Interrompendo a sequência de posts de pendor jeremíaco do meu parceiro Impertinente, uma referência ao dinheiro (comparativamente) bem gasto com a melhoria das condições de saúde que o gráfico seguinte evidencia. O país que mais dinheiro gasta per capita em saúde (US) irremediavelmente batido por Portugal, medida a eficácia do dinheiro gasto pelos seus resultados em termos da redução entre 1997-8 e 2002-3 do número de mortes evitáveis em homens com menos de 75 anos, considerando causas como infecções bacterianas, cancros tratáveis, diabetes, entre outras. (Fonte: Economist)
29/02/2008
28/02/2008
ESTADO DE SÍTIO: de vitória em vitória até ao descalabro final
Segundo as estimativas de Miguel Frasquilho, que tem a obrigação de saber fazer contas, o score do governo em matéria de défice orçamental na óptica da contabilidade nacional será de 2,5% do PIB, ultrapassando claramente o objectivo de 3,7%.
Um pequeno senão, que ensombra o milagre: a receita total dos sectores Estado e Segurança Social ultrapassou em cerca de 2.400 milhões de euros o orçamento; a despesa ultrapassou o orçamento em cerca de 300 milhões, dos quais mais de 220 milhões são despesas correntes. Em conclusão, não fora o aumento da palha posta à disposição da vaca marsupial pública, o défice teria sido de 4%, isto é 0,3% acima do objectivo.
O milagre ainda fica mais magro se acreditarmos (não é preciso muita fé) na tese de Miguel Frasquilho do défice que o governo do senhor engenheiro diz ter herdado dos antecessores ter sido manifestamente exagerado com a preciosa ajuda do ministro anexo doutor Constâncio.
É claro que esta via para reduzir o défice à custa do aumento da carga fiscal resulta sempre até ao ponto em que a economia se exaure e definha para manter o estado social (social?).
E poderia ser diferente? Só se o governo fizesse o que manifestamente não quer ou não consegue fazer. Como a reforma necessária da administração pública, que não faz, porque só muda o indispensável para tudo continuar na mesma. Veja-se o novo regime de carreiras que no essencial só se aplicará aos novos funcionários públicos, regime cujo o sucesso é tanto maior quanto maior a legião dos novos funcionários públicos que o governo contratar.
Um pequeno senão, que ensombra o milagre: a receita total dos sectores Estado e Segurança Social ultrapassou em cerca de 2.400 milhões de euros o orçamento; a despesa ultrapassou o orçamento em cerca de 300 milhões, dos quais mais de 220 milhões são despesas correntes. Em conclusão, não fora o aumento da palha posta à disposição da vaca marsupial pública, o défice teria sido de 4%, isto é 0,3% acima do objectivo.
O milagre ainda fica mais magro se acreditarmos (não é preciso muita fé) na tese de Miguel Frasquilho do défice que o governo do senhor engenheiro diz ter herdado dos antecessores ter sido manifestamente exagerado com a preciosa ajuda do ministro anexo doutor Constâncio.
É claro que esta via para reduzir o défice à custa do aumento da carga fiscal resulta sempre até ao ponto em que a economia se exaure e definha para manter o estado social (social?).
E poderia ser diferente? Só se o governo fizesse o que manifestamente não quer ou não consegue fazer. Como a reforma necessária da administração pública, que não faz, porque só muda o indispensável para tudo continuar na mesma. Veja-se o novo regime de carreiras que no essencial só se aplicará aos novos funcionários públicos, regime cujo o sucesso é tanto maior quanto maior a legião dos novos funcionários públicos que o governo contratar.
27/02/2008
BREQUINGUE NIUZ: Liberal? Quem? O doutor Menezes? Só se for às quartas-feiras.
«É uma oposição liberal e populista» disse o doutor Pedro Silva Pereira, referindo-se ao PSD e ao volúvel doutor Luís Filipe Menezes. É um pensamento que diz mais acerca do primeiro do que do segundo.
É mais certo do que a chegada da Primavera
Os bancos começam a anunciar os resultados, mesmo quando são relativamente menos pletóricos como este ano, e começam os coros. São uns a protestarem, deixando perceber que vêem os lucros intrinsecamente como a incarnação do mal absoluto, condenáveis e ilegítimos. São outros a regozijarem-se com a pletora, deixando perceber que vêem os lucros intrinsecamente como a incarnação do bem absoluto, sempre justificáveis e legítimos.
É uma discussão um bocadinho tonta, porque afinal os lucros são apenas a remuneração do capital e do risco. Se são insuficientes, o negócio não tem sustentabilidade e só sobreviverá à custa de subsídios. Se são continuadamente superiores às rentabilidades médias, isso significa que o mercado não está a funcionar porque existem barreiras à entrada de novos operadores ou/e porque existe um cartel espontâneo ou legal. O resultado, em ambos os casos, é uma ineficiente alocação de capital.
Não se percebe o fundamento dos argumentos do tipo: os bancos têm lucros escandalosos; é preciso fazer alguma coisa (o quê, nunca é dito, talvez a nacionalização, ou a fixação administrativa dos juros e do preço dos serviços financeiros). Como também não se entende o fundamento dos argumentos do tipo: é melhor os bancos ganharem muito dinheiro do que perderem. Na verdade, em certas circunstâncias e por várias razões, seria melhor para os mercados que os bancos perdessem. Por exemplo, porque, como lembrou o trader que vendeu o iate e o jacto, citado pelo Impertinente ontem, «if you don't get sucker-punched every once in a while, you don't understand what risk is».
É uma discussão um bocadinho tonta, porque afinal os lucros são apenas a remuneração do capital e do risco. Se são insuficientes, o negócio não tem sustentabilidade e só sobreviverá à custa de subsídios. Se são continuadamente superiores às rentabilidades médias, isso significa que o mercado não está a funcionar porque existem barreiras à entrada de novos operadores ou/e porque existe um cartel espontâneo ou legal. O resultado, em ambos os casos, é uma ineficiente alocação de capital.
