Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (17)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

É possível enganar toda a gente durante algum tempo, é possível enganar todos algum tempo, …

O PS continua a cair poucochinho, o PS-D de Rio continua a coxear devagarinho atrás do PS, ... foi assim que o outro contribuinte leu as últimas sondagens. Já se sabe que sondagens são uma coisa e eleições outra diferente, por vezes muitíssimo diferente. Ainda assim, se, depois de quatro anos de maná socialista, o PS anda pelos 30 e picos, quando as vacas emagreceram, e as vacas emagrecem mais tarde ou mais cedo, principalmente quando não lhes cultivam o pasto, só um milagre dará a maioria ao PS.

E poderia ser de outra maneira? Dificilmente, porque as estórias que o Dr. Costa conta são cada vez mais mal contadas. Veja-se o argumento para não descer o IVA electricidade que, diz ele, é insustentável financeiramente, e compare-se com a redução do IVA da restauração que foi uma sua bandeira eleitoral. É caso para lhe recomendar que vá buscar a «ferramenta analítica» da Mouse School of Economics e conclua que se o PIB aumentaria com a redução do IVA da restauração porque não aumentaria com a redução do IVA da electricidade? A sorte do Dr. Costa é ter as redacções atulhadas de jornalistas de causas e um eleitorado amorfo que não sabe a tabuada.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Desta vez é em Guimarães e envolve a cooperativa Taipas-Turitermas, de que é sócia a câmara, e a empresa Neurónio Cristalino (belo nome), de que é sócia a mulher de um autarca socialista, empresa que gere uma casa de saúde em concorrência directa com a cooperativa. Enfim, nada de anormal, business as usual. (jornal SOL)

O choque da realidade com a Boa Nova

O primeiro concurso para a construção do novo Hospital de Lisboa Oriental foi lançado em 2008 pelo ministro socialista Correia de Campos e foi anulado pelo governo PSD-CDS em 2013 durante o resgate. Em 2016 foi anunciado o arranque no ano seguinte pelo governo de Costa. O arranque foi desde então sucessivamente anunciado e adiado. Razões? As sobras da austeridade socialista prioritariamente dedicada à freguesia eleitoral não chegam.

O estado do Estado Sucial administrado pelos socialistas

O Estado Sucial tem uma colecção de obras à guarda da Secretaria de Estado de Cultura. O ano passado descobriu-se que se tinha perdido o rasto a 170 e hoje continuam por encontrar 74. Pista: procurem nas casas da nomenclatura socialista (PS e PS-D).

«Em defesa do SNS, sempre»

Anunciou a senhora ministra (isto poderia estar na secção Boa Nova, mais abaixo) que os hospitais estão preparados para lidar com eventual epidemia. Pois estarão, o que não estão é preparados para lidar com o normal.

O Estado Sucial como máquina de extorsão

Já nestas crónicas se tratou várias vezes do aumento da carga fiscal. Ainda não se falou da enormidade da lista de impostos com que o Estado Sucial nos pilha: 150 (cento e cinquenta) impostos e taxas, segundo o levantamento do jornal Eco. É uma carga fiscal pesada e estupidamente pesada.

Paz social

A caminho da irrelevância eleitoral, não surpreende que o PCP acantonado nas suas reservas sindicais sinta necessidade crescente de apresentar provas de vida. Se o ano passado os pré-avisos subiram de novo e ultrapassaram os mil, este ano só podem aumentar. Aí estão: greves de funcionários públicos, forças de segurança, empresas de distribuição, enfermeiros, médicos e professores, com uma manif de 6 mil que foi uma caricatura das manifs de dezenas de milhar de que se orgulhavam os comunistas. Também nas manifs o PCP pode estar a caminho da irrelevância.

Há vida para além do orçamento?

Uma vez mais, o Ronaldo das Finanças usou o truque do costume para justificar a baixa execução do investimento.

Diz ele que o investimento cresceu 20,6% em relação a 2018. Todos os anos ele compara o investimento orçamentado do ano com o orçamentado do ano anterior e todos os anos constata que aumenta. De seguida, corta na execução e compara com o executado no ano anterior que também havia sido cortado e constata que aumentou. Ninguém lhe pergunta como dos aumentos do orçamentado e do executado resultou uma redução do investimento efectivo em 2016, 2017 e 2018 relativamente a 2015.

E quando se esgotam os argumentos para justificar a insuficiência do investimento público o que se faz? Ora, diz-se que são precisas novas leis.

Já agora, repare-se que não se corta e até se gasta mais do que o orçamentado na rubrica Pessoal, porque aí estaria a mexer no queijo da clientela eleitoral.

Os juros de Portugal descem por obra e graça do Ronaldo das Finanças, diz o próprio. E os da Grécia?

O Dr. Centeno e o governo emplumam-se com a redução dos yields da dívida pública portuguesa que se auto-atribuem, omitindo as medidas do BCE (redução de juros e quantitative easing) sem as quais o Estado português continuaria sob resgate.

Ninguém lhe pergunta como conseguiu a Grécia, sem os milagres do Ronaldo, descer nos últimos cinco anos os yields da sua dívida tanto como os da dívida portuguesa.

Boa Nova

Não conseguindo eliminar as bichas para tratar da papelada (Cartão de Cidadão, Passaporte, etc.), o governo do Dr. Costa anuncia que vai testar o reconhecimento facial nos serviços públicos online, uma coisa que para a maioria dos contribuintes não tem qualquer interesse e a minoria dos urbanitas digitalizados já têm ao seu dispor outros sistemas de reconhecimento digital. Em qualquer caso, isso é igual ao litro porque se trata apenas de mais um anúncio.

Boa Nova (reciclada)

Se há coisas em que o Dr. Costa é definitivamente insuperável uma delas é a renovar os anúncios dos seus feitos. Um exemplo é a venda de cinco caças F-16 à Roménia que já havia sido anunciada várias vezes desde 2016, ano em que deu «gás à subida do PIB», e voltou agora a ser anunciada a pretexto da formalização do contrato. Esperam-se novos anúncios à medida que cada um dos cinco F-16 for entregue.

As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu

Foi o que disse o animal feroz na conferência que fez em Sciences Po quando refugiado em Paris. A sua doutrina tem a variante hardcore pedronunista, que ameaçava os banqueiros alemães, e a versão softcore da Dr.ª Cristina Casalinho que empurra com a barriga a dívida para a frente e troca a dívida com maturidade em 2021 por outra com maturidade em 2029 - nessa altura o Dr. Costa é até já pode estar também em Paris, quem sabe?

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

Pela primeira vez desde há 6 anos o desemprego voltou a subir enquanto na Zona Euro e na UE continua a descer. Como a produtividade não tem praticamente aumentado, o crescimento tem sido assegurado pelo aumento da população activa que agora parece estar a chegar ao limite. De onde...

Talvez sejam esses sinais que as famílias estejam a perceber porque a confiança dos consumidores está a descer há dois meses. Quando chegarem as vacas magras pergunta-se como poderão as famílias aguentar uma taxa de esforço de 76% (proporção média dos encargos financeiros em relação ao rendimento) que lhes deixa 1/3 do rendimento para as despesas correntes indispensáveis?