30/09/2021

As universidades americanas ao serviço da ideologia do género e do politicamente correcto

Há quatro anos citei aqui o caso de Peter Boghossian professor assistente de filosofia na Portland State University que com outros autores publicou um paper na revista Cogent Social Sciences onde defendia a tese de que o pénis é uma construção social. Tratava-se de um teste para confirmar que as revistas pseudocientíficas inspiradas na ideologia do género publicam tudo, incluindo os maiores disparates, desde que os papers respeitem o cânone politicamente correcto. 

Entretanto, em 2018 Boghossian com outros dois co-autores propuseram para publicação em revistas "científicas" vinte artigos falsos e disparatados dos quais sete foram publicados, incluindo um sobre “queer performativity" em parques urbanos para cães e outro classificando a astronomia como imperialista e propondo que os departamentos de física estudassem dança interpretativa.

É claro que Boghossian ficou marcado e acabou por se demitir há dias com uma carta em que escreveu:

«Procurei criar as condições para um pensamento rigoroso; para ajudá-los (os alunos) a obter as ferramentas para procurar e cultivar as suas próprias conclusões. É por isso que me tornei professor e adoro ensinar. Mas pouco a pouco, a universidade tornou impossível este tipo de exploração intelectual. Transformou um bastião da livre investigação numa fábrica de Justiça Social cujas únicas entradas são raça, género e vitimização e cujas únicas saídas são queixas e divisão.» (fonte)

A manipulação e a censura passaram a fazer parte da universidade como instituição. Foi criado um «complexo industrial de diversidade» nas faculdades com vice-presidentes de diversidade que nas três universidades públicas do Oregon têm uma remuneração média de US $ 262.000 e na Universidade de Michigan há 80 funcionários de diversidade que custam US $ 10,6 milhões. (fonte)

29/09/2021

Proposta Modesta Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações (8) - Áctivistas da identidade de género criai uma Brigada Internacional e ide combater para o Afeganistão

Outras propostas modestas

Em 1729 Jonathan Swift publicou um panfleto satírico com o título longo e insólito A Modest Proposal: For Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to Their Parents or Country, and for Making Them Beneficial to the Public.

Desde então, inúmeras Propostas foram baptizadas de «Proposta Modesta». O (Im)pertinências, com quase quatro séculos de atraso, apresentou já várias, algumas delas, como esta, Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações.

A minha proposta de hoje em título é inspirada por Mohammad Ashraf Ghairat, novo reitor da Universidade de Cabul nomeado pelo governo talibã que garantiu:

«Têm a minha palavra: Enquanto não existir um ambiente islâmico, mulheres não poderão estudar ou trabalhar. Primeiro o Islão.»

Como tentar cumprir o plano de vacinação, apesar de tudo? Resposta: um dia de cada vez (66)

ECDC

A informação mais credível da vacinação é a do Vaccine Tracker do European Centre for Disease Prevention and Control, reproduzida no quadro acima para os 10 países com maior percentagem de população vacinada dos maiores de 18 anos, mostra que o Sr. Almirante pegou em Fevereiro numa task force em decomposição entregue a um apparatchik socialista e em 7 meses colocou Portugal entre os com maior índice de vacinação completa.

É um facto que não precisa de ser inflamado pelo jornalismo de causas que, na sua ânsia de evidenciar a única coisa que correu bem na resposta à Covid-19 e confundindo população com população alvo, escreve coisas como Portugal é o país com mais população vacinada no mundoGOUVEIA E MELO «MELHOR DO MUNDO»Covid-19. Portugal domina vacinaçãoPORTUGAL PRESTES A SER O PRIMEIRO PAÍS DO MUNDO A ATINGIR 85% DE POPULAÇÃO VACINADAPortugal continua a ser o país com maior percentagem da população vacinada contra a Covid-19 em todo o mundo.

Já agora, acrescente-se que a média diária de doses administradas desce para menos de 28 mil nas duas últimas semanas.

Entretanto, talvez enciumado pelo facto da única coisa que correu bem não foi devida aos apparatchiks do seu partido mas apesar deles, resolveu anunciar a extinção da task force ainda antes da conclusão da vacinação e mandar o Sr. Almirante para casa. Esperemos que não tenha de o ir buscar outra vez.

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Ficar acima das expectativas não é uma vitória. É uma derrota menos pesada do que o esperado

«Sublinho: perdeu as eleições. Rio e todo o espaço de centro-direita. Lamento este anti-clímax, mas na leitura nacional que se pode fazer destas eleições, o centro-direita perdeu-as: em número de câmaras, em número de autarcas e no somatório de votos. Outra vez. É certo que tem boas razões para festejar. Ganhar Lisboa é sempre um passo importante para ganhar o país, mas o pior que pode fazer é iludir-se que Lisboa é o país. Pior: que Rui Rio é Carlos Moedas. E são os perigos destas ilusões, à boleia do “ah, mas foi Rio que escolheu Moedas, tem que se lhe dar esse mérito” (...)

E reconheço: foi uma escolha de Rui Rio. Mas é sobretudo o contraste entre ambos, entre o que cada um deles representa que, à escala nacional, o PSD terá de avaliar (e o CDS também). Na dúvida perguntem-se: lançar Cristiano Ronaldo em campo, alguma fez de Lazlo Boloni o melhor treinador do mundo?»

Pedro Gomes Sanches no Expresso

27/09/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (104) - Em tempo de vírus (LXXXI)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Quando se pensava que o Dr. Costa já tinha atingido o limite do desaforo ele excedeu-se a si próprio

As eleições autárquicas mostraram um líder partidário voando baixinho sobre o país, usando o cargo de primeiro-ministro para prometer dinheiros dos contribuintes portugueses e europeus em cada freguesia e fazendo inveja a um soba do socialismo africano.

