Há cerca de um ano, rebentou nos Estados Unidos o escândalo da compra por actores, líderes empresariais e outra gente endinheirada de admissões nas universidades americanas de topo. Um dos exemplos mais caricatos foi o de uma adolescente que nunca tinha jogado soccer (futebol europeu) ter sido admitida como estrela do futebol em Yale (uma das oito universidades da Liga da Hera) por 1,2 milhões de dólares pagos pelos papás.
Douglas Hodge, um ex-CEO da Pimco, uma das maiores gestoras mundiais de fundos de obrigações, comprou a admissão das suas duas filhas à Universidade do Sul da Califórnia e confessou em Outubro «fi-lo por amor aos meus filhos, mas sei que essa explicação para minhas acções não é uma desculpa», uma confissão que deste lado do Atlântico seria muito difícil de escutar e completamente impossível neste nosso Portugal dos Pequeninos.
Como paga pela confissão, um tribunal federal condenou-o ontem a nove meses de prisão. Algo que nenhum tribunal do nosso Portugal dos Pequeninos ousaria fazer a uma criatura das elites financeiras, mesmo depois da justiça consumir meia dúzia de anos a instruir um processo com dez mil páginas.
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