28/02/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (10) (REVISTO)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

Alertado por um comentário (obrigado!) sobre «um erro na previsão da conclusão usando a média a 7 dias», corrigi as fórmulas e aproveitei para fazer uma alteração importante dos critérios, além de incluir os dados de ontem, conhecidos esta manhã.

As datas estimadas para a conclusão referiam-se a uma única dose, quando na verdade a vacinação só ficará concluída quando forem administradas as duas doses a toda a população ou a 70% para o objectivo que a ministra anunciou. É claro que estas estimativas terão de ser alteradas se em determinada altura começarem a ser administradas vacinas de uma só dose. 

O resultado destas alterações é que as datas estimadas dão um salto de dois anos com a média desde o dia 27 de Dezembro ou de um ano com a média móvel dos últimos dos 7 dias.

Considerando que a média de todo o período inclui as primeiras 6 semanas em que a task force esteve entregue a um apparatchik exemplarmente incompetente, é mais realista considerar a estimativa baseada na média móvel dos últimos dos 7 dias.

Ainda assim, repare-se que a média móvel de 7 dias mostra uma certa estabilidade o que talvez evidencie que nas condições actuais não se conseguirá ir mais longe o que constituiria um desastre para os infectados e para o país se o governo continuar com os confinamentos sem critério, como tem feito.

Lost in translation (350) - Ó Dr. Costa traduza lá por miúdos o que vai fazer ao resto


Aproveitando a ignorância e desinteresse dos sujeitos passivos e contando com a prestimosa colaboração do jornalismo de causas para propagar a Boa Nova, o Dr. Costa respondeu com o seu habitual estilo mistificador às críticas de uma bazuca virada para o Estado sucial gravando um vídeo a garantir que «no PPR estão directamente reservados às empresas 4.600 milhões de euros para investir até 2026».

O que ele não explicou foi que os restantes 9.300 milhões de euros vão ser despejados na máquina trituradora do Estado sucial. Como não explicou que além dos 13.900 milhões do PRR vão ser despejados um total de 61.000 milhões até 2029 dos dinheiros da Óropa. 

É claro que no dia seguinte o Dr. Souza do Planeamento foi explicar ao parlamento, com o mesmo estilo mistificador do seu chefe, que afinal não só os 4.600 milhões para as empresas porque, segundo ele, do total dos 13.900 milhões do PRR, 10.000 milhões serão compras às empresas. Sem surpresa, nenhum deputado lhe pediu para explicar porquê, não produzindo o Estado sucial nenhum bem ou serviço transaccionável, só 10.000 dos 13.900 milhões serão procura às empresas e o que será feito do resto.

Esta gente nunca perceberá que em vez de ser o governo e os seus apêndices, ocupados por gente que nunca criou um posto de trabalho e a maioria só entrou em empresas produtivas para fazer inaugurações, a decidir onde vai ser aplicado o dinheiro seria um desastre menor usar o helicóptero e fazer o que a administração Trump e a administração Biden fizeram: distribuir um total de quase 2 biliões de dólares (dois milhões de milhões) pelos cidadãos para gastarem e em consequência o desemprego ficar pelos 4% e o crescimento do PIB subir para 6,8%.  

Escrevi desastre menor porque sendo certo que na economia portuguesa descapitalizada o dinheiro do helicóptero iria em grande parte financiar importações de bens e só uma pequena parte acabaria investida. Porém, com o governo a decidir onde vai ser aplicado o dinheiro o resultado não será melhor e no fim do dia vamos ter o que sempre tivemos: dinheiro deitado em cima dos problemas, mais uns elefantes brancos e enriquecimento sem causa de empresários do regime e da grande família socialista em geral.

27/02/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (9)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-2020; 70% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

O Sr. Almirante deve ter calçado as botas da tropa e conseguiu maior tracção para empurrar as milícias vacinadoras. É melhor não deitar já foguetes, não só porque tudo o que sobe pode descer, como no fim de semana passado desceu e não foi pouco.

26/02/2021

O Dr. Costa realiza o mantra do Dr. Marcelo: melhores entre os melhores

Trilema de Žižek

ESCOLAS Ninguém fecha tanto quanto Portugal

O governo do Dr. Costa e a grande família socialista conseguem sucessos em todas as frentes: n.º 1 no fecho das escolas, n.º 2 com menos confinamento, n.º 1 mundial nas morte por Covid (22-01) e ainda consegue ser o n.º 4 na EU na queda do PIB. Melhor não é possível.

Distributivismo, estagnação, endividamento. Faltava a polarização social. Já não falta

«Uma sociedade dividida é estruturada por polarizações (antagonismos baseados em conflitualidades de tipo étnico, de tipo religioso ou justificados pelas interpretações da origem das desigualdades sociais, que produzem visões do futuro radicalmente distintas) que geram democracias instáveis e poderes políticos débeis. (...) 

Uma sociedade dividida por polarizações políticas configura um específico campo de possibilidades, que fica mais orientado para o distributivismo interno (para reduzir a conflitualidade) do que para a comparação competitiva com as outras sociedades e, menos ainda, para a preparação da defesa contra possíveis intenções externas de dominação. Uma sociedade dividida é uma sociedade virada para dentro de si própria. E a sua preferência pelo distributivismo implica que tenha uma grande tolerância ao endividamento, que pode mesmo evoluir para uma propensão natural, e à estagnação do seu crescimento económico, que aparece como o efeito natural dessa divisão polarizada da sociedade.

O campo de possibilidades de uma sociedade dividida, que é também um sistema político de poder débil, encontra o seu obstáculo intransponível quando chega ao fim a possibilidade de recurso ao endividamento de que depende para sustentar o distributivismo que usa para reduzir a conflitualidade - mas que não serve de nada se não conseguir escapar à estagnação do seu crescimento económico e dos seus indicadores de competitividade.»

Sociedade dividida e democracia, Joaquim Aguiar no Negócios

O Partido Socialista, com as suas lideranças oportunistas e sem princípios, com a cumplicidade do PSD como parceiro menor, já era, o grande responsável pelo distributivismo, estagnação e endividamento, ao recorrer à geringonça, depois de perder as eleições de 2015, trouxe para o centro do poder político a agenda radical do berloquismo e tornou-se o responsável pela crescente polarização social.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (8)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-2020 70% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

Deve haver uma razão para o número diário de vacinados na última semana variar na proporção de 1 para 8, não obstante desde o dia 3 de Fevereiro ser um Almirante a comandar a armada dos vacinadores.

25/02/2021

Proposta Modesta para Devolver com Atraso aos Povos Colonizados as Riquezas Espoliadas pelo Colonialismo Português, Começando pelo Brasil

Em 1729 Jonathan Swift publicou um panfleto satírico com o título longo e insólito A Modest Proposal: For Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to Their Parents or Country, and for Making Them Beneficial to the Public.

