Outras obras do chávismo.
A estória é conhecida e não carece de ser contada outra vez, apenas recordados os principais episódios: (1) faltou o pernil de porco no paraíso socialista bolivariano; (2) o povo venezuelano, apesar de habituado à falta de quase tudo, desceu às ruas em protesto; o camarada presidente Nicolás Maduro acusou Portugal de sabotagem; (3) prontamente, Santos Silva (*), o comissário dos Negócios Estrangeiros do paraíso do socialismo democrático, responde ao camarada presidente Maduro com humildade democrática «o governo não tem o poder de sabotar pernil»; (4) entretanto, a imprensa progressista descobriu que o «pernil não seguiu para a Venezuela por falta de pagamento»; a Iguarivarius, uma empresa que vende habitualmente pernil para o paraíso socialista bolivariano tem como presidente Mário Jamé Lino, antigo comissário das Obras Públicas de José Sócrates - um grande amigo do Coronel Chávez, fundador do socialismo bolivariano - e Mendes Brandão, amigo e chefe de gabinete de Paulo Portas - um emérito social-centrista, também admirador do Coronel Chávez - quando Portas foi comissário da Defesa.
Assim se pode concluir que é mais o que o une os socialismos do que o pernil que os separa.
(*) Como muito bem explicou Helena Matos, «Santos Silva, o ministro sociólogo que teve o privilégio de protagonizar um momento inédito na história do socialismo utópico e científico pois coube-lhe explicar a um governo socialista apoiado por Cuba – Venezuela – que um governo de socialistas apoiado por estalinistas, maoistas e trotskistas – Portugal – e sustentado por Bruxelas não intervém no comércio mundial do pernil de porco. Por enquanto não se sabe se este cisma gastronomo-ideológico será analisada no âmbito do multiculturalismo ou se nas alternativas ao capitalismo global.»
31/12/2017
30/12/2017
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (4)
Outros portugueses no topo do mundo.
Um pouco ao acaso, seleccionei os seguintes países da lista e indico o número de restaurantes e a respectiva população: Espanha (68; 46 milhões), Suíça (39; 8 milhões), Bélgica (24; 11 milhões), Holanda (22; 17 milhões), Áustria (19; 9 milhões), Suécia (14; 10 milhões), Israel (11; 8 milhões), Irlanda (9; 5 milhões), Marrocos (12; 33 milhões), Nova Zelândia (9; 5 milhões), Eslovénia (5; 2 milhões), Barém (4; 1,5 milhão); Reunião (4; 0,8 milhões), Mónaco (4, 0,03 milhões).
Nessa lista encontramos países com população comparável à portuguesa (Suíça, Bélgica, Áustria, Suécia, Israel, Irlanda e Nova Zelândia), todos com mais restaurantes na lista. Encontramos os nossos vizinhos com o dobro da "densidade" de restaurantes, encontramos países microscópios com 4 restaurantes e encontramos países que a maioria dos portugueses imagina que nem sabem comer como Suécia, Irlanda, Nova Zelândia, todos com mais restaurantes na lista.
Por isso, pergunto: o que tem de extraordinário um país europeu, com 10 milhões de habitantes convencidos que têm a melhor comida do mundo, ter oito restaurantes na lista? Tem três coisas extraordinárias. A primeira é só ter oito restaurantes na lista. A segunda é a imprensa desse país não achar extraordinário serem só oito. A terceira é que os portugueses em geral serem portadores de um tal complexo de inferioridade que precisam que lhes soprem constantemente o ego murcho.
- «Oito restaurantes portugueses na lista dos melhores do Mundo» (TVI24)
- «Oito restaurantes portugueses na lista dos melhores do mundo» (Observador)
- «Oito restaurantes portugueses entre os melhores do Mundo» (DN)
- «Oito restaurantes portugueses que figuram nesta classificação» (Económico)
- «Restaurante da Casa da Calçada e The Yeatman juntam-se aos seis espaços portugueses que já integravam o ranking dos mil melhores restaurantes do mundo» (Público)
Um pouco ao acaso, seleccionei os seguintes países da lista e indico o número de restaurantes e a respectiva população: Espanha (68; 46 milhões), Suíça (39; 8 milhões), Bélgica (24; 11 milhões), Holanda (22; 17 milhões), Áustria (19; 9 milhões), Suécia (14; 10 milhões), Israel (11; 8 milhões), Irlanda (9; 5 milhões), Marrocos (12; 33 milhões), Nova Zelândia (9; 5 milhões), Eslovénia (5; 2 milhões), Barém (4; 1,5 milhão); Reunião (4; 0,8 milhões), Mónaco (4, 0,03 milhões).
Nessa lista encontramos países com população comparável à portuguesa (Suíça, Bélgica, Áustria, Suécia, Israel, Irlanda e Nova Zelândia), todos com mais restaurantes na lista. Encontramos os nossos vizinhos com o dobro da "densidade" de restaurantes, encontramos países microscópios com 4 restaurantes e encontramos países que a maioria dos portugueses imagina que nem sabem comer como Suécia, Irlanda, Nova Zelândia, todos com mais restaurantes na lista.
Por isso, pergunto: o que tem de extraordinário um país europeu, com 10 milhões de habitantes convencidos que têm a melhor comida do mundo, ter oito restaurantes na lista? Tem três coisas extraordinárias. A primeira é só ter oito restaurantes na lista. A segunda é a imprensa desse país não achar extraordinário serem só oito. A terceira é que os portugueses em geral serem portadores de um tal complexo de inferioridade que precisam que lhes soprem constantemente o ego murcho.
29/12/2017
Arranjem um lugar ao rapaz. Ele merece! (2)
Agora que Nicolau já foi premiado com um lugar, espero que não caia em saco roto o meu apelo ao governo, à geringonça, enfim, a quem de direito, para oferecer um lugar, de porta-voz, de consultor de imagem, de guru, de conselheiro, de estratego, seja lá do que for, ao jornalista de causas / militante / comentador / analista Daniel Oliveira.
Se fossem precisos mais argumentos, leia-se o que a criatura escreveu ontem no semanário de reverência:
Fica-se assim a perceber o paralelo que nas minhas meninges se estabeleceu entre o Daniel e o Nicolau (perdoem-me a familiaridade, mas é como se fossem cá da casa), Nicolau a quem dediquei um comentário que agora também dedico ao Daniel.
Se, como ele Daniel diz, o governo foi excelente na economia, excelência que se deve às realizações da iniciativa privada nacional nas exportações e à procura privada internacional no turismo (procura que se deve em parte significativa às iniciativas igualmente privadas do Daesh que afastou a nossa concorrência) e se o governo foi péssimo na política, ou seja no núcleo da governação onde não poderia falhar, então para o jornalista de causa Daniel, como para o pastorinho Nicolau, o governo é bom a fazer o papel dos outros mas é mau a fazer o seu próprio.
Se fossem precisos mais argumentos, leia-se o que a criatura escreveu ontem no semanário de reverência:
Fica-se assim a perceber o paralelo que nas minhas meninges se estabeleceu entre o Daniel e o Nicolau (perdoem-me a familiaridade, mas é como se fossem cá da casa), Nicolau a quem dediquei um comentário que agora também dedico ao Daniel.
Se, como ele Daniel diz, o governo foi excelente na economia, excelência que se deve às realizações da iniciativa privada nacional nas exportações e à procura privada internacional no turismo (procura que se deve em parte significativa às iniciativas igualmente privadas do Daesh que afastou a nossa concorrência) e se o governo foi péssimo na política, ou seja no núcleo da governação onde não poderia falhar, então para o jornalista de causa Daniel, como para o pastorinho Nicolau, o governo é bom a fazer o papel dos outros mas é mau a fazer o seu próprio.
Gratificação por serviços prestados
«Governo escolhe Nicolau Santos para presidente do conselho de administração da Lusa»
Para quem nos acompanha não será novidade que Nicolau, um decano do jornalismo de causas de saída do semanário de reverência, é o nosso pastorinho favorito da economia dos amanhãs que cantam, a quem dedicámos resmas de posts e por isso saudamos a sua subida ao olimpo da produção de boas notícias. É uma promoção inteiramente merecida.
Para quem nos acompanha não será novidade que Nicolau, um decano do jornalismo de causas de saída do semanário de reverência, é o nosso pastorinho favorito da economia dos amanhãs que cantam, a quem dedicámos resmas de posts e por isso saudamos a sua subida ao olimpo da produção de boas notícias. É uma promoção inteiramente merecida.
28/12/2017
ACREDITE SE QUISER: Uma causa fracturante à atenção do PAN
Apesar do outro contribuinte do (Im)pertinências considerar (provocatoriamente) que o PAN é um partido que trata de animais e não de pessoas, essa não é certamente a doutrina da Green Pet-Burial Society uma associação que defende que os animais de companhia possam ser sepultados nos cemitérios humanos ao lado das famílias de que faziam parte. Até já convenceram o Estado de Nova Iorque que autoriza o enterro de animais na condição de ser em simultâneo com o dos seus donos - isso levanta uma questão prática que não tenho pachorra para esclarecer.
Bons exemplos (122) - Bons, no género mau
Registemos que o único partido (*) que se manifestou contra a ignomínia (mais pela forma do que pelo conteúdo, reconheça-se) da «nova lei (que) ajuda a resolver problemas como os processos de vários milhões de euros do PS ou a questão da angariação de donativos do PCP na Festa do Avante!» (Público) foi o CDS e a sua charmosa líder que votou contra e apela ao presidente dos Afectos para vetar a lei.
Vamos ver o que vai fazer o dos Afectos, depois de 345 telefonemas para tirar a temperatura dos opinion dealers antes de decidir e dos 23 telefonemas que vai depois fazer para as redacções para as antenas explicarem aos leitores.
(*) O único partido que trata de pessoas. O PAN também votou contra, porém é um partido que trata de animais e, já agora, deveria estar representado na Assembleia dos Ratos, como muito bem pensou Esopo.
Vamos ver o que vai fazer o dos Afectos, depois de 345 telefonemas para tirar a temperatura dos opinion dealers antes de decidir e dos 23 telefonemas que vai depois fazer para as redacções para as antenas explicarem aos leitores.
(*) O único partido que trata de pessoas. O PAN também votou contra, porém é um partido que trata de animais e, já agora, deveria estar representado na Assembleia dos Ratos, como muito bem pensou Esopo.
27/12/2017
¿Por qué no te callas? (22) - Pior a emenda do que o soneto
«Hamilton pede desculpa após dizer ao sobrinho: "Os meninos não usam vestidos de princesa"»
Lewis Hamilton, um talentoso piloto, quatro vezes campeão de Fórmula Um, a última este ano, pilotando carros com uma velocidade de ponta perto de 400 km/h, que atingem 100 km/h em menos de 3 s, sujeito as forças de 7 g, expondo-se a enormes riscos durante as duas horas de cada corrida, perante a reacção de uma cambada de mentes frustradas com impulsos censórios tira o pé do acelerador e encosta às boxes, so to speak.
