De volta ao furacão das Caraíbas, que, como vimos, não é uma furacão, e começou por ser uma manifestação de quatrocentas personalidades indignadas contra a alegada censura da obra de Mapplethorpe, artista que, desconfio, não teria despertado este culto se não fosse a temática provocatória, a obsessão transgressiva e a legenda que lhe colaram de herói-vítima das suas preferências sexuais (e de uma mãe castradora, acrescento).
À carta aberta das quatrocentas personalidades sucedeu uma imensa diarreia que se derramou pelas colunas e écrans dos mídia ameaçando submergir a administração da Fundação Serralves. Valeu-lhe o facto de Pacheco Pereira dela fazer parte, como reconhecimento de serviços prestados - para não citar outros, recorde-se a presença de Costa durante 6 anos no programa Quadratura do Círculo na qualidade equívoca de candidato in waiting à liderança do PS.
Puxando dos seus pergaminhos em matéria de censura e do seu estatuto de pensador do regime, Pacheco certificou as decisões da administração perante a indignação ululante e poupou-a, até ver, à crucificação pelo cada vez mais numeroso exército do politicamente correcto.
Conversas com PANeireiros
ResponderEliminar