Nos finais dos anos 80 Sprawson escreveu um artigo para a revista The London Magazine sobre escritores nadadores, incluindo Byron, Rupert Brooke, Jack London, Allen Poe, André Gide e Virginia Woolf (que nadava nua). Juntou assim dois dos seus temas favoritos: a literatura e a natação. A partir desse artigo escreveu a sua primeira e única obra Haunts of the Black Masseur: The Swimmer as Hero, um livro inspirado, publicado em 1992 com um enorme sucesso literário e de vendas.
Charles Sprawson nas Ilhas Virgens em 2010 |
«Having graduated in the Bosphorus, like Byron, Mr. Sprawson went on to tackle the Tagus estuary at Lisbon, a much more demanding swim as it turned out, and one endangered by giant tankers as well as unpredictable tides. Normally he is not fussy, as I am not myself, about the quality of the water he swims in; although all bathers would of course prefer a green pure foaming element to a stagnant one. But the pollution in the Lisbon estuary was too much for him, and together with the tides and the tankers it forced him to abandon the swim.»
Iris Murdoch não menciona que o abandono da travessia do Tejo não se ficou a dever apenas à poluição: Sprawson foi impedido pela polícia marítima portuguesa. Devia ter pedido a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa que no Verão de 1989 fez o seu mergulho no Tejo e sobreviveu. Sabe Deus se não foi infectado por um daqueles germes que pululavam naquelas águas conspurcadas, suspeita que ganha alguma verosimilhança pelo que se viu nas décadas seguintes.
Marcelo saindo das águas conspurcadas |
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