Recordando a distinção entre taxa de letalidade, que relaciona o número de óbitos com o número de infectados, e a taxa de mortalidade que relaciona o número de óbitos causados por uma epidemia com a população, num caso e noutro com referência a uma determinada área (mundo, pais, região, cidade, etc.).
Recordando também algumas das patetices que os mídia foram publicando (ver aqui alguns exemplos dos dislates produzidos), confundindo mortalidade com letalidade e não percebendo que, sendo o número de infectados testados e conhecidos sempre inferior ao número total de infectados, à medida que são feitos mais testes o denominador aumenta mais rapidamente do que o numerador.
No passado dia 3, na reunião do Infarmed de ponto de situação da pandemia, Henrique Barros, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, citado pelo Expresso, afirmou «que neste momento haverá já um milhão de pessoas que teve contacto» com o vírus e «entre 15% a 20% da população já estará imunizada, por contacto com vírus. Se estará eficazmente protegida é uma das faces desta incerteza que temos».
Poderia parece estranho a quem não conheça os mídia portugueses que a contradição entre um milhão que teve contacto e 1,5 a 2 milhões que estará imunizada por contacto tenha passado em claro sem uma referência.
Já não parece tão estranho que se um milhão - o menor daqueles números de pessoas que tiveram contacto com o vírus - tiver fundamento nos dados reais, nesse caso a taxa de letalidade correspondente aos actuais menos de 7 mil óbitos atribuídos ao vírus seria ao redor dos 0,7%, ou seja menos de metade do 1,7% que resulta da comparação desses 7 mil óbitos com os cerca de 400 mil infectados detectados nos testes até hoje, e ainda uma fracção muito menor do que as letalidades que vêm sendo referidas pelos mídia.
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