Alguns dirão que este é um argumento populista. Eu diria que temos de mudar o paradigma dos políticos. A política deve ser uma missão e não um emprego. E para serem políticos têm de ter currículo, provas dadas na vida privada, emprego, serem empresários, professores e, em geral, uma profissão conhecida e reconhecida fora da política.
(...) isto dito, teriam todos que apresentar a demissão dos seus lugares políticos, independentemente da detenção ou não. Responsabilização política…»
Diogo Horta Osório no Jornal Económico
A dúvida no título não é retórica, porque a inversão do ónus da prova, ainda que inicialmente circunscrita aos políticos, poderia ter consequências perversas e perigosas. Também não parece ser essa a ideia do autor que põe a tónica na responsabilidade política. Ainda assim, há o risco da multiplicação das acusações infundadas como instrumento da luta política só para introduzir entropia no sistema.
O Osório tem toda a razão em relação ao que diz no segundo parágrafo transcrito. De facto, ninguém deveria poder ser político sem ter dado provas de competência fora da política. A política não devia poder ser uma carreira per se, mas sim o reconhecimento da excelência, acessível única e exclusivamente àqueles que tivessem demonstrado ser realmente os melhores.
ResponderEliminarJá o primeiro parágrafo e o terceiro parágrafos são bastante mais complicados. O que eu sempre defendi é que alguém como o Isaltino Morais devia ter sido impossibilitado de regressar à política. Todos os políticos condenados por corrupção, em sentido lato, não apenas no sentido estrito do termo judiciário , deviam ser "excomungados" da política para sempre. Insisto: para sempre!
Mas tem de haver uma condenação efectiva por um Tribunal, não pode bastar uma acusação ou a mera existência de indícios de ilicitude.