O Alf não voltou a telefonar (ver o Diário de Bordo: Alf e o escritor-pedreiro), mas o criminoso volta sempre ao local do crime, e lá foi o Impertinente visitar a Bomba Inteligente, para saber do estado da polémica um mau escritor será ainda um escritor?
Pensava que um mau escritor, era simplesmente um escritor mau, um escritor mal-amanhado, como há em todas as profissões maus profissionais. Maus marceneiros, maus padres, maus escriturários, maus engenheiros, maus políticos, etc., são dos seres mais abundantes do planeta, que nos fazem maus móveis, nos salvam mal a alma, etc., infelizmente para nós cidadãos, incluindo no nós também alguns maus cidadãos.
Estava enganado. Tudo fiava mais fino.
Liguei para a minha amiga Doutora Ana, psicóloga clínica de profissão e socióloga nas horas vagas, para ver se me acudia. Explicou-me que o problema era um irreparável gap entre o self identitário e o self narrativo do mau escritor.
Perdi o sono, que só me foi restituído, pela minha patroa, Doutora Laura, e me salvou da quase irremediável confusão em que me encontrava. Disse ela: Ó filho, um mau escritor é ainda um escritor, mas mau. Sendo mau em vida, não ganha o sustento, e, depois de morto, não dá dinheiro a ganhar a ninguém.
Já posso ir dormir descansado.
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