Não se percebe o fundamento dos argumentos do tipo: os bancos têm lucros escandalosos; é preciso fazer alguma coisa (o quê, nunca é dito, talvez a nacionalização, ou a fixação administrativa dos juros e do preço dos serviços financeiros). Como também não se entende o fundamento dos argumentos do tipo: é melhor os bancos ganharem muito dinheiro do que perderem. Na verdade, em certas circunstâncias e por várias razões, seria melhor para os mercados que os bancos perdessem. Por exemplo, porque, como lembrou o trader que vendeu o iate e o jacto, citado pelo Impertinente ontem, «if you don't get sucker-punched every once in a while, you don't understand what risk is».
26/02/2008
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: todos precisamos um sucker-punch, de vez em quando
Secção Assaults of thoughts
«I'd like to thank the market for dealing me a direct hit. As a trader if you don't get sucker-punched every once in a while, you don't understand what risk is», disse no American Securitisation Forum, em Las Vegas no princípio de Fevereiro, John Devaney um hedge-fund manager que foi forçado a vender um iate de 40 metros e um jacto Gulfstream depois do afundanço das obrigações de securitização dos créditos hipotecários.
Pela aguda consciência demonstrada e pelo reconhecimento de quem anda à chuva molha-se John Devaney merece 3 afonsos. O mercado merece 5.
Helpdesk
Para quem tenha dificuldades com o inglês técnico, aqui fica a tradução do Google:
«Eu gostaria de agradecer ao mercado para lidar me directamente um hit. Como um comerciante se você não fizer rebentos-perfurado de vez em quando, você não entender o que é risco».
Tome nota caro potencial detractor, você também precisa fazer de vez em quando rebentos-perfurado.
«I'd like to thank the market for dealing me a direct hit. As a trader if you don't get sucker-punched every once in a while, you don't understand what risk is», disse no American Securitisation Forum, em Las Vegas no princípio de Fevereiro, John Devaney um hedge-fund manager que foi forçado a vender um iate de 40 metros e um jacto Gulfstream depois do afundanço das obrigações de securitização dos créditos hipotecários.
Pela aguda consciência demonstrada e pelo reconhecimento de quem anda à chuva molha-se John Devaney merece 3 afonsos. O mercado merece 5.
Helpdesk
Para quem tenha dificuldades com o inglês técnico, aqui fica a tradução do Google:
«Eu gostaria de agradecer ao mercado para lidar me directamente um hit. Como um comerciante se você não fizer rebentos-perfurado de vez em quando, você não entender o que é risco».
Tome nota caro potencial detractor, você também precisa fazer de vez em quando rebentos-perfurado.
25/02/2008
ESTADO DE SÍTIO: SEDES e governo em dissonância cognitiva
A SEDES, isto é antigos governantes e futuros governantes, vê no seu radar uma "crise social de contornos difíceis de prever». A SEDES não tem soluções para a coisa, só apelos. Apelos à sociedade civil, que por seu turno espera que o governo resolva o problema, e ao incontornável presidente da República, que espera, pelo seu lado, que a sociedade civil dê sinais de vida e, já agora, que a oposição escape à lei de Gresham. (*)
Ao contrário, os actuais governantes pela boca do ministro do Trabalho (e da Solidariedade?) vêem «uma fase difícil da sua vida colectiva, da sua economia, do seu modelo de organização (que) Portugal está a ultrapassar, de forma decidida».
Nada de grave. Poderíamos inverter as situações e imaginar o governo no lugar da SEDES e vice-versa a dizerem as mesmas coisas reciprocamente. O estado de dissonância cognitiva pode ser duradouro (o do regime salazarista durou 48 anos) e atingir grande profundidade (na véspera do suicídio, Adolf Hitler fazia planos para mudar o curso da guerra a seu favor). No nosso caso, espera-se que não dure mais do que 2 ciclos eleitorais e que o governo deixe de fazer planos o mais tardar a partir do meio do 2.º mandato.
(*) A propósito, a formulação corrente desta «lei», a má moeda tende a expulsar a boa moeda, dá uma ideia errada do verdadeiro fenómeno que, no caso da oposição, se poderia formular assim: enquanto por lá andar o doutor Menezes (ou o doutor Santana Lopes, ou etc.), o doutor Alexandre Relvas ou outros doutores, etc. continuarão a tratar das suas vidinhas, pelo menos até o engenheiro Sócrates ser acometido dum fastio irremediável. O doutor Portas não conta para a lei - trata-se de moeda falsa.
Ao contrário, os actuais governantes pela boca do ministro do Trabalho (e da Solidariedade?) vêem «uma fase difícil da sua vida colectiva, da sua economia, do seu modelo de organização (que) Portugal está a ultrapassar, de forma decidida».
Nada de grave. Poderíamos inverter as situações e imaginar o governo no lugar da SEDES e vice-versa a dizerem as mesmas coisas reciprocamente. O estado de dissonância cognitiva pode ser duradouro (o do regime salazarista durou 48 anos) e atingir grande profundidade (na véspera do suicídio, Adolf Hitler fazia planos para mudar o curso da guerra a seu favor). No nosso caso, espera-se que não dure mais do que 2 ciclos eleitorais e que o governo deixe de fazer planos o mais tardar a partir do meio do 2.º mandato.
(*) A propósito, a formulação corrente desta «lei», a má moeda tende a expulsar a boa moeda, dá uma ideia errada do verdadeiro fenómeno que, no caso da oposição, se poderia formular assim: enquanto por lá andar o doutor Menezes (ou o doutor Santana Lopes, ou etc.), o doutor Alexandre Relvas ou outros doutores, etc. continuarão a tratar das suas vidinhas, pelo menos até o engenheiro Sócrates ser acometido dum fastio irremediável. O doutor Portas não conta para a lei - trata-se de moeda falsa.
