Fernando Ulrich, o presidente executivo do BPI, disse anteontem, por ocasião da Conferência BPI Pensões, «pessoalmente fiquei muito contente com os resultados eleitorais. Se o PS tivesse uma maioria havia um risco de se tornar um pouco mais arrogante.»
Se Portugal fosse um país normal a declaração de Ulrich não teria nada de extraordinário. Afinal é o ponto de vista dele e será o de muitos outros gestores e empresários, cujas vozes temerosas não se fizeram nem ser farão ouvir desalinhadas com o coro. É uma das razões porque não somos um país normal. Somos um país onde os gestores e empresários se atropelam para saltar no colo do governo, esperando umas migalhas do orçamento, uns subsídios, umas licenças, umas concessões, umas participações, umas adjudicações, uns negócios, ou, nos casos mais patológicos, talvez seja apenas uma atávica subserviência perante o poder. Está-lhes nos genes.
É por isso difícil enumerar os gestores ou empresários independentes - além de Ulrich e de Belmiro de Azevedo, não me está a ocorrer mais nenhum nesta manhã de sábado. É fácil encontrar exemplos de subserviência: cito apenas os Espíritos, concorrentes do BPI, supremos manteigueiros dos governos socialistas, o que até certo ponto se compreende, por várias razões, das quais só cito uma chamada Portugália.
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