SERVIÇO PÚBLICO: Não é que não soubéssemos, mas é sempre bom confirmar
Gary King, Benjamin Schneer e Ariel White, três investigadores de Harvard, convenceram 33 publicações que vão desde The Nation até à Huffington Post a cooperar durante dois anos e meio, de Outubro de 2014 até Março 2016, publicando simultaneamente histórias sobre um de 11 temas como a raça, a imigração ou emprego. Em seguida, foram analisados nos dias seguintes posts no Tweeter sobre os temas publicados nessas revistas. O paper «How the news media activate public expression and influence national agendas» publicado recentemente na Science reporta as conclusões do estudo. Aqui fica um sumário à laia de teaser:
«Measuring the impact of the media
The active participation of the people is one of the central components of a functioning democracy. King et al. performed a real-world randomized experiment in the United States to understand the causal effect of news stories on increasing public discussion of a specific topic (see the Policy Forum by Gentzkow). Social media posts increased by almost 20% the first day after the publication of news stories on a wide range of topics. Furthermore, the posts were relatively evenly distributed across political affiliation, gender, and region of the United States.
Abstract
We demonstrate that exposure to the news media causes Americans to take public stands on specific issues, join national policy conversations, and express themselves publicly—all key components of democratic politics—more often than they would otherwise. After recruiting 48 mostly small media outlets, we chose groups of these outlets to write and publish articles on subjects we approved, on dates we randomly assigned. We estimated the causal effect on proximal measures, such as website pageviews and Twitter discussion of the articles’ specific subjects, and distal ones, such as national Twitter conversation in broad policy areas. Our intervention increased discussion in each broad policy area by ~62.7% (relative to a day’s volume), accounting for 13,166 additional posts over the treatment week, with similar effects across population subgroups.»
«Measuring the impact of the media
The active participation of the people is one of the central components of a functioning democracy. King et al. performed a real-world randomized experiment in the United States to understand the causal effect of news stories on increasing public discussion of a specific topic (see the Policy Forum by Gentzkow). Social media posts increased by almost 20% the first day after the publication of news stories on a wide range of topics. Furthermore, the posts were relatively evenly distributed across political affiliation, gender, and region of the United States.
Abstract
We demonstrate that exposure to the news media causes Americans to take public stands on specific issues, join national policy conversations, and express themselves publicly—all key components of democratic politics—more often than they would otherwise. After recruiting 48 mostly small media outlets, we chose groups of these outlets to write and publish articles on subjects we approved, on dates we randomly assigned. We estimated the causal effect on proximal measures, such as website pageviews and Twitter discussion of the articles’ specific subjects, and distal ones, such as national Twitter conversation in broad policy areas. Our intervention increased discussion in each broad policy area by ~62.7% (relative to a day’s volume), accounting for 13,166 additional posts over the treatment week, with similar effects across population subgroups.»
26/12/2017
SERVIÇO PÚBLICO: A crise do PSD
«Primeiro, a crise do PSD é estrutural e não meramente conjuntural. Remonta ao final do cavaquismo e reflete-se no posicionamento do partido no sistema partidário português desde 1995 - suplente do PS, governando apenas quando este apodrece e precisa de uma cura na oposição (certamente curta, pois tem sido de apenas uma legislatura). Segundo, desde 2013, o PSD enfrenta a dinâmica eleitoral mais complexa da sua longa história (piores resultados em duas eleições autárquicas, em europeias e em legislativas). Perspetivam-se, pois, três cenários para o seu futuro: "spdização", "sorpasso" ou implosão.»
Concordando-se ou não, três artigos estimulantes de Nuno Garoupa:
Concordando-se ou não, três artigos estimulantes de Nuno Garoupa:
- A crise do PSD (I): o sorpasso
- A crise do PSD (II): a implosão
- A crise do PSD (III): a sociologia eleitoral do "passismo"
Há, contudo, uma dimensão que me parece faltar: a crise do Estado Sucial português gerido pela nomenclatura socialista com ou sem geringonça que nos espera o mais tardar à primeira recessão europeia. Ou seja o «diabo» de Passos Coelho - ele teve razão antes do tempo, o que em política quer dizer que estava errado.
BREIQUINGUE NIUZ: Deputados deixam prenda de Natal às escondidas no presépio dos sujeitos passivos
«Partidos sem limites para angariar fundos e com devolução total do IVA
Nova lei ajuda a resolver problemas como os processos de vários milhões de euros do PS ou a questão da angariação de donativos do PCP na Festa do Avante!»
Nova lei ajuda a resolver problemas como os processos de vários milhões de euros do PS ou a questão da angariação de donativos do PCP na Festa do Avante!»
(Público)
Já agora leia também «O Natal dos partidos políticos (é à grande)» de Alexandre Homem Cristo no Observador
Já agora leia também «O Natal dos partidos políticos (é à grande)» de Alexandre Homem Cristo no Observador
25/12/2017
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (115)
Outras avarias da geringonça.
A propósito do Natal, João Vieira Pereira recordou no Expresso que a geringonça tão amiga dos pobres deu uma prenda aos «lesados do BES» (a quem JVP chama apropriadamente gananciosos, por quererem embolsar juros super generosos e estúpidos por não perceberem o risco de emprestar dinheiro ao DDT) que vale 50% ou 75% do valor investido (em média 200 mil euros), a pagar pelos tansos dos contribuintes, visto que o recuperável dos restos do BES não vale um chavo.
Antes, durante e depois do Natal, a mentira é uma constante na governação socialista (também noutras governações, a uma escala mais modesta). Ficou agora patente (veja-se a acta da SCML, citada no Expresso) que Costa mentiu no parlamento quando disse que foi a Misericórdia a manifestar interesse em participar no Montepio torrando o activo disponível para comprar uma participação de 10% por 200 milhões que vale menos de metade. Está agora claramente demonstrado ter sido uma imposição de Vieira da Silva que se assumiu como uma espécie de Robin dos Bosques ao contrário a tirar aos ricos para dar aos bancos, tudo para evitar o resgate do Montepio que iria descompor as contas públicas penosamente seguras com cativações.
A propósito do Natal, João Vieira Pereira recordou no Expresso que a geringonça tão amiga dos pobres deu uma prenda aos «lesados do BES» (a quem JVP chama apropriadamente gananciosos, por quererem embolsar juros super generosos e estúpidos por não perceberem o risco de emprestar dinheiro ao DDT) que vale 50% ou 75% do valor investido (em média 200 mil euros), a pagar pelos tansos dos contribuintes, visto que o recuperável dos restos do BES não vale um chavo.
Antes, durante e depois do Natal, a mentira é uma constante na governação socialista (também noutras governações, a uma escala mais modesta). Ficou agora patente (veja-se a acta da SCML, citada no Expresso) que Costa mentiu no parlamento quando disse que foi a Misericórdia a manifestar interesse em participar no Montepio torrando o activo disponível para comprar uma participação de 10% por 200 milhões que vale menos de metade. Está agora claramente demonstrado ter sido uma imposição de Vieira da Silva que se assumiu como uma espécie de Robin dos Bosques ao contrário a tirar aos ricos para dar aos bancos, tudo para evitar o resgate do Montepio que iria descompor as contas públicas penosamente seguras com cativações.
24/12/2017
Indignados com o broche da princesa
BREAKING: Princess Michael "very sorry" for wearing blackamoor brooch to Palace https://t.co/FkmnHpNOCBpic.twitter.com/6z6ldc2Mbn
— Royal Central (@RoyalCentral) December 22, 2017
«Dir-se-á que perante a polémica o melhor será a princesa deixar de usar alfinetes. Mas quem pensar tal coisa não conhece a natureza da coisa. Ela vai sempre abater-se sobre alguém. Por causa da forma das jóias ou pelo facto de se usarem jóias. Pelo pechisbeque ou pelo não pechisbeque. Pela roupa. Pelo cabelo. Por… não interessa.
O alfinete “racista” da princesa de Kent é o reverso do quotidiano de inferno que construímos em nome da tolerância. Tal como as sociedades que diziam querer atingir a igualdade só geraram pobreza e desigualdade também esta agenda do politicamente correcto está a destruir o bom senso e a roubar-nos a liberdade.»
O alfinete da princesa de Kent, Helena Matos no Observador
Ver aqui o broche da princesa.
Pai Natal, em breve um símbolo a banir
Aposto que não vai ser preciso esperar muito para os esquadrões do politicamente correcto, as Capazes, os ILGA e outros movimentos LGBTQQIAAP pretenderem banir o Pai Natal, substituindo-o por um Cuidador Natal ou uma Pessoa Natal. Ou para os amigos dos animais pretenderem banir as renas. Também poderá haver quem queira substituir o Pai Natal por um homem com barbas pretas vestido de bisht.
23/12/2017
CASE STUDY: Economists and miners are overwhelmingly male
«Academic economists are overwhelmingly male. According to information from university websites, about 20% of Europe’s senior economists are women. In America, 15% of full professors are women.(...)
«Ms Ginther’s work is part of a mounting case that economics has an insidious bias against women.»
[Women and economics, The Economist]
________________________________________________________________________________
«Today, only 18 per cent of jobs in the mining industry (in Australia) are occupied by women.» (Careerminer)
_________________________________________________________________________________
Is this part of a mounting case that mining has an insidious bias against women? Let's campaign to remove barriers to entry into mining for women!
«Ms Ginther’s work is part of a mounting case that economics has an insidious bias against women.»
[Women and economics, The Economist]
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«Today, only 18 per cent of jobs in the mining industry (in Australia) are occupied by women.» (Careerminer)
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Is this part of a mounting case that mining has an insidious bias against women? Let's campaign to remove barriers to entry into mining for women!
Bons exemplos (121) - A difícil convivência do humor com o dogmatismo
«Para mim, então, o politicamente correto é uma estratégia de controlo da linguagem – e, por isso, de controlo do pensamento – que não tolera a dissensão e que assenta no princípio de que certas pessoas ou grupos são demasiado frágeis para serem confrontados com determinadas palavras ou ideias. Esse princípio parece-me ser infantilizador das pessoas que se propõe proteger e, por isso, contraproducente. Eu convivo mal com a ideia de proibir discursos de que a gente não gosta.»
De uma interessante entrevista do jornal i a Ricardo Araújo Pereira, que parece estar a descobrir a difícil convivência do humor com o dogmatismo em geral e a esquerdalhada em particular.
22/12/2017
Um dia como os outros na vida do estado sucial (34) - É todo um programa
«Há uma coisa que não podemos deixar de fazer nos CTT: mais greves. Isso é obrigatório»
«No final do segundo dia de greve dos CTT, esta sexta-feira, a adesão à paralisação rondou os 70%. Garantia de Vítor Narciso, da direção nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações, que em entrevista ao Expresso diz que “os CTT não podem ser geridos como uma mercearia” e que a empresa “tem de voltar ao Estado”» (Expresso)
«No final do segundo dia de greve dos CTT, esta sexta-feira, a adesão à paralisação rondou os 70%. Garantia de Vítor Narciso, da direção nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações, que em entrevista ao Expresso diz que “os CTT não podem ser geridos como uma mercearia” e que a empresa “tem de voltar ao Estado”» (Expresso)
ESTADO DE SÍTIO: Ó homem demita-se! (2)
Família socialista |
Em abril de 2010, Elvira Fertuzinhos passou a receber pelo cargo de presidente desta IPSS um vencimento base de mil euros mensais, um valor que entretanto foi atualizado. Em abril de 2016 o vencimento base subiu para 1177 euros por mês, soube o i. Feitas as contas, Elvira Fertuzinhos recebe por ano 16 478 euros desta IPSS e a este valor há que somar ainda uma reforma mensal que recebe desde 2010 e que ronda os 1050 euros.» (jornal i)
A mentira como política oficial (40) - Seria mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo...