Desde então, inúmeras Propostas foram baptizadas de «Proposta Modesta». O (Im)pertinências, com quase quatro séculos de atraso, apresentou já várias, três delas Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações. A proposta de hoje tem o mesmo propósito de evitar desperdícios.
 
Dando razão à justa luta dos áctivistas pela destruição dos símbolos do colonialismo português, mas considerando-a sobretudo simbólica e inadequada para compensar a cruel humilhação pelo Quinto Império e a espoliação desenfreada das riquezas naturais dos povos colonizados, perpetrada por sucessivos regimes opressivos em Portugal (salvo o regime republicano que, embora praticando um colonialismo ainda mais opressivo, nos deixou o legado da ética republicana), proponho que se restitua a esses povos os bens espoliados, ou, não sendo possível a reconstituição natural, se pague uma adequada compensação por essas riquezas. 

Mãos à obra

Proponho ainda que se comece por indemnizar o Brasil pelo equivalente ao ouro e aos diamantes apropriados que, segundo algumas estimativas, teria um valor actual superior a 100 mil milhões de euros. Para tal, começará  por devolver-se as 382,5 toneladas existentes nos cofres do BdP, que às cotações actuais valem uns 18 mil milhões de euros. Para pagar o restante, proponho adoptar a ideia luminosa do manifesto dos Prof. Louçã e Piketty e fazer uma emissão de dívida perpétua do montante necessário. Caso não haja procura suficiente para esta emissão, será proposta ao Sr. Claude Berda a compra do Convento de Mafra que, como se sabe, foi construído com o ouro do Brasil.

Proponho, ademais, que as compensações a pagar ao povo brasileiro só tenham lugar após o impeachment ou morte do Capitão Jair Bolsonaro, o que primeiro ocorrer.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (7)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

Primeiro foi a Dr.ª Graça a anunciar no dia 13 que iriam ser administradas 100 mil vacinas por dia no segundo trimestre do ano. Segunda-feira o Sr. Almirante garantiu a mesma coisa e ontem quarta-feira corrigiu o tiro e disse no parlamento que haveria capacidade para administrar 70 mil e o objectivo seriam 100 mil.

Se me é permitido, imploraria ao Senhor Almirante que calçasse as botas da tropa e descalçasse os sapatinhos da  Drª Temida e da Dr.ª Graça guardando de Conrado o prudente silêncio, o mais possível, enquanto empurra as milícias de apparatchiks do SNS para injectarem @s velhinh@s. E se peço que calce as botas, não para pontapear as milícias, mas porque as botas dão mais tracção.

24/02/2021

Títulos inspirados (91) - Roídos de inveja

«Queridos britânicos, invejamos-vos!» título de 1.ª página do Bild, o jornal alemão de maior tiragem, reagindo ao anúncio de BoJo do princípio do fim do lockdown

Finalmente o reconhecimento institucional (ainda que com ortografia errada)

A Fundação Francisco Manuel dos Santos lança hoje um conceito [IN] PERTINENTE

É sob o lema [IN] Pertinente que a Fundação lança um novo conceito para abordar os grandes temas da actualidade, usando a pertinência dos factos e o saber de especialistas, materializando uma das vertentes da sua missão: criar conteúdos acessíveis e rigorosos, que permitam formar opinião.

Assista hoje, em directo, ao primeiro [IN] PERTINENTE, no formato Entrevista.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (6)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

O número de vacinados que havia aumentado nos dias 18 e 19 caiu e ainda não atingiu o patamar anterior. Afinal quando o Sr. Almirante garantiu ao fim da tarde de segunda-feira que vão ser administradas 100 mil vacinas por dia no segundo trimestre do ano, já a Dr.ª Graça tinha feito o mesmo anúncio no dia 13. Em consequência Senhor Almirante, depois desse anúncio é ainda mais perigoso garantir 100 mil vacina. No seu lugar ficava calado até ver o que as milícias civis conseguem de uma forma sustentada.

Nota: 
Admito por incompetência minha, ainda não consegui perceber a que dias se referem os números de vacinas administradas. Por exemplo, ontem de manhã (dia 23), o site da DGS já anunciava as vacinas desse mesmo dia. Por isso, reportei-as ao dia 22 e não ao dia 23.

23/02/2021

Ó Sr. Eng. vá lá dizer isso ao seu discípulo Dr. Costa

Expresso

«... a pandemia de covid-19 esteja a ser usada por alguns países - que não nomeou - para suprimir "vozes dissonantes" e silenciar a informação independente.

"Utilizando a pandemia como pretexto, as autoridades de alguns países tomaram duras medidas de segurança e adotaram medidas de emergência para suprimir vozes dissonantes, abolir a maioria das liberdades fundamentais, silenciar a comunicação social independente e dificultar o trabalho de organizações não governamentais", lamentou o líder da ONU, na abertura da 46.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"As restrições ligadas à pandemia servem de pretexto para minar os processos eleitorais, enfraquecer as vozes dos opositores e suprimir as críticas", acrescentou.

"Os defensores dos direitos humanos, jornalistas, advogados, ativistas e até profissionais de saúde têm sido sujeitos a detenções, processos judiciais, intimidação e vigilância por criticarem as medidas - ou a sua falta - tomadas para fazer face à pandemia", considerou.»

Sim, eu sei que o Dr. Costa não é o Sr. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, ou o Aiatolá Ali Khamenei ou mesmo o Sr. Idriss Déby, e por isso ele não consegue adoptar as medidas que eles usam para suprimir vozes dissonantes. Por agora, ele apenas faz o possível por usar a máquina do Estado e os mídia amigos para difundir a sua propaganda e desencorajar o escrutínio e a crítica. Em todo o caso, o Sr. Eng. Guterres poderia fazer-lhe um telefonema depois de ter falado com aqueles senhores e os outros que não se dão ao trabalho de disfarçar a coisa.

Reflexões a propósito dos desejos da Sr.ª Ministra do Trabalho

Negócios

Receando que a "vida digna" que a Sr.ª Ministra deseja esteja acima das nossas posses, recordei um velho episódio que já contei e vou contar de novo. 

Numa mesa mesa redonda na RTP durante o PREC, um sindicalista da Intersindical fez umas contas de cabeça para demonstrar que o salário mínimo para um trabalhador fazer face ao que, segundo ele, seriam as necessidades básicas teria de ser não sei quantos contos. O movimento sindical iria bater-se por isso, garantiu. Se fosse hoje o sindicalista já teria adaptado o seu tosco sindicalês ao palrar actualmente dominante e vez de necessidades básicas teria dito vida digna.

