Outras doenças a que resistimos heroicamente.
«As portuguesas estão exaustas» titula o semanário de reverência para citar o estudo “As mulheres em Portugal, hoje” encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. As portuguesas?
Quantas são as mulheres portuguesas exaustas? Todas? Muitas? Só algumas? Segundo o semanário «uma em cada dez portuguesas admite tomar medicamentos para a ansiedade, para os distúrbios do sono ou antidepressivos.» Serão estes 10% de portuguesas as portuguesas exaustas? E as outras que não tomam o Xanax estarão exaustas?
O estudo foi baseado num inquérito através da Internet que abrangeu 2.428 mulheres com idades entre os 18 e os 64 anos, o que desde logo exclui do universo do inquérito a maioria das mulheres portuguesas, exaustas ou não exaustas, que não têm acesso à Internet. Por exemplo, teriam as «senhoras cá de casa» sido inquiridas? Se tivessem sido, não tomando o Xanax teriam sido consideradas no grupo das exaustas?
Apesar de tanta exaustão, «quase metade (47%) das mulheres afirma-se feliz. Aquelas que se sentem mais felizes são: “as proprietárias de algum negócio ou empresa, as trabalhadoras independentes qualificadas”− apenas 14% − e as chefes de departamento, diretoras ou membros de um conselho de administração”, refere o estudo». Se a quase metade das mulheres mais felizes são as citadas, as quais representam na sociedade portuguesa uma percentagem ínfima das mulheres, qual a validade deste estudo para se medir a exaustão ou qualquer outro indicador sobre as mulheres portuguesas?
E os homens? Quanto teremos um estudo sobre a exaustão dos homens? Na verdade não é preciso. Devem estar em risco de burnout, apesar de só 23% se ocuparem das tarefas domésticas.
Deve ser por isso que a produtividade, que é uma miséria em termos relativos, ainda diminui com tanta exaustão e burnout.
Continuo na minha: nem a matemática nem a 'protividade' aguentam tanto. Minha gente, está tudo queimado. Mais, só no Hades (has-de cá ver como será).
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