Wolfgang Kemper é um velhote alemão simpático que tive a oportunidade de conhecer brevemente durante um voo para Dusseldorf há uns 20 anos. Vive há 50 anos em Portugal e diz de si próprio «o meu coração e minha alma são portugueses. Contudo, sempre fui e continuo a ser um cidadão alemão». Foi director geral de Hoechst em Portugal e agora, reformado, dirige a Filkemp uma empresa comprada à Hoechst que fabrica e exporta fios de pesca. Já deve ter feito mais pelo país do que toda uma geração de tudólogos.
Kemper resolveu escrever uma carta ao Expresso, citando factos e números indesmentíveis, e protestando contra a parcialidade que um desses tudólogos - Miguel Sousa Tavares – tem mostrado em relação à Alemanha. Dos vários disparates que MST escreveu na sua resposta a Kemper, vou apenas comentar um – perfeitamente evitável – já que Kemper o ajudou a evitá-lo e escreveu na sua carta «dentro da UE, a Grécia recebeu, a valores actuais, verbas trinta vezes mais altas do que a Alemanha no âmbito do Plano Marshall».
Pois bem, apesar disso, MST não desistiu da ladainha e escreveu na sua resposta, entre outras asneiras, «a Alemanha foi ajudada pelo Plano Marshall a reconstruir-se, foi dispensada do esforço financeiro de defesa graças à protecção dos Aliados...»
Se MST tivesse um endereço de correio electrónico enviar-lhe-ia os posts do Pertinente sobre estes mitos na esperança de ele conseguir perceber os dislates que escreve. Se lesse esses posts, MST perceberia (enfim, esperaria eu) que em termos relativos (considerando que a Alemanha Federal tinha no fim da guerra quase 5 vezes a população da Grécia) as ajudas recebidas pela Grécia só no âmbito do Plano Marshall foram menos de 80% das recebidas pela Alemanha. Se a isto adicionarmos a ajudas no âmbito da UE referidas por Kemper então o disparate de MST é completamente inaceitável.
Gabo-lhe a paciencia de ainda dar importancia ao que escreve MST
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