Um dos participantes da mesa redonda Francisco Pereira de Moura, um católico da esquerda moderada próximo do MDP, professor do ISCEF (hoje ISEG), e na época ministro sem pasta do 1.º governo provisório, tentou pôr água naquela fervura evangélica. Em vão. As certezas inabaláveis do sindicalista resistiram incólumes às contas de cabeça de Pereira de Moura que lhe demonstrou que esse salário mínimo era superior ao rendimento médio pelo que nunca poderia ser o salário mínimo. De nada valeu ao sindicalista que continuou por longos minutos a negar a realidade.

Esclarecimento: 
Tendo sido questionada em comentário a consideração de Francisco Pereira de Moura (FPM) como «católico da esquerda moderada», julguei justificado explicá-la. Aqui fica disponível na caixa de comentários a quem possa interessar.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (5)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

O número de vacinados que havia aumentado nos dias 18 e 19 continua a cair. A tropa não está a conseguir mobilizar as milícias de apparatchiks. Entretanto o Sr. Almirante garantiu ao fim da tarde de segunda-feira que vão ser administradas 100 mil vacinas por dia no segundo trimestre do ano. Olhe, Senhor Almirante não garanta nada e administre lá umas 30 mil por dia ainda no primeiro trimestre que já ficaremos felizes.

22/02/2021

Portugal não absorve, Dr.ª Nazaré Fernandes. Quem absorverá rapidamente é a grande família socialista

Jornal Económico

ab·sor·ver |ò...ê| 

Conjugar

(latim absorbeo-ere)
verbo transitivo

1. Fazer desaparecer total ou parcialmente um líquidoatraindo-o a si.

2. [Por extensão]  Neutralizarfazer desaparecer.

3. [Figurado]  Consumirgastar.

4. Enlevar.

5. Engolirtragardevorar.


"absorver", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/absorver [consultado em 22-02-2021].

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (73) - Em tempo de vírus (L)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

A excelência na incompetência

Mais difícil do que ser o melhor entre os melhores, como o homo Lusitanicus, é ser o pior entre os piores, como o Dr. Brandão Rodrigues no exercício do seu múnus ministerial. No papel de secretário do Sr. Arménio Carlos já tinha mostrado o seu talento, confirmado com o de executor das políticas educacionais inspiradas na identidade do género e na restante tralha do politicamente correcto. Mais recentemente, veio tirar quaisquer dúvidas sobre os méritos da sua obra durante a pandemia e especialmente com o seu desempenho na novela dos «meios telemáticos» que está no ar desde Março do ano passado, como aqui se recorda com humor.

Cuidando da freguesia eleitoral

A expansão do funcionalismo público é uma vocação socialista e é um dos grandes feitos do Dr. Costa. Começando pelo seu numeroso governo com sete dezenas de criaturas, o que faz de Portugal o país da UE com mais ministros por mil milhões de PIB, e acabando no exército de utentes da vaca marsupial pública que o Dr. Costa e os seus ministros expandiram de 659.103 funcionários que o governo de Passos Coelho lhes deixou para 718.823, um aumento de 9%, que colocou este segmento da freguesia eleitoral com a mesma dimensão que o Sr. Eng. Sócrates antes de ir para Paris deixou a Passos Coelho.

Mestres do ilusionismo - Take Another Plan Plane

Recordo que em 2006, no primeiro governo do Eng. Sócrates, a TAP comprou à ES Internacional 99,81% do capital da PGA-Portugália, fazendo o favor ao Dr. Salgado de lhe ficar com aquele mono e adiar o colapso do GES, já a caminho, mas ainda não visível.

Para que serviu a PGA à TAP é algo misterioso que só se revelou quinze anos depois quando o Dr. Pedro Nuno Santos teve uma epifania e resolveu despejar cerca de 200 pilotos, metade dos pilotos em excesso, da TAP para a PGA que serão admitidos entre 2021 e 2025. Este homem é um génio. Entre ele e o Dr. Costa, a quem ele espera suceder, é muito mais o que os une do que o que divide.

Infelizmente a realidade é impiedosa e o sector de aviação é ultracompetitivo. Um operador como a TAP sem nenhuma parceria internacional, enrolado nestas manobras de ilusionismo tem o destino traçado e os sujeitos passivos que alimentam esta gigantesca orgia financeira bem podem deixar mais uns dinheiros de lado porque os 4 ou 5 mil milhões não vão chegar.

«Estamos preparados»

Com 675 mil vacinas administradas à média de menos de 12 mil por dia, administrar a esta velocidade duas doses a cada um dos restantes portugueses exigiria uns quatro anos e meio.

Com menos 11 milhões de consultas presenciais só parcialmente compensadas por contactos à distância, pergunta-se como puderam os centros de saúde colapsar? A mesma dúvida para os «cuidados médicos presenciais nos hospitais, com menos 3,4 milhões de contactos em 2020, entre consultas, cirurgias e urgências.» Em 2020 no total foram realizados menos 25 milhões de exames e análises (fonte). Fica assim explicado outra vez o aumento do número de mortes não Covid superior ao dos atribuídos à Covid.

Boa Nova

A ministra do Trabalho anunciou apoio aos pais em teletrabalho «o mais depressa possível». É uma boa forma de anunciar Boas Novas que, se adoptada por outros ministros, faria o governo cumprir sempre as suas promessas. A mesma ministra também anunciou a «Pensão na Hora» o que é igualmente uma boa fórmula desde que não diga qual a hora.

O Dr. Brilhante Dias, o mesmo que encomendou os ventiladores à China que foram chegando aos bochechos e ainda ninguém sabe se chegaram todos, anunciou uma fábrica de enchimento de frascos com vacinas Covid-19 que arrancará em Dezembro, provavelmente muito a tempo de fornecer o Plano Nacional de Vacinação.

Choque da realidade com a Boa Nova ou o segredo está no anúncio

Das centenas de milhares de portáteis anunciados pelo Dr. Costa e o Dr. Brandão Rodrigues vão começar chegar 15 mil e espera-se um dia a chegada de mais 335 mil.

Dos 294 milhões de euros anunciados em Março para apoio às famílias durante o ensino à distância foram usados 83 milhões.

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (4)


Média diária desde o início da vacinação em 
27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

O número de vacinados que havia aumentado nos dias 18 e 19 voltou cair no último dia disponível. Não é certo que a tropa consiga comandar eficazmente os apparatchiks que enxameiam o aparelho.

21/02/2021

Estatísticas de causas. O risco de pobreza

No seu último Destaque sobre o Rendimento e Condições de Vida 2020 estima que em 2019 se encontravam em risco de pobreza 16,2% da população ou um em cada 6 residentes.

