Repare-se como 14 anos de socialismo em 21 anos foram suficientes para reduzir os refractários à autocracia de 50% para 37% e, principalmente, registe-se como a aceitação da autocracia nos coloca próximos de satélites da União Soviética para onde a jangada de pedra poderia sem grande problema ter sido rebocada. Encontra-se assim outra explicação para o Portugal dos Pequeninos ser o único país europeu com um partido comunista que venera o estalinismo e participa das soluções de governação.

Qed.

Wolfgang Shäuble, a Schwarzes Biest fiscal da esquerdalhada, envia um recado ao Dr. Costa pelo FT

«We must therefore return to monetary and fiscal normality. The burden of public debt must be reduced. Otherwise, there is a danger that the Covid-19 pandemic will be followed by a “debt pandemic”, with dire economic consequences for Europe. With their ageing populations, EU countries will struggle to match the US and China in productivity and competitiveness if they allow excessive debt to jeopardise their financial flexibility. Thus, all eurozone members must engage in efforts to return to stricter budgetary discipline.

Experience shows that balanced budgets in countries with high levels of debt are almost unattainable without external pressure. Left to their own devices, members of a confederation of states are likely to succumb to the temptation of incurring debt at the expense of the community.»

Mitos (312) - Os veículos eléctricos não têm impacto ambiental

É claro que os veículos eléctricos têm impacto ambiental, desde logo porque a fabricação de baterias é um processo com elevado impacto e a produção de uma parte importante da electricidade que usam tem igualmente impacto ambiental, em certos casos muito significativo, no caso da Alemanha que fechou as suas centrais nucleares e passou a usar mais intensamente as centrais a carvão.

Contudo, o impacto ambiental menos óbvio é o do fim da vida dos veículos eléctricos. Diferentemente dos veículos com motores de explosão, dos quais se consegue reciclar até 95%, em parte porque são compostos por 70% de metais ferrosos para os quais existem processos maduros de reciclagem, os veículos eléctricos contêm uma muito maior variedade de materiais e muitos componentes eléctricos difíceis de reciclar, como as baterias de íon-lítio que são inflamáveis.

Economist

Até que estejam operacionais processos economicamente viáveis de reciclagem em unidades capazes de dar conta do volume crescente de veículos eléctricos em fim de vida, muita água irá correr sob as pontes. Isso, porém, não é obstáculo à fé inabalável do ambientalismo utópico.

11/06/2021

Dúvidas (310) - 37%? Tantos?

Observador

Qual é a surpresa? Repare-se a conformidade da maioria com o diktat socialista, note-se que o Portugal dos Pequeninos é o único país europeu com um partido comunista que venera o estalinismo e participa das soluções de governação, lembre-se que é igualmente o único país europeu com uma maioria constituída por partidos de esquerda não democratas ou de democracia duvidosa. Nada de novo, há cinco décadas António Alçada Baptista já o tinha percebido:
«Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.»

A doação de vacinas da administração americana vista à luz de teorias da conspiração

WSJ

A doação vista por
  • Um comunista - é uma oportunidade para a multinacional Pfizer ganhar fortunas à custa da classe operária americana
  • Um esquerdista - aprovo, o velhote foi influenciado pela vice Kamala que combinou tudo com a Ocasio-Cortez
  • Um trumpista - é uma kabala do pântano de Washington para disfarçar que o Donald ganhou as eleições
  • Um anti-vax - as vacinas vão causar autismo nas crianças e impotência nos adultos.

10/06/2021

O resultado de décadas de facilitismo escolar

José Neves, líder da Farfetch, uma das pouquíssimas start up portuguesas de sucesso, confessou em entrevista ao jornal Eco ter dificuldade em recrutar gente competente nas áreas das tecnologias de informação, em contracorrente ao discurso oficial que glorifica a excelência das escolas do Portugal dos Pequeninos e dos profissionais nelas formados. 

São as pesadas consequências indesejadas de um ensino pouco exigente e facilitista, agravada nos últimos anos pelas cedências do governo socialista ao esquerdismo para pagar as facturas da geringonça, transformando as escolas em centros de propaganda LGBT e identidade de género.

Libertemos os animais domésticos do jugo dos seus donos e condenemos o PAN que preconiza a sua castração

«Agora se queremos discutir o respeito pela natureza intrínseca dos animais, tenham paciência, é muito mais lógico defender a proibição de detenção de animais domésticos com excepções bem definidas, que proibir touradas: a falta de respeito pela natureza intrínseca dos animais é incomparavelmente maior na generalidade dos cães e gatos urbanos que em todo o ciclo de vida associado às touradas.»

Só posso concordar com Henrique Pereira dos Santos, invectivando os cruéis dirigentes do PAN e sugerindo que autoapliquem a solução que preconizam para a bicheza.

09/06/2021

Agarrados à saia da mãe (ou às calças do pai)

Quanto se olha com atenção este e este quadros publicados pelo Eurostat com dados da UE sobre a idade média dos jovens quando abandonam o aconchego do lar materno e a percentagem de jovens adultos que vivem com os pais, é visível uma correlação negativa significativa entre esses dados e o nível de desenvolvimento económico medido pelo PIB per capita PPC.