Quem se mete com o PS, leva, seguido de fazendo dos portugueses estúpidos, ou um primeiro-ministro que não sabe gerir a administração pública dá lições de gestão

No calor da campanha o Dr. Costa começou por vilipendiar o fecho da refinaria de Matosinhos, que tinha exaltado antes como um «enorme ganho» para o ambiente, ameaçou «dar uma lição» à Galp, participada pelo Estado sucial, e, face às reacções, acabou a insultar a inteligência dos portugueses (dos que têm alguma) com um manifesto no Avante da Sonae esclarecendo que «a pretendida “lição” não é mais do que a utilização do Fundo de Transição Justa e a aplicação da legislação para proteção dos trabalhadores e do futuro do território». Entretanto, foi desmentido pela Galp uma pretensa proposta que o governo teria feito (mas não fez) para a formação de trabalhadores.

É mau até para os padrões da escola socialista

Quando o Dr. Costa e o seu ministro da Educação entraram em funções tinham 1.668 mil alunos que eram ensinados por 121 mil professores. Cinco anos depois os alunos eram apenas 1.604 mil e os professores eram mais de 127 mil (fonte: Pordata) e, ainda assim, é dito que têm falta de professores 80% dos agrupamentos de escolas de Lisboa e 3 mil turmas em todo o país.

Já virámos a página da austeridade

Afinal, apesar de todas as ajudas abundantemente publicitadas pelo governo socialista, as famílias estiveram a perder rendimento disponível desde o segundo trimestre do ano passado e só começaram a recuperar no segundo trimestre deste ano.

De volta ao velho normal

Os portugueses parecem acreditar na prosperidade que o Dr. Costa lhes anuncia e já voltaram aos 5% de poupança confirmando serem os europeus que menos poupam e, em compensação, têm mais automóveis do que a média europeia para circular na segunda melhor infraestrutura rodoviária confiantes de que têm a quarta melhor cobertura por carregadores eléctricos.

Como não se fazem omeletes sem ovos, em Julho a dívida dos particulares aumentou ao ritmo mais elevado dos últimos doze anos.

Uma vez ou outra, um socialista distraído diz o que ele pensa ser a verdade

Desta vez foi o Dr. Brilhante Dias que disse «nós ganhámos com a covid-19. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que, tendo as suas dificuldades, enfrentou a covid-19 com bastante êxito.» Foi por isso vilipendiado por todos os quadrantes, sem razão porque a segunda parte da frase é verdadeira. O que se pode questionar é o «nós ganhámos», a não ser que ele se estivesse a referir ao PS.

26/09/2021

Como uma ideologia ultraminoritária controla cada vez mais a produção artística (por exemplo, um teatro "nacional") e jornalística (por exemplo o semanário de reverência)

«Pedro Penim estreia hoje uma peça que discute o fim da família, “algo tão utópico quanto o fim do capitalismo”. Em “Pais & Filhos”, em cena no São Luiz, Turgueniév mistura-se com as teorias pós-coloniais e queer e a vontade de Penim de ser pai, que partilha com o marido. É o último espetáculo antes de rumar ao Teatro Nacional.» (de uma entrevista a Pedro Penin na Revista do Expresso de 24-09)

Pedro Penin, o criador do pot-pourri de Ivan Turgueniév com teorias pós-coloniais e queer, está a caminho da direcção do Teatro Nacional D. Maria para substituir Tiago Rodrigues, o criador da peça Catarina e a beleza de matar fascistas.

Com meio milhão de eleitores em 9,3 milhões de eleitores recenseados, a esmagadora maioria urbanitas, o berloquismo, a corrente política que mais abertamente adopta a chamada ideologia do género e promove a sexualidade alternativa, representa 5,4% da opinião pública, digamos assim. Segundo os escassos dados disponíveis (pouco confiáveis, por várias razões) a percentagem de adultos que se declaram não heterossexuais varia entre os dois por cento e dez por cento.

Que uma ultraminoria de áctivistas consiga impor as suas ideias à boleia da barriga de aluguer do socialismo, é mais um indício da derrota por culpa própria da direita conservadora na frente cultural, direita que a maioria das vezes contrapõe ao "progressismo" cultural ideias fossilizadas defendidas por grunhos com discursos primários que apelam ao pior dos piores.

25/09/2021

O Portugal dos Pequeninos e das casinhas sob o Estado sucial governado pelo PS

Em 2000 Portugal era o 28º país a nível mundial com maior património líquido (diferença entre activos e dívidas). Em 2020 desceu para 33.º, ainda assim superando a Noruega, a Finlândia, a Grécia e a Irlanda, por exemplo. Em termos de património líquido per capita os portugueses adultos estão agora na 30.ª posição.

Já em termos de produção, o PIB nominal previsto para este ano coloca-nos em 49.º, 16 lugares abaixo do ranking da riqueza. E porquê? Principalmente porque, apesar dos portugueses serem pouco produtivos, quase três quartos das famílias são proprietárias da habitação, contra dois terços das famílias europeias, o que conta para o património. A propósito recorde-se que mais de 700 mil fogos estão devolutos, o que é um verdadeiro desperdício.

Enquanto isso, o aparelho do Estado governado pelo Dr. Costa engordou 11% em 6 anos inchando com mais 72 mil funcionários públicos.

Moral da estória: sufocados por um Estado sucial omnipresente ocupado por apparatchiks, compramos muitas casinhas, investimos pouco, produzimos pouco e somos cada vez mais pobres em termos relativos.

[Dados sobre o património citados aqui]

24/09/2021

CASE STUDY: E a melhor máquina para fazer golos é... (não, não é Cristiano Ronaldo)

Fonte

Com base na pletora de dados de cada partida de futebol actualmente disponíveis, a universidade KU Leuven e a empresa de análise SciSports construíram um sistema para medir o efeito de cada acção dos jogadores na probabilidade da sua equipa marcar um golo, tendo em conta a posição da bola antes e depois do jogador a tocar. 

Aplicando esse modelo ao período 2012-2020, estimaram o score de golos que vários jogadores aumentaram para a sua equipa. O ranking é liderado por Messi com 1,77 golos por partida seguido de Cristiano Ronaldo com 1,43, com score praticamente igual no que respeita a remates, sendo a diferença explicada por outros movimentos de Messi, como passes para outros jogadores. 

Em conclusão, um treinador teria preferido Messi e os accionistas talvez optassem por Ronaldo e os seus três milhões de seguidores.

