Como é sabido, a esquerdalhada tem sempre de reserva a demonização do Estado Novo colando-lhe atributos duvidosos (como fascista, para designar algum folclore de uma ditadura nacionalista e beata), exagerando-lhe os crimes (umas dezenas de assassinatos em quase cinco décadas, o equivalente a umas horas ou, vá lá, uns dias da maioria dos regime glorificados pela esquerdalhada), e negando, ou pelo menos menorizando, algumas das realizações que o regime conseguiu, a começar pela estabilidade política, social, económica e financeira que se seguiu à baderna e violência caótica da I República.
Uma das realizações da Estado Novo, até agora escamoteada em contraste com os supostos sucessos republicanos, foi no campo das políticas de educação e em particular na erradicação do analfabetismo. A verdade é que, ao contrário da mitologia da esquerdalhada, o Estado Novo fez obra, como se fica a saber pelas conclusões do estudo Can autocracy promote literacy? Evidence from a cultural alignment success story de Nuno Palma e Jaime Reis publicado recentemente e em boa hora citado por Aguiar-Conraria na sua coluna do Expresso.
Citando o resumo dos autores:
«Do countries with less democratic forms of government necessarily have lower literacy rates as a consequence? Using a random sample of more than 9000 individuals from military archives in 20th century Portugal, we show that 20-year old males were 50% more likely to end up literate under a nondemocratic regime than under a more democratic one. Our results are robust to controlling for a host of factors including economic growth, the disease environment, and regional fixed effects. We argue for a political economy and cultural explanation for the relative success of the authoritarian regime in promoting basic education.»
A segunda republica esta muito iluminada ao fundo do tunel,um comboio vem na nossa direcçao.
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