10/11/2003

Avaliação contínua: A desafinação dos relógios da esquerda.

Secção Still crazy after all these years
É o gigantismo de Álvaro Cunhal, aos 90 anos e há 11 anos fora da política activa, que deve ser avaliado pelas ondas de choque que provocou o seu artigo publicado a semana passada no Avante? Ou será a pequenez da direcção comunista?
A falta de «-leninismo» no «marxismo-leninismo» será suficiente para provocar um tsunami naquelas mentes?
O Impertinente, com enorme respeito pela figura do ancião, sugere à direcção comunista, que reconstrua, à volta do Dr. Cunhal, uma casa, um bairro, uma cidade, um rádio, um canal de TV e dois jornais (Avante! e Pravda) na versão do verão de 1975. Mais pormenores podem ser vistos no filme de Wolfgang Becker Good bye, Lenin!.
Para o Dr. Cunhal, igual a si próprio até morrer, cinco bourbons. Para a direcção comunista um cocktail de bourbons e chateaubriands.

Secção Padre Anchieta
Noutro planeta da galáxia da esquerda, a Comissão Nacional do PS decidiu no sábado não decidir, esperando que a situação se resolva por si mesma, isto é que se consuma a decomposição do PS no pântano do caso Casa Pia.
Fundada em solidariedades equívocas, na melhor hipótese, ou cumplicidades inequívocas, na pior, a direcção do PS, por falta de comparência de outros, lá vai atrás do seu líder, que por sua vez espera sentado a chegada da alma, como os tupis do padre Anchieta.
Se isto fosse mau para o PS, pelo menos para dois terços dos eleitores seria para o lado onde dormiriam melhor. Acontece que a decomposição do PS, ocupado a lamber as suas feridas, deixa os trabalhos da oposição para uma horda composta pelas criaturas da esquerdalhada e pelas almas transviadas dos partidos do governo – o que é uma situação um pouco perigosa.
Entre um a cinco chateaubriands para as almas bem intencionadas da direcção socialista e entre um a cinco ignóbeis para as outras.

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