23/09/2021

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (51) - Qual a letalidade do Covid-19? (9) O caso de Portugal 18 meses depois

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e é uma continuação de Qual a letalidade da Covid-19? (8) O caso de Portugal 16 meses depois

Recordando a distinção entre taxa de letalidade, que relaciona o número de óbitos com o número de infectados, e a taxa de mortalidade que relaciona o número de óbitos causados por uma epidemia com a população, num caso e noutro com referência a uma determinada área (mundo, pais, região, cidade, etc.).

Recordando também algumas das patetices (nalguns casos pura manipulação) que os mídia publicaram no início da pandemia: 
  • 06-03 - «O novo coronavírus é igual à gripe? Não. Mata 26 vezes mais» (Sábado)
  • 19-03 - «Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou na semana passada que a taxa de mortalidade do vírus se encontra nos 3,4%» (Expresso)
  • 29-03 - «a taxa de letalidade subiu para 2% » (SIC Notícias)
  • 12-04 - «Em Portugal, a taxa de mortalidade situa-se agora ligeiramente acima dos 3%» (ionline)
  • 13-04 - «A taxa de mortalidade subiu para 3%, disse a ministra da Saúde» (DN)
  • 13-04 - «OMS diz que o novo coronavírus é dez vezes mais mortal que o vírus da gripe de 2009» (Público)
  • 16-04 «Portugal tem taxa de letalidade de 3,3%. A média europeia é de 8,6%» (DN)
  • 19-04 - «A taxa de mortalidade belga está perto dos 15%» (Observador)
  • 20-04 - «o que fez baixar ligeiramente a taxa de mortalidade para 3,52%» (Observador)

No último ponto de situação que fizemos a taxa de letalidade a nível nacional estava em 1,76%. Vejamos a situação reportada a 20 de Setembro, no gráfico seguinte.

Escola Nacional de Saúde Pública

Desde então como o número de óbitos tem descido mais rapidamente do que o número de novos casos a taxa de letalidade tem vindo a descer e está em 1,69%, apresentando valores mais altos no Alentejo e no Centro, regiões com populações mais envelhecidas.

22/09/2021

Italy is only pretending to be a free country, he said. He would say the same about Portugal dos Pequeninos, if he knew it

«In early August, Italy banned the unvaccinated from most forms of social life, then most forms of travel – and now most forms of work. The unvaccinated are pariahs. But unlike in France, where hundreds of thousands have protested against compulsory vaccine passports, in Italy hardly anyone has demonstrated against 'Il Green Pass'.

 The Italians have never been especially keen on liberty, and as a result liberty has never flourished in Italy. This, I think, explains why this removal of the basic liberties – or rights, if we must – of unvaccinated Italians by the unelected premier Mario Draghi is so popular. On Thursday, Draghi's government of national unity issued a new decree extending the pass to the entire workforce: 23 million Italians. This will come into effect on 15 October.

 The unvaccinated have already been banned since 6 August from most indoor public places such as bars, restaurants and gyms, plus many outdoor ones such as football stadiums and the Colosseum. And since 1 September from planes, ferries, inter-regional trains and coaches, plus universities (staff and students) and schools (staff only). The vaccine has been compulsory for health workers since April.

 That 75 per cent of Italians over 12 are already fully vaccinated and 80 per cent are expected to be so by the end of this month has made no difference. Punishments for those caught in flagrante without 'Il Green Pass' include fines of up to €1,500 (£1,200), the temporary closure of business premises and venues, and suspension from work without pay.

 But more than two thirds of the population approve both Draghi as Premier and his draconian treatment of the unvaccinated, according to the polls. A similar proportion think he should be even more dictatorial and replace 'Il Green Pass' with compulsory vaccination. Indeed, 61 per cent of Italians think that far from depriving them of liberty, these bans enhance their liberty.

 None of this surprises me after living here for 25 years, because Italy is only pretending to be a free country. You see this in the little things such as the identity card you must have and show all the time. There is so much red tape that everyone is guilty of something.»

21/09/2021

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (197) - A omertà no PS

«Se a relação pessoal e mental do PS com o mundo das empresas é escassa e por vezes conflituosa, o mesmo se passa com a sua relação com as questões da fé e da igreja. As chamadas causas fracturantes afastaram o PS da sua moderação em relação ao catolicismo. Hoje em dia, é difícil perceber a diferença entre BE e PS nesta matéria. O politicamente correto é cada vez mais intrusivo, hegemónico e, já agora, pouco preocupado com a liberdade.

Ora, nas reacções à morte de Jorge Sampaio, ficaram evidentes as diferenças: o PS antigo tinha traços de liberdade e pluralismo que o PS actual desconhece. Por exemplo, o PS de Soares e Sampaio era poroso em relação ao mundo das empresas e à sociedade civil, porque tinha uma forte relação com a advocacia. A elite socialista trabalhava no mundo do Direito, quer nas universidades, quer nos escritórios de advogados. Não dependiam de cargos de nomeação política. Eram senhores, não boys. Por outro lado, o PS era poroso em relação ao mundo católico devido à intimidade com os católicos progressistas. Onde está essa proximidade e tolerância hoje em dia?

Lamento, mas o PS de hoje é cada vez mais uma seita fechada agarrada ao poder sem porosidade com o exterior até nas suas relações pessoais. Comporta-se mesmo como uma seita. Quando um dos seus membros comete uma óbvia infração pública, como José Magalhães, os outros calam-se. Há uma omertà no PS.»

O PS de Sampaio e Soares ainda existe?, Henrique Raposo

20/09/2021

Dúvidas (320) - É a Renascença que nos está a aldrabar ou Sexa seguiu na mexa

«De Lisboa a Faro num saltinho e mais habitação

A acção de campanha de Costa em Lisboa terminou já em cima das 20h30 e perto das 22h00 já estava em Faro para dar uma ajuda ao candidato à autarquia» (Renascença)

280 km de Lisboa a Faro em 1,5 hora faz uma média de 187 km/hora e o Dr. Costa bate o recorde de velocidade do amigo Dr. Cabrita. 

