Passadas duas décadas da primeira fusão de maoistas da UDP, com trotskistas do PSR/LCI e um sortido de comunistas arrependidos do PCP e do MDP (o PCP com outro nome) agremiados sob a sigla Política XXI e vários outros tresmalhados, a que se seguiram OPAs sobre pequenas agremiações como a Ruptura/FER (trotskista) e parcerias para explorar certos segmentos de mercados em crescimento com os LGBTQQIAAP ou os 71 géneros do Facebook do Reino Unido, com os ambientalistas e, mais recentemente, com uma espécie de black power serôdio e postiço, o Berloque de Esquerda retomou a tradição histórica das correntes que o constituíram - a dissensão e cisão como forma de vida.
Desta vez foi a cisão de 25 verdadeiros trotskistas que denunciam numa carta à Mesa (será uma carta aberta?) o «taticismo de decisões, o jogo da comunicação na sua forma burguesa, a ausência de qualquer ativismo local inserido numa estratégia de construção do partido, a progressiva ausência de pensamento crítico», etc. (um grande etc.). A coisa parece até uma zanga de família dos manos Isabel Maria e João Carlos Louçã com o mano Chico, o mais bem sucedido da família que com os seus cargos oficiais de conselheiro de Estado e do Banco de Portugal ascendeu ao estatuto de múmia do regime.
Como de costume, a cisão é um autêntico spinoff com os 25 verdadeiros trotskistas a anunciaram urbi et orbi «começamos de novo quando ainda está tudo por fazer». A todos desejamos boa sorte.
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