- «Oito restaurantes portugueses na lista dos melhores do Mundo» (TVI24)
- «Oito restaurantes portugueses na lista dos melhores do mundo» (Observador)
- «Oito restaurantes portugueses entre os melhores do Mundo» (DN)
- «Oito restaurantes portugueses que figuram nesta classificação» (Económico)
- «Restaurante da Casa da Calçada e The Yeatman juntam-se aos seis espaços portugueses que já integravam o ranking dos mil melhores restaurantes do mundo» (Público)
Um pouco ao acaso, seleccionei os seguintes países da lista e indico o número de restaurantes e a respectiva população: Espanha (68; 46 milhões), Suíça (39; 8 milhões), Bélgica (24; 11 milhões), Holanda (22; 17 milhões), Áustria (19; 9 milhões), Suécia (14; 10 milhões), Israel (11; 8 milhões), Irlanda (9; 5 milhões), Marrocos (12; 33 milhões), Nova Zelândia (9; 5 milhões), Eslovénia (5; 2 milhões), Barém (4; 1,5 milhão); Reunião (4; 0,8 milhões), Mónaco (4, 0,03 milhões).
Nessa lista encontramos países com população comparável à portuguesa (Suíça, Bélgica, Áustria, Suécia, Israel, Irlanda e Nova Zelândia), todos com mais restaurantes na lista. Encontramos os nossos vizinhos com o dobro da "densidade" de restaurantes, encontramos países microscópios com 4 restaurantes e encontramos países que a maioria dos portugueses imagina que nem sabem comer como Suécia, Irlanda, Nova Zelândia, todos com mais restaurantes na lista.
Por isso, pergunto: o que tem de extraordinário um país europeu, com 10 milhões de habitantes convencidos que têm a melhor comida do mundo, ter oito restaurantes na lista? Tem três coisas extraordinárias. A primeira é só ter oito restaurantes na lista. A segunda é a imprensa desse país não achar extraordinário serem só oito. A terceira é que os portugueses em geral serem portadores de um tal complexo de inferioridade que precisam que lhes soprem constantemente o ego murcho.
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