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (103) - Em tempo de vírus (LXXX)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O papel do Estado sucial no ensino, como no resto, é fazer pior e mais caro

O ministro da Educação, provavelmente o mais incompetente ministro da Educação desde Dona Maria II (ou da Instrução, como se chamou o ministério no passado, quando a educação estava a cargo das famílias), proclamou ufano que desde 2015 o custo por aluno aumentou mais de 30% de 4.700 para 6.200 euros, num período em que o número de alunos no ensino público diminuiu de 853 mil para 804 mil. Note-se que o ministério do Dr. Brandão Rodrigues gasta por aluno mais 30% do que a média das propinas das cinco melhores escolas privadas, propinas que variam entre 2.580 e 5.725 euros. (fonte)

E se hoje o Dr. Brandão Rodrigues se orgulha de gastar 6.200 euros por aluno, se o deixaram lá ficar dentro de cinco anos gastará mais 30%. Para o ajudar, o Sindicato de Todos os Professores (STOP) já convocou uma greve para o início do ano lectivo por melhores condições de trabalho e contra a precariedade numa profissão que tem emprego para toda a vida.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível

Foram precisos 4 anos para serem concluídas as obras da estação do metropolitano Roma-Areeiro.

O tempo de espera para renovação do cartão de cidadão ultrapassa 3 meses, as filas nas Lojas do Cidadão tem centenas de pessoas e um súbdito do Estado sucial espera 11 (onze) horas para ser atendido. O que deve fazer a ministra da Modernização do Estado? Ainda bem que perguntam. Segundo um sindicalista «A senhora ministra começou aos berros contra os funcionários, porque havia filas, porque um senhor estava à espera há 11 horas para ser atendido...", há milhares de cidadãos que estão "há meses à espera de serem atendidos", dada a falta de meios e de recursos humanos.» Falta de recursos humanos? Só se os 72 mil funcionários públicos acrescentados pelos governos do Dr. Costa não forem humanos, forem zombies (enfim, nunca se sabe).

Não sabendo gerir o Estado sucial, o governo do Dr. Costa quer ajudar a gestão das empresas privadas

Por exemplo, proibindo o outsourcing após despedimentos colectivos, o que pode ter como consequência o despedimento dos trabalhadores que restam após o despedimento colectivo. Por exemplo, prorrogando os subsídios de desemprego o que está a ter como consequência a recusa de milhares de trabalhadores serem contratados por empresas que os pretendem recrutar. Por exemplo, inventando tais desincentivos à criação de emprego e ao fomento da economia paralela que há 40 mil trabalhadores familiares que trabalham sem salário declarado.

Não tendo que gerir a oferta de habitação, nem sabendo como, o governo do Dr. Costa quer gastar o dinheiro dos contribuintes europeus

Depois do fiasco dos resultados do concurso entre os dois candidatos ao lugar do Dr. Costa para lançarem programas de renda acessível, num país que tem 735 mil fogos vagos, o governo pretende torrar 1.200 milhões do PRR para tornar disponíveis 26 mil casas a serem construídas, vendidas ou arrendadas «a custos controlados», o que no socialês significa a custos desconhecidos.

19/09/2021

O multiplicador socialista multiplica as previsões. Isso está provado. Quanto aos efeitos, nem por isso. Por que seria diferente desta vez?

Segundo o estudo Avaliação do Impacto Macroeconómico do Portugal 2020 da Faculdade de Economia da UP para a Agência para o Desenvolvimento e Coesão, os 30,6 mil milhões de euros do Portugal 2020 terão um efeito multiplicador de 3,01 até 2073.

Desde 1989 até ao presente os contribuintes europeus nossos benfeitores entornaram no Portugal dos Pequeninos 130 mil milhões de euros, fazendo dos portugueses os segundos (QCA I e QCA II), primeiros (QCAIII) e quartos (QREN) mais apoiados per capita (fonte: Fundos Estruturais: desafios do passado e do futuro, Daniel Traça, Nova)

Vejamos os efeitos "multiplicadores" desses 130 mil milhões no crescimento do PIB per capita e na melhoria da produtividade no período 1889-2020 comparativamente com a Zona Euro e com o período  1960-95.


Temos de concluir que sem as bazucas da Óropa no período 1960-95 (que por coincidência termina no primeiro ano de um ciclo de 25 anos em que o PS governou durante 19 anos) progredimos em média muito mais do que nos 25 anos seguintes.

18/09/2021

Birds of the same feathers flock together (2)

«China and Russia are bringing Iran and Pakistan further into their fold in a bid to elevate a regionwide strategy toward confronting the still-simmering crisis in Afghanistan, where the Taliban is looking for international recognition for its rule.

Officials from China, Russia, Iran and Pakistan met Thursday for their first quadrilateral summit on the sidelines of the upcoming Shanghai Cooperation Organization heads of state summit to be held Friday in the Tajik capital of Dushanbe. (...)

"At the meeting, the top diplomats supported the formation of an inclusive (*) government with the participation of all ethnic groups in Afghanistan," » (Newsweek)

(*) Only women, gays, bisexuals are missing, I would say

Agora, sim, os portugueses estão no topo do mundo (em matéria de carga fiscal)

Desde há uns quatro anos venho registando ironicamente na série portugueses no topo do mundo algumas patetices do jornalismo de causas e da comentadoria do regime produzidas para compensar o sentimento de inferioridade que coloca os portugueses «em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo», como justamente escreveu Eduardo Lourenço. 

Desta vez cito a Petição à Assembleia da República para alívio fiscal da classe média e é a sério que estamos no topo do mundo.

«Se forem incluídos na análise os impostos sobre o rendimento, contribuições para a segurança social do trabalhador e da empresa, bem como os impostos sobre o consumo, a taxa marginal (a mais elevada) sobre o rendimento em Portugal atinge 72%. É a 4ª mais elevada do Mundo, após Suécia, Eslovénia e Bélgica, que chegam a 76% e 73% (dados de 2019 da Tax Foundation).»

16/09/2021

Populists and progressives feed off each other pathologically. It is hard work to be a genuine liberal

«Over the past 250 years classical liberalism has helped bring about unparalleled progress. It will not vanish in a puff of smoke. But it is undergoing a severe test, just as it did a century ago when the cancers of Bolshevism and fascism began to eat away at liberal Europe from within. It is time for liberals to understand what they are up against and to fight back. (...)

