Talvez a França ainda possa ser salva do proteccionismo endémico. Se é verdade que os casos de proteccionismo são abundantes (ver, por exemplo, aqui e aqui) também parece ser verdade que nem sempre o proteccionismo leva a melhor.
Depois de cinco meses e muitas manobras da administração e do governo francês, a Arcelor, um gigante francês da siderurgia (que mudou a sede para o Luxemburgo, como manobra de evasão) acabou por baquear perante a OPA da Mittal, um grupo indiano (quelle honte!) que é o maior produtor mundial de aço, com sede na Holanda e gerido a partir de Londres. Entre as várias pérolas usadas para desclassificar a Mittal, o patrão da Arcelor disse que a OPA era financiada com «dinheiro de macaco».
Debaixo do fogo dos accionistas, fartos das golpadas e legitimamente desejosos de realizar mais-valias, a administração da Arcelor encolheu-se e os políticos meteram as volumosas bundas entre as pernas. A coisa vai portanto consumar-se e é digna de ser festejada por várias razões, sendo a mais importante de todas o facto do capital do 3.º mundo (pardon, dos países emergentes) comprar empresas do 1.º. Viva o capitalismo!
(a estória melhor contada pode ser lida aqui, por exemplo)
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