12/04/2025

SERVIÇO PÚBLICO: Num oceano de delírios ideológicos ressabiados uma ilha de racionalidade. Se não leu, deverá ler

«Uns e outros projectam em Donald Trump os seus particulares e entranhados ódios e amores. Uns e outros sublinham aquilo com que concordam e desculpam ou ignoram tudo aquilo que não lhes é palatável. Funcionam basicamente como clubes de fãs, cultos idólatras, ou grupos de ódio. (...)

Pontapear a ideologia woke para fora das instituições, reforçar o apoio a Israel face ao tsunami do antissemitismo, disciplinar a balbúrdia das fronteiras abertas, recuperar o orgulho nacional, acabar com a roda livre de burocracias e intelectuais orgânicos instaladas na manjedoura do orçamento e nas instituições, impor o bom senso nas questões da energia e do clima, etc., são coisas saudáveis, fazem bem à América e ao mundo ocidental, se nos servirem de exemplo.

Dirigir a economia, esfaquear aliados, passear de braço dado com criaturas medonhas como Putin, intimidar os mais fracos e deslizar o estado de direito pelo fio da navalha são, pelo contrário, acções desastrosas para as mesmas entidades. Até porque atrás de tempos, tempos vêm, e quem trata mal aqueles por quem passa ao subir, vai dar-se mal quando voltar a passar por eles ao descer. (...)

A parte positiva disto tudo? Embora não acredite que tenha sido essa a intenção (basta atentar no modo condescendente e até de desprezo com que Donald Trump e a sua entourage se referem a nós, europeus), se o que se está a passar for assumido como um acordar violento a obrigar à acção, ainda poderemos vir a agradecer ao presidente americano este choque de realidade.

Tempos difíceis criam pessoas fortes e estas fazem tempos fáceis.»

A Administração Trump, entre o melhor e o pior, José António Rodrigues do Carmo no Observador

11/04/2025

Pior do que aumentar discricionariamente os direitos de importação é induzir imprevisibilidade no sistema

Fonte
 Na lógica trumpiana o aumento das "tarifas" (*) iria ter três "belos" efeitos para Make America Great Again. Reduzir o desequilíbrio da balança comercial americana, equilibrar as contas públicas com o aumento da receita fiscal e pôr em prática uma estratégia de substituição das importações proposta pela Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) que os governos esquerdistas da América Latina adoptaram nas décadas de 60 e 70 do século passado, com o sucesso conhecido. Tudo isto com o propósito de trazer de novo para os EUA os empregos que tinha voado para a China, o México, etc. 

Esquecendo os efeitos inflacionários e que quem paga as "tarifas" são os consumidores americanos, esquecendo os efeitos da falta de concorrência na produtividade e na eficiência das empresas americanas, esquecendo os efeitos nas exportações americanas das retaliações da China, da UE, do Canadá, do México, etc. e esquecendo várias outras coisas talvez mais importantes, pergunto quem é que num contexto político, social e económico em que tudo pode mudar da manhã para a tarde vai investir na indústria americana para criar novos empregos? 

VIX (CBOE Volatility Index da Chicago Board Options Exchange) 

Antes de responder convém olhar para o índice VIX que traduz a expectativa de volatilidade dos investidores e que atingiu valores só ultrapassados nos últimos 20 anos pela crise do subprime e pela pandemia.

 U.S. Treasury Bond Futures

E, já agora, convém também olhar para os futuros da dívida americana.

(*) O jornalismo de causas amador e ignorante parece ter adoptado "tarifas" para traduzir "tariffs" (sinónimo import levy), termo que faz sentido em inglês e que traduzido em português por tarifas" é um perfeito disparate.
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Já depois de ter escrito este post, li o artigo de Ricardo Reis «As tarifas de Trump são ainda piores do que pensa», cuja meridiana clareza recomenda a leitura. 

