[Episódios anteriores: (1), (2), (3)]
«O doutor Cavaco arrisca-se a ter que engolir mais um sapo - o segundo duma muito provável longa sucessão», escreveu-se no episódio (3), a propósito do estatuto dos Açores. Não apenas engoliu esse como, de seguida, engoliu o do OE 2009, apesar dos recados que estranhamente, para quem cuida tanto do sigilo, se esgueiraram pelas frestas das janelas de Belém para os jornais.
Sem ter tempo para respirar, o doutor Cavaco, engoliu ontem o último do ano, o decreto que regulamenta a avaliação de professores, uma criatura inclassificável, que resultou das operações plásticas a um monstro inviável inspiradas pela FENPROF.
É claro que, como se escreveu nos episódios anteriores, há algum mérito na manobra do engenheiro Sócrates que, alavancando as circunstâncias a seu favor, acantonou o doutor Cavaco. Mas também há muita falta de jeito do PR na condução destes dossiês, particularmente no caso do estatuto dos Açores onde se deixou enredar numa teia que incluiu o partido que o apoiou, apesar de estar carregado de razão pela flagrante inconstitucionalidade e o absurdo da AR se ter auto-imposto menores poderes de revisão do estatuto do que da constituição da República. Confirmou essa falta de jeito ao fazer uma comunicação com termos tais que deveria terminar com o anúncio da dissolução da AR e terminou com umas queixinhas que só lhe diminuem a autoridade já bastante fragilizada.
Com tudo isto, só pode confirmar-se o veredicto: saiu a sorte grande ao engenheiro Sócrates, cuja maior preocupação parece agora residir no Gato Fedorento.
[Leio no Abrupto a respeito do presidente «tivemos e ainda vamos ter mais» (em 2008 e 2009). Costumo dar bastante crédito às previsões de JPP, mas não a esta. Nem concordo com o «tivemos», pelas razões que refiro nos episódios anteriores e neste]
Sem comentários:
Enviar um comentário