Na conferência de imprensa de apresentação do 8.º Relatório da Coesão, a Dr.ª Elisa Ferreira, comissária europeia da Coesão e Reformas, referindo-se às «regiões de rendimento intermédio ou menos desenvolvidas, especialmente no sul e no sudoeste, (que) estão a sofrer de estagnação económica ou declínio (...) foram atingidas pela crise económica e financeira de 2008 e estão a ter dificuldade em recuperar desde então» explicou que essas regiões, que abrangem todas as regiões (NUTS) portuguesas salvo a PT17 (Área Metropolitana de Lisboa), estão numa armadilha de rendimento médio («middle income trap»).
No caso português, com a excepção da Área Metropolitana de Lisboa, todas as outras regiões tiveram desde a adesão um PIB per capita bastante abaixo da média da UE, por razões conhecidas que incluem factores políticos, sociais, culturais e económicos, tais como um Estado omnipresente que não aprecia os "privados", aversão ao risco e à concorrência, mão-de-obra pouco qualificada, défice de gestão e descapitalização que explicam a persistente a baixa produtividade, etc. Por isso, no caso português explicar que estão numa armadilha de rendimento médio, pareceu-me excêntrico até para a Dr.ª Elisa.
Pareceu-me, até que recordei a proverbial excentricidade do seu pensamento político e económico que mostrou, por exemplo, quando foi candidata pelo PS à Câmara do Porto, em simultâneo com a candidatura ao parlamento europeu, onde, como então disse, «vou só dar o nome e volto», e explicou aos velhinhos de um lar que visitou «pintaram [a vereação de Rui Rio] os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS».
Creio que foi a única vez que a ouvi falar verdade, o dinheiro do Estado é do PS.
ResponderEliminarPara ela a única "estratégia muito clara de desenvolvimento" é despejar o dinheiro dos contribuintes dos outros países em Portugal. Com os bons resultados que se conhecem.
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