[Continuação de (1)]
Às vozes do costume, juntou-se agora a voz de José Sócrates, aqui preventivamente registada, a garantir que em «nenhuma circunstância» pedirá a reestruturação da dívida. Podeis dizer que a voz dele vale o que vale, ou seja nada, mas o certo é que um terço do eleitorado parece continuar a dar-lhe crédito, seja por necessidade, para manter a sinecura, seja por falta de informação ou esclarecimento.
Como alguém tem que dar as más notícias, aqui vai. Há meses o (Im)pertinências vem referindo que a reestruturação é praticamente inevitável pela simples razão que Portugal não tem condições para pagar a dívida actual nas condições actuais, adicionada dos 78 milhões previstos no bailout. Essa é também a percepção dos investidores - no cânone esquerdizante chamados especuladores, o que não é exacto por quem especula são os lunáticos da esquerdalhada que não investem um cêntimo nas suas especulações; ao contrário, os chamados especuladores metem o dinheiro onde põem a boca.
De facto, segundo o inquérito da Bloomberg quase 60% dos investidores, ou especuladores, se preferirem, consideram provável o incumprimento já depois do bailout do FNI/CE/BCE, contra apenas cerca de 1/3 há um ano. Isso explica a evolução dos yields, sobretudo dos prazos mais curtos, os quais nas últimas semanas têm oscilado na faixa dos 11-12%, apesar da assinatura do Memorandum of Understanding e das boas notícias plantadas pelo governo e das notícias apaziguadoras da troika. Como costuma dizer-se, o que tem que ser tem muita força.
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