[Continuação de (1), (2) e (3)]
«Por outras palavras, tudo isto sugere que a liquidez que a PT injectou na Ongoing vai ajudar esta a comprar a Media Capital - Media Capital, por sua vez, que a própria PT tentara comprar, antes de ser impedida por via política de o fazer. Daí a supor-se que a PT possa estar por trás desta operação é uma tentação.
O processo é demasiado sinuoso, as ligações demasiado perigosas e os objectivos demasiado óbvios. Ou então se, estando todos nós a imaginar coisas que não existem com abasse em constatações que parecem muito plausíveis, não teria sido preferível a PT fugir a sete pés deste fósforo aceso ao pé de uma bomba de gasolina a verter?
Uma última nota a terminar. O BES não só é o maior investidor nos fundos da Ongoing, como o segundo maior financiador do grupo gerido por Nuno Vasconcelos. Pode mesmo dizer-se que, se de um momento para o outro, o BES retirasse todo o seu apoio financeiro à Ongoing, o grupo provavelmente entraria em sérias dificuldades, se não mesmo em colapso - o que dá alguma sustentabilidade I aos rumores que correm no mercado de que a Ongoing não é mais que uma criação do BES.
Se a isto juntarmos que o triângulo li PT-BES-Ongoing tem dado diversos sinais de óbvias ligações ao actual poder político, temos o pior caldo que a se pode servir a um país que necessidade de transparência e separação clara entre o poder político, o económico e a comunicação social.»
[Excerto de «Seremos todos parvos, senhores?» de Nicolau Santos no Expresso de ontem]
NOTA:
Em geral, aqui no (Im)pertinências temos sido bastante críticos das opiniões de Nicolau Santos, quase sempre contaminadas pelo jornalismo de causas. Esta sua visão da teia que os Espíritos estão a tecer em parceria com a banca estatal (CGD e Millenium bcp), pode estar igualmente contaminada por certas causas, mas é difícil não concordar que adere bastante bem aos factos conhecidos. Esta suspeita de contaminação reforça-se com a coincidência da saída de Nuno Vasconcelos da Administração da Impresa com esta súbita atenção do Expresso ao espiritismo dedicando, além do artigo de NS, o destaque na 1.ª página e a 2ª. e 3.ª páginas do suplemento Economia à PT, como «galinha dos ovos de ouro» para os seus accionistas, com destaque para o BES e Ongoing, tudo factos velhos de anos.
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