23/06/2023

A paixão pelas energias renováveis, tem o mesmo resultado das outras paixões socialistas

Nas energias renováveis, como no resto, a estratégia dos governos socialistas não visa optimizar os recursos e os esforços para conseguir os melhores resultados. Em vez disso, é ditada por um ou vários dos propósitos habituais de sacar fundos europeus, embarcar no facilitismo, recompensar os lóbis domésticos e fazer agitprop.

Mira Amaral, que entre muitas outras coisas foi ministro da Energia e tem um background académico que lhe permite tratar com propriedade dos temas da energia, escreveu uma vez mais sobre as prioridades do governo na localização das energias renováveis.

As exigências de ocupação de superfície das energias renováveis por unidade de output são um múltiplo das centrais convencionais: no caso das centrais fotovoltaicas 65 vezes mais do que as centrais nucleares e 37,5 mais do que centrais a gás. Por isso, em vez das grandes centrais de energia fotovoltaica, que ocupam imenso espaço e obrigam ao abate em massa de árvores, deveria ser privilegiada a produção descentralizada próxima do consumo que permitiria eliminar a ocupação de mais superfície com as linhas e as perdas de energia no transporte. O que está planeado até 2030 é precisamente o contrário: apenas 2 GW de energia distribuída de um total de 9 GW de fotovoltaica. 

Outro aspecto que Mira Amaral salienta resulta da descontinuidade inerente às energias renováveis (sol durante o dia e dependência do vento) e da inexistência de soluções de armazenamento da energia, limitações que conduziram a um gigantesco desperdício de ter uma capacidade instalada dupla da ponta de consumo (20GW e 10MW, respectivamente).

É mais uma paixão socialista com más consequências.

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