Foi recentemente publicado o Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade sobre as violações de direito humanos levadas a cabo durante os 22 anos de 1964 a 1985 do período da ditadura militar brasileira. O relatório de mais de 4 páginas identifica 377 pessoas como responsáveis dos 434 assassinatos e desaparecimentos, incluindo entre responsáveis os 8 presidentes militares do Brasil dessa época.
Sem pretender minimizar ou relativizar a gravidade desses crimes, infelizmente dificilmente puníveis por terem sido quase todos amnistiados pela lei de 1997, o certo é que a ditadura militar brasileira foi muito menos cruel do que as do Chile e Argentina que deixaram um rasto de 2 a 3 mil e 10 a 30 mil mortos e desaparecidos, respectivamente.
Contudo, o maior paradoxo comparativo é com o massacre que a polícia brasileira nos tempos da democracia leva a cabo todos os anos. Só no ano passado, a polícia matou 2.200 pessoas o que a esse ritmo significaria durante o período da ditadura militar teriam sido mortos mais de 48 mil pessoas ou, dito de outro modo, a polícia mostra ser 111 vezes mais mortífera do que a ditadura militar.
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