British politics: Goodbye Mr Green
Yesterday Damian Green was forced to resign from his job as Britain’s first minister of state after he was found to have lied about... (The Economist Espresso; pode ler a notícia aqui)
O que é importante nesta notícia não é o about é o have lied. Uma notícia como esta é inimaginável no Portugal dos Pequeninos. Se um político ou uma qualquer outra criatura das nossas elites merdosas se demitisse ao saber-se que mentira, teríamos demissões todos todos os dias.
Para dar um só exemplo desta semana (mas há mais esta semana e com este governo podemos encontrar exemplos todas as semanas), cito primeiro José Miguel Júdice relatando o que lhe contou Santana Lopes:
«Há um ano, o Governo e o Banco de Portugal pressionaram para que a SCML entrasse no capital do Montepio e Santana Lopes achou que era muito difícil de resistir. Este é o primeiro escândalo que se intuía, mas agora se confirmou. O Governo e o BdP intrometem-se no que deveria ser a gestão autónoma da SCML. Vieira da Silva não fica bem na foto e a ele voltaremos.» [Continue a ler aqui]
E cito de seguida António Costa que no debate parlamentar de 4.ª feira disse «o tema [entrada da SCML no capital do MG] surgiu depois de a Santa Casa ter manifestado interesse em participar no sistema financeiro».
Santana Lopes ou António Costa, um deles mentiu. Adivinhe qual? E, por falar em mentira, não me dei conta que algum jornal a tenha exposto?
Seria mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo... salvo se o mentiroso só for perseguido por coxos.
Yesterday Damian Green was forced to resign from his job as Britain’s first minister of state after he was found to have lied about... (The Economist Espresso; pode ler a notícia aqui)
O que é importante nesta notícia não é o about é o have lied. Uma notícia como esta é inimaginável no Portugal dos Pequeninos. Se um político ou uma qualquer outra criatura das nossas elites merdosas se demitisse ao saber-se que mentira, teríamos demissões todos todos os dias.
Para dar um só exemplo desta semana (mas há mais esta semana e com este governo podemos encontrar exemplos todas as semanas), cito primeiro José Miguel Júdice relatando o que lhe contou Santana Lopes:
«Há um ano, o Governo e o Banco de Portugal pressionaram para que a SCML entrasse no capital do Montepio e Santana Lopes achou que era muito difícil de resistir. Este é o primeiro escândalo que se intuía, mas agora se confirmou. O Governo e o BdP intrometem-se no que deveria ser a gestão autónoma da SCML. Vieira da Silva não fica bem na foto e a ele voltaremos.» [Continue a ler aqui]
E cito de seguida António Costa que no debate parlamentar de 4.ª feira disse «o tema [entrada da SCML no capital do MG] surgiu depois de a Santa Casa ter manifestado interesse em participar no sistema financeiro».
Santana Lopes ou António Costa, um deles mentiu. Adivinhe qual? E, por falar em mentira, não me dei conta que algum jornal a tenha exposto?
Seria mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo... salvo se o mentiroso só for perseguido por coxos.
21/12/2017
ARTIGO DEFUNTO: Jornalismo de "referência" é o jornalismo de causas adoptado pelo jornal que se diz de referência (6)
Continuação de (1), (2), (3), (4) e (5)
Na sua edição do passado dia 8, o Expresso ultrapassou-se a si próprio, dedicando as duas páginas centrais do caderno principal à promoção de Carlos Moedas e a receptáculo dos recados do comentador Marcelo, agora residente em Belém. São peças tão repelentes que precisei de alguns dias a vencer a minha repugnância para escrever este post.
Passo a citar alguns nacos mais putrefactos de uma das peças com um título que é todo um programa «Marcelo sonha com ele para o PSD»:
«Pelo menos um dos fundadores do partido (…) vislumbra no atual comissário português em Bruxelas uma forte hipótese para, num futuro não muito longínquo, suceder na liderança social-democrata, seja a Rui Rio, seja a Santana Lopes.
Desconsolado com as duas candidaturas na forja para suceder a Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa não tem disfarçado em privado o entusiasmo com que acompanha a carreira de Carlos Moedas, que considera um caso raro de competência, rigor, inovação e cosmopolitismo. Marcelo vê em Moedas uma carta "fora do baralho".
(…) apareceu alguém diferente, com um discurso de rutura e que funcionou como uma lufada de ar fresco capaz de mobilizar atenções e apoios e de retirar o partido de uma letargia prolongada. Nos anos 80, esse nome foi Aníbal Cavaco Silva. Algures nos anos 2000, Marcelo admite que possa ser Carlos Moedas.
(…) No estilo, são muito diferentes. Moedas, ao contrário de Cavaco, não é um carismático. Mas tem mais mundo e tem um trato tu- cá-tu-lá que o analista Marcelo prefere à distância dos frios. No léxico (e na visão) marcelista, diz-se que Carlos Moedas "encaixa na política mais cosmopolita e dos afetos".
"Quer vir?"
Que o Presidente da República gosta da sua companhia é indisfarçável. Quando o comissário vem a Lisboa basta telefonar a Marcelo e juntam-se em Belém a conversar.»
Esqueçam o Código Deontológico do Jornalista, esqueçam o Código de Conduta dos jornalistas do Expresso, esta é apenas uma amostra que diz tanto sobre a subserviência do jornalismo ao serviço de causas obscuras como sobre os conflitos de interesse e a instrumentalização recorrente da presidência da República por Marcelo Rebelo de Sousa para servir a sua agenda pessoal.
Na sua edição do passado dia 8, o Expresso ultrapassou-se a si próprio, dedicando as duas páginas centrais do caderno principal à promoção de Carlos Moedas e a receptáculo dos recados do comentador Marcelo, agora residente em Belém. São peças tão repelentes que precisei de alguns dias a vencer a minha repugnância para escrever este post.
Passo a citar alguns nacos mais putrefactos de uma das peças com um título que é todo um programa «Marcelo sonha com ele para o PSD»:
«Pelo menos um dos fundadores do partido (…) vislumbra no atual comissário português em Bruxelas uma forte hipótese para, num futuro não muito longínquo, suceder na liderança social-democrata, seja a Rui Rio, seja a Santana Lopes.
Desconsolado com as duas candidaturas na forja para suceder a Pedro Passos Coelho, Marcelo Rebelo de Sousa não tem disfarçado em privado o entusiasmo com que acompanha a carreira de Carlos Moedas, que considera um caso raro de competência, rigor, inovação e cosmopolitismo. Marcelo vê em Moedas uma carta "fora do baralho".
(…) apareceu alguém diferente, com um discurso de rutura e que funcionou como uma lufada de ar fresco capaz de mobilizar atenções e apoios e de retirar o partido de uma letargia prolongada. Nos anos 80, esse nome foi Aníbal Cavaco Silva. Algures nos anos 2000, Marcelo admite que possa ser Carlos Moedas.
(…) No estilo, são muito diferentes. Moedas, ao contrário de Cavaco, não é um carismático. Mas tem mais mundo e tem um trato tu- cá-tu-lá que o analista Marcelo prefere à distância dos frios. No léxico (e na visão) marcelista, diz-se que Carlos Moedas "encaixa na política mais cosmopolita e dos afetos".
"Quer vir?"
Que o Presidente da República gosta da sua companhia é indisfarçável. Quando o comissário vem a Lisboa basta telefonar a Marcelo e juntam-se em Belém a conversar.»
Esqueçam o Código Deontológico do Jornalista, esqueçam o Código de Conduta dos jornalistas do Expresso, esta é apenas uma amostra que diz tanto sobre a subserviência do jornalismo ao serviço de causas obscuras como sobre os conflitos de interesse e a instrumentalização recorrente da presidência da República por Marcelo Rebelo de Sousa para servir a sua agenda pessoal.
SERVIÇO PÚBLICO: Somos todos Raríssimas
A cartilha do Estado Sucial segundo Paulo Ferreira no jornal Eco, religiosamente seguida por Dona Paula, garante o sucesso a qualquer instituição:
1. A primeira noção é que sem o Estado do nosso lado é muito difícil chegar a algum lado.
2. A presença de “notáveis” é fundamental em qualquer projecto. Porquê? Porque é preciso ter acesso ao poder. É preciso ter o Estado do nosso lado – ou pelo menos não contra nós – para melhor sermos conduzidos no processo burocrático.
3. A fiscalização do Estado é, salvo raras excepções, muito fraca. Uma dessas excepções é, como sabemos, a máquina fiscal.
4.Os órgãos de fiscalização internos não funcionam. Se o Estado fiscaliza mal muitas entidades privadas não são também um grande exemplo. Assembleias gerais, conselhos fiscais, conselhos de auditoria, auditores internos e externos, conselhos de administração acima de comissões executivas…
5. A linha que separa os interesses e deveres profissionais dos pessoais é muito difusa. No Estado, na política, nas empresas, nas instituições sociais».
1. A primeira noção é que sem o Estado do nosso lado é muito difícil chegar a algum lado.
2. A presença de “notáveis” é fundamental em qualquer projecto. Porquê? Porque é preciso ter acesso ao poder. É preciso ter o Estado do nosso lado – ou pelo menos não contra nós – para melhor sermos conduzidos no processo burocrático.
3. A fiscalização do Estado é, salvo raras excepções, muito fraca. Uma dessas excepções é, como sabemos, a máquina fiscal.
4.Os órgãos de fiscalização internos não funcionam. Se o Estado fiscaliza mal muitas entidades privadas não são também um grande exemplo. Assembleias gerais, conselhos fiscais, conselhos de auditoria, auditores internos e externos, conselhos de administração acima de comissões executivas…
5. A linha que separa os interesses e deveres profissionais dos pessoais é muito difusa. No Estado, na política, nas empresas, nas instituições sociais».
20/12/2017
ESTADO DE SÍTIO: Ó homem demita-se!
Vêde, desapareceu a carta! |
Depois vários alertas, foram sendo dados ao Governo (segundo um deputado CDS, em março, a 27 de junho, a 7 e 27 de julho, a 9 de agosto, a 15 e 21 de setembro, (desta vez já por certo como vingança, despeito, raiva ou outras erradas motivações), Vieira da Silva sabia há 6 meses de problemas – todos os alertas caíram em saco roto – quando muito quem mandava ordenou que se fosse investigar … que é nas burocracias meio caminho andado para não se fazer nada.»
José Miguel Júdice no jornal Eco
19/12/2017
Pro memoria (367) - Nexo causal ou princípio da divisão nacional do trabalho?
«No fim dos anos 80, com Cavaco Silva, o PSD esteve no poder durante uma das grandes fases de prosperidade da segunda metade do século XX. Desde então, porém, o PSD só tem governado durante os ajustamentos que se seguiram a épocas de expansão: logo em 1992-1995, e depois em 2002-2005 e outra vez em 2011-2015. Há portanto vinte e sete anos, que é o PS quem governa quando há dinheiro, e o PSD quando não há.»