O que é afinal a "taxa do risco de pobreza"? É a proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos anuais por adulto equivalente inferiores a 60% da mediana da distribuição desses rendimentos, mediana que nesse ano foi de 10.800 euros.

Imaginemos que nesse mesmo ano os rendimentos tivessem sido em média 20% superiores, significando que em média as pessoas teriam mais rendimentos. Suponhamos agora que os rendimentos das famílias mais pobres tivessem aumentado 10%, o que significaria que os pobres estavam menos pobres. Porém, suponhamos que os rendimentos dos mais ricos teriam aumentado 30%. Nestas condições a mediana da distribuição teria aumentado, suponhamos para 14.400 para euros. Continuemos a supor que com esta mediana a proporção de habitantes com rendimentos inferiores a esse valor teria aumentado de 16,2% para 20%.

Teríamos assim a situação paradoxal que apesar dos pobres terem ficado menos pobres o risco de pobreza teria aumentado. Porquê o paradoxo? Porque na verdade se trata de um indicador que mede a desigualdade e não a pobreza, nem mesmo mede o risco de pobreza que, se as palavras querem dizer alguma coisa, seria a probabilidade de ficar pobre. Aliás, se compararmos o "risco de pobreza" assim definido verificamos que países mais ricos podem ter um "risco de pobreza" mais elevado. Por exemplo, em 2018 Espanha, Itália e Luxemburgo tinham "risco de pobreza" mais elevado do que Portugal (Eurostat).  

Afinal para que serve o indicador "risco de pobreza"? Para medir a desigualdade de uma forma tosca sem ter a maçada de dispor dos dados necessários para calcular o índice de Gini e, ao mesmo tempo, confundir e desenrolar a bandeira da igualdade, porque a única maneira de diminuir a "taxa do risco de pobreza" é reduzir a desigualdade na distribuição de rendimentos.

20/02/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (3)

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-202070% da população vacinada no final de Setembro foi o objectivo definido pela ministra

Desde que o coordenador da task-force se despediu e a tropa está no comando as coisas têm vindo a melhorar e o objectivo 70% em 30-09 não é impossível se chegarem as vacinas que Frau von der Leyen se comprometeu a distribuir (voltarei a este assunto).

"Eleições faz de conta". As aparências iludem

Correio da Manhã

O CM no seu estilo habitual faz um título sensacionalista «Liberais travam subida do Chega e esmagam CDS» que tem pouco a ver com a realidade. IL e Chega tem eleitorados muito diferentes e a confusão que os mídia fazem enfiando-os no pote da direita esconde uma realidade que as mentes unidimensionais têm dificuldade em ver (voltarei a este assunto).

Para se perceber melhor o que se está a passar é necessário analisar as tendências que o gráfico seguinte mostra. 

Marktest

Algumas tendências que ressaltam: 
  • PS a manter o seu avanço sobre um PSD em queda que não consegue descolar 
  • BE a perder terreno pelo esgotamento das causas fracturantes 
  • PCP numa tendência histórica de desaparecimento que só o PS segura
  • Chega em crescimento à custa principalmente do CDS, do PSD e do PCP, como alternativa para eleitorado que não se reconhece nos partidos tradicionais  
  • IL a crescer à custa do PSD e do CDS, partidos onde votavam contrariados os poucos liberais.
Várias dessas tendências podem ser puramente conjunturais, como julgo seja o crescimento do IL que em breve poderá esgotar-se pela escassez de liberais numa sociedade profundamente colectivista, o que não torna o IL inútil, pelo contrário (voltarei a este assunto). 

Inconstitucional, disse ele. Se o Dr. Salazar ainda por cá andasse não hesitaria em nomear o Dr. Pedro Filipe Soares vogal da comissão de censura

A menos que se considere que o Dr. João Caupers, presidente do Tribunal Constitucional, não respeita os vegetarianos ou os adeptos do Dalai Lama, temos de concluir que os homossexuais lhe mereciam algum respeito quando em 2010 escreveu sobre o casamento gay. 

O facto de ter separado «a tolerância para com as minorias» da «promoção das respectivas ideias» faz todo o sentido e não altera esse declarado respeito, como não altera ter citado dois factos (1) «os homossexuais não passam de uma inexpressiva minoria» e (2) «cuja voz é enorme e despropositadamente ampliada pelos media». Quem duvidar do primeiro facto pode consultar a sondagem Gallup de 2017 onde se constata que nos EUA, onde a comunidade gay que é mais influente do que em Portugal, os americanos adultos que se identificam como gays não passam de 4,5% da população. Quem duvida do segundo só pode ser alguém que não lê jornais nem vê televisão.

O que têm as declarações do Dr. Caupers de discriminatórias e ofensivas ou homofóbicas, como as classifica o Dr. Pedro Filipe Soares, deputado do BE, num artigo de opinião com um título que é uma espécie de ameaça implícita A homofobia não é constitucional? Será a frequência de um Mestrado em Detecção Remota que lhe permite identificar homófobos?

E se fosse homófobo? É proibido? É um delito de opinião? Que legitimidade tem o Dr. Pedro Filipe Soares, um admirador de democracias fantoches, para ameaçar: «se não se retratar, Caupers afirma a manutenção de uma visão homofóbica da sociedade»? Como se não chegasse a criatura já se ter retratado logo que foi sujeito à polícia do pensamento.

19/02/2021

Dúvidas (302) - Pensará o Dr. Rio que ainda está na câmara do Porto?

Em entrevista ao Observador o Dr. Rui Rio declarou perentoriamente: «se tiver um mau resultado assumo a responsabilidade, sou o primeiro a elevar a importância das autárquicas». Esta declaração levanta várias dúvidas. 

Considera o Dr. Rio que como líder do PSD tem mais responsabilidades nas eleições autárquicas do que nas legislativas?

Se dá tanta importância às eleições das autárquicas, qual a importância que deu às eleições legislativas de 2019 depois de um ano e meio na liderança do PSD?

O que considerará o Dr. Rio um mau resultado? Ter perdido 400 mil votos em conjunto com o CDS, descendo dos 2.082.511 votos (38,5%) que o seu antecessor obteve nas eleições de 2015, depois de quatro anos de austeridade para sair do resgate que o Sr. Eng. Sócrates lhe deixou, para 1.679.478 (32,0%), é um bom resultado?

Se não considera mau o resultado das legislativas de 2019, será preciso uma hecatombe eleitoral nas autárquicas para ser um mau resultado?

Mitos (310) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (11) - Até eles

Outros mitos: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)

Em retrospectiva: o pay gap atribuído à discriminação de sexos (que o politicamente correcto chama géneros) é um dos «factos alternativos» mais populares nos meios esquerdistas. Não é que não exista um pay gap, aliás existem vários, mas desde pelo menos a II Guerra nenhum deles se funda a discriminação de sexos ou de raças. De resto, com a mesma falta de fundamento, seria mais fácil apontar a discriminação entre bem nascidos e mal nascidos de ambos os sexos ou, se preferirem, de todos os 112 "géneros" identificados pelo Tumblr.

