Secção George Orwell
As escolas têm vindo a aconselhar os alunos que procuram o ensino recorrente, nome pomposo para o ensino para adultos, a inscrever-se no programa «Novas Oportunidades». Questionada, a ministra da Educação deu uma no cravo e outra na ferradura, não confirmando nem a extinção nem a manutenção do ensino recorrente, mas implicitando a extinção a prazo porque a procura é cada vez menor.
Não é caso para se fazerem maninfestações para protestar contra uma extinção tão inevitável como a expulsão da boa moeda pela má moeda, referida alegoricamente por Cavaco Silva para preparar a expulsão do inefável Santana Lopes e aplanar a sua caminhada até Belém. Neste caso, a má moeda são as Novas Oportunidades que oferecem a um analfabeto funcional um diploma, pelo módico custo de contar a triste estória da sua alegre vida, em vez de suar as estopinhas umas horas por semana em horário pós-laboral durante 1, 2 ou 3 anos.
É caso para chumbar a ministra, ou retê-la, para usar a terminologia oficial, por uma de duas coisas: ou porque não percebeu a natureza do dilema, caso em que leva 4 chateaubriands, ou porque, tendo-o percebido bem demais, está a fazer o seu número de assobiar para o lado, caso em que leva 4 urracas.
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