Superficially, the illiberal left and classical liberals like The Economist want many of the same things. Both believe that people should be able to flourish whatever their sexuality or race. They share a suspicion of authority and entrenched interests. They believe in the desirability of change.

However, classical liberals and illiberal progressives could hardly disagree more over how to bring these things about. For classical liberals, the precise direction of progress is unknowable. It must be spontaneous and from the bottom up—and it depends on the separation of powers, so that nobody nor any group is able to exert lasting control. By contrast the illiberal left put their own power at the centre of things, because they are sure real progress is possible only after they have first seen to it that racial, sexual and other hierarchies are dismantled.

This difference in method has profound implications. Classical liberals believe in setting fair initial conditions and letting events unfold through competition—by, say, eliminating corporate monopolies, opening up guilds, radically reforming taxation and making education accessible with vouchers. Progressives see laissez-faire as a pretence which powerful vested interests use to preserve the status quo. Instead, they believe in imposing “equity” (...)

Countries run by the strongmen whom populists admire, such as Hungary under Viktor Orban and Russia under Vladimir Putin, show that unchecked power is a bad foundation for good government. Utopias like Cuba and Venezuela show that ends do not justify means. And nowhere at all do individuals willingly conform to state-imposed racial and economic stereotypes.

When populists put partisanship before truth, they sabotage good government. When progressives divide people into competing castes, they turn the nation against itself. Both diminish institutions that resolve social conflict. Hence they often resort to coercion, however much they like to talk about justice.

If classical liberalism is so much better than the alternatives, why is it struggling around the world? One reason is that populists and progressives feed off each other pathologically. The hatred each camp feels for the other inflames its own supporters—to the benefit of both. Criticising your own tribe’s excesses seems like treachery. Under these conditions, liberal debate is starved of oxygen. Just look at Britain, where politics in the past few years was consumed by the rows between uncompromising Tory Brexiteers and the Labour Party under Jeremy Corbyn.

Aspects of liberalism go against the grain of human nature. It requires you to defend your opponents’ right to speak, even when you know they are wrong. You must be willing to question your deepest beliefs. Businesses must not be sheltered from the gales of creative destruction. Your loved ones must advance on merit alone, even if all your instincts are to bend the rules for them. You must accept the victory of your enemies at the ballot box, even if you think they will bring the country to ruin.

In short, it is hard work to be a genuine liberal. (...)»

The threat from the illiberal left

15/09/2021

Dúvidas (319) - Como explicar que um país geralmente mal gerido por gestores medíocres ou maus tenha um ensino de gestão de qualidade?


Quatro mestrados de gestão leccionados em escolas portuguesas estão entre os 100 melhores no ranking do Financial Times. Como explicar? E não, não é uma pergunta retórica.

14/09/2021

A inevitabilidade do declínio dos Estados Unidos e da hegemonia do Novo Império do Meio é uma conclusão um pouco precipitada

«Mesmo se a China ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia do mundo em taxas de câmbio de mercado nos próximos quinze anos (assumindo sua média de crescimento anual 4,75% em comparação com 2% para a América), seu PIB por pessoa ainda será cerca de um quarto do americano . Um país quatro vezes mais rico que seu adversário geopolítico mais próximo tem, com efeito, mais dinheiro disponível para investir em forças militares e I&D. Deve ter os meios para se manter à frente do jogo, supondo que os líderes americanos possam reunir a vontade política e a unidade necessárias.

Além disso, a China está envelhecendo mais rápido do que os Estados Unidos. A ONU projeta que em 2040 a idade média na China será de 46,3 anos, em comparação com 41,6 nos Estados Unidos. Como resultado, espera-se que o crescimento da China diminua significativamente na década de 2030.

Em outras áreas de poder, a liderança da América se mostrará intransponível. Ela continuará a ter as melhores universidades de pesquisa do mundo, as empresas de tecnologia mais inovadoras e os mercados financeiros mais eficientes.

Ironicamente, o governante Partido Comunista Chinês (PCC) será o maior obstáculo da China em sua corrida contra os Estados Unidos. O medo existencial do partido de perder o controle o impelirá a manter o controle da economia, tornando-o menos eficiente. Empresas estatais gigantescas, mas ossificadas, continuarão a desperdiçar recursos. O exercício arbitrário de poder do PCC - conforme exemplificado por sua repressão total às empresas de tecnologia mais bem-sucedidas da China, como Didi e Alibaba - sufocará a inovação e o crescimento de seu setor de tecnologia de forma mais eficaz do que as sanções americanas. O mais alarmante é que, à medida que a China desce ainda mais para o domínio personalista, será menos capaz de corrigir ou reverter as decisões questionáveis ​​tomadas por sua liderança superior.

Considere as capacidades dos aliados da América e o equilíbrio de poder se inclinará ainda mais a favor da América. Enquanto a China não tem aliados reais, a América é abençoada com muitos. E enquanto os Estados Unidos não têm grandes rivais em sua região, a China deve enfrentar vários adversários poderosos, notadamente Índia e Japão, em sua vizinhança imediata. A China é muito mais fraca do que a maioria das pessoas imagina.

Em suma, a China deve ser capaz de diminuir a diferença com os Estados Unidos na década de 2020, mas seu crescimento provavelmente desacelerará na década de 2030, e a perspectiva de a China ultrapassar os Estados Unidos parecerá cada vez mais sombria. Se for esse o caso, a próxima década pode ser a mais volátil, porque a ascensão contínua da China pode tornar seus líderes mais imprudentes e Washington menos seguro.

Na verdade, um impasse estratégico parece o resultado mais provável. Por mais insatisfatório que seja, será uma melhoria líquida do status quo. Em vez de uma espiral perigosamente fora de controle, as relações bilaterais provavelmente se estabelecerão em um equilíbrio com tensões militares mais baixas e muito menos vitríolo diplomático. A aliança de segurança da América na Ásia permanecerá em grande parte intacta, evitando assim que a China alcance a hegemonia regional ou absorva Taiwan. Por meio do controle de armas e do renovado engajamento diplomático que lembra a détente EUA-Soviética, os dois países podem chegar a um acordo sobre um conjunto de regras que confinam sua rivalidade a um pequeno número de reinos que provavelmente não desencadearão um conflito de pleno direito.