Os comunistas do PCP resistiram durante algum a este tema fracturante, possivelmente por várias razões, como sejam marcarem as diferenças em relação aos antigos trotskistas e maoistas agora reciclados no caldeirão do radical chic dedicado ao politicamente correcto, e porque, ao contrário destes urbanitas, os comunistas por estarem implantados nos sindicatos e nas empresas, sabem perfeitamente que para a mesma categoria profissional e a mesma antiguidade, isto é, para o mesmo trabalho grosso modo, não há distinções por sexo, de resto proibidas por lei desde o tempo da outra Senhora.

Pois bem, nem os comunistas já resistem ao mantra e adoptaram a coisa desta vez num "estudo" publicado pela CGTP, citado pelo Jornal Económico onde concluíram que «as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens, sendo a diferença de 14%, na generalidade, e de 26,1% entre os quadros superiores». É certo que o fizeram com um pouco mais de sofisticação, por exemplo reconhecendo que «na Administração Pública o problema de desigualdade verifica-se no acesso de mulheres a cargos dirigentes», mas ainda assim não percebendo que no sector privado o problema é o mesmo só que como o espectro salarial á mais largo a diferenciação salarial é maior.

Pode ser que esta gente um dia perceba que o problema não é a desigualdade salarial, o problema é a a especialização sexual que durante toda a história e até à generalização da pílula e da legalização do aborto "condenou" a esmagadora maioria das mulheres a "donas de casa", um papel desvalorizado pelo feminismo militante ainda que muito mais exigente do que a maioria das profissões dos respectivos maridos. Agora tudo isso é história, porque nas últimas décadas as mulheres abandonaram os "lares" chegaram em legiões ao ensino e hoje são a maioria dos estudantes universitários, têm em média melhores resultados e representam uma maioria crescente dos graduados. Do que ninguém fala é das possíveis causas que explicam esses melhores resultados - no passado já se escreveu aqui no (Im)pertinências sobre este tema (por exemplo aqui e aqui) e talvez seja altura de voltar a ele.

17/02/2021

Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (1)

Numa anedota que se conta nos meios da Project Management, um project owner constata que após um ano o projecto está atrasado 10 meses e pergunta durante uma reunião do steering committee ao project manager, "como é que isto se atrasou 10 meses"? O project manager engasga-se e não responde. Faz-se um silêncio embaraçoso interrompido por uma vozinha no fundo da sala que diz "um dia de cada vez".

Média diária desde o início da vacinação em 27-12-2020

Esta série de posts que hoje se inicia é uma espécie dessa vozinha no fundo da sala.

Entrada de leão e saída de cordeiro de quem já teve tomates e agora os perdeu

Há onze anos João Caupers, um professor de direito agora eleito (por engano?) presidente do Tribunal Constitucional, escreveu a propósito do «casamento entre pessoas do mesmo sexo» (logo aqui a criatura cometeu um pecado ao escrever a palavra proibida "sexo") o que pode ser classificado como uma expressão de tolerância liberal em relação à homossexualidade e que pessoalmente não hesitaria em subscrever, contrastando com o pensamento único do politicamente correcto, coisa que nos tempos de intimidação em que vivemos requer alguma coragem pessoal:

« (...) considero oportuno esclarecer o meu pensamento sobre a questão da homossexualidade e dos direitos dos homossexuais, começando por afirmar que não sou adepto, nem pratico, nenhuma forma de discriminação, contra quem quer que seja. É-me indiferente que os meus amigos sejam homossexuais, heterossexuais, católicos, agnósticos, republicanos ou monárquicos. Os homossexuais merecem-me o mesmo respeito que os vegetarianos ou os adeptos do Dalai Lama. São minorias que, como, como tais, devem ser tratadas com dignidade e sem preconceito, tanto pelo Estado, como pelos outros cidadãos.

Mas uma coisa é a tolerância para com as minorias e outra, bem diferente, a promoção das respectivas ideias: os homossexuais não são nenhuma vanguarda iluminada, nenhuma elite. Não estão destinados a crescer e a expandir-se até os heterossexuais serem, eles próprios, uma minoria. E nas sociedades democráticas são as minorias que são toleradas pela maioria – não o contrário.

A minha tolerância para com os homossexuais não me faria aceitar, por exemplo, que a um filho meu adolescente fosse “ensinado” na escola que desejar raparigas ou rapazes era uma mera questão de gosto, assim como preferir jeans Wrangler aos Lewis ou a Sagres à Superbock.

A verdade – que o chamado lobby gay gosta de ignorar – é que os homossexuais não passam de uma inexpressiva minoria, cuja voz é enorme e despropositadamente ampliada pelos media. Estou convencido de que existem mais vegetarianos do que homossexuais em Portugal – e, porventura, até mais adeptos do Dalai Lama. Não beneficiam, porém, do mesmo nível de acesso aos jornais, aos microfones das rádios e às objectivas das televisões.

Certo é que, enquanto membro da maioria heterossexual, respeitando os homossexuais, não estou disposto, nem disponível, para ser “tolerado” por eles”.»

O que então escreveu é claro e não deixa lugar para dúvidas. Onze anos depois o escrito foi desenterrado, provavelmente pelo lóbi gay que ocupa todas as redacções, e a criatura, talvez realizando que não teria coragem suficiente para viver ao arrepio da cartilha oficial nas e das instituições de um Estado sucial ocupado por apparatchiks e infectado pelo politicamente correcto, tentou limpar a folha numa carta ao Expresso que faz lembrar as autocríticas dos comunistas nas purgas estalinistas:

«os textos que então publiquei na página web da minha Faculdade constituíam um instrumento pedagógico, dirigido aos estudantes que, para melhor provocar o leitor, utilizava uma linguagem quase caricatural, usando e abusando de comparações mais ou menos absurdas, não refletindo necessariamente as minhas ideias».

16/02/2021

ESTÓRIA E MORAL: Se fosse hoje, o neto não teria deixado entrar o avô

Estória

Segundo os registos, em 1885 deu entrada nos EUA  um imigrante alemão, desertor do exército, sem um cêntimo e sem ocupação. Como nessa época não havia restrições à imigração, foi autorizado a entrar. Mais tarde enriqueceu com negócios de restaurantes e bordéis e acabou por regressar à Alemanha. Por ter sido desertor, a Alemanha retirou-lhe a nacionalidade e acabou deportado, voltando aos EUA e aos seus negócios e foi o primeiro de uma dinastia.