Negócio de família
Depois de praticamente 50 anos no poder, Fidel Castro delegou a condução dos negócios do partido Comunista e do estado Cubano (na prática uma e a mesma coisa) no seu irmão Raul que se apressou a declarar que o mano Fidel é «insubstituível» e que ele não deixará de o «consultar».
24/02/2008
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Também a nós os achaques e as nossas próstatas nos incomodam.
23/02/2008
O (IM)PERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: prova de Matemática das Novas Oportunidades
QUESTÃO PROPOSTA:
6 + 7 = ?
___________________________________
RESULTADO APRESENTADO PELO ALUNO:
6 + 7 = 18
___________________________________
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO PROFESSOR
ANÁLISE :
• A grafia do número 6 está absolutamente correcta; O mesmo se pode concluir quanto ao número 7;
• O sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição;
• Quanto ao resultado, verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito e corresponde de facto ao primeiro algarismo da soma pedida.
• O segundo algarismo pode muito bem ser entendido como um três escrito simetricamente - repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical!
• Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos. A sua intenção era, portanto, boa.
AVALIAÇÃO:
Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que:
• A atitude do aluno foi positiva: ele tentou!
• Os procedimentos estão correctamente encadeados: os elementos estão dispostos pela ordem precisa.
• Nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável.
• Na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados - as simetrias - realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício...
• Em consequência, podemos atribuir-lhe um "EXCELENTE" e afirmar que o aluno "PROGRIDE ADEQUADAMENTE".
[Enviada por RR]
6 + 7 = ?
___________________________________
RESULTADO APRESENTADO PELO ALUNO:
6 + 7 = 18
___________________________________
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO PROFESSOR
ANÁLISE :
• A grafia do número 6 está absolutamente correcta; O mesmo se pode concluir quanto ao número 7;
• O sinal operacional + indica-nos, correctamente, que se trata de uma adição;
• Quanto ao resultado, verifica-se que o primeiro algarismo (1) está correctamente escrito e corresponde de facto ao primeiro algarismo da soma pedida.
• O segundo algarismo pode muito bem ser entendido como um três escrito simetricamente - repare-se na simetria, considerando-se um eixo vertical!
• Assim, o aluno enriqueceu o exercício recorrendo a outros conhecimentos. A sua intenção era, portanto, boa.
AVALIAÇÃO:
Do conjunto de considerações tecidas nesta análise, podemos concluir que:
• A atitude do aluno foi positiva: ele tentou!
• Os procedimentos estão correctamente encadeados: os elementos estão dispostos pela ordem precisa.
• Nos conceitos, só se enganou (?) num dos seis elementos que formam o exercício, o que é perfeitamente negligenciável.
• Na verdade, o aluno acrescentou uma mais-valia ao exercício ao trazer para a proposta de resolução outros conceitos estudados - as simetrias - realçando as conexões matemáticas que sempre coexistem em qualquer exercício...
• Em consequência, podemos atribuir-lhe um "EXCELENTE" e afirmar que o aluno "PROGRIDE ADEQUADAMENTE".
[Enviada por RR]
DIÁRIO DE BORDO: é nestas alturas que as minhas convicções ficam abaladas
«Qualquer palmada dada a uma criança é sempre uma violência que é um sinal de escalada torcionária», disse uma psicóloga à Visão (lido no Mar Salgado).
É nestas alturas que as minhas convicções ficam abaladas e admito em privado que facilitar o aborto pode ser um meio de melhorar a espécie.
É nestas alturas que as minhas convicções ficam abaladas e admito em privado que facilitar o aborto pode ser um meio de melhorar a espécie.
22/02/2008
A Sub-Região de Saúde de Beja - um case study do PRACE
Administrativos ao poder
Jaime Antunes, OJE de 21-02-2008
«DURANTE a tomada de posse do Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos foi referido pelo médico Manuel Matias que entre 1985 e 2008 o número de clínicos do Hospital Distrital de Beja desceu de 150 para 108. Curiosamente, no mesmo período, o número de funcionários administrativos passou de 700 para mais de 1200.
Segundo o “Público”, citando dados da Direcção-Geral de Saúde referentes a 2006, a Sub-Região de Saúde de Beja servia uma população de 154 325 habitantes, através de 14 centros de saúde e um hospital. No conjunto existiam 219 médicos, 926 administrativos e 524 enfermeiros.
Apesar da redução do número de médicos, a região de Beja ainda conta com um médico para 704 habitantes e o que é extraordinário tem um administrativo por cada 166 habitantes. Se cada habitante contactar em média os estabelecimentos de saúde uma vez por mês cada funcionário tem de atender cinco pessoas por dia.
Acontece que os médicos que exercem a profissão em Beja, ainda por cima, têm uma idade média elevada o que pressupõe que a tendência de redução deverá continuar nos próximos anos uma vez que, diz o Presidente do Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, não é possível atrair novos médicos para substituir os que se reformam.
O Presidente explica também que o aumento do número de funcionários administrativos resulta da necessidade de recrutar pessoal técnico especializado para executar os mais diversos exames médicos.
Com este tipo de explicações está tudo dito: Os médicos em Beja são cada vez menos porque ninguém quer exercer medicina nessa cidade mas os funcionários administrativos são cada vez mais porque têm de praticar “os mais diversificados exames médicos”. Mas se há cada vez menos médicos quem examina os doentes e quem prescreve cada vez mais exames?
Por outro lado, a falta de médicos sente-se mais nas especialidades, nomeadamente endocrinologia, urologia, psiquiatria, oftalmologia, neurocirurgia, neuro-radiologia, otorrinolaringologia, cardiologia e genética médica.