«A mais importante escolha do PSD», Rui Ramos no Observador
«A mais importante escolha do PSD», Rui Ramos no Observador
COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA? (14) O governo é bom a fazer o papel dos outros mas é mau a fazer o seu próprio (14)
Outras botas para descalçar.
Escreveu Nicolau Santos, o nosso pastorinho favorito da economia dos amanhãs que cantam, no Expresso Curto:
«Foi provavelmente a última boa notícia económica de 2017, mas veio confirmar um ano verdadeiramente excepcional: conclusão do processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos; crescimento económico muito acima do previsto, o maior do século (2,6% contra 1,8%), subida do emprego em 3,1%, desemprego a cair para 8,5%, aumento do investimento de 8,7% e das exportações de 7,7%, saída do Procedimento por Défice Excessivo, melhoria do rating da dívida pela Standard & Poor’s em Novembro, défice orçamental de 1,4% (o mais baixo de sempre em democracia), excedente de 1,5% na balança corrente e de capital e de 1,8% na balança de bens e serviços, emissão de dívida pública a 10 anos pela primeira vez abaixo dos 2% em 43 anos – e a eleição do ministro das Finanças, Mário Centeno, para presidente do Eurogrupo em Dezembro.
(...)
Este Governo pode estar a perder na política, onde se sucedem os casos graves ou embaraçosos; mas está claramente a ganhar na economia, contra todas as expectativas e contra inclusive aquilo que a generalidade dos analistas acreditava que iria acontecer quando o Governo tomou posse, com o apoio do BE e PCP.»
Repare-se na confusão característica da mente obnubilada do nosso pastorinho ao entender que se devem creditar ao governo as realizações da iniciativa privada nacional nas exportações e a procura privada internacional no turismo, devendo-se esta em boa parte às iniciativas igualmente privadas do Daesh que afastou a nossa concorrência, ao mesmo tempo que concede estar o governo a falhar no domínio político, ou seja no núcleo da governação onde o governo não poderia falhar. Ou, dito de maneira simples, para o pastorinho o governo é bom a fazer o papel dos outros mas é mau a fazer o seu próprio.
Dando de borla a confusão do pastorinho e admitindo estar o governo claramente a ganhar na economia, registo para memória futura, quando chegar a vez de a economia estar claramente a perder, como resultado provável das políticas que o governo está a adoptar, para ver como vai descalçar mais esta bota em que enfiou a cabeça.
Escreveu Nicolau Santos, o nosso pastorinho favorito da economia dos amanhãs que cantam, no Expresso Curto:
«Foi provavelmente a última boa notícia económica de 2017, mas veio confirmar um ano verdadeiramente excepcional: conclusão do processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos; crescimento económico muito acima do previsto, o maior do século (2,6% contra 1,8%), subida do emprego em 3,1%, desemprego a cair para 8,5%, aumento do investimento de 8,7% e das exportações de 7,7%, saída do Procedimento por Défice Excessivo, melhoria do rating da dívida pela Standard & Poor’s em Novembro, défice orçamental de 1,4% (o mais baixo de sempre em democracia), excedente de 1,5% na balança corrente e de capital e de 1,8% na balança de bens e serviços, emissão de dívida pública a 10 anos pela primeira vez abaixo dos 2% em 43 anos – e a eleição do ministro das Finanças, Mário Centeno, para presidente do Eurogrupo em Dezembro.
(...)
Este Governo pode estar a perder na política, onde se sucedem os casos graves ou embaraçosos; mas está claramente a ganhar na economia, contra todas as expectativas e contra inclusive aquilo que a generalidade dos analistas acreditava que iria acontecer quando o Governo tomou posse, com o apoio do BE e PCP.»
Repare-se na confusão característica da mente obnubilada do nosso pastorinho ao entender que se devem creditar ao governo as realizações da iniciativa privada nacional nas exportações e a procura privada internacional no turismo, devendo-se esta em boa parte às iniciativas igualmente privadas do Daesh que afastou a nossa concorrência, ao mesmo tempo que concede estar o governo a falhar no domínio político, ou seja no núcleo da governação onde o governo não poderia falhar. Ou, dito de maneira simples, para o pastorinho o governo é bom a fazer o papel dos outros mas é mau a fazer o seu próprio.
Dando de borla a confusão do pastorinho e admitindo estar o governo claramente a ganhar na economia, registo para memória futura, quando chegar a vez de a economia estar claramente a perder, como resultado provável das políticas que o governo está a adoptar, para ver como vai descalçar mais esta bota em que enfiou a cabeça.
18/12/2017
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (114)
Outras avarias da geringonça.
Não vou gastar muita cera com o defunto Raríssimas, a propósito do qual já aqui e aqui queimei umas velas num tom irónico - o mais apropriado a este exemplo clássico da promiscuidade entre o Estado governado por socialistas de várias tendências e a sociedade civil que é cada vez mais um apêndice do primeiro. Destaco apenas dois episódios que dispensam quaisquer outros: num orçamento marcado pelas cativações de verbas prioritárias, o governo encontrou espaço para quadruplicar este ano para 1,2 milhões os subsídios ao empreendimento de Dona Paula e o ministro Vieira da Silva dispôs-se a apadrinhar uma cerimónia em que a Raríssima foi considerada uma fundação que nunca foi.
E o que dizer à substituição do demissionário secretário de Estado da Saúde, conhecedor íntimo no sentido bíblico de Dona Paula, por mais outro membro da numerosa família socialista, Rosa Matos Zorrinho, cônjuge de Carlos Zorrinho, eurodeputado e membro influente do aparelho socialista. À nomeada ex-presidente da ARS do Alentejo foram atribuídas compras obscuras - nada de especialmente grave pelo padrões socialistas, reconheça-se. E, falando da família socialista, consulte-se aqui uma lista incompletíssima de familiares e amigos do peito que pululam no aparelho governativo costista.
Não vou gastar muita cera com o defunto Raríssimas, a propósito do qual já aqui e aqui queimei umas velas num tom irónico - o mais apropriado a este exemplo clássico da promiscuidade entre o Estado governado por socialistas de várias tendências e a sociedade civil que é cada vez mais um apêndice do primeiro. Destaco apenas dois episódios que dispensam quaisquer outros: num orçamento marcado pelas cativações de verbas prioritárias, o governo encontrou espaço para quadruplicar este ano para 1,2 milhões os subsídios ao empreendimento de Dona Paula e o ministro Vieira da Silva dispôs-se a apadrinhar uma cerimónia em que a Raríssima foi considerada uma fundação que nunca foi.
E o que dizer à substituição do demissionário secretário de Estado da Saúde, conhecedor íntimo no sentido bíblico de Dona Paula, por mais outro membro da numerosa família socialista, Rosa Matos Zorrinho, cônjuge de Carlos Zorrinho, eurodeputado e membro influente do aparelho socialista. À nomeada ex-presidente da ARS do Alentejo foram atribuídas compras obscuras - nada de especialmente grave pelo padrões socialistas, reconheça-se. E, falando da família socialista, consulte-se aqui uma lista incompletíssima de familiares e amigos do peito que pululam no aparelho governativo costista.
DIÁRIO DE BORDO: O Céu visto da Terra (18)
[Outros céus vistos de outras terras - mais um que não é Céu e é visto da sonda Juno e não da Terra]
Ciclones gigantes na alta atmosfera de Júpiter fotografados em cores falsas pela sonda Juno |
17/12/2017
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Atrasado três décadas, "1984" está a chegar. Por agora à China
«Imagine a Amazon expandida para abranger os serviços e recursos de tratamento de dados da Apple News, eBay, Uber, Groupon, American Express, Citibank e YouTube. Agora, imagine que essa entidade usou essa informação - tudo o que você compra, para onde você vai, como você paga suas contas e quem são seus amigos - para lhe dar uma pontuação entre 350 e 950. E que esse número efectivamente quantifica o seu lugar na sociedade. Esta não é uma experiência de pensamento distópico: é realidade na China, onde o sistema de pagamento móvel de Ali Baba inclui Zhima Credit, um sistema aprovado pelo governo para determinar os chamados scores de crédito social dos cidadãos.
«É uma tentativa tecnológica de engenharia social. "Para o Partido Comunista Chinês, o crédito social é uma tentativa de um autoritarismo mais suave e mais invisível", escreve Mara Hvistendahl. Lucy Peng, a presidente-executiva da empresa, foi citada como dizendo na Ant Financial, Zhima Credit "assegurará que as pessoas más na sociedade não tenham um lugar para ir, enquanto as pessoas boas se podem mover livremente e sem obstrução". De fato, Zhima Credit colocou na lista negra mais de 6 milhões de pessoas por não pagarem multas judiciais. Estar nessa lista significa ser banido da maioria das formas de viagens, hotéis de luxo e grandes empréstimos bancários. Você também pode perder os seus amigos cumpridores.
Orwellian, e não tão anti-americano como se possa pensar. O sistema de crédito dos EUA classificou em tempos os cidadãos através de métricas intolerantes, como a raça e os "gestos efeminados". E em 2012, o Facebook patenteou um método para usar as pontuações de crédito dos seus amigos para ajudar a avaliar o seu, embora se recusem ter intenção de usar essa tecnologia . "Você poderia imaginar um futuro onde as pessoas estão assistindo para ver se o crédito de seus amigos está a cair e depois abandonando os seus amigos se isso os prejudica", diz Frank Pasquale, um especialista em Big Data da Faculdade de Direito da Universidade de Maryland Carey. "Isso é aterrador".»
(Tradução semi-automática de um sumário do artigo INSIDE CHINA'S VAST NEW EXPERIMENT IN SOCIAL RANKING na newsletter de 15-12-2017 da Wired)
«É uma tentativa tecnológica de engenharia social. "Para o Partido Comunista Chinês, o crédito social é uma tentativa de um autoritarismo mais suave e mais invisível", escreve Mara Hvistendahl. Lucy Peng, a presidente-executiva da empresa, foi citada como dizendo na Ant Financial, Zhima Credit "assegurará que as pessoas más na sociedade não tenham um lugar para ir, enquanto as pessoas boas se podem mover livremente e sem obstrução". De fato, Zhima Credit colocou na lista negra mais de 6 milhões de pessoas por não pagarem multas judiciais. Estar nessa lista significa ser banido da maioria das formas de viagens, hotéis de luxo e grandes empréstimos bancários. Você também pode perder os seus amigos cumpridores.
Orwellian, e não tão anti-americano como se possa pensar. O sistema de crédito dos EUA classificou em tempos os cidadãos através de métricas intolerantes, como a raça e os "gestos efeminados". E em 2012, o Facebook patenteou um método para usar as pontuações de crédito dos seus amigos para ajudar a avaliar o seu, embora se recusem ter intenção de usar essa tecnologia . "Você poderia imaginar um futuro onde as pessoas estão assistindo para ver se o crédito de seus amigos está a cair e depois abandonando os seus amigos se isso os prejudica", diz Frank Pasquale, um especialista em Big Data da Faculdade de Direito da Universidade de Maryland Carey. "Isso é aterrador".»