Este não é exatamente o cenário esperado por estrategistas que desejam repetir a vitória dos Estados Unidos sobre a União Soviética na Guerra Fria. Nem é o “grande rejuvenescimento” que o presidente Xi Jinping tem em mente. Mas mesmo sem transformar a China no país mais poderoso do mundo, o Partido Comunista Chinês ainda será um vencedor: ao contrário de seu primo soviético extinto, o PCC permanecerá solidamente no controle de uma superpotência que os americanos não conseguem vencer.»

Excerto de Minxin Pei on why China will not surpass the United States

13/09/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (102) - Em tempo de vírus (LXXIX)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O preço da geringonça como albergue espanhol 

Quando um dia for feito o balanço dos danos causados pelo albergue espanhol inventado pelo Dr. Costa para formar governo perdendo eleições, aos danos tangíveis resultantes das capitulações sistemáticas ao PCP e ao BE, e pontualmente ao PAN, danos tais como o inchaço do aparelho do Estado, a dívida pantagruélica, o crescimento anémico, etc., deveremos adicionar os danos intangíveis que vão desde a transformação das escolas em fábricas de manipulação das mentes, até coisas mais miúdas como o trespasse do Teatro D. Maria, primeiro a um comunista que queria matar "fascistas" e depois a outro que quer transformar o teatro num centro de propaganda LGBTIQQAAP, ou coisas mais subtis como o mantra do Sr. Jerónimo de Sousa que, em vez de lamentar o fim das liberdades no Afeganistão, celebra a ascensão do fanatismo talibã proclamando «o imperialismo acaba de sofrer mais uma humilhante derrota no Afeganistão.».

O surto inventivo inventado pelo governo do Dr. Costa descompôs-se (já estão a trabalhar para o compor)

A queda de sete lugares no ranking europeu da inovação está a ser um escândalo e um passa-culpas. Na verdade, a queda não carece de explicação, é a subida de seis lugares nos últimos seis anos que deveria ser explicada, como aqui mostra o Impertinente.

Take Another Plan. Decorridos nove meses, o plano do Dr. Pedro Nuno não está "operacionalizado"

Se a nova CEO praticar uma gestão tão sofisticada como o nome (Christine Ourmières-Widener), fará voar a TAP nas alturas. Por enquanto só nos diz que tem «intenção de operacionalizar o plano de reestruturação em outubro». Quem já operacionalizou a oposição à entrada do dinheiro dos contribuintes foi a Ryanair cujo CEO garantiu que não aceitaria a TAP nem de borla. Também S. Ex.ª o PR, operacionalizou a sua conversa sensibilizando Mme Ourmières-Widener para o muito dinheiro dos portugueses que os governos têm torrado na TAP (ele usou o verbo "investir").

12/09/2021

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: A fábula do surto inventivo que nos assola (12)

A fábula do surto inventivo é apenas mais uma fábula que a comentadoria e o jornalismo de causas recorrentemente contam, com a certeza que o sentimento de inferioridade lusitano lhes proporciona audiência. Como todas as fábulas, também esta é desmentida pelos factos como mostram os outros 11 posts sobre este tema. 

No fim do dia o indicador mais relevante para inovação não é o quanto se gasta ou quantas pessoas se dedicam à inovação, mas o número de patentes pedidas e aceites. Portugal com 2,2% da população da UE, em 2020, último ano disponível nas estatísticas do European Patent Office, pediu o registo de 249 e foram concedidas 119 patentes que representaram 0,14% e 0,09% dos números de patentes europeias, 180.089 e 133.709, respectivamente. 

Quando passamos dos factos às narrativas baseadas em indicadores que se prestam a manipulação (como por exemplo o investimento em inovação em que se incluem despesas correntes ou o emprego em empresas inovadoras em que se conta o emprego em actividades perfeitamente correntes) as coisas podem mudar drasticamente. Foi o que aconteceu desde que o governo do Dr. Costa conseguiu o milagre de fazer subir o país desde 2016 seis lugares no ranking europeu da inovação. 

Para se ter uma ideia do milagre, comparem-se os números de patentes de Portugal em 2020 (249 e 119) com da Espanha (1.790 e 909), que estava nesse ano dois lugares abaixo no ranking da inovação e com uma população 4,3 vezes maior pediu 7,2 e obteve 7,6 vezes mais patentes.

Com a passagem de comunicação dos dados, que foi feita até 2020 pelos apparatchiks da Agência Nacional de Inovação, para o INE em 2021 o Portugal miraculoso da inovação caiu de 12.º para 19.º, com grande desgosto e embaraço dos gabinetes de agitprop do governo socialista que agora procuram explicações para a queda, quando que deveriam é procurar explicações para a subida artificial com dados manipulados.

11/09/2021

The best lack all conviction, while the worst are full of passionate intensity

Turning and turning in the widening gyre
The falcon cannot hear the falconer;
Things fall apart; the centre cannot hold;
Mere anarchy is loosed upon the world,
The blood-dimmed tide is loosed, and everywhere
The ceremony of innocence is drowned;
The best lack all conviction, while the worst
Are full of passionate intensity.

The Second Coming de William B. Yeats, poema escrito em 1919 e publicado em 1921, depois da II Guerra Mundial e da Gripe Espanhola (Pneumónica) em tempos com algumas semelhanças com os actuais

10/09/2021

A inversão em curso do Estado Social pelo governo de Boris Johnson

«My job is to protect you or your parents or grandparents from having to sell your home to pay for the costs of care,’ said Boris Johnson after becoming prime minister two years ago. This was quite a statement. But to do it would cost billions and the Prime Minister had also promised, in his manifesto, not to raise taxes. So what to do? Should he keep his promise to the voters, or create a safety net for the asset-rich? It’s telling that he chose to protect the assetocracy.

The emergence of this new class in the space of the past two decades has changed politics more than any party likes to admit. Wealth has become concentrated in a group of people who now decide British elections. Before the crash, 7 per cent of British pensioners were millionaires, as measured by household wealth. Now, it’s 25 per cent — some three million people. A further three million are half-millionaires, with £500,000. That’s one out of every eight people eligible to vote.

