04/10/2010

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: As rameiras do regime

aqui escrevi sobre a rameira PT, cujos fundos de pensões servirão para encher com 2,6 mil milhões parte do buraco do OE não só de 2010 mas, sabe-se agora, de 2011, fifty-fifty. A PT é apenas uma rameira do regime entre muitas outras rameiras, como os bancos, com o BCP à cabeça, que se propõem transferir para a SS os seus fundos de pensões. É bom para eles que se livram de responsabilidades muito provavelmente subavaliadas, quer em termos de taxa de desconto, quer de mortalidades, e é bom para o governo porque garante a meta do défice de 2011, sem cortar muito mais na despesa, trabalhando assim para salvar as muito prováveis eleições em 2011. Só não é bom para os sujeitos passivos, alguns dos quais ainda não nasceram, obrigados a financiar nas próximas décadas pensões muito acima das pensões médias da SS com o que restar da transferência dos fundos depois de torrada a grana necessária para as incontornáveis emergências.

Neste contexto do gaste agora e pague depois e da contabilidade criativa, não admira que a Caixa tenha tirado da cartola uma manobra de engenharia financeira vendendo o edifício da sede social – aquele horrendo mausoléu de estética Estado Novo onde se alojam mais de 4.000 zombies – ao fundo de pensões que ela própria gere, fazendo entrar umas centenas de milhões de liquidez e eventualmente realizar mais-valias para arredondar os resultados (em 2008 a receita já tinha sido aplicada vendendo ao fundo de pensões por 121 milhões imóveis cujo valor de balanço era 62 milhões).

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