Mais recentemente o Expresso que foi a Atenas a convite da CE, relatou num artigo, cujo título quase dispensa a sua leitura («Como o 'perigoso' esquerdista passou a falar para os mercados»), as suas impressões assim:
A Grécia está a seis meses de terminar o (longuíssimo) resgate que dura há oito anos e quer ter uma 'saída limpa', como tiveram Portugal e Irlanda. Ou seja, sair sem qualquer tipo de programa cautelar, que implica sempre eventuais medidas adicionais ou, pelo menos, um controlo mais rigoroso das instituições credoras internacionais. Tsipras sabe disso e, por isso, destaca os pontos positivos da economia grega nesta altura: uma economia que voltou a crescer depois de ter acumulado uma queda na ordem dos 25% do PIB durante os anos de recessão, um desemprego que caiu quase un1 terço desde o pico e saúde nas contas públicas.
(…)
Em poucas palavras, o primeiro-ministro que lidera os gregos desde 2015 e que dentro de pouco mais de um ano e meio vai voltar a eleições resume o espírito que se vive em Atenas: "A Grécia está diferente". Aquele que era visto como um perigoso esquerdista em 2015, quando chegou ao poder, pede mais para o futuro e, para isso, conta com reformas estruturais e uma nova estratégia de crescimento. As reformas estruturais que estão sempre no discurso nas instituições internacionais e que aqui Tsipras assume como suas. Diz mesmo: "Não temos a ownership da austeridade mas temos a ownership das reformas estruturais."»
Não admira, pois, que Tsipras e o Syriza tenham simplesmente desaparecido em combate para o jornalismo de causas doméstico.
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