Em Fevereiro o governo anunciou 104 milhões de euros (três quartos dos quais destinados à área metropolitana de Lisboa) para reduzir o preço dos passes sociais com o argumento que resultariam mais 100 mil pessoas por ano nos transportes públicos, mais 63 milhões de viagens e menos 72 mil toneladas de dióxido de carbono. Escrevi aqui que se tratava de mais um exercício de planeamento milagroso porque as famílias com menores rendimentos já então privilegiavam o transporte público e tinham um passe social.
Seis meses depois com a medida em Lisboa em vigor desde Maio, como mostrei aqui os aumentos homólogos até Abril, ainda com os passes ao preço antigo, situaram-se na faixa dos 6-8%. Em Maio registou-se um aumento maior, pela novidade, e em Junho o aumento homólogo desceu para menos de 4%. De onde concluí que, descontado o crescimento natural e salvo um aumento extraordinário nos meses seguintes, o efeito líquido da redução do preços dos passes está muito longe dos prognósticos do governo que se situam no domínio habitual do planeamento milagroso.
A escassez de boas novas a este respeito, por um governo sempre atento à manipulação da opinião pública, indicia que de facto a realidade está longe da fantasia, o que é confirmado pela reduzida informação que passa no crivo. Por exemplo esta, de onde se conclui que até 16 de Agosto em Lisboa apenas foram abrangidas pelo novo passe familiar 2.564 famílias representando 9456 pessoas. Quanto ao Porto, «ainda aguarda».
https://www.cmjornal.pt/economia/detalhe/gastos-com-salarios-dos-funcionarios-publicos-disparam-900-milhoes-de-euros?ref=HP_OutrasNoticias3
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