10/04/2025

Dúvidas (348) - Não será um poucochinho exagerado? (7) - O surto inovador e inventivo que nos assalta

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5) e (6)

Não falha. O European Patent Office divulga os dados das patentes do ano anterior e os jornais do Portugal dos Pequeninos celebram os feitos dos "inventores" portugueses. Alguns exemplos de títulos bombásticos:
Para um país pouco dado à inovação que parte de uma base muito baixa, o crescimento do número de patentes é inevitavelmente elevado como se pode ver no gráfico seguinte.


Porém, os 347 pedidos de patentes em 2024 colocam-no no 28.º lugar entre os 39 membros da European Patent Organisation, dos quais 12 não são membros da UE. Poderia concluir-se que isso resulta da pequenez do Portugal dos Pequeninos. Poderia, mas não pode.


Quando vemos o gráfico anterior do número de pedidos por milhão de habitantes e constatamos que nos situamos no 28.º lugar com um rácio (33,5) que é um quarto da média da EPO (137,4) somos forçados a aceitar, uma vez mais, que as celebrações da nossa "patriótica" imprensa são muito exageradas.

09/04/2025

BELIEVE IT OR NOT! A Billionaire Talks to Americans Like They're Idiots

«Billionaire investor Bill Ackman walked back his attack on Commerce Secretary Howard Lutnick on Monday in a post on social media, after previously arguing the commerce secretary profits if the economy implodes amid ongoing backlash to President Donald Trump's tariffs. (...)

"I am just frustrated watching what I believe to be a major policy error occur after our country and the president have been making huge economic progress that is now at risk due to the tariffs," Ackman continued. (...)

"This is not what we voted for," Ackman said. »

(Fox Business)

«This is not what we voted for"? Is this talk for idiots? How is it possible that Mr. Ackman and many others with him, wash their hands claiming that they were surprised when perhaps Donaldo's only quality is that he shouted out loud much in advance what he was going to do?

Dúvidas (347) - Terá o MAGA uma vocação global?

Jornal Eco

«A embaixada dos Estados Unidos em Portugal está a realizar uma revisão global padrão dos contratos, que se aplica a todos os fornecedores e beneficiários de subvenções do Governo dos EUA. Este processo inclui um pedido de certificação para garantir o cumprimento das leis norte-americanas anti-discriminação, indicou ao ECO fonte oficial da embaixada.»

Não me recordo da administração Biden ter instruído as embaixadas americanas para compelirem os seus fornecedores locais a adoptar as políticas DEI.

08/04/2025

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (55)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

A Nau Catrineta sem o Dr. Costa ameaça encalhar

O Dr. Pedro Nuno seria como aquela senhora da anedota que tinha muito passado, pouco presente e nenhum futuro, se não fosse o facto de também o seu passado não ser muito. Quanto ao resto está como a senhora. De facto, por um lado é abandonado por costistas, como o Dr. Medina, e por livres-pensadores (ou o que há de mais parecido com isso no PS), como o Dr. Sousa Pinto, por outro a Dr. Alexandra Leitão disfarça cada vez menos as suas ambições e candidata-se a presidente da câmara de Lisboa, ensaiando o caminho bem sucedido para a liderança do Dr. Costa e  o caminho interrompido do Dr. Medina.

Insanidade é pretender continuar a fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes

Ao proporem resolver o problema da habitação com o congelamento das rendas o Berloque de Esquerda e o PCP poderão ter algumas desculpas - o primeiro nunca esteve no governo e o segundo já lá não está desde o PREC. O PS não tem nenhumas desculpas porque experimentou a receita durante oito anos com os resultados conhecidos.

O mesmo PS não precisa de ser sujeito ao teste do algodão e mostra ao que iria se ganhasse as eleições. Propõe-se usar 1.500 milhões do excedente orçamental «não para resultados imprevisíveis» (por exemplo investimento), mas para «decisões fáceis, com resultados imediatos ou diretos», por exemplo IVA zero num cabaz básico, IVA reduzido na electricidade e, inevitavelmente, propõe-se aumentar o salário mínimo.