(Tradução semi-automática de um sumário do artigo INSIDE CHINA'S VAST NEW EXPERIMENT IN SOCIAL RANKING na newsletter de 15-12-2017 da Wired)
16/12/2017
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (3)
Outros portugueses no topo do mundo.
O que pensariam os portugueses dos jornais holandeses se lessem num deles que o Jero teve a Óropa a seus pés durante 5 anos? Ou dos jornais luxemburgueses se lessem num deles que o Jean-Claude teve a Óropa a seus pés 8 anos como presidente do Conselho Europeu e 4 anos como presidente da Comissão Europeia?
É de um ridículo patético, demasiado até para o semanário de reverência, que cada vez mais se assume como o Acção Socialista e explora o complexo de inferioridade nacional.
O que pensariam os portugueses dos jornais holandeses se lessem num deles que o Jero teve a Óropa a seus pés durante 5 anos? Ou dos jornais luxemburgueses se lessem num deles que o Jean-Claude teve a Óropa a seus pés 8 anos como presidente do Conselho Europeu e 4 anos como presidente da Comissão Europeia?
É de um ridículo patético, demasiado até para o semanário de reverência, que cada vez mais se assume como o Acção Socialista e explora o complexo de inferioridade nacional.
Lost in translation (299) - O que eles disseram e o que eles queriam dizer, segundo o tradutor automático impertinente
Introduzimos no nosso tradutor automático (um web bot de AI com machine learning baseada numa Neural Network com acesso a servidores de Big Data) várias frases produzidas por sumidades socialistas nos últimos dias a propósito do caso Raríssimas. Eis a tradução:
Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, fez aparecer guito na Raríssimas
Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, fez aparecer guito na Raríssimas
- Frase: «O que motivou a minha demissão foi a grave violação da privacidade da minha vida pessoal em termos e circunstâncias inadmissíveis e que ultrapassaram todos os limites» (fonte)
- Tradução: Demiti-me porque as minhas aldrabices na vida pública foram confirmadas com factos da vida privada.
- Frase: «Uma das deficiências do Estado português é na fiscalização» (fonte)
- Tradução: Se a minha mulher, o meu filho, a minha nora e o meu irmão conseguiram empregos públicos por minha influência, para só falar no meu caso, é claro que o Estado português é deficiente e não fiscaliza.
- Frase: «Estou de consciência tranquila» (fonte)
- Tradução: Não há-de ser nada e, se for, sou um entre muitos e lá estará o Costa para me limpar a folha.
António Costa, primeiro-ministro que não tardou a tomar o governo
- Frase: «Mantenho inequívoca e total confiança política no ministro Vieira da Silva» (fonte)
- Tradução: Não há-de ser nada e, se for, é só mais um e lá estamos nós para lhe limpar a folha ou deixá-lo cair se não houver outro remédio. Depois logo se vê.
As traduções precedentes foram feitas pelo Bot em cerca de 20 a 30 picosegundos. A frase seguinte, do palhaço Galamba, originário do circo Sócrates e actual apresentador do circo Costa, precisou de 35 milisegundos.
- Frase: «Há uma falha aqui, que é dos denunciadores à TVI.» (fonte)
- Tradução: Senhoras e Senhores, Meninas e Meninos, o número fabuloso e espectacular da dupla de grandes artistas do trapézio Paula & Manuel terminou tragicamente por culpa dos tratadores do leão.
O overkill no Reino de Pacheco
«Pacheco Pereira diz que caso Raríssimas está a dar lugar a um processo de “overkill”»
Número de resultados de pesquisas Google que relacionam o guru da Marmeleira com algumas das suas bêtes noires (a maior parte desses resultados refere-se a uma crítica verrinosa):
Número de resultados de pesquisas Google que relacionam o guru da Marmeleira com algumas das suas bêtes noires (a maior parte desses resultados refere-se a uma crítica verrinosa):
- "Pacheco Pereira" Relvas 49.600
- "Pacheco Pereira" "Passos Coelho" 37.800
- "Pacheco Pereira" "Santana Lopes" 34.200
neste Reino de Pacheco,
ó meus senhores que nos resta
senão ir aos maus costumes,
às redundâncias, bem-pensâncias,
com alfinetes e lumes,
fazer rebentar a besta,
pô-la de pernas pró ar?
Alexandre O'Neill, No Reino do Pacheco
Alexandre O'Neill, No Reino do Pacheco
15/12/2017
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (166) - O polvo socialista no seu habitual
Vale mais um email do que mil palavras, na circunstância um email (talvez do início de 2013) de Paula Brito "e" Costa para um destinatário não revelado onde a ex-presidente da Raríssimas escreve
«Como sabes, estive com o Dr. Manuel Delgado, e ele aceitou ir para a Casa dos Marcos. Vai custar-nos 200 mil, é muito, mas eu sei que ele põe a casa no mapa do mundo e a fazer dinheiro!!!! Ele diz que o guito há-de aparecer. (...) Um Manuel Delgado a gerir a nossa casa abanava até o poder político, uma vez que ele é PS e homem de Correia de Campos, que não tarda tomam o governo outra vez e nós ficamos na mó de cima.» (fonte)A três anos de distância D. Paula antecipou tudo: a casa ficou no mapa, se não do mundo, do Portugal dos Pequeninos, o guito apareceu, o PS tomou o governo às cavalitas da geringonça, o homem de Correia de Campos chegou a secretário de Estado e eles ficaram na mó de cima. Acrescente-se a isto as promiscuidades de Vieira da Silva, da sua mulher Sónia Fertuzinhos, também do PS, e do secretário de Estado Delgado (no caso deste a promiscuidade literal) com D. Paula e temos o polvo socialista no seu habitual.
Esperemos que, agora que D. Paula caiu da mó de cima, eles também venham a cair ou, como dizia Eça, a sair com benzina.
14/12/2017
Arranjem um lugar ao rapaz. Ele merece!
Não sou exactamente o que se possa chamar um leitor habitual da crónica no Expresso diário «Antes pelo contrário» do jornalista de causas / militante / comentador / analista Daniel Oliveira. E não sou, não porque não me esforce, mas porque, apesar do esforço, não consigo ir além do primeiro parágrafo. É tudo tão previsível.
Hoje, a propósito do escândalo Raríssimas, como ontem, anteontem ou trasantontem, a propósito de qualquer outra bosta produzida por este governo, Oliveira esmera-se no seu trabalho de bactéria diligente limpando a fossa séptica socialista, com a mesma diligência com que durante vários anos se indignou com qualquer cocozinho, neoliberal como lhe chamava.
Ó gentes do aparelho socialista, arranjem-lhe um lugar. De porta-voz, de consultor de imagem, de guru, de conselheiro, de estratego, seja lá do que for, mas arranjem-lhe. Ele merece! Ele é articulado, erudito e tem uma larga experiência de transumância (ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar). Merece mais do que o palhaço Galamba que veio do circo Sócrates, como aqui lembrou o outro contribuinte.
Hoje, a propósito do escândalo Raríssimas, como ontem, anteontem ou trasantontem, a propósito de qualquer outra bosta produzida por este governo, Oliveira esmera-se no seu trabalho de bactéria diligente limpando a fossa séptica socialista, com a mesma diligência com que durante vários anos se indignou com qualquer cocozinho, neoliberal como lhe chamava.
Ó gentes do aparelho socialista, arranjem-lhe um lugar. De porta-voz, de consultor de imagem, de guru, de conselheiro, de estratego, seja lá do que for, mas arranjem-lhe. Ele merece! Ele é articulado, erudito e tem uma larga experiência de transumância (ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar). Merece mais do que o palhaço Galamba que veio do circo Sócrates, como aqui lembrou o outro contribuinte.
CASE STUDY: Câmara de Lisboa, uma aplicação prática da lei de Parkinson (5) - O multiplicador de ASPON
Parkinson na câmara de Lisboa.
As últimas notícias sobre a contratação de assessores e secretárias pela câmara de Lisboa só surpreendem quem anda distraído ou quem não tenha lido os posts anteriores desta série - ora clique lá no link aqui por cima.
Lamentavelmente a maioria dos alfacinhas e dos portugueses em geral andam distraídos. São as performances do presidente dos Afectos, as trapalhadas do primeiro-ministro Costa e das famílias que constituem o governo, os números dos palhaços de serviço à geringonça (um aplauso especial para o palhaço Galamba que veio do circo Sócrates) e empenhados nas compras de Natal e aos bancos.
«Os valores variam mas os contratos mais elevados para assessoria prevêem o pagamento de 3.700 euros mensais, mais IVA. Tal como acontece com a Assembleia Municipal, também no Executivo camarário Lisboa adotou há vários anos um regime que lhe permite contratar mais assessores do que o apoio técnico atualmente previsto no Regime Jurídico das Autarquias Locais. De acordo com a Lei 75/2013, que definiu o número de funcionários para apoio dos membros das câmaras, o presidente e os vereadores de Lisboa têm direito a um total de dez adjuntos e nove secretários. E Fernando Medina tem direito a um chefe de gabinete.»
Lembram-se do multiplicador keynesiano que foi aplicado aos autoestradas que permitiria transformar cada euro de alcatrão em 18 euros de PIB? A coisa aí não funcionou (ou melhor funcionou na multiplicação da dívida) mas aqui está a funcionar na multiplicação dos ASPON (ASsessores de POrra Nenhuma). É isto a descentralização socialista.
As últimas notícias sobre a contratação de assessores e secretárias pela câmara de Lisboa só surpreendem quem anda distraído ou quem não tenha lido os posts anteriores desta série - ora clique lá no link aqui por cima.
Lamentavelmente a maioria dos alfacinhas e dos portugueses em geral andam distraídos. São as performances do presidente dos Afectos, as trapalhadas do primeiro-ministro Costa e das famílias que constituem o governo, os números dos palhaços de serviço à geringonça (um aplauso especial para o palhaço Galamba que veio do circo Sócrates) e empenhados nas compras de Natal e aos bancos.
Fonte |
Lembram-se do multiplicador keynesiano que foi aplicado aos autoestradas que permitiria transformar cada euro de alcatrão em 18 euros de PIB? A coisa aí não funcionou (ou melhor funcionou na multiplicação da dívida) mas aqui está a funcionar na multiplicação dos ASPON (ASsessores de POrra Nenhuma). É isto a descentralização socialista.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (165) - Se...
Excerto de «A impunidade de quem é do PS», Henrique Raposo, um dos poucos jornalistas do semanário de reverência que não faz favores ao PS (nem a outros, que se saiba)
13/12/2017
ACREDITE SE QUISER: Lá se vai a sopa de letras
«Foram descobertas duas variantes de genes que parecem ser mais comuns em homens homossexuais do que em homens heterossexuais, anunciou a Universidade de North Shore (Illinois, Estados Unidos) num artigo da Nature. É a primeira vez que uma equipa de cientistas anuncia ter identificado genes individuais que podem influenciar a forma como a orientação sexual se desenvolve em rapazes e homens ainda durante a gestação e ao longo da vida.» (Observador)
Se (um grande se) for assim, então a homossexualidade e all that jazz perde aquele brilho identitário do gay pride e é despromovida ao nível do síndrome de Down. Lá se vão a sopa de letras LGBTQQIAAP, a religião dos géneros, as paradas, etc. (um grande ETC.).