Foi registado com o nome Friedr. Trumpf. O seu neto veio a chamar-se Donald Trump, foi presidente dos EUA e fez das restrições de entrada de imigrantes uma das suas bandeiras.

[Fonte: Them and Us, Philippe Legrain, Oneworld]

Moral

Quem sai aos seus não degenera.

15/02/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (72) - Em tempo de vírus (XLIX)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Nunca tantos pagaram tanto por tão pouco

80 milhões de perdas por mês; 1.200 milhões de euros já enterrados; mais 500 milhões já a caminho; prevêem-se 3.700 milhões nos próximos anos. Estamos a falar do custo das medidas de combate à pandemia? Não. Estamos a falar da TAP e de uma parte do que custará aos sujeitos passivos a tentativa do Dr. Pedro Nuno Santos ficar na história e desmontar o Dr. Costa do cavalo do poder.

A difícil convivência do socialismo com a aritmética, na melhor hipótese

Existem no Portugal dos Pequeninos uns 10,3 milhões de almas. O corpo de cada uma dessas almas deverá receber até ao fim do ano ou até um dia (escolha como lhe aprouver) duas doses de uma das vacinas, o que perfaz 20,6 milhões de doses que têm de ser administradas com agulhas e seringas específicas. O semanário de reverência informa-nos que o Infarmed garante já ter encomendado 37 milhões dessas agulhas e seringas. De modo que, ou bem se trata das dificuldades habituais com a tabuada ou @s enfermeir@s que administrarão as vacinas têm dificuldades motoras e prevê-se que inutilizarão um quarto das agulhas nos corpos das almas a vacinar ou, na pior mas talvez mais provável hipótese, as encomendas de agulhas e seringas estão colocadas através de membros da grande família socialista.

A mentira como política oficial

Na sua conferência de imprensa do dia 11 o Dr. Costa disse em menos de três minutos três "inverdades". Garantiu que na execução do OE2020 «houve tudo menos poupança» com o argumento para atrasados mentais (OK, compreende-se; ele estava a falar para jornalistas) que se tinha registado um enorme défice quando o que estava em causa eram os 7 mil milhões de despesa orçamentada e não efectuada (ver este post).

De seguida, garantiu que o défice de 2020 só não foi maior porque «apesar da crise, a receita do IRS continuou a aumentar em 2020 por melhoria dos rendimentos dos portugueses». Ora os únicos portugueses que não tiveram o seu rendimento reduzido foram os funcionários públicos, ou seja, uma parte importante da freguesia eleitoral do Dr. Costa.

Acrescenta, para justificar o mesmo, que «os níveis de desemprego não foram tão acentuados quanto aquilo que tinha sido previsto» passando ao lado de que o lay-off está a criar empregos fantasmas, que muitos desempregados não são contados porque estão a frequentar formação, só é considerado desempregado quem procura activamente emprego e nesta conjuntura há muita gente desencorajada que não o faz. Segundo uma estimativa do BPI, sem os apoios a taxa de desemprego teria sido de 20% no 2.º semestre e é nessa direcção que caminhará quando mais tarde ou mais cedo quando esses apoios terminarem.

O pendor para a "inverdade" é tão acentuado que até o «presidente da Associação Nacional de Gerontologia Social acusa o primeiro-ministro de estar a “mentir” sobre o processo de vacinação nos lares e pede ao Governo que deixe os “anúncios” e “fait divers” de lado e ofereça efetivamente soluções para ultrapassar a crise.» Pode esperar sentado.

O exemplo do Dr. Costa propaga-se a todo o governo e a Dr.ª Temido, que sempre se opôs a uma cooperação com os "privados", vem agora dizer que «a vacinação nas farmácias comunitárias é uma hipótese que sempre esteve presente».

14/02/2021

ACREDITE SE QUISER: O dilema de um animalista veganista está em vias de ter uma solução

A primeira vez que me dei conta de urbanitas com uma relação doentia com os animais em geral e os de estimação em particular foi há muito anos enquanto jogava ténis. Ouvi então várias vezes uma voz feminina por trás da sebe que rodeava o court falando incessantemente com um tal Óscar a quem dava ordens. A cena repetiu-se durante vários sábados e imaginei uma megera a falar com o pau mandado seu marido. Um dia, vencido pela curiosidade, espreitei por trás da sebe e descobri uma megera, sim, dando ordens não ao marido mas ao seu cão.

Escrevi urbanitas porque, ao contrário dos rústicos que vivem no campo e mantêm uma relação saudável com as bichezas, os urbanitas tendem a imaginar que os ovos são feitos numa fábrica e seriam incapazes de comer um frango ou um coelho se o tivessem visto vivo. Por isso, cada vez mais, os urbanitas são recrutados para religiões como o veganismo e muitos deles são proprietários de bichos que na vulgata animalista são chamados de animais de estimação, como se todos os animais não fossem de estimação, sobretudo aqueles que comemos.

Como em tudo o resto, estas ideias patéticas vêm em geral dos EUA que, algures entre o Maio de 68 e a queda do muro de Berlim, substituíram a França na produção de bens ideológicos para consumo da bem-pensância doméstica. Em geral e no particular desta religião animalista que tende a substituir os filhos pelos animais de estimação. Exagero? Talvez não, se nos lembrarmos que a indústria de comida para animais chama «pet parents» aos seus clientes de duas patas.

Chegados a este ponto é fácil imaginar que essa indústria tenha ultimamente procurado satisfazer a cada vez mais numerosa clientela veganista tentando produzir comida sintética, já que a comida tradicional para animais consistia basicamente em...  animais processados. 

Foi assim que a firma Because Animals de Filadélfia começou a produzir em laboratório carne gourmet de rato para gatos, cultivando células retiradas de um roedor. O que começou por suscitar críticas dos animalistas mais ortodoxos porque, diziam, ainda assim, pelo menos um rato tinha sido obrigado a ceder algumas células contra a sua vontade. Nem mesmo os sossegou a garantia dada pela Because Animals que o rato não tinha sofrido e vivia agora confortavelmente com um dos cientistas numa «plush mouse house».

Entretanto, outras firmas entraram na competição. Uma delas, a Wild Earth, está a tentar cultivar células substituindo ratos por peixes e frangos.  Outra, a Bond Pet Foods, tenta uma outra abordagem diferente inserindo genes para proteínas de frango em células de levedura de cerveja que se reproduzem mais rapidamente.

Entre nós, os animalistas, como o resto da tropa, são um bocado primitivos, pouco dados a estas sofisticações e ainda estão na fase olhos que não vêem, coração que não sente, continuando a alimentar os seus bichos com outros bichos sob a forma de caganitas parecidas com feijões ou ervilhas.

