03/11/2015
DIÁRIO DE BORDO: «Komentariado»
Estive tentado a incluir no Glossário das Impertinências o termo «Komentariado» cunhado por Vasco Pulido Valente no seu artigo do Público onde escreveu: «a televisão, o Komentariado, a internet e os jornais não fazem outra coisa senão discutir o sentido do voto de 4 de Outubro».
Porém, se o Komentariado de VPV for como que um Komintern (a III Internacional Comunista que preconizava a ditadura do proletariado e os sovietes) dos comentadores, o termo não me parece muito apropriado porque deixaria de fora socialistas de várias extracções, trotskistas da IV Internacional e todo o resto da tralha de comentadores, sem esquecer ressabiados de várias famílias, que defendem a tomada do palácio de S. Bento pela troika em construção constituída por PS, BE e PCP.
Foi por isso que não inclui o termo no Glossário e também porque, afinal de contas, já lá estava um que me parece mais apropriado para cobrir a gama de comentadores no mercado doméstico da opinião, a saber:
Opinion dealers
Opinion makers cujo modo de vida consiste em vender opiniões por conta de outrem. Friedrich Hayek no seu artigo «The Intellectuals and Socialism», adoptou a seguinte definição para designar intelectuais: «professional secondhand dealers in ideas». Estamos a falar de coisas parecidas.
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