Um quarto de século de várias modalidades de socialismo só podia dar nisto

mais liberdade

«Não faltam saídas a “um dos maiores ativos da política portuguesa”»

Foi com este título encomiástico e quiçá encomendado que a jornalista, porta-voz e assessora de imprensa do Dr. Marcelo, «faz agora quatro meses (foi) atrás de Mário Centeno até à Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, onde o governador do Banco de Portugal ia dar uma aula aberta» para escrever uma peça com 8 (oito) longas páginas promovendo-o a um lugar à altura que pode ser «cargo internacional ou voltar à política. Há um PS que conta com ele. Se a instabilidade apertar, quem sabe?» Sim, quem sabe se o Dr. Marcelo também não conta com ele para chefiar uma espécie de governo de iniciativa presidencial de “salvação nacional” depois de eleições inconclusivas.

07/04/2025

Crónica de um Governo de Passagem (47)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Nas eleições a fingir o Dr. Montenegro continua à frente. Nas eleições a sério ainda não sabemos

As sondagens apontam todas na mesma direcção. Os títulos é que não, como o do semanário de reverência a pagar as suas dívidas do edifício da sede, que titulou «empate técnico entre AD e PS». A sondagem da Pitagórica dá 6,6% de vantagem à AD sobre o PS, a do CESOP-Católica 4% e a da Consulmark2 5,7%, com o Chega a descer, apesar (ou será por causa?) do cartaz que põe lado a lado o Dr. Montenegro e o Eng. Sócrates para ilustrar os “50 anos de corrupção

Em todas as sondagens o Dr. Montenegro surge como preferido ao Dr. Pedro Nuno para primeiro-ministro, apesar da Spinumviva (ou será por causa? já que o Dr. Pedro Nuno até agora só conseguiu viver do pai e do Estado). Por falar em Spinumviva, o jornalismo de causas depois de andar semanas a apontar o dedo à empresa do Dr. Montenegro, que presta serviços de encarregado de protecção de dados, por não estar registada na Comissão Nacional de Proteção de Dados, ficou a saber que quem tem de fazer o registo é o cliente e não prestador.

O tiro no pé chega um ano depois

O ano passado o governo AD reduziu as retenções de IRS para passar a mão no lombo dos eleitores. Este ano, em plena campanha eleitoral, quando mais precisaria de os afagar, a oposição agita a redução dos reembolsos contando com a ignorância e distracção dos eleitores que não percebem que lhes foi mais favorável pagarem o ano passado menos IRS do que lhes devolverem um ano depois o excesso.

Combater o inimigo no mar com as pensões em terra

Parece ser isso que o novo chefe do Estado-Maior da Armada diz (ou dizem os jornalistas do semanário de reverência que ele disse) que «assume a ambição de adquirir mais meios, como submarinos e fragatas, mas pede atenção à condição militar, defendendo uma reversão do corte nas reformas do tempo da troika. Caso contrário, com novos navios a chegar nos próximos anos, corre o risco de não ter gente para os operar.»

Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

Agora são os obstetras do Hospital Garcia de Orta que se vão embora. O semanário de reverência diz no título que são sete e depois perde-se nas contas e chegamos ao fim da peça sem saber quantos saem e quantos ficam.

O algodão não engana. O governo do Dr. Montenegro é quase tão socialista como um governo socialista

Nós aqui no (Im)pertinências temos uma certa fixação no teste do algodão que neste caso consiste em verificar se para desenvolver o país e fazer a economia crescer um governo pretende aumentar os rendimentos ou o aumentar o investimento produtivo e/ou reduzir os impostos. Ao puxar pelos salários e diminuir o investimento (que caiu 7,1%) e aumentar a carga fiscal para 35,7% no seu primeiro ano, o governo do Dr. Montenegro passou com distinção o teste. A confirmar o teste, a despesa pública aumentou 7,6%, continuando a obra do Dr. Costa que a havia aumentado 50% entre 2015 e 2023.

É claro que, com a despesa pública a crescer a este ritmo, mesmo com o aumento da receita fiscal, a dívida pública continua a crescer em Fevereiro subiu 277 mil milhões.

06/04/2025

ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas tem dificuldade de lidar com a causalidade

O outro contribuinte escreveu há dias sobre a dívida que o governo socialista do Eng. Sócrates deixou a Passos Coelho, dívida que o Diário de Notícias classificou como a «megadívida de Passos Coelho».