13/02/2021

CASE STUDY: Trumpologia (74) - Much Ado About Nothing

Quais foram os resultados da guerra comercial e tarifária com a China trombeteada durante quatro anos de mandato pela administração Trump a pretexto de equilibrar a balança comercial? Segundo o estudo publicado pelo Peterson Institute for International Economics, foi um flop, como é visível no diagrama seguinte que sintetiza as principais conclusões.


Estranho? Nem por isso. Da vocalização extrema das políticas públicas reduzidas a slogans raramente decorrem resultados positivos, o que não deveria espantar ninguém porque a formulação dessas políticas tem pouco a ver com o interesse nacional e é para satisfazer uma freguesia eleitoral, o que não significa necessariamente que seja no seu interesse objectivo. O que se passa também por cá e em muitos outros lugares, mutatis mutandis.

12/02/2021

A pandemia e as causas do jornalismo de causas

Agora que o Portugal dos Pequeninos, com o seu Estado sucial governado pelo PS, com o apoio de comunistas e berloquistas, atingiu 1.477 mortos pela pandemia por milhão de habitantes, batendo em número os EUA (1.468), após quatro anos de Trump (1), e o Brasil (1.107), após dois anos de Bolsonaro (2), silenciaram-se os tambores do jornalismo de causas que nos últimos 10 meses rufaram incessantemente atribuindo a estas duas criaturas as desgraças dos respectivos países, ao mesmo tempo que ignoravam as notáveis performances da Bélgica (1.855), por exemplo. 

Afinal a quem devemos atribuir as desgraças do Portugal dos Pequeninos? Talvez à variante inglesa.

(1) Mais de 3 milhões de resultados "covid trump" no domínio .pt 
(2) Mais de 300 mil resultados "covid bolsonaro" no domínio .pt

Manifestações de paranóia/esquizofrenia (37) - Benvindo ao mundo do policiamento propriamente dito da linguagem propriamente dita


Costumava ser um facto geralmente aceite que os indivíduos humanos dotados de cromossomas XX e os indivíduos dotados de cromossomas XX, antigamente conhecidos como do sexo feminino e do sexo masculino, ou mulheres e homens, respectivamente, são diferentes em vários domínios, para além dos óbvios. Entre os óbvios, alguns resultam de uma morfologia cerebral diferente, e entre eles encontramos a linguagem. É um facto observado que as mulheres são mais competentes no uso da linguagem por usarem simultaneamente os dois hemisférios e, por isso, em média, falam muito mais do que os homens - nem sempre melhor. Têm até a capacidade de se ouvirem umas às outras elas, falando várias ao mesmo tempo, coisa que os homens são incapazes de fazer.

Recordados estes factos da vida, o que tem de censurável uma criatura dizer à porta fechada coisas como «as reuniões com mulheres demoram mais tempo» porque «as mulheres são competitivas», ou «se um membro (feminino) levantar a mão para falar, as outras mulheres podem achar que também precisam de falar», ou ainda «se quiseres aumentar o número de membros femininos, vais ficar em sarilhos, a não ser que imponhas limites de tempo»?

Pois parece que sim, que passou a ser censurável. Pelo menos levou à demissão de Yoshiro Mori, o presidente dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020

Pergunto-me se um humano dotado de cromossomas XX dissesse à porta fechada «as reuniões com homens levam mais tempo porque eles só conseguem falar um de cada vez» ou «os homens dizem muitos palavrões» ou outra coisa qualquer semelhante, também seria obrigado a demitir-se?

11/02/2021

Dúvidas (301) - E se a redução da "vaga" não resultasse (principalmente) de um confinamento mais rigoroso?

É claro que seria tolice negar que o endurecimento do confinamento a partir de 15 de Janeiro teve influência no decréscimo do número de novos casos a partir daí. Contudo, como em todos os fenómenos desta natureza, há um conjunto de causas que interagem entre si e explicam o resultado final.

Não é preciso ser uma autoridade neste campo para perceber que, nas circunstâncias concretas que ocorreram, o confinamento explica apenas uma parte dos efeitos e, em consequência, concluir, como aqui se faz, que não é «a causa da descida dos números», ou talvez mais rigorosamente não é a única, nem porventura a causa mais importante.

O que carece previamente de ser explicado é a inversão da tendência de redução dos novos casos, visível desde meados de Novembro, os quais atingem o mínimo precisamente por volta do Natal (seta verde do gráfico).

worldometers

Depois de uma subida exponencial no início de Janeiro, o número de casos já estava em queda abissal menos de duas semanas após o início do estado de emergência mais rigoroso (seta vermelha do gráfico). 

Em minha opinião, há dois factores críticos que explicam a alteração radical da tendência até Novembro: os contágios resultantes da proximidade familiar no período Natal-Ano Novo e a vaga de frio nas duas primeiras semanas de Janeiro (ver monitorização diária do IPMA). Uma vez enfraquecidos os efeitos destas causas o número de novos casos voltou ao nível de Novembro. Mesmo sem o reforço das medidas de confinamento, provavelmente o resultado não seria muito diferente.

Aditamento:

Já depois de escrito e publicado este post, vim a saber que, na opinião do Instituto Ricardo Jorge, «cerca de 69% da mortalidade em excesso é potencialmente atribuível à Covid-19 e cerca de 24% é atribuível às baixas temperaturas» e que «os dois fatores (...) potenciam-se».

10/02/2021

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (35) - Cavalgando a terceira vaga por mares nunca dantes navegados a bordo do porta-aviões

Se Carl Jung ainda por aí andasse talvez nos ajudasse a perceber como e porquê esta obsessão por projectar a lusitana mediocridade se instalou no que ele baptizou de inconsciente colectivo.

Manifestações de paranóia/esquizofrenia (36) - Benvindo ao mundo do policiamento da linguagem. Microagressão


Da newsletter Daily Dose (patrocinada pela J. P Morgan Chase!) da revista trendy OZY, respigo o seguinte vómito delirante como paradigma da cancel culture em relação às pessoas que não falam a língua de pau do politicamente correcto.

«Já ouviu expressões como “Seu inglês é tão bom” ou “Não penso em você como negro”? Bem-vindo ao mundo das microagressões.

Definindo o problema

1. Sob o microscópio

O termo “microagressão” foi originalmente cunhado na década de 1970 por Chester M. Pierce, um professor de Harvard que primeiro identificou esse tipo de comportamento frequente e negativo - embora não intencional, devido ao preconceito inconsciente - em relação a alguém de um grupo marginalizado. Ele escreveu: “Esses ataques [raciais] à dignidade e à esperança dos negros são incessantes e cumulativos. Qualquer um pode ser grosseiro. Na verdade, o principal veículo de racismo neste país são as ofensas feitas aos negros por brancos dessa forma gratuita e não intencional”.

