[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5) e (6), uma série longamente interrompida e agora retomada]
O sistema de segurança social americano, ao contrário do português, financiado com as receitas correntes, é financiado por fundos de pensões que os estados e as cidades americanas constituem para pagar as pensões futuras. O défice global de financiamento desses fundos foi estimado recentemente (fonte FT) em $ 3,85 biliões (3.850.0000.000.000). Só o ano passado o buraco de financiamento aumentou mais de 400 mil milhões (mais do dobro do PIB português). A taxa média prevista de rendimento dos fundos é 7,5%, um valor virtualmente inatingível - no último ano disponível foi de 2,9%.
Ainda assim, apesar do enorme buraco dos fundos públicos, o valor global dos fundos de pensões públicos e privados americanos andará por um valor astronómico de $ 14 biliões ou 80% do PIB (Fonte OCDE)
E nós por cá? O saldo do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), a coisa mais parecida com um fundo de pensões, anda pelos 15 mil milhões de euros (uns 8% do PIB), escassamente suficiente para pagar um ano de pensões. Se lhe adicionarmos os fundos de pensões privados atinge-se uns 18 mil milhões de euros ou 10% do PIB (Fonte OCDE).
E qual seria o valor de um fundo de pensões para cobrir as responsabilidades da segurança social portuguesa? Ninguém sabe. Numas contas de merceeiro de há uns anos estimei a coisa em 4 a 5 vezes o PIB, pelo que, se fosse assim e provavelmente será mais, o saldo da FEFSS será de 1% do valor actual das responsabilidades com serviços passados dos activos e das responsabilidades com pensões dos reformados da CGA e do regime geral.
A esta luz, os funcionários públicos e municipais americanos estão no paraíso.
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