Ora a causa dessa megadívida foram os empréstimos da troika, a causa dos empréstimos foi a bancarrota do Estado sucial cuja causa foi a governação corrupta, irresponsável e ruinosa do Eng. Sócrates e da sua trupe, alguma da qual ainda por aí anda. O que é de Passos Coelho não é, portanto, a megadívida, em vez disso, é o resgate limpo que deixou o país a crescer, a balança comercial superavitária pela primeira vez em décadas e as "contas certas" que o Dr. Costa se auto-atribuiu. 

Algumas das medidas do resgate obrigaram à venda de várias empresas públicas, inevitavelmente a interesses estrangeiros porque Portugal estava descapitalizado e os empresários portugueses não tinham dinheiro nem para mandar cantar um cego. Também inevitavelmente, os dividendos dessas empresas são pagos a accionistas estrangeiros que, outra vez inevitavelmente, estão no estrangeiro.

E assim chegamos a um exemplo de jornalismo de causas mais subtil do que o tosco do DN com uma peça do semanário de reverência. Peça confusa, com vários erros e o título pesaroso «Quase três quartos dos dividendos da Bolsa vão para o estrangeiro», isto é, vão para «as gigantes que entraram em Portugal durante a crise financeira», como se este facto não fosse causado pela bancarrota que o governo socialista deixou, mas tivesse resultado de uma qualquer fatalidade, um cataclismo da natureza ou da maldade do "neoliberalismo". 

05/04/2025

Unintended consequences: what if Mr. Trump was making China great instead of making America great again?

«As Donald Trump unleashes a volley of tariffs and his administration talks up the strength of its military alliances in Asia, you might think that these are anxious times in the country that America sees as its main adversary. In fact, our reporting from Beijing reveals a very different picture. MAGA is putting pressure on China’s leaders to correct their worst economic errors. It is also creating opportunities to redraw the geopolitical map of Asia in China’s favour. (...)

Mr Xi has been preparing for today’s chaotic world ever since becoming China’s leader in 2012. He has urged economic and technological self-sufficiency on his country. China has reduced its vulnerability to American chokeholds, such as sanctions and export controls. Although its banks still need access to dollars, it now makes most non-bank international payments in yuan.

China’s domestic economy has unrecognised strengths. Competition and an embrace of technology mean that its industrial firms thrash Western rivals in everything from electric vehicles to the “low-altitude economy”, meaning drones and flying taxis. Viewed from China, Mr Trump’s tariffs will condemn Detroit to 1970s-style obsolescence, just as his crusade against universities will set back innovation. (...)»

 How America could end up making China great again

04/04/2025

Lost in translation (371) – "Megadívida de Passos Coelho" significa a dívida que o governo socialista do Eng. Sócrates deixou a Passos Coelho enquanto fazia um período sabático em Paris

Diário de Notícias

Inspirado pela imprensa amiga do governo socialista criei há uns anos no Glossário das Impertinências a entrada Diário da manhã, classificação que o DN e outros jornais continuam a justificar, pelo menos por algumas "notícias", como a que cito. Comecemos por recordar em que consistiu a «megadívida de Passos Coelho».

Para quem não tenha tido ou já não tenha memória do que foi resgate que o governo de Passos Coelho teve de enfrentar, republico o gráfico acima e recordo que o governo de José Sócrates levou o Estado sucial à falência com a tesouraria à beira da ruptura no final do 1.º trimestre de 2011. Foi essa iminência que retirou a margem a Teixeira dos Santos para enfiar outra vez o problema para debaixo do tapete, como andava a fazer há muitos meses, e o forçou a encostar José Sócrates às cordas e obrigou este a lançar a toalha ao chão pedindo a intervenção da troika. O Memorandum of Understanding foi negociado em Abril e é assinado a 17-05-2011. O governo «neoliberal» toma posse a 5 de Junho e a primeira tranche do empréstimo chega nesse mês, escassamente a tempo de cobrir mais de meia dúzia de mil milhões de euros de pagamentos previstos para os quais não havia dinheiro. É a entrada dessa 1.ª tranche, a primeira de várias que engrossaram a "megadívida", que explica o salto no saldo de caixa no final do 2.º trimestre de 2011.

