01/12/2016

CASE STUDY: Trumpologia (2) - Em política o que parece, é

Um dos pontos fulcrais da campanha de Donald Trump foi a recuperação dos postos de trabalho americanos supostamente perdidos para China, México and all that jazz. Trump nunca disse como iria fazê-lo mas, não sendo parvo (embora pareça), deve saber ou alguém lhe pode explicar que a medida mais óbvia para o conseguir, que é criar obstáculos ao comércio externo, tem várias consequências indesejadas e indesejáveis e no fim do dia poderá fazer perder ainda mais postos de trabalho.

Sendo a recuperação dos postos de trabalho um dos argumentos mais poderosos para mobilizar a sua base eleitoral, Trump não pode decepcioná-la e terá de tomar medidas. Já o fez à sua maneira que é criar um caso espectacular para encher o olho dos eleitores.

Hoje, quinta-feita, Trump e o vice Mike Pence rumam à fábrica da Carrier em Indianapolis, onde a empresa pretendia reduzir 2 mil postos de trabalho transferindo-os para o México, para anunciar um acordo em que a Carrier se compromete a manter mil postos de trabalho em troca de incentivos fiscais e regulamentares.

É claro que isso são amendoins numa economia que em média nos últimos tempos cria 9 mil postos de trabalho em cada dia útil e é igualmente claro que os incentivos fiscais à Carrier vão ter de ser compensados com mais impostos daqueles cujos postos de trabalho estão ameaçados. Mas lá que é eficaz, não restam dúvidas.

Ainda vamos assistir ao nosso Costa a adoptar a mesma fórmula.

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