Faltando médicos em todas estas especialidades (só há dois cardiologistas no Hospital de Beja), o que fazem os tais funcionários administrativos especializados cuja contratação justifica? Não sou especialista em gestão de equipamentos de saúde mas suspeito que ainda vamos ter saudades de Correia de Campos e da sua política de racionalização dos recursos existentes no Serviço Nacional de Saúde, que estava apenas a começar. Está à vista de todos que o principal problema do Serviço Nacional de Saúde está na gestão irracional dos recursos ao longo de décadas. Os contribuintes pagam muito por um serviço deficiente em muitas unidades de saúde. No SNS convivem unidades de grande qualidade e profissionais altamente dedicados com outros em que o respeito pelos pacientes é quase inexistente.
E voltando a Beja ainda fico à espera que alguém me explique porque razão são necessários mais de quatro funcionários administrativos por cada médico ao serviço na Sub-Região de Beja. »
Jaime Antunes, OJE de 21-02-2008
«DURANTE a tomada de posse do Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos foi referido pelo médico Manuel Matias que entre 1985 e 2008 o número de clínicos do Hospital Distrital de Beja desceu de 150 para 108. Curiosamente, no mesmo período, o número de funcionários administrativos passou de 700 para mais de 1200.
Segundo o “Público”, citando dados da Direcção-Geral de Saúde referentes a 2006, a Sub-Região de Saúde de Beja servia uma população de 154 325 habitantes, através de 14 centros de saúde e um hospital. No conjunto existiam 219 médicos, 926 administrativos e 524 enfermeiros.
Apesar da redução do número de médicos, a região de Beja ainda conta com um médico para 704 habitantes e o que é extraordinário tem um administrativo por cada 166 habitantes. Se cada habitante contactar em média os estabelecimentos de saúde uma vez por mês cada funcionário tem de atender cinco pessoas por dia.
Acontece que os médicos que exercem a profissão em Beja, ainda por cima, têm uma idade média elevada o que pressupõe que a tendência de redução deverá continuar nos próximos anos uma vez que, diz o Presidente do Centro Hospitalar do Baixo Alentejo, não é possível atrair novos médicos para substituir os que se reformam.
O Presidente explica também que o aumento do número de funcionários administrativos resulta da necessidade de recrutar pessoal técnico especializado para executar os mais diversos exames médicos.
Com este tipo de explicações está tudo dito: Os médicos em Beja são cada vez menos porque ninguém quer exercer medicina nessa cidade mas os funcionários administrativos são cada vez mais porque têm de praticar “os mais diversificados exames médicos”. Mas se há cada vez menos médicos quem examina os doentes e quem prescreve cada vez mais exames?
Por outro lado, a falta de médicos sente-se mais nas especialidades, nomeadamente endocrinologia, urologia, psiquiatria, oftalmologia, neurocirurgia, neuro-radiologia, otorrinolaringologia, cardiologia e genética médica.
Faltando médicos em todas estas especialidades (só há dois cardiologistas no Hospital de Beja), o que fazem os tais funcionários administrativos especializados cuja contratação justifica? Não sou especialista em gestão de equipamentos de saúde mas suspeito que ainda vamos ter saudades de Correia de Campos e da sua política de racionalização dos recursos existentes no Serviço Nacional de Saúde, que estava apenas a começar. Está à vista de todos que o principal problema do Serviço Nacional de Saúde está na gestão irracional dos recursos ao longo de décadas. Os contribuintes pagam muito por um serviço deficiente em muitas unidades de saúde. No SNS convivem unidades de grande qualidade e profissionais altamente dedicados com outros em que o respeito pelos pacientes é quase inexistente.
E voltando a Beja ainda fico à espera que alguém me explique porque razão são necessários mais de quatro funcionários administrativos por cada médico ao serviço na Sub-Região de Beja. »
21/02/2008
ESTADO DE SÍTIO: a notícia de que a máquina do Estado está mais magra é um bocadinho exagerada
«Administração Pública perde 39 mil funcionários em dois anos
Nos últimos dois anos, a Administração Pública perdeu 39.373 efectivos. Os dados foram divulgados esta tarde pelo ministro das Finanças que deu conta da entrada de 21.591 novos funcionários e da saída 60.964, o que significa que a máquina do Estado está mais magra.»
(Diário Económico)
Onde se meterem os 39 mil utentes da vaca marsupial pública alegadamente perdidos? A partir das contagens de novos aposentados nas listas da CGA feitas pelo Jornal de Notícias, pode estimar-se em cerca de 40.000 o número de funcionários públicos aposentados em 2006 e 2007. Se a este número adicionarmos cerca 10 mil, que se terão aposentado em 2005, já durante a vigência deste governo, obtemos cerca de 50 mil aposentados durante o consolado do senhor engenheiro Sócrates. Feitas as contas, entre perdidos e achados, foram encontrados mais cerca de 11 mil utentes.
Nos últimos dois anos, a Administração Pública perdeu 39.373 efectivos. Os dados foram divulgados esta tarde pelo ministro das Finanças que deu conta da entrada de 21.591 novos funcionários e da saída 60.964, o que significa que a máquina do Estado está mais magra.»
(Diário Económico)
Onde se meterem os 39 mil utentes da vaca marsupial pública alegadamente perdidos? A partir das contagens de novos aposentados nas listas da CGA feitas pelo Jornal de Notícias, pode estimar-se em cerca de 40.000 o número de funcionários públicos aposentados em 2006 e 2007. Se a este número adicionarmos cerca 10 mil, que se terão aposentado em 2005, já durante a vigência deste governo, obtemos cerca de 50 mil aposentados durante o consolado do senhor engenheiro Sócrates. Feitas as contas, entre perdidos e achados, foram encontrados mais cerca de 11 mil utentes.
19/02/2008
Desfazendo ideias feitas - o mito da eficiência da banca portuguesa (2). O caso Millenium bcp
Como foi possível a equipa liderada pelo engenheiro Jardim Gonçalves manipular durante vários anos com total impunidade as contas do Millenium bcp? Total impunidade até aqui e, conhecendo-se os brandos costumes domésticos, a incompetência da regulação e a ineficácia da justiça, provável impunidade daqui para a frente.
Este é o esquema das offshores (infograma adaptado do Jornal de Negócio).