Lá por terem genes avariados não têm de ser exibicionistas |
SERVIÇO PÚBLICO: Será o progresso tecnológico uma catástrofe para o emprego?
Eis aqui em O Insurgente uma análise séria, ainda que provocatória, da lengalenga da tecnologia ir acabar com os nossos empregos.
«Eu só consigo imaginar o desespero destas mesmas pessoas se em 1930 lhes dissessem que daí a 50 anos, 3% dos trabalhadores seria suficiente para produzir os bens alimentares de toda a população. Consigo imaginar o seu desespero ao tentar imaginar onde trabalhariam os outros 60% de trabalhadores que nessa altura se dedicavam à agricultura. A verdade é que hoje não temos 60% de pessoas desesperadas de enxada na mão de porta em porta à procura de trabalho.»
É claro que este tipo de argumentação não garante que os empregos actuais não desapareçam maciçamente sem ser substituídos por outros. Tal como a argumentação dos que defendem que o progresso tecnológico fará desaparecer os empregos actuais (em grande parte será assim, com toda a probabilidade) não prova que esses empregos não sejam substituídos por outros, como no passado.
É uma lógica do tipo reductio ad absurdum que mostra que se admitirmos certas premissas elas não explicam a história e conduzem-nos a conclusões que são absurdas ou inválidas e, portanto, essas premissas não são necessariamente válidas.
«Eu só consigo imaginar o desespero destas mesmas pessoas se em 1930 lhes dissessem que daí a 50 anos, 3% dos trabalhadores seria suficiente para produzir os bens alimentares de toda a população. Consigo imaginar o seu desespero ao tentar imaginar onde trabalhariam os outros 60% de trabalhadores que nessa altura se dedicavam à agricultura. A verdade é que hoje não temos 60% de pessoas desesperadas de enxada na mão de porta em porta à procura de trabalho.»
É claro que este tipo de argumentação não garante que os empregos actuais não desapareçam maciçamente sem ser substituídos por outros. Tal como a argumentação dos que defendem que o progresso tecnológico fará desaparecer os empregos actuais (em grande parte será assim, com toda a probabilidade) não prova que esses empregos não sejam substituídos por outros, como no passado.
É uma lógica do tipo reductio ad absurdum que mostra que se admitirmos certas premissas elas não explicam a história e conduzem-nos a conclusões que são absurdas ou inválidas e, portanto, essas premissas não são necessariamente válidas.
12/12/2017
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Pendurados no Estado, o Costismo como guterrismo perneta e um manobrista em Belém
«Entre a direita pendurada no Estado e a esquerda pendurada no Estado, a esmagadora maioria do eleitorado (cada vez mais dominado por pensionistas e funcionários públicos) prefere a versão socialista. Por isso, fechado o ciclo cavaquista em 1995, o PSD passou a ser o suplente do PS. Governou apenas quando o PS apodreceu. As duas vezes (2002-2005 e 2011-2015) foram experiências desastrosas. Em vez de reformismo, houve cortes orçamentais. Em vez de novas ideias, houve reciclagem de ideias velhas. Em vez de abertura à sociedade civil, optou-se cada vez mais pelo aparelho puro e duro.»
Excerto de «A crise do PSD (I): o sorpasso», Nuno Garoupa no DN
E não há solução? Haver há, mas não com nenhum dos Marretas saídos da naftalina.
«Ao escolher ficar exclusiva e permanentemente apoiado na bengala comunista-bloquista, Costa tornou o seu Governo ainda mais frágil e refém de interesses instalados do que o de Guterres já fora. O resultado da necessidade deste último de comprar a boa vontade de todos não foi só a sua fama de “indeciso”, mas também os 70 mil novos funcionários públicos que se juntaram à mesa do orçamento entre 1996 e 2000, o aumento da despesa pública, e o défice de 4,3% que deixou a quem veio depois.
Mas, ao menos, podia dar-se ao luxo de ser “indeciso”, porque podia escolher o que e a quem ceder.
Já Costa sabe que tem de dar o que quer que os únicos que o podem sustentar dele pretenderem, sob pena de perder o poder, a única coisa que o seu “pragmatismo” não pode aceitar. O resultado da “capacidade negocial” de Costa será o fortalecimento dos sindicatos do PCP, o agravamento dos problemas estruturais do país, a continuação da degradação dos serviços públicos e uma desconfiança da população em relação aos políticos ainda maior que a que já hoje se faz sentir. Pior que o “guterrismo”, talvez só mesmo um “guterrismo” perneta.
É claro que este poderá ser suficiente para Costa renovar a sua estadia em São Bento em 2019, talvez até para obter uma maioria absoluta na Assembleia, se o que os eleitores desejam é um Governo que se limite a fazê-los sentir que as coisas já não estão tão complicadas como estavam há uns anos atrás, mesmo que nada tenha realmente mudado. Mas isso não será suficiente para evitar que, mais tarde ou mais cedo, as coisas se compliquem ainda mais, e deixe de ser possível fingir que não.»
Excerto de «Um “guterrismo” amputado», Bruno Alves no Económico
E não há solução? Não, não há. Há sempre um Costa à espera de vaga no PS.
«Desta feita, em jeito de presente de aniversário, Marcelo Rebelo de Sousa convidou o histórico e deveras competente assessor de imprensa do PSD, Zeca Mendonça, para a assessoria de imprensa da Presidência da República. Ora, o Presidente que diz ser o político mais independente de todos leva para a sua equipa a pessoa que melhor conhece e domina a máquina do PSD – em pleno processo eleitoral nesse partido! Ou seja: Marcelo quer estar por dentro da luta entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio. Mais: Marcelo apoia Santana Lopes, mas já está a queimá-lo para 2019, lançando (de forma inaudita e só possível em Portugal) Carlos Moedas como o futuro do PSD. E resta esperar para perceber qual será a “facada final” que Marcelo dará (ou tentará dar) na candidatura de Rui Rio. Para nós, é a grande incógnita da política portuguesa nos próximos dias, em plena época natalícia.»
Excerto de «Os 69 de Marcelo», João Lemos Esteves no ionline
E não há solução? Não, não há. Elegeram-no, agora aguentem até 2026.
Excerto de «A crise do PSD (I): o sorpasso», Nuno Garoupa no DN
E não há solução? Haver há, mas não com nenhum dos Marretas saídos da naftalina.
«Ao escolher ficar exclusiva e permanentemente apoiado na bengala comunista-bloquista, Costa tornou o seu Governo ainda mais frágil e refém de interesses instalados do que o de Guterres já fora. O resultado da necessidade deste último de comprar a boa vontade de todos não foi só a sua fama de “indeciso”, mas também os 70 mil novos funcionários públicos que se juntaram à mesa do orçamento entre 1996 e 2000, o aumento da despesa pública, e o défice de 4,3% que deixou a quem veio depois.
Mas, ao menos, podia dar-se ao luxo de ser “indeciso”, porque podia escolher o que e a quem ceder.
Já Costa sabe que tem de dar o que quer que os únicos que o podem sustentar dele pretenderem, sob pena de perder o poder, a única coisa que o seu “pragmatismo” não pode aceitar. O resultado da “capacidade negocial” de Costa será o fortalecimento dos sindicatos do PCP, o agravamento dos problemas estruturais do país, a continuação da degradação dos serviços públicos e uma desconfiança da população em relação aos políticos ainda maior que a que já hoje se faz sentir. Pior que o “guterrismo”, talvez só mesmo um “guterrismo” perneta.
É claro que este poderá ser suficiente para Costa renovar a sua estadia em São Bento em 2019, talvez até para obter uma maioria absoluta na Assembleia, se o que os eleitores desejam é um Governo que se limite a fazê-los sentir que as coisas já não estão tão complicadas como estavam há uns anos atrás, mesmo que nada tenha realmente mudado. Mas isso não será suficiente para evitar que, mais tarde ou mais cedo, as coisas se compliquem ainda mais, e deixe de ser possível fingir que não.»
Excerto de «Um “guterrismo” amputado», Bruno Alves no Económico
E não há solução? Não, não há. Há sempre um Costa à espera de vaga no PS.
«Desta feita, em jeito de presente de aniversário, Marcelo Rebelo de Sousa convidou o histórico e deveras competente assessor de imprensa do PSD, Zeca Mendonça, para a assessoria de imprensa da Presidência da República. Ora, o Presidente que diz ser o político mais independente de todos leva para a sua equipa a pessoa que melhor conhece e domina a máquina do PSD – em pleno processo eleitoral nesse partido! Ou seja: Marcelo quer estar por dentro da luta entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio. Mais: Marcelo apoia Santana Lopes, mas já está a queimá-lo para 2019, lançando (de forma inaudita e só possível em Portugal) Carlos Moedas como o futuro do PSD. E resta esperar para perceber qual será a “facada final” que Marcelo dará (ou tentará dar) na candidatura de Rui Rio. Para nós, é a grande incógnita da política portuguesa nos próximos dias, em plena época natalícia.»
Excerto de «Os 69 de Marcelo», João Lemos Esteves no ionline
E não há solução? Não, não há. Elegeram-no, agora aguentem até 2026.
Dúvidas (212) - LGBTQQIAAP? FYAYWSFWU! (II)
Continuação desta dúvida.
Há algum tempo decifrei o acrónimo LGBTQQIAAP com a ajuda da BBC «We know what LGBT means but here's what LGBTQQIAAP stands for». Já sabia que L = lesbian, G = gay, B = bisexual, T = transgender e fiquei a saber que Q = queer, Q = questioning, I = intersex, A = allies, A = asexual, P = pansexual.
Esqueçam tudo o que a antiga musa canta porque o que vem a seguir é algo muito mais completo. O ano passado Steffen Königer, deputado pelo AfD ao parlamento de Brandenburgo, foi acusado de ter saudado o parlamento no início de uma intervenção com um «Meine Damen und Herren» (senhoras e senhores), sem mencionar os outros sexos, perdão géneros. Com uma ironia devastadora, na sua intervenção seguinte Königer dirigiu-se ao parlamento como se pode ver no vídeo seguinte (via Fiel Inimigo).
É lamentável que nem todas as mentes liberais se atrevam a questionar os delírios psicóticos do politicamente correcto nas suas manifestações de «gendermania» e deixem a despesa a cargo da extrema-direita.
Há algum tempo decifrei o acrónimo LGBTQQIAAP com a ajuda da BBC «We know what LGBT means but here's what LGBTQQIAAP stands for». Já sabia que L = lesbian, G = gay, B = bisexual, T = transgender e fiquei a saber que Q = queer, Q = questioning, I = intersex, A = allies, A = asexual, P = pansexual.
Esqueçam tudo o que a antiga musa canta porque o que vem a seguir é algo muito mais completo. O ano passado Steffen Königer, deputado pelo AfD ao parlamento de Brandenburgo, foi acusado de ter saudado o parlamento no início de uma intervenção com um «Meine Damen und Herren» (senhoras e senhores), sem mencionar os outros sexos, perdão géneros. Com uma ironia devastadora, na sua intervenção seguinte Königer dirigiu-se ao parlamento como se pode ver no vídeo seguinte (via Fiel Inimigo).