At each election, parties compete to bribe this demographic. Labour’s ‘winter fuel payments’ and pension rises were the start, followed by the Tory triple-lock pension. The next step: to guarantee that no one would have to sell their house to pay for care, no matter how rich they are. This prospect was dangled in front of homeowners by Blair, Brown and Cameron, but none of them went through with it. They baulked not only at the expense but also at what it would mean. The traditional logic of the welfare state — that those with power and money help those with less of it — would be being turned on its head.After minimal consultation with his cabinet, let alone his party and the country, Johnson has now completed this inversion, with a £12 billion tax funding a new deal. Some of the money will at first be used to help clear an NHS backlog. Some will help families who can in no sense be described as rich.

But after the NHS waiting list has begun to ease, the tax becomes a care home insurance scheme, and the refusal to impose any means-testing has big implications. No one, no matter how rich, will have to pay more than £86,000 for their care in old age.

This raises tricky political questions: how can you justify increasing taxes on the working poor to safeguard the assets of the stonkingly rich? What, morally, is the problem with someone selling their house — or any other asset — to pay for care? Isn’t Toryism about providing equal opportunities, a ladder for everyone to climb? Why then would any Tory want to make life even easier for those already at the top of the ladder, at the expense of people on the lower rungs?

To understand, you need to do the electoral arithmetic. Age, not social class, has become the new dividing line between Labour and the Tories. The under-25s broke three to one for Labour in the last election — but this was no problem for Team Boris because the over-65s chose him by four to one. His gamble now is that the political backlash from tax rises will be balanced out by gratitude from affluent homeowners. 

(...)

This week the Prime Minister called groups of backbenchers to No. 10 to explain his plan, but they left more confused than ever. He tried to sum up his thinking by saying in private what he no longer says in public: that it’s about the assets. ‘It stands for something very conservative,’ Johnson said to one of the groups of MPs he’d invited to No. 10 — ‘the right to pass on money’.

Is this really the Boris Johnson definition of conservatism: a protection racket, where the tools of the state are used to extract money from minimum-wage workers and pass it on to the better off?»

Excerto de Assetocracy: the inversion of the welfare state, Fraser Nelson na Spectator, explicando como o aumento de 2,5% das contribuições para a segurança social é dinheiro extraído dos mais pobres para financiar o bem-estar dos pensionistas proprietários

09/09/2021

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (95) - Não há áctivismo anti-rácista sem uma boa dose de ignorância (e de desaforo)

 «A escravatura é, ao contrário do que estes novos activistas do anti-escravismo procuram fazer crer, um dos assuntos mais mostrados, estudados e discutidos dos últimos 250 anos da história ocidental. Só por uma grande ignorância se pode pensar que o que se lhe refere esteve durante séculos escondido e em silêncio, e que só agora estará a chegar à superfície das consciências. Infelizmente é essa ignorância que os activistas que agitam esta questão nos dias de hoje vêm evidenciando a cada passo. Tudo se passa como se ainda vivessem em meados do século XVIII e não soubessem que o seu combate já foi combatido — e já foi ganho — pelos abolicionistas do século XIX. O que os referidos activistas trazem agora para a opinião pública é um remake, um déjà vu completamente artificial e fora de tempo. Fazem-no por várias razões, desde logo porque querem estabelecer uma oposição, uma dicotomia, entre uma história da escravatura narrada por brancos (que, supostamente, omitiria e silenciaria certas coisas) e uma história vinda de negros (que seria verdadeira e que iria finalmente revelar verdades incómodas). Ora a história da escravatura é só uma: a que se interessa pela verdade e tem um compromisso com ela. Não tem cor, não é branca nem preta, e há muito que está contada e bem contada. Do que ela não precisa é de narrativas que venham chover no molhado, e ainda menos precisa que lhe venham inventar mitos e falsidades.»

João Pedro Marques no Observador, a propósito da descoberta com 200 anos de atraso pela artista Grada Kilomba de «um sistema político que escraviza pessoas».

08/09/2021

O triunfo do colectivismo é a morte da liberdade

Uma mãe mata um filho autista atirando-o a um poço, devido à pressão a que estava sujeita, explicou. De quem é a responsabilidade? «De todos enquanto sociedade», explicou durante o julgamento «a especialista na área da deficiência». O facto de ninguém se ter questionado é apenas mais um indício de que o colectivismo imanente na sociedade portuguesa tem sido uma preciosa ajuda para a esquerdalhada decretar o fim da responsabilidade individual e do livre-arbítrio, sem os quais não há liberdade.

07/09/2021

Para o presidente da CIP, o Dr. Costa é uma espécie de comandante do Titanic a dar música aos passageiros da jangada de pedra

 «Estamos a afundar-nos em termos de crescimento económico e a orquestra continua a tocar.»

 António Saraiva, presidente da CIP, comentando o discurso do primeiro-ministro no congresso do PS: 

Como tentar cumprir o plano de vacinação, apesar de tudo? Resposta: um dia de cada vez (65) - Podemos deixar o Sr. Almirante ir de férias


ECDC

Os objectivos da task force estão cumpridos ou praticamente garantidos. Mesmo numa comparação internacional o Sr. Almirante saiu-se bem e colocou o país no 5.º lugar na EU/EEA. Ficou a nódoa de dar prioridade ao escalão 12-17 anos, praticamente sem risco, em que já se atingiu 75% com una primeira dose.

Em princípio, salvo qualquer involução, esta série de posts termina aqui,

06/09/2021

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (101) - Em tempo de vírus (LXXVIII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

No perder é que está o ganho

Comprar empresas inviáveis é uma das especialidades dos governos do Dr. Costa. Quem pensa que me estou a referir à TAP, pense duas vezes porque há mais exemplos, como o da EFACEC que foi comprada à Dr.ª Isabel e está para ser vendida desde Julho do ano passado, em Abril foi dito que não será antes do Verão e quando o Verão ia a meio o Dr. Siza disse-nos que o "não será antes" pode ser prorrogado.