Ao contrário do que defendem os liberais da academia, este não é um assunto privado que diz respeito apenas aos accionistas. É um assunto público, porque se trata de uma public company.
Este é o esquema das offshores (infograma adaptado do Jornal de Negócio).
[Clicar para ampliar]
De acordo com a versão oficial transmitada hoje pela nova equipa de gestão aos accionistas, a manigância terá custado 300 milhões. São números para quem tem fé. Os verdadeiros saber-se-ão um dia (talvez).Ao contrário do que defendem os liberais da academia, este não é um assunto privado que diz respeito apenas aos accionistas. É um assunto público, porque se trata de uma public company.
18/02/2008
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: ele é um de nós
Que as trapalhadas das habilitações académicas, no ano passado, e dos projectos assinados pelo senhor engenheiro Sócrates, nas últimas semanas, tenham deixado praticamente intactos os seus índices de aprovação nos inquéritos à opinião, diz mais sobre os métodos de amostragem (melhor hipótese) ou sobre a amostra dos inquiridos (segunda melhor hipótese) ou sobre o universo dos inquiríveis (pior e mais provável hipótese) do que sobre a pessoa do senhor engenheiro.
Desfazendo ideias feitas - o mito da eficiência da banca portuguesa (ACTUALIZADO)
Um dos mitos mais difundidos pela banca portuguesa, com a preciosa e interessada ajuda dos mídia, é a de que o sector bancário português, diferentemente de todos os outros sectores de actividade, atingiria níveis de excelência comparáveis aos da banca europeia. Isso seria particularmente verdade para o Millenium bcp, mas, segundo a lenda, a banca portuguesa no seu conjunto bater-se-ia em pé de igualdade com a concorrência estrangeira. A queda do mito Millenium bcp está consumada: a pujança financeira dá lugar à vulnerabilidade à medida que vão caindo os véus da contabilidade criativa. Vem a propósito tratar do mito comum.
A semana passada Paulo Soares de Pinho abordou o tema no Diário Económico e citou o estudo "Cost Efficiency of Leading European Banks 2007" da Arthur D. Little para mostrar que o rei vai nu. Medida a eficiência pelo rácio custos/proveitos bancários (um rácio relativamente imune às manipulações), a banca portuguesa revela-se das menos eficientes só ultrapassada pela banca alemã, de quem se diz, apenas com um relativo exagero, que além de Cuba, da Coreia do Norte e do sector segurador americano é provavelmente um dos últimos redutos do comunismo. Sobre a banca alemã o Economist de 10-01 publicou uma interessante análise (Slow motion - A shaking up is what Germany's banks need. Don't hold your breath) também ela com dados do estudo da Arthur D. Little.
Em complemento do artigo de Paulo Soares de Pinho, aqui ficam mais alguns dados do estudo da Arthur D. Little. Como se pode ver, a banca portuguesa é a 2.ª menos eficiente dos 15 países considerados e não há um único banco português nos 10 mais eficientes, onde encontramos 3 bancos espanhóis.
Dez bancos mais eficientes
Rank / Banco / País
1 Banco Popular Espanha
2 Kaupthing Islândia
3 Handelsbanken Suécia
4 Glitnir Islândia
5 HBOS Grã Bretanha
6 RBS Grã Bretanha
7 BBVA Espanha
8 HSBC Grã Bretanha
9 Lloyds TSB Grã Bretanha
10 Caja Madrid Espanha
Rank / País / Rácio (%)
1 Islândia 41,5
2 Espanha 50,5
3 Grã Bretanha 50,5
4 Suécia 53,0
5 Noruega 54,0
6 Finlância 54,4
7 Dinamarca 56,8
8 Itália 59,6
9 Bélgica 59,9
10 Áustria 61,3
11 França 63,8
12 Suiça 64,5
13 Holanda 67,8
14 Portugal 68,0
15 Alemanha 73,5
A semana passada Paulo Soares de Pinho abordou o tema no Diário Económico e citou o estudo "Cost Efficiency of Leading European Banks 2007" da Arthur D. Little para mostrar que o rei vai nu. Medida a eficiência pelo rácio custos/proveitos bancários (um rácio relativamente imune às manipulações), a banca portuguesa revela-se das menos eficientes só ultrapassada pela banca alemã, de quem se diz, apenas com um relativo exagero, que além de Cuba, da Coreia do Norte e do sector segurador americano é provavelmente um dos últimos redutos do comunismo. Sobre a banca alemã o Economist de 10-01 publicou uma interessante análise (Slow motion - A shaking up is what Germany's banks need. Don't hold your breath) também ela com dados do estudo da Arthur D. Little.
Em complemento do artigo de Paulo Soares de Pinho, aqui ficam mais alguns dados do estudo da Arthur D. Little. Como se pode ver, a banca portuguesa é a 2.ª menos eficiente dos 15 países considerados e não há um único banco português nos 10 mais eficientes, onde encontramos 3 bancos espanhóis.
Dez bancos mais eficientes
Rank / Banco / País
1 Banco Popular Espanha
2 Kaupthing Islândia
3 Handelsbanken Suécia
4 Glitnir Islândia
5 HBOS Grã Bretanha
6 RBS Grã Bretanha
7 BBVA Espanha
8 HSBC Grã Bretanha
9 Lloyds TSB Grã Bretanha
10 Caja Madrid Espanha
Rank / País / Rácio (%)
1 Islândia 41,5
2 Espanha 50,5
3 Grã Bretanha 50,5
4 Suécia 53,0
5 Noruega 54,0
6 Finlância 54,4
7 Dinamarca 56,8
8 Itália 59,6
9 Bélgica 59,9
10 Áustria 61,3
11 França 63,8
12 Suiça 64,5
13 Holanda 67,8
14 Portugal 68,0
15 Alemanha 73,5
15/02/2008
SERVIÇO PÚBLICO: O efeito do tempo sobre os objectivos do governo.