É lamentável que nem todas as mentes liberais se atrevam a questionar os delírios psicóticos do politicamente correcto nas suas manifestações de «gendermania» e deixem a despesa a cargo da extrema-direita.
11/12/2017
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (113)
Outras avarias da geringonça.
Daniel Bessa revela na sua crónica no Expresso que o programa Compete, que faz parte do Portugal-2020 financiado pelo orçamento comunitário e destinado a financiar o investimento empresarial para aumentar a competitividade, está também a ser utilizado pelo governo no financiamento da administração pública para... «reduzir os custos de contexto». O título da crónica de Bessa é muito apropriado: «Desfaçatez».
Já sabíamos que banca está a reduzir o crédito às empresas ao mesmo tempo que aumenta o crédito à habitação o que levou o BdP, escaldado pela crise, a ameaçar afunilar as regras. Ficámos também a saber pelo BdP que, em particular, o crédito às empresas exportadoras desce há 7 meses consecutivos e atingiu o valor mais baixo desde 2010. É o que se chama matar à fome uma das duas galinhas dos ovos de ouro - a outra é o turismo que em 2016 aumentou 10% em relação a 2015 e representou 7% do valor acrescentado bruto tendo o consumo dos turistas atingido 12% do PIB.
Daniel Bessa revela na sua crónica no Expresso que o programa Compete, que faz parte do Portugal-2020 financiado pelo orçamento comunitário e destinado a financiar o investimento empresarial para aumentar a competitividade, está também a ser utilizado pelo governo no financiamento da administração pública para... «reduzir os custos de contexto». O título da crónica de Bessa é muito apropriado: «Desfaçatez».
Já sabíamos que banca está a reduzir o crédito às empresas ao mesmo tempo que aumenta o crédito à habitação o que levou o BdP, escaldado pela crise, a ameaçar afunilar as regras. Ficámos também a saber pelo BdP que, em particular, o crédito às empresas exportadoras desce há 7 meses consecutivos e atingiu o valor mais baixo desde 2010. É o que se chama matar à fome uma das duas galinhas dos ovos de ouro - a outra é o turismo que em 2016 aumentou 10% em relação a 2015 e representou 7% do valor acrescentado bruto tendo o consumo dos turistas atingido 12% do PIB.
SERVIÇO PÚBLICO: Ideias heréticas sobre a Jerusalém, capital de Israel
Jerusalem Denial Complex
Bret Stephens
If nothing else, Donald Trump’s decision on Wednesday to recognize Jerusalem as Israel’s capital shows how disenthralled his administration is with traditional pieties about the Middle East. It’s about time.
One piety is that “Mideast peace” is all but synonymous with Arab-Israeli peace. Seven years of upheaval, repression, terrorism, refugee crises and mass murder in Libya, Egypt, Yemen, Iraq and Syria have put paid to that notion.
Another piety is that only an Israeli-Palestinian peace deal could reconcile the wider Arab world to the Jewish state. Yet relations between Jerusalem and Riyadh, Cairo, Abu Dhabi and Manama are flourishing as never before, even as the prospect of a Palestinian state is as remote as ever.
Bret Stephens
If nothing else, Donald Trump’s decision on Wednesday to recognize Jerusalem as Israel’s capital shows how disenthralled his administration is with traditional pieties about the Middle East. It’s about time.
One piety is that “Mideast peace” is all but synonymous with Arab-Israeli peace. Seven years of upheaval, repression, terrorism, refugee crises and mass murder in Libya, Egypt, Yemen, Iraq and Syria have put paid to that notion.
Another piety is that only an Israeli-Palestinian peace deal could reconcile the wider Arab world to the Jewish state. Yet relations between Jerusalem and Riyadh, Cairo, Abu Dhabi and Manama are flourishing as never before, even as the prospect of a Palestinian state is as remote as ever.
10/12/2017
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (48)
Outras preces.
Com efeito em 30 de Novembro, os comunistas cancelaram formalmente a assinatura do canal TV Marcelo ao publicarem no Pravda, perdão Avante!, um "artigo de opinião" de Manuel Gouveia, um apparatchik obscuro membro do Comité Central do PCP onde se lê a pretexto do presidente dos Afectos ter dito «trata-se de não desbaratar aquilo que deu tanto trabalho aos portugueses».:
Porém, o importante neste caso não é quem está ao serviço de quem, o importante é concluir que os comunistas, nunca tendo dado em privado para o peditório de MRS, deixaram publicamente de fingir. Em breve, com toda a probabilidade, os berloquistas imitarão os comunistas, ainda que com mais jogo de cintura porque lhes falta o abrigo dos sindicatos para enfrentarem o deserto afastados do poder.
Sabendo-se a influência que comunistas e sobretudo berloquistas têm nas redacções, é de supor que se inaugure o fim da benignidade consensual entre os opinion dealers e os spin doctors que até agora tem acompanhado os afectos presidenciais. Ainda estamos muito longe dos ódios que acompanharam a última parte do mandato de Cavaco, mas o certo é que MRS não esteve muito melhor no seu primeiro ano, e é de supor que, quando as castanhas começarem a queimar as mãos de Costa, MRS sentindo o cheiro do sangue aperte Costa açulando inadvertidamente o resto do jornalismo de causas.
Com efeito em 30 de Novembro, os comunistas cancelaram formalmente a assinatura do canal TV Marcelo ao publicarem no Pravda, perdão Avante!, um "artigo de opinião" de Manuel Gouveia, um apparatchik obscuro membro do Comité Central do PCP onde se lê a pretexto do presidente dos Afectos ter dito «trata-se de não desbaratar aquilo que deu tanto trabalho aos portugueses».:
«A síntese é brilhante e eficaz, mas é falsa, e expõe o papel de Marcelo como manipulador ao serviço do grande capital. Os manipuladores da opinião pública fazem vingar as suas teses por força da sua sistemática repetição.»Parece-me pouco rigoroso classificar MRS como «manipulador ao serviço do grande capital». Quanto ao manipulador está certo, mas quanto ao serviço é um exagero; no máximo poderia dizer-se que ele esteve ao serviço do DDT, mas seria mais exacto dizer que MRS tentou colocar o DDT ao seu serviço, sem sucesso.
Porém, o importante neste caso não é quem está ao serviço de quem, o importante é concluir que os comunistas, nunca tendo dado em privado para o peditório de MRS, deixaram publicamente de fingir. Em breve, com toda a probabilidade, os berloquistas imitarão os comunistas, ainda que com mais jogo de cintura porque lhes falta o abrigo dos sindicatos para enfrentarem o deserto afastados do poder.
Sabendo-se a influência que comunistas e sobretudo berloquistas têm nas redacções, é de supor que se inaugure o fim da benignidade consensual entre os opinion dealers e os spin doctors que até agora tem acompanhado os afectos presidenciais. Ainda estamos muito longe dos ódios que acompanharam a última parte do mandato de Cavaco, mas o certo é que MRS não esteve muito melhor no seu primeiro ano, e é de supor que, quando as castanhas começarem a queimar as mãos de Costa, MRS sentindo o cheiro do sangue aperte Costa açulando inadvertidamente o resto do jornalismo de causas.
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: A opinião pública americana é diferente da opinião publicada não americana
Secção Res ipsa loquitur
Um pouco por todo o lado, a esquerdalhada parece pensar que o presidente americano deveria ser eleito pelos eleitores de esquerda do resto do mundo. Associada a esta fixação surge uma outra, a de acreditarem que a opinião pública americana adora os presidentes democratas e odeia os republicanos (ainda que tenha votado neles). Desta vez a esquerdalhada está a viver momentos de êxtase porque graças ao estilo e à substância de Trump, a sua taxa de aprovação, desde o início do mandato limitada aos seus indefectíveis, está a afundar-se. Porém, ao contrário do que a esquerdalhada quer fazer crer, não tem sido geralmente assim com outros presidentes.
Como todas as muletas das vulgatas esquerdistas, os «factos alternativos» (que não foram uma criação da equipa de Trump, porque a técnica agitprop foi inventada pelos comunistas nos anos 20) , também não resistem aos factos. Veja-se no diagrama anterior como no primeiro ano de mandato os presidentes republicanos, com excepção de Trump, tiveram a maior parte do tempo taxas de aprovação superiores às dos presidentes democratas. Em particular, veja-se a popularidade de George W. Bush, a bête noire da esquerdalhada.
Um pouco por todo o lado, a esquerdalhada parece pensar que o presidente americano deveria ser eleito pelos eleitores de esquerda do resto do mundo. Associada a esta fixação surge uma outra, a de acreditarem que a opinião pública americana adora os presidentes democratas e odeia os republicanos (ainda que tenha votado neles). Desta vez a esquerdalhada está a viver momentos de êxtase porque graças ao estilo e à substância de Trump, a sua taxa de aprovação, desde o início do mandato limitada aos seus indefectíveis, está a afundar-se. Porém, ao contrário do que a esquerdalhada quer fazer crer, não tem sido geralmente assim com outros presidentes.
Fonte |
09/12/2017
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O Terminator da Azambuja ataca de novo
O Terminator de emprego |
«Opel da Azambuja fecha amanhã ao fim de 43 anos
Amanhã, às 23.10, as máquinas param na fábrica da General Motors, na Azambuja, ao fim de 43 anos de laboração. A decisão da GM de deslocalizar a produção do Opel Combo para a fábrica de Saragoça atira para o desemprego os 1100 trabalhadores da fábrica, a que acrescem cerca de 400 postos de trabalho indirectos.»
Onze anos depois podem ser 5 mil
«VW já tem alternativa à Autoeuropa de Palmela
Meta de 280 mil veículos até ao final de 2018 pode estar comprometida sem acordo. Várias fábricas do grupo já estão disponíveis para receber parte da produção do novo VW.»
Poses no Semanário de Reverência
08/12/2017
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Entre os dois, venha o Costa e escolha
«Infelizmente, não há forma de garantir que um incompetente se tenha transformado num competente 15 anos depois. Pode acontecer? Teoricamente, pode. Eu acredito que as pessoas mudam, aprendem e melhoram. Só que ao nível de primeiro-ministro – tal como na guerra, ou no lançamento do space shuttle – não dá para arriscar. É tão simples quanto isto. Não dá para pagar para ver. Mais: seria tão pesada a mochila de 2004/2005 que Santana arrastaria às suas costas, que qualquer buraco no caminho ganharia a dimensão de uma cratera. Nunca haveria estado de graça – apenas recordações da gigantesca desgraça que foram os seus oito meses como primeiro-ministro. Tudo isto me parece tão evidente, tão escandalosamente óbvio, que ver Santana candidato apenas demonstra que o PSD pós-Passos é um partido em cacos. Está tão obcecado com as lutas internas que se tornou indiferente aos interesses do país e ao seu próprio futuro.»