2. Concluindo

Estudos mostram que as microagressões são muito mais perigosas do que muitos imaginam. Os desprezos aparentemente inócuos e às vezes despercebidos têm um alto custo para nossa saúde mental, física e emocional. Na verdade, estamos descobrindo que, para as pessoas de cor, isso causa traumas reais. Pessoas alimentadas com uma dieta regular de microagressões apresentam sinais de depressão, falta de confiança, falta de crescimento, raiva, desamparo e até desesperança. Já sabemos há algum tempo que isso pode levar à ideação suicida. Psicólogos como Derald Wing Sue, da Universidade de Columbia, estão trabalhando para aumentar a tomada de consciência dos danos causados ​​por microagressões.

3. Isso é racista?

Este comportamento não é racismo puro. Microagressões constituem piadas e condutas improvisadas que fazem alguém sentir-se desanimado ou como um estranho por qualquer número de características, não apenas raça. Embora o tipo de interação que constitui microagressões não sejam demonstrações da supremacia branca absoluta, o privilégio - e especialmente o privilégio branco - desempenha um papel. Muitas vezes estão fora da compreensão de uma pessoa, comprometidos sem uma intenção clara e às vezes até disfarçados como um elogio - como em, "Seu inglês é tão bom", dito a alguém cuja língua materna não é o inglês.

4. Considere a sua vizinhança

Como as microagressões são frequentemente cometidas sem que o perpetrador esteja realmente ciente de suas ofensas, a falta de diversidade (seja LGBTQ +, mulheres, pessoas de cor ou qualquer grupo marginalizado) contribui para esses cenários dolorosos. Isso significa que espaços como o sector tecnológico, há muito acusado de tolerar a “cultura do mano” e a falta de negros, são um terreno fértil especialmente para esse comportamento. Em espaços onde a diversidade é mínima e a masculinidade tóxica é predominante, ainda pode ser moda dizer "Isso é tão gay" - uma microagressão consagrada pelo tempo.»

09/02/2021

CASE STUDY: O dinheiro não dá felicidade mas ajuda a suportar a infelicidade


Porém, a felicidade tem uma segunda derivada negativa, ou seja, suportar a infelicidade custa cada vez mais dinheiro.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS

Praticamente desde início das Crónicas da anunciada avaria irreparável da geringonça e da sequela das asfixias, tenho vindo a denunciar as manipulações do governo ao comparar sistematicamente o investimento público orçamentado no ano (sempre empolado e nunca executado) com o investimento público executado no ano anterior (sempre inferior ao orçamentado para esse ano) e anunciar que está sempre a aumentar quando na verdade não aumenta ou mesmo diminui. 

Nas últimas crónicas comecei a tratar este tema sob a epígrafe «Investimento público, a autoestrada mexicana do PS», contando que a estória da autoestrada mexicana é um caso de redução de três faixas estreitas para duas faixas mais largas, anunciada como aumento de 50% da largura de cada faixa com apenas redução um terço do seu número, seguida da reposição das três faixas, anunciada como um aumento de 50% do seu número.

Se na imprensa do regime e nos comentários dos opinion dealers estas manobras do governo têm passado incólumes isso está explicado pela natureza das coisas. Mais difícil de entender é a gente desafecta à geringonça também as deixar passar, ao ponto de ter tido esperança que o tema merecesse a atenção do palhaço profissional (é um cumprimento) que tem feito aos domingos no seu programa Isto é Gozar com Quem Trabalha as vezes da oposição melhor do que a propriamente dita. 

Até que li ontem o artigo de Miranda Sarmento A farsa orçamental continua… mesmo em tempos de pandemia, que explica com meridiana clareza o que tenho vindo a salientar com mais ironia do que ciência, cuja leitura recomendo e de onde respigo dois quadros auto-explicativos




No segundo quadro suprimi a coluna OE2020, mantendo apenas a do rectificativo, que é o que importa, e acrescentei as diferenças entre orçamentado e executado. Fica tudo muito claro: aumenta-se a despesa com a freguesia eleitoral e corta-se no investimento e na manutenção. O resultado está à vista: SNS subequipado, equipamentos obsoletos e o caos instalado, depois queixam-se da pandemia. 

08/02/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (71) - Em tempo de vírus (XLVIII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias


Temendo a Dr.ª Temido que as suas tropas não fossem suficientes para a defesa do SNS, pediu ajuda à aceitou a colaboração da Alemanha, não aquela Alemanha má do Hitler de Saias mas à Alemanha boa de Frau Merkel. Para receber a missão alemã composta por 26 militares, 8 médicos e 18 enfermeiros (se calhar alguns dos portugueses emigrados), o governo enviou dois ministros e três generais.

Numa situação de pandemia, com os hospitais à beira do colapso, ficaram por executar 170 milhões de euros do orçamento do SNS. Terá sido isto que a Dr.ª Temido, a ministra do SNS, classificou como criminoso? Não, parece que não, para ela criminoso é apontar o falhanço do governo na resposta à pandemia.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

As primeiras escutas ao Dr. Costa «sobre a promoção do hidrogénio verde» foram mandadas destruir pelo STJ. Segundo o CM, foi mandada guardar a quarta escuta em que o Dr. Costa falava com o Dr. Fernandes na localização de um projecto de exploração do lítio e de eventuais interessados no negócio.

Enquanto isso, o Dr. Fernandes está a negociar com Marrocos uma cooperação sobre o hidrogénio verde. Sabendo-se que o know-how tecnológico nesta área em Portugal está próximo do zero e em Marrocos é mesmo zero, parece uma excelente ideia para multiplicar potencial dos dois países nesta área.

Também segundo o CM (um dos poucos periódicos que a família socialista não controla), a família César está a ser investigados por suspeitas de irregularidades em negócios entre o governo dos Açores e empresas privadas e pela atribuição de subsídios.

A família socialista é muito unida

Demitida da direcção do SEF na sequência do assassinato do cidadão ucraniano, a Dr. Cristina Gatões foi logo contratada para assessora do novo director. Assassinato? O que resulta das declarações em tribunal dos acusados é ter sido o próprio Ihor Homeniuk a assassinar-se.

Outro membro da família recrutado para mediar as negociações entre o governo e os sindicatos da TAP foi o Dr. Guilherme Dray, próximo e ex-chefe de gabinete do Eng. Sócrates.

É possível enganar todos durante algum tempo

Infelizmente para o Dr. Costa e a Dr.ª Van Dunem que escolheu um juiz seu conhecido em detrimento da primeira classificada do concurso para procurador europeu, os deputados do parlamento europeu não são como a oposição e continuam a escarafunchar o caso pedindo para ser enviada toda a papelada.