03/04/2025

Pro memoria (440) - Nearly a $2 trillion wipeout


«Roughly $1.7 trillion was erased from the S&P 500 at the start of US trading on Thursday amid worries that President Donald Trump’s sweeping new round of tariffs could plunge the economy into a recession. The index is on the brink of a crucial technical inflection point that threatens a longer-term wipeout. 

The damage was heaviest in companies whose supply chains are most dependent on overseas manufacturing. Apple, which makes the majority of its US-sold devices in China, plunged after the open – even after a yearslong effort to insulate itself from trade wars.»  (Bloomberg newletter)

O Portugal dos Pequeninos não é deste mundo (2)

 Continuação de (1)


Ao lítio, um metal essencial para a tão celebrada "transição energética" cuja exploração continua a ser empatada, ao petróleo cuja exploração foi proibida, e aos terrenos para construção cuja "lei dos solos" foi reduzida a quase nada, parlamento acrescentou uma moratória sobre a mineração em mar profundo até 2050 (Lei n.º 36/2025, de 31 de março). 

Para um país que importa anualmente mais de 20 milhões de toneladas de minerais e produz pouco mais de 1 milhão de toneladas, que tem uma Zona Económica Exclusiva com 1,7 milhões de kms ou quase 20 vezes a área do território, ZEE que é a 3. ª maior da UE e representa 11 % da ZEE da União Europeia, abdicar da mineração em mar profundo nos próximos 25 anos, em que estão em curso avanços tecnológicos importantes para reduzir o impacto ambiental dessa mineração, é uma mutilação suicidária.

01/04/2025

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (54)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

O Dr. Pedro Nuno teve mais uma epifania habitacional

Não satisfeito com o fracasso dos seus múltiplos programas de habitação, o Dr. Pedro Nuno apresentou mais uma ideia que, suspeito, naquela sua cabecinha pensadora é uma espécie de milagre e consiste em usar uma parte dos lucros da Caixa para alimentar «uma conta corrente no Estado que permita às nossas autarquias recorrer a financiamento para avançar com projetos de habitação». E pronto, era uma vez um problema da habitação. Como é que ninguém se tinha lembrado disto antes?

Confirma-se, o “1.º Direito” deu para o torto

A um ano do fim do PRR, das 26 mil casas do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação “1.º Direito”, lançado pelo Dr. Costa e o Dr. Pedro Nuno no início de 2023 está contratualizada mais de 90% da primeira tranche do dinheiro disponível e só foram entregues menos de 10% das casas previstas para 2026.

Take another plan. O balão esvaziou

Os dirigentes da TAP felicitaram-se pelos lucros de 177 milhões em 2023 e pelos 72 milhões no segundo trimestre de 2024, que compensaram os prejuízos quase iguais do 1.º trimestre, e fecharam o ano com um lucro de 53,7 milhões, o que são amendoins para um elefante branco como a TAP que recebeu 3,2 mil milhões de subsídios que lhe pouparam uns 200 milhões de juros por ano e a dispensaram de gerar margens para amortizar os 3,2 mil milhões.

Jornal Eco

Comparando a TAP com a concorrência, a felicidade dos dirigentes (e do Dr. Pedro Nuno que lá andou a brincar aos gestores) transforma-se em falta de decoro.

Take another plan. Nove anos depois, o accionista Parpública tirou da manga um disclaimer

A semana passada chegou ao parlamento uma nota de 2017 em que a Parpública, o accionista da TAP, se queixa de não ter tido acesso a todos os documentos da renacionalização pelo Dr. Costa e a considera um «retrocesso sem precedentes» no que toca às responsabilidade e obrigações financeiras do Estado,

Os investigadores da Judite são historiadores frustrados

Em 2021 a Judite iniciou a Operação Mais-Valia de investigação à venda em 2018 da antiga sede da Federação Portuguesa de Futebol (fonte). Um dia numa década distante irá constatar-se que o “crime” prescreveu.