«"Desde que iniciámos funções, a economia gerou 94 mil postos de trabalho. Não vejo nenhuma razão para que no próximo ano e meio não consigamos ter mais emprego e conseguirmos atingir o nosso objectivo", afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas, à entrada do Centro de Saúde de Torres Vedras, ao comentar a taxa de desemprego hoje divulgada pelo INE.» (Público)
O nosso objectivo? Qual objectivo?
«A agenda económica do Governo tem como objectivo aumentar, de forma sustentada, o crescimento potencial da nossa economia para 3%, durante esta legislatura. Só com o crescimento da economia poderemos resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais. Portugal deve ter como objectivo recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura.» (Programa de XVII Governo (CAPÍTULO I UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A PRÓXIMA DÉCADA, I. VOLTAR A ACREDITAR, 1. Uma estratégia mobilizadora para mudar Portugal, página 8)
No seu programa o governo escreveu recuperar 150 mil postos de trabalho. Não escreveu criar 150 mil novos postos de trabalho. Gerar novos postos de trabalho é o mesmo que recuperar postos de trabalho perdidos? Se fosse a mesma coisa, a geração de novos postos de trabalho poderia reconverter o tecido económico mas seguramente não resolveria o problema do desemprego que é o propósito declarado do governo.
É possível enganar alguns, toda a vida. É possível enganar todos, algum tempo. Não é possível enganar todos, sempre.
O nosso objectivo? Qual objectivo?
«A agenda económica do Governo tem como objectivo aumentar, de forma sustentada, o crescimento potencial da nossa economia para 3%, durante esta legislatura. Só com o crescimento da economia poderemos resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais. Portugal deve ter como objectivo recuperar, nos próximos quatro anos, os cerca de 150.000 postos de trabalho perdidos na última legislatura.» (Programa de XVII Governo (CAPÍTULO I UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO PARA A PRÓXIMA DÉCADA, I. VOLTAR A ACREDITAR, 1. Uma estratégia mobilizadora para mudar Portugal, página 8)
No seu programa o governo escreveu recuperar 150 mil postos de trabalho. Não escreveu criar 150 mil novos postos de trabalho. Gerar novos postos de trabalho é o mesmo que recuperar postos de trabalho perdidos? Se fosse a mesma coisa, a geração de novos postos de trabalho poderia reconverter o tecido económico mas seguramente não resolveria o problema do desemprego que é o propósito declarado do governo.
É possível enganar alguns, toda a vida. É possível enganar todos, algum tempo. Não é possível enganar todos, sempre.
14/02/2008
Pior do que a retoma que não chega
Segundo os dados do INE divulgados ontem no destaque, «no 4º trimestre de 2007, o Índice de Custo do Trabalho (ICT), excluindo a Administração Pública e corrigido dos dias úteis, aumentou 5,1% face ao mesmo período do ano anterior (mais 2,1 pontos percentuais que a variação homóloga registada no 4º trimestre de 2006). Em termos médios anuais, a taxa de variação do ICT foi de 4,0% (mais 2,3 pontos percentuais do que em 2006).»
Isto são más notícias. Se a procura interna não dá sinais de se animar, e ainda bem, devido ao elevado grau de endividamento, a quebra de competitividade torna mais problemática a retoma por via da procura externa.
Isto são más notícias. Se a procura interna não dá sinais de se animar, e ainda bem, devido ao elevado grau de endividamento, a quebra de competitividade torna mais problemática a retoma por via da procura externa.
ARTIGO DEFUNTO: o crescimento do PIB no 4.º trimestre decresceu 1,7% em 11 minutos
Diário Económico em 2008-02-14 às 10:05
«O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional aumentou 1,9% na totalidade do ano passado, mais 0,6 pontos percentuais do que em 2006, tendo registado uma aceleração do crescimento para os 2,0% no quarto trimestre de 2007». [face ao trimestre homólogo de 2006, supõe-se]
Pedro Duarte
Diário Económico em 2008-02-14 às 10:16
«O Eurostat acrescenta que a economia portuguesa cresceu 0,7% no último trimestre de 2007 face ao trimestre anterior, quando se contraiu 0,1%.»
Mafalda Aguiar
Resultado desta eliminatória do concurso para spin do senhor engenheiro: Pedro Duarte - apurado; Mafalda Aguiar - eliminada.
«O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional aumentou 1,9% na totalidade do ano passado, mais 0,6 pontos percentuais do que em 2006, tendo registado uma aceleração do crescimento para os 2,0% no quarto trimestre de 2007». [face ao trimestre homólogo de 2006, supõe-se]
Pedro Duarte
Diário Económico em 2008-02-14 às 10:16
«O Eurostat acrescenta que a economia portuguesa cresceu 0,7% no último trimestre de 2007 face ao trimestre anterior, quando se contraiu 0,1%.»
Mafalda Aguiar
Resultado desta eliminatória do concurso para spin do senhor engenheiro: Pedro Duarte - apurado; Mafalda Aguiar - eliminada.
13/02/2008
ARTIGO DEFUNTO: que seria de nós sem este governo e estes spin doctors
No passado dia 7 o governo aprovou a minuta do contrato de investimento com a Solar Plus para a instalação de uma fábrica de painéis solares em Oliveira do Bairro. Como habitualmente, o contrato de investimento concederá à Solar Plus, em contrapartida do seu investimento, reduções do IRC ao abrigo do Estatuto dos Benefícios Fiscais.
Nesse mesmo dia, uma jornalista do Diário Económico escreveu na edição online esta pérola de jornalismo encomiástico e graxista, merecedora dum convite imediato para deputy spin doctor do doutor Manuel Pinho:
«Governo financia fábrica de painéis solares em Aveiro
O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros, a criação de uma fábrica de painéis solares fotovoltaicos em Oliveira do Bairro, em Aveiro, estabelecendo um contrato de 16 milhões de euros que possibilitará a criação de mais de 100 postos de trabalho.»