Excerto de «O meu primeiro pontapé na incubadora», João Miguel Tavares no Observador
É difícil não concordar. Infelizmente a alternativa é Rui Rio, que, escrevi há dias, sabe fazer contas e não mente muito, o que o qualificaria para ser um bom líder socialista, no lugar de um Costa sofrendo de inumeracia crónica, atropelado pelas trapalhadas e mentirolas e com os elásticos à beira de se romperem. Acrescento agora que, com a ajuda de Santana Lopes ou Rui Rio, os elásticos podem durar até ao fim da legislatura e, se os ventos da economia internacional continuarem a soprar as velas da nau lusitana, podemos ter mais um mandato de Costa até ao quarto resgate, altura em que ele sairá queixando-se do capitalismo de casino, das agências de rating e do costume.
Excerto de «O meu primeiro pontapé na incubadora», João Miguel Tavares no Observador
É difícil não concordar. Infelizmente a alternativa é Rui Rio, que, escrevi há dias, sabe fazer contas e não mente muito, o que o qualificaria para ser um bom líder socialista, no lugar de um Costa sofrendo de inumeracia crónica, atropelado pelas trapalhadas e mentirolas e com os elásticos à beira de se romperem. Acrescento agora que, com a ajuda de Santana Lopes ou Rui Rio, os elásticos podem durar até ao fim da legislatura e, se os ventos da economia internacional continuarem a soprar as velas da nau lusitana, podemos ter mais um mandato de Costa até ao quarto resgate, altura em que ele sairá queixando-se do capitalismo de casino, das agências de rating e do costume.
07/12/2017
Era uma vez um Centeno que foi para Bruxelas (2)
Continuação daqui
Como se vê, as preocupações de comunistas e de berloquistas não são infundadas. Pelo contrário, as preocupações dos que receavam que a Zona Euro ficasse entregue a Costa por interposto Centeno mostram-se infundadas.
(Da versão internacional do jornal alemão financeiro Handelsblatt |
Como se vê, as preocupações de comunistas e de berloquistas não são infundadas. Pelo contrário, as preocupações dos que receavam que a Zona Euro ficasse entregue a Costa por interposto Centeno mostram-se infundadas.
Dúvidas (210) – Irá o Brexit consumar-se? (VII)
Outras dúvidas sobre a consumação do Brexit.
Escrevi há dez meses que nessa altura a dúvida se o Brexit se consumaria era puramente retórica. Talvez fosse então, mas ainda pode sair do domínio da retórica. Ora veja-se o diagrama seguinte.
Os remainers e os leavers estão em desacordo em quase tudo, salvo quanto ao desastre da negociação conduzida por Theresa May. E à medida que emergem as falsificações de dados e as manipulações dos políticos leavers, a que a incompetência e falta de guts dos políticos remainers não conseguiram responder, uma parte dos eleitores leavers poderá mudar de opinião.
Desconfio que a UE faz falta ao Reino Unido, que terá a perder com a saída do mercado comum - já quanto aos instintos federalistas bruxelenses percebo perfeitamente os britânicos. Tenho a certeza que o Reino Unido faz falta à UE para injectar o que resta de visão liberal britânica e para conter o dirigismo francês - sim, dirigismo, mesmo com Macron.
Escrevi há dez meses que nessa altura a dúvida se o Brexit se consumaria era puramente retórica. Talvez fosse então, mas ainda pode sair do domínio da retórica. Ora veja-se o diagrama seguinte.
Os remainers e os leavers estão em desacordo em quase tudo, salvo quanto ao desastre da negociação conduzida por Theresa May. E à medida que emergem as falsificações de dados e as manipulações dos políticos leavers, a que a incompetência e falta de guts dos políticos remainers não conseguiram responder, uma parte dos eleitores leavers poderá mudar de opinião.
Desconfio que a UE faz falta ao Reino Unido, que terá a perder com a saída do mercado comum - já quanto aos instintos federalistas bruxelenses percebo perfeitamente os britânicos. Tenho a certeza que o Reino Unido faz falta à UE para injectar o que resta de visão liberal britânica e para conter o dirigismo francês - sim, dirigismo, mesmo com Macron.
06/12/2017
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (LXV)
Outros purgatórios a caminho dos infernos.
Alguém se lembra da excitação pueril do BE nos idos de 2015 quando o Syriza foi o partido mais votado e formou governo coligado com o Anel (um partido que não fora a coligação com o Syriza seria classificado pela esquerdalhada como neonazi) e das peregrinações que se seguiram de luminárias berloquistas a Atenas?
Em menos de 3 anos o Tsipras, o Syriza e o governo grego fizeram o percurso clássico dos doentes terminais nas suas 5 fases: negação, revolta, negociação, depressão e, finalmente, aceitação. Politicamente evoluíram do esquerdismo infantil para a social-democracia colorida e, para responder ao estado comatoso em que os socialistas do Pasok deixaram a Grécia, aplicaram a mesma receita que o governo PSD-CDS teve de aplicar para responder ao estado comatoso em que os socialistas do PS deixaram Portugal.
Compreensivelmente, desde finais de 2015, a Grécia, o Syriza e Tsipras desapareceram do radar do berloquismo. Afinal eles estavam a aceitar e pôr em prática a mesma receita de "austeridade" que as luminárias do BE vilipendiavam em Portugal.
Há poucos dias, Tsipras esteve em Portugal e foi recebido por Costa que acabaria por ter parcialmente razão quando disse em Janeiro de 2015 "Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha" e um ano depois negou tudo aquilo que tinha defendido até então e começou a aplicar uma receita seguindo, se não a mesma, uma linha semelhante, não à do Syriza de 2015, mas à do Syriza de 2016 e 2017.
Quem ainda finge seguir a mesma linha do Syriza de 2015 é o Bloco de Esquerda e, por isso, ignorou quase completamente o Tsipras de 2017 que nos visitou e é em vão que se procurará uma referência, por mínima que seja, à visita de Tsipras no esquerda.net. A única referência a um encontro de Tsipras com as luminárias do BE é na entrevista ao DN onde o jornalista escreve que Tsipras «esteve à conversa com Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, e Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda» - olha que dois. Parece um encontro clandestino.
Alguém se lembra da excitação pueril do BE nos idos de 2015 quando o Syriza foi o partido mais votado e formou governo coligado com o Anel (um partido que não fora a coligação com o Syriza seria classificado pela esquerdalhada como neonazi) e das peregrinações que se seguiram de luminárias berloquistas a Atenas?
Em menos de 3 anos o Tsipras, o Syriza e o governo grego fizeram o percurso clássico dos doentes terminais nas suas 5 fases: negação, revolta, negociação, depressão e, finalmente, aceitação. Politicamente evoluíram do esquerdismo infantil para a social-democracia colorida e, para responder ao estado comatoso em que os socialistas do Pasok deixaram a Grécia, aplicaram a mesma receita que o governo PSD-CDS teve de aplicar para responder ao estado comatoso em que os socialistas do PS deixaram Portugal.
Compreensivelmente, desde finais de 2015, a Grécia, o Syriza e Tsipras desapareceram do radar do berloquismo. Afinal eles estavam a aceitar e pôr em prática a mesma receita de "austeridade" que as luminárias do BE vilipendiavam em Portugal.
Há poucos dias, Tsipras esteve em Portugal e foi recebido por Costa que acabaria por ter parcialmente razão quando disse em Janeiro de 2015 "Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha" e um ano depois negou tudo aquilo que tinha defendido até então e começou a aplicar uma receita seguindo, se não a mesma, uma linha semelhante, não à do Syriza de 2015, mas à do Syriza de 2016 e 2017.
Quem ainda finge seguir a mesma linha do Syriza de 2015 é o Bloco de Esquerda e, por isso, ignorou quase completamente o Tsipras de 2017 que nos visitou e é em vão que se procurará uma referência, por mínima que seja, à visita de Tsipras no esquerda.net. A única referência a um encontro de Tsipras com as luminárias do BE é na entrevista ao DN onde o jornalista escreve que Tsipras «esteve à conversa com Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, e Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda» - olha que dois. Parece um encontro clandestino.
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (2)
MÁRIO CENTENO É UM DOS PORTUGUESES QUE DOMINAM O MUNDO!
Marcelo Rebelo de Sousa: “Hemos pasado de ser el patito feo al cisne resplandenciente”
Vinda do Presidente da República dos nórdicos do século XXI e dita a um jornal de um país vizinho dos nórdicos do século XXI que olha com sobranceria histórica os que agora pensam ser os nórdicos do século XXI, esta afirmação é de um ridículo que só não é mortal porque o ridículo não mata - apenas desvaloriza quem assim se mostra impregnado de um profundo sentimento de inferioridade.
Marcelo Rebelo de Sousa: “Hemos pasado de ser el patito feo al cisne resplandenciente”
El presidente de Portugal: “Somos los nórdicos del siglo XXI”
Vinda do Presidente da República dos nórdicos do século XXI e dita a um jornal de um país vizinho dos nórdicos do século XXI que olha com sobranceria histórica os que agora pensam ser os nórdicos do século XXI, esta afirmação é de um ridículo que só não é mortal porque o ridículo não mata - apenas desvaloriza quem assim se mostra impregnado de um profundo sentimento de inferioridade.
05/12/2017
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (1)
A série Deixar de dar graxa... tem sido dedicada a questionar a mitologia que sustenta a auto-imagem dos portugueses que julgam estar a humanidade inteira a olhar para eles, por contraponto à imagem que deles têm os estrangeiros, geralmente indiferentes à existência dos patrícios.
Uma das consequências decorrentes dessa patologia, como notou Ricardo Araújo Pereira, no artigo «Disseram bem de Portugal em Badajoz» na Visão (link indisponível), que aqui citei, é a procura obsessiva de portugueses bem-sucedidos na estranja, exemplificada pelos vários milhares de resultados no Google da expressão «português no topo do mundo» (45.500 resultados hoje).
Os jornalistas de causas sucumbem muito frequentemente a essa obsessão. Hoje mesmo tivemos várias sucumbências, entre as quais destaco:
Médico português entre os mais influentes do mundo
Jornal i
Posso estar enganado, mas o padrão na imprensa estrangeira é que os nacionais bem-sucedidos são, desde logo, reconhecidos no seu próprio país e por isso são identificados pelo seu nome e poucos se preocupam se essas pessoas são ou não reconhecidas no estrangeiro e muito menos a salientar esse facto.
Uma das consequências decorrentes dessa patologia, como notou Ricardo Araújo Pereira, no artigo «Disseram bem de Portugal em Badajoz» na Visão (link indisponível), que aqui citei, é a procura obsessiva de portugueses bem-sucedidos na estranja, exemplificada pelos vários milhares de resultados no Google da expressão «português no topo do mundo» (45.500 resultados hoje).
Os jornalistas de causas sucumbem muito frequentemente a essa obsessão. Hoje mesmo tivemos várias sucumbências, entre as quais destaco:
MÁRIO CENTENO
Centeno junta-se a outros sete portugueses no topo da Europa (e do mundo)
PÚBLICOMédico português entre os mais influentes do mundo
Jornal i
Posso estar enganado, mas o padrão na imprensa estrangeira é que os nacionais bem-sucedidos são, desde logo, reconhecidos no seu próprio país e por isso são identificados pelo seu nome e poucos se preocupam se essas pessoas são ou não reconhecidas no estrangeiro e muito menos a salientar esse facto.