Acredito que uma das piores asneiras que terei feito nos últimos meses foi recomendar alguns blogues ao Alf. Para piorar tudo, o Alf aprendeu português num curso brasileiro por correspondência e só percebe pela metade os postings sofisticados dos blogues que lhe recomendei.
Telefonou ontem de casa dos Tanners. Tinha lido um posting da Doutora Amélia no sábado à noite. Excitado, passou a madrugada atrás do gato, confessou-me.
O Schwarzkopf era o Norman? Perguntou. Qual Norman? Perguntei, feito sikh. O general da 1ª guerra do Iraque, disse ele. Ora essa, disse eu, não estou a ver a Doutora Amélia, que de bigodes só gosta do suave buço do Dr. Mexia, metida com a tropa. Deve ser uma cantora alemã de jazz, arrisquei ao ler os versos citados pela Amélia naquela língua arrepiante, e imaginando um bocado de swing nos braços a cingi-la. Fez-se luz no bestunto do Alf: nada disso, pá, já sei! É a Dame Elizabeth. Não é má, mas no Strauss prefiro a Karita Mattila, disse, com bazófia – teria o estupor feito mais um curso por correspondência?
Mas o pior estava para vir.
Quem é o Zé? O que são mamilos? Metralhou. Ainda consegui explicar-lhe que, pela conversa da Doutora Amélia, devia ser o Dr. Pacheco Pereira. A partir daí embalou num discurso especulativo e delirante, quase incompreensível pelo seu pouco domínio do português. Se o JPP era o que vivia na Marmeleira, se na Marmeleira havia marmelos, se os marmelos tinha mamilos, o que tinham de especial os mamilos dos marmelos do Zé. E continuou discorrendo, incansável, sobre marmelos e mamilos com aquele pulmão melmaciano que lhe ocupa um quarto do corpo.
Não estou para aturar este marmelo, disse eu. E desliguei.
E com isto atrasei a Tese n.º 3 sobre os públicos de O Meu Pipi prometida para a véspera de São Martinho. Sem falar duma outra encomenda da Doutora Ana de que falarei mais adiante.
Sem comentários:
Enviar um comentário