Vejamos o caso de Portugal: com 30,0 anos, mais 3,5 anos do que a média UE27, é o quinto país na idade média de saída de casa dos pais e com 81,2%, mais 11,4 pp do que a média UE27, é o sexto país na percentagem de jovens com 18-34 anos que permanecem em casa.

Não certamente por acaso, os outros países com valores mais elevados do que Portugal num ou nos dois indicadores são Croácia, Itália, Grécia, Eslováquia, Espanha, Malta, a maioria da Europa do Sul, com PIB per capita PPC abaixo da média UE27 e quase todos com uma cultura de tendência colectivista e o respectivo cortejo de consequências: compadrio, nepotismo, corrupção. 

É claro que colocar as coisas assim é simplificar, sobretudo no caso de Itália que, apesar do declínio duas últimas décadas, ainda apresenta um PIB per capita de 96% da média UE27. Mas a Itália são duas Itálias, a do Norte e a do Sul que está próxima do pelotão português.

Talvez possamos concluir que aqueles dois indicadores são apenas proxies do colectivismo que cultiva a dependência do grupo e do Estado, por oposição ao individualismo característico das sociedades liberais que proporcionam ambientes mais favoráveis à iniciativa, ao empreendedorismo e, em consequência, ao desenvolvimento económico e social.

08/06/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (52) - Não é impossível cumprir os objectivos, mas nada está garantido

O governo definiu vários objectivos para a vacinação, nomeadamente os seguintes: 

Primeiro objectivo - é atingível desde que se mantenha uma média diária na ordem dos 74 mil, o que tem acontecido desde o dia 7 de Maio.
Segundo objectivo - nunca foi atingido de uma forma sustentada, sendo certo que por razões puramente ideológicas o governo não recorreu à rede nacional de farmácias com medo de tornar visível a incapacidade de resposta do SNS.

Terceiro objectivo - não foi atingido, nem mesmo para os maiores de 80 anos como se confirma no quadro seguinte.
ECDC

Quarto objectivo - em cinco meses e meio só 40% receberam pelo menos uma dose e para atingir este objectivo seria preciso administrar em menos de dois meses, que incluem períodos de férias, 3 milhões de primeiras doses, mais do que os 2,7 milhões administrados nos últimos dois meses.

07/06/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (88) - Em tempo de vírus (LXV)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O PS oferece aos portugueses o pior dos dois mundos: pobreza e falta de liberdade

Nos últimos 26 anos, dos quais 19 sob governos socialistas, Portugal está a ser ultrapassado, ano após ano, pelos países da Europa de Leste que viveram 40 anos sob a bota soviética e estão a crescer mais depressa. Além de nos oferecer a pobreza relativa, o PS está a oferecer-nos a falta de liberdade, certificada recentemente pelo Democracy Report 2021 do V-Dem Institute que despromoveu a democracia portuguesa de “democracia liberal” para “democracia eleitoral limitada”.

Os contribuintes não pagarão nada e o nada já vai em 6 mil milhões (por agora)

Quando da venda dos restos do BES ao fundo Lone Star, o Dr. Costa garantiu que isso seria sem custos para os contribuintes, como os auto-estradas do Dr. Guterres, lembram-se? Agora, nas páginas autorizadas do semanário de reverência escreve-se que «o Novo Banco já recebeu quase 8 mil milhões de euros do Fundo de Resolução. Cerca de 6 mil milhões deste montante foram emprestados pelos contribuintes».

O estado do Estado sucial administrado pelos socialistas

Enquanto enche a boca e as páginas dos jornais amigos com a sua paixão pela Cóltura, o Dr. Costa e a sua ministra para a dita deixam o Museu Nacional de Arte Antiga fechar salas por falta de vigilantes e o Museu dos Coches definhar por falta de manutenção.

Não é só a Marinha que tem as fragatas inoperacionais, também a Força Aérea manda dizer que só um terço dos helicópteros de salvamento está operacional e dos C-130 apenas dois em cinco.

Take Another Plan. A obra do Dr. Pedro Nuno

Depois de serem conhecidos os prejuízos de 1.418 milhões em 2020, ficaram a conhecer-se os 365 milhões de prejuízos no 1.º trimestre deste ano. Também se ficou a saber que depois de aplicadas políticas socialistas de defesa do emprego dos 14 mil empregados da TAP restarão 8.100, segundo o Dr. Frasquilho, factótum do Dr. Pedro Nuno. Resto que ainda assim será demasiado quando se comparam os 17 milhões de passageiros da TAP antes da pandemia com os 149 milhões da Ryanair com 17 mil empregados.

Estava escrito que depois de tanta asneira para apaziguar os lóbis da igualdade de género tinha de ser escolhida para CEO uma mulher. Não ajuda muito saber que o último posto da escolhida Christine Ourmières-Widener foi CEO do Flybe Group, um operador regional ainda mais pequeno do que a TAP, entretanto falido - reconheça-se uma experiência relevante no caso da TAP.