E foi prorrogado, mas o importante é tratar-se de mais uma empresa inviável que Diogo Horta Osório, que sabe do que fala, baptizou de Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central, por razões que aqui explica. Razões que, por outras palavras, também aqui foram explicadas pelo jornalista António Costa.

O Dr. Leão considera o governo do Dr. Costa como uma pandemia. E tem razão



Ora, como se pode ver no diagrama, o impacto na dívida desde o início da pandemia foi pouco mais de metade dos 30 mil milhões. O que ultrapassou os 30 mil milhões foi o impacto na dívida dos governos do Dr. Costa desde o início de 2016 com o Dr. Centeno e o seu herdeiro Dr. Leão a tomarem conta das finanças.

Boa Nova

Com grande excitação mediática, foi anunciado um crescimento homólogo de 15,5% no segundo trimestre, o segundo maior crescimento trimestral desde 1996.

Choque da realidade com a Boa Nova

A má notícia é que o crescimento homólogo de 15,5% no segundo trimestre só foi possível pela queda histórica de 16,5% no segundo trimestre de 2020, o que significa que o PIB do segundo trimestre de 2021 é 3,56% inferior ao de 2019. E também não ajuda saber que o crescimento do segundo trimestre de 2021 se deve bastante ao aumento do consumo e não do investimento e que o crédito ao consumo e o crédito à habitação voltaram a disparar.

05/09/2021

A homossexualidade de Paulo Rangel é igual ao litro. O que conviria saber é se ele tem ideias para libertar a sociedade civil ou se também quer ser vice do Dr. Costa

Pensei escrever sobre o tema do título, mas já estava escrito pela Helena Matos no Observador:

«Paulo Rangel acredita que é possível ir para eleições com um discurso de contraponto a este estado de coisas? Ou intui que a sua hora poderá chegar quando e se a inflação e novas políticas do BCE levem a Bruxelas a seguir o exemplo de Biden e concluir que não se pode continuar a espatifar o dinheiro dos contribuintes em países cujos governos e élites não cumprem o seu papel?

No gesto de Paulo Rangel vê-se a determinação de quem se quer desembaraçar de escolhos para não ser apanhado em falso. Mas, para usar a irritante linguagem destes tempos, da orientação sexual de Paulo Rangel já sabemos. O que falta (e acredite que isso é realmente importante) é saber qual é a sua orientação política.»

04/09/2021

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (3) - É a natureza do lacrau


Pela boca do seu porta-voz oficioso, a jornalista do Expresso Ângela Silva, S. Ex.ª dá conhecimento urbi et orbi do seu desejo sob rótulo de prognóstico a respeito do tabu do Dr. Costa. Diz dele o Dr. Balsemão, que o conhece de ginjeira, que é uma espécie do lacrau da fábula que não consegue fugir à sua natureza. A mim nunca me enganou, talvez porque tenho embutido um detector de lacraus.

03/09/2021

Para o agit-prop berloquista os refugiados afegãos são material de propaganda ou então

Tratamento que os talibãs costumam dar aos traidores (Fonte: Radio Free Europe)

Deveria ser evidente para uma criatura com um ou dois neurónios activos que é uma informação sensível a localização de um centro de acolhimento de refugiados afegãos em Lisboa, refugiados que, se tivessem ficado em Cabul, teriam sido sujeitos ao tratamento que os talibãs costumam oferecer aos que consideram traidores.

Os berloquistas tiveram a informação da localização do centro de acolhimento através do seu vereador na câmara de Lisboa e resolveram organizar lá uma sessão de espiritismo dirigida pela D. Catarina Martins e informaram as suas antenas nas redações dos jornais. De modo que, ou bem concluímos que os berloquistas não tem um ou dois neurónios activos, ou bem que para o berloquismo os refugiados afegãos são um material de propaganda como qualquer outro.

Ou então o vereador berloquista seguiu o exemplo do Dr. Medina que autorizou a comunicação às embaixadas da Rússia, da China e da Venezuela, dos dados pessoais de promotores de manifestações contra os respectivos regimes autocráticos.

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (94) - Não estavam habilitados a montar os cavalos-vapor

Há três meses escrevi numa crónica que ao Dr. Costa e ao seu ministro da Defesa, que comandam uma marinha que tem dois submarinos e apenas um está operacional e cinco fragatas e apenas uma está operacional, ocorreu-lhes torrar 8 milhões para comprar uma lancha para a guarda-costeira tripulada por guardas da GNR.

Expresso

O "Bojador", assim se chama a lancha, está agora encalhada na praia de Carcavelos e a GNR informa que é «nesta fase prematuro avançar com as causas da ocorrência. Para esse efeito será instaurado o necessário inquérito para apuramento das causas e circunstâncias da situação em apreço». Se fosse feito um inquérito-na-hora concluir-se-ia que as causas da ocorrência se devem aos marinheiros da GNR não estarem habilitados a montar os cavalos-vapor da lancha.

01/09/2021

Dúvidas (318) - Se não fosse o Pedro Álvares seria outro qualquer. E se não fosse nenhum? Os "povos indígenas" já teriam descoberto a escrita?

Um dia destes foi queimada uma estátua de Pedro Álvares Cabral no Rio de Janeiro. «O ato, reivindicado pelo coletivo indígena Uruçu Mirim, aconteceu na madrugada de terça-feira (24), data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia o julgamento do Marco Temporal, que pode representar um retrocesso sem precedentes para os povos indígenas.» (fonte)

Provavelmente o "ato" é mais um facto da política interna brasileiro com pouca relação com a (im)potência colonial que há 521 anos chegou a esse imenso Portugal, como lhe chamou Chico Buarque no Fado Tropical. Em qualquer caso, não terá sido por acaso que o coletivo indígena se lembrou de pegar fogo àquela estátua. 

Ninguém se interrogou do que teria sido o imenso Portugal sem o descobrimento pelo pequeno Portugal. Poderia ter sido melhor se tivessem tido outra potência colonial, mas o que teria sido na hipótese académica de ainda nenhum povo civilizado os ter descoberto? Talvez não fosse muito diferente do que aconteceria na Jangada de Pedra se os romanos não a tivessem colonizado.