[Nada de notável. É apenas um exemplo entre muitos outros que poluem todos os dias os jornais domésticos.]
PS: O director e os jornalistas do Público, esses nunca serão convidados para spin doctors do governo. Como serventuários do engenheiro Azevedo, são, segundo o doutor Costa, executores duma campanha contra o que senhor engenheiro Sócrates fez pela vidinha, inspirada pelo patrão da Sonae desde que perdeu a OPA da PT.
Nesse mesmo dia, uma jornalista do Diário Económico escreveu na edição online esta pérola de jornalismo encomiástico e graxista, merecedora dum convite imediato para deputy spin doctor do doutor Manuel Pinho:
«Governo financia fábrica de painéis solares em Aveiro
O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros, a criação de uma fábrica de painéis solares fotovoltaicos em Oliveira do Bairro, em Aveiro, estabelecendo um contrato de 16 milhões de euros que possibilitará a criação de mais de 100 postos de trabalho.»
[Nada de notável. É apenas um exemplo entre muitos outros que poluem todos os dias os jornais domésticos.]
PS: O director e os jornalistas do Público, esses nunca serão convidados para spin doctors do governo. Como serventuários do engenheiro Azevedo, são, segundo o doutor Costa, executores duma campanha contra o que senhor engenheiro Sócrates fez pela vidinha, inspirada pelo patrão da Sonae desde que perdeu a OPA da PT.
12/02/2008
ESTÓRIA E MORAL: Tristezas não pagam dívidas
Estória
Segundo o World Database of Happiness («Continuous register of scientific research on subjective appreciation of life»), uma organização que só poderia ter sede na Holanda, Portugal é o 55.º país em 95 no ranking da felicidade com um score de 6 numa escala de 0 a 10.
Entre 1985 e 2006 Portugal desceu da posição 53 para a 55, e ficou 0,32 pontos mais infeliz. Dos países da União Europeia só os polacos, húngaros e eslovacos são mais infelizes do que nós. Esses não admira, se nos lembrarmos que são algumas das vítimas encontradas nos escombros da ruína dos paraísos comunistas.
E, no entanto, se há povos que se esforçam por ser felizes, somos nós.
Moral
«The search for happiness is one of the chief sources of unhappiness» (Eric Hoffer)
Segundo o World Database of Happiness («Continuous register of scientific research on subjective appreciation of life»), uma organização que só poderia ter sede na Holanda, Portugal é o 55.º país em 95 no ranking da felicidade com um score de 6 numa escala de 0 a 10.
Entre 1985 e 2006 Portugal desceu da posição 53 para a 55, e ficou 0,32 pontos mais infeliz. Dos países da União Europeia só os polacos, húngaros e eslovacos são mais infelizes do que nós. Esses não admira, se nos lembrarmos que são algumas das vítimas encontradas nos escombros da ruína dos paraísos comunistas.
E, no entanto, se há povos que se esforçam por ser felizes, somos nós.
Moral
«The search for happiness is one of the chief sources of unhappiness» (Eric Hoffer)
11/02/2008
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: os centros de decisão emigram para o Futungo de Belas
Secção Perguntas Impertinentes
O discurso dos centros de decisão só vale para os espanhóis ou também vale para a clique angolana que está no poder e usa o braço armado da Sonangol para comprar participações no Millenium bcp, na EDP, na PT e onde mais se há-de ver?
Três pilatos para o governo que anda distraído e quatro chateaubriands para as luminárias de vários quadrantes que imaginam que o capital duma clique corrupta é mais aceitável do que os papões do capital selvagem, seja isto o que for.
O discurso dos centros de decisão só vale para os espanhóis ou também vale para a clique angolana que está no poder e usa o braço armado da Sonangol para comprar participações no Millenium bcp, na EDP, na PT e onde mais se há-de ver?
Três pilatos para o governo que anda distraído e quatro chateaubriands para as luminárias de vários quadrantes que imaginam que o capital duma clique corrupta é mais aceitável do que os papões do capital selvagem, seja isto o que for.
09/02/2008
Desfazendo ideias feitas
Para quem vê, como quase toda a esquerda, a economia americana comandada pelo ultra-liberalismo, é difícil de explicar que, precisamente o presidente Bush, supeito de ser o prosélito n.º 1 desse suposto ultra-liberalismo, tenha proposto em Dezembro «o lançamento de obrigações de baixo custo livres de impostos como parte de um plano para ajudar as famílias que não estão a poder pagar as prestações das suas casas, tendo voltado a reiterar este ponto no discurso do Estado da União, a 28 de Janeiro. Sob este plano, as agências imobiliárias estatais iriam receber autoridade temporária para refinanciarem créditos 'subprime' com as receitas obtidas com a emissão destas obrigações» (ver aqui, por exemplo).
Surpreendentemente, o plano de Bush, que visava evitar o despejo de mais de um milhão de famílias, está a ser rejeitado pela maioria dos estados federais, muitos deles com governadores democratas.
Surpreendentemente, o plano de Bush, que visava evitar o despejo de mais de um milhão de famílias, está a ser rejeitado pela maioria dos estados federais, muitos deles com governadores democratas.
08/02/2008
DIÁRIO DE BORDO: pior a emenda do que o soneto
"Nothing harmed the cause of liberalism more than the almost regular return of feverish booms and of the dramatic breakdown of bull markets followed by lingering slumps. Public opinion has become convinced that such happenings are inevitable in the unhampered market economy. People did not conceive that what they lamented was the necessary outcome of policies directed toward a lowering of the rate of interest by means of credit expansion. They stubbornly kept to these policies and tried in vain to fight their undesired consequences by more and more government interference."
Ludwig von Mises
[Lido esta manhã no Causa Liberal, muito a propósito das minhas reflexões recentes sobre os bombeiros incendiários municipais do FED e, vá lá, voluntários do BCE]
Ludwig von Mises
[Lido esta manhã no Causa Liberal, muito a propósito das minhas reflexões recentes sobre os bombeiros incendiários municipais do FED e, vá lá, voluntários do BCE]
07/02/2008
Poder local no seu melhor
06/02/2008
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: o olho do Hubble perscrutando o espaço sideral (9)
1.º - A Galáxia do Sombrero - distante 28 milhões de anos luz da Terra - foi eleita a melhor foto, captada pelo Hubble. As dimensões desta Galáxia, oficialmente denominada M104, tem uma aparência espectacular. Tem 800 bilhões de sóis e um diâmetro de 50.000 anos-luz.
[As 10 melhores fotos captadas pelo telescópio Hubble, enviadas por JARF, forever young]
[As 10 melhores fotos captadas pelo telescópio Hubble, enviadas por JARF, forever young]
05/02/2008
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Plano Tecnológico, Novas Oportunidades, 3.500 cursos universitários e politécnicos (REPUBLICADO)
[Clicar para ampliar]
«Quase 200 licenciaturas universitárias correm o risco de desaparecer do ensino superior público e privado por no final do anterior ano lectivo terem menos de 20 alunos cada uma, noticia hoje o "Jornal de Notícias" (JN).
Ao todo, são 124 cursos de instituições públicas e 61 de privadas que, nalguns casos têm apenas três ou cinco alunos, sustenta o diário, com base em dados do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
Entre politécicos e universidades, Portugal tem cerca de 3500 cursos dos vários graus de ensino, que vão do bacharelato ao doutoramento.» (Público)
Nota: na versão original deste post referi 1.300 cursos. Estava tão longe da verdade que nem a belisquei.
Habemus Papam
Polónia 1944
As SS chegam a uma pequena povoação polaca e fazem refém toda a população. Um jovem polaco consegue iludir os nazis e acaba por se evadir sendo de imediato seguido por um SS. A certa altura o SS leva a arma à cara e prepara-se para abater o jovem polaco. De repente ouve-se a voz de Deus vinda do céu:
- Pára desgraçado, não dispares. Esse polaco um dia será Papa.
Perplexo, o alemão responde:
- Sim Senhor. E eu?
- Tu serás a seguir!
(enviada por FM, no Bahrain )
As SS chegam a uma pequena povoação polaca e fazem refém toda a população. Um jovem polaco consegue iludir os nazis e acaba por se evadir sendo de imediato seguido por um SS. A certa altura o SS leva a arma à cara e prepara-se para abater o jovem polaco. De repente ouve-se a voz de Deus vinda do céu:
- Pára desgraçado, não dispares. Esse polaco um dia será Papa.
Perplexo, o alemão responde:
- Sim Senhor. E eu?
- Tu serás a seguir!
(enviada por FM, no Bahrain )
04/02/2008
BREQUINGUE NIUZ: falta o corpo de delito do alegado «assassinato de carácter» do senhor engenheiro Sócrates
«No entanto, o projecto da sua fábrica de blocos de cimento, construída no interior de uma zona urbana, foi assinado em 1990 pelo deputado socialista que então mais se destacava na defesa do Ambiente. Segundo o empresário, o autor foi um conhecido arquitecto da Guarda. Sucede que nessa época este ainda nem sequer tinha concluído o curso.
...
Entre alguns engenheiros e arquitectos da Guarda, que pedem anonimato, a versão que corre sobre a ligação profissional de Sócrates à Guarda é simples e é assim resumida por um deles: “Havia aí um grupo de técnicos da câmara que açambarcava uma boa parte dos projectos de casas dos emigrantes. Como não podiam assinar punham o Sócrates a fazê-lo, porque ele era da Covilhã e não tinha esse problema” de impedimento legal.»
(Público de 31-01-2008)
...
Entre alguns engenheiros e arquitectos da Guarda, que pedem anonimato, a versão que corre sobre a ligação profissional de Sócrates à Guarda é simples e é assim resumida por um deles: “Havia aí um grupo de técnicos da câmara que açambarcava uma boa parte dos projectos de casas dos emigrantes. Como não podiam assinar punham o Sócrates a fazê-lo, porque ele era da Covilhã e não tinha esse problema” de impedimento legal.»
(Público de 31-01-2008)
03/02/2008
Uma questão de higiene pública
Telmo Correia assinou 300 despachos na madrugada da tomada de posse de Sócrates
Se este país se levasse a sério, este senhor e outros senhores implicados nestas tramóias (Paulo Portas, Luís Nobre Guedes e middleman Abel Pinheiro, para só citar alguns) talvez se sentissem obrigados a abandonar a actividade política. Sobretudo Paulo Portas, o impoluto justiceiro do governo de Cavaco Silva nos seus anos de Independente.
Seria uma questão de higiene pública.
Se este país se levasse a sério, este senhor e outros senhores implicados nestas tramóias (Paulo Portas, Luís Nobre Guedes e middleman Abel Pinheiro, para só citar alguns) talvez se sentissem obrigados a abandonar a actividade política. Sobretudo Paulo Portas, o impoluto justiceiro do governo de Cavaco Silva nos seus anos de Independente.
Seria uma questão de higiene pública.
ESTADO DE SÍTIO: Onerados pela insularidade
Pela Resolução n.º 4/2008/M a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira «resolve apresentar à Assembleia da República a proposta de lei que cria o complemento de pensão que visa compensar os custos da insularidade que oneram os cidadãos residentes na Região Autónoma.»
Alguém pode fazer o favor de me explicar o propósito desta ejaculação legislativa? Quais custos? Qual insularidade? Qual ónus? Se eu viver na Maurícia não fico ainda mais insularizado, para já não falar em mais onerado? E a coisa só vale «(euro) 50, actualizado anualmente»?
Alguém pode fazer o favor de me explicar o propósito desta ejaculação legislativa? Quais custos? Qual insularidade? Qual ónus? Se eu viver na Maurícia não fico ainda mais insularizado, para já não falar em mais onerado? E a coisa só vale «(